Senador petista cita como exemplo o seguro-desemprego
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou, nesta terça-feira, que as Medidas Provisórias editadas pela presidente Dilma Rousseff para endurecer o acesso a benefícios trabalhistas como o seguro-desemprego são um “tiro no pé”.
Leia abaixo a entrevista:O senhor é um dos que está propondo alterações nas Medidas Provisórias encaminhadas pela presidente Dilma. Por que?
Vou lutar muito para que o governo mude a sua política em relação ao reequilíbrio fiscal. A gente tem que colocar a conta para o andar de cima pagar. Infelizmente no Brasil a tributação é muito regressiva. Quem paga imposto é o povo mais pobre e a classe média. Os ricos pouco pagam imposto.
Esse assunto foi discutido nesta terça-feira na reunião da bancada do PT no Senado?
A bancada como um todo vai propor que o governo encampe algumas dessas medidas. Eu apresentei cinco. Uma delas é o fim da isenção sobre lucro e dividendos de ações e cotas de empresas. Hoje é zero. Vai ter um reequilíbrio fiscal? Tudo bem, mas não pode ser dessa forma, com o trabalhador pagando a conta.
Os senhores estão preocupados com a perda de popularidade do governo e do PT?
Estamos muito preocupados com o clima político no país. Eu, sinceramente, acho que tem setores da oposição que estão flertando com posição claramente golpista, falando de impeachment de uma presidente recém-eleita. Vamos ter um ano de 2015 de muita luta política. Eu também acho, do ponto de vista da política, um equívoco (as MPs). A gente está dando um tiro contra nossas bases sociais, contra a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o movimento sindical. Esse povo é que sai em defesa do governo. [impeachment não é golpe; é uma medida prevista na Constituição, objeto de Lei específica e destinada a punir um presidente que comete 'crime de responsabilidade'. Caso da atual presidente.]
A presidente Dilma diz que não é perda de direitos e sim medidas corretivas.
Algumas medidas podem ser corretivas, mas na essência é um equívoco, porque acaba retirando direitos importantíssimos. Quando fala em seguro-desemprego está atingindo em especial os mais jovens, tem um problema que tem que ser discutido nesse aspecto que é a demissão arbitrária, e há uma rotatividade muito grande no mercado de trabalho. Essa discussão podia ser feita de outra forma.
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