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quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

OMS recua e desiste de classificar velhice como doença - Folha de S. Paulo

Mudança, que passaria a figurar na CID a partir de janeiro, ocorre após protestos 

Após forte pressão internacional de organizações científicas e da sociedade civil, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recuou da decisão de classificar velhice como doença na nova versão CID 11 (Classificação Internacional de Doenças), que entra em vigor em janeiro de 2022. A mudança foi confirmada nesta terça (14) por um diretor da entidade ao médico e gerontólogo brasileiro Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade e que já dirigiu o programa de envelhecimento da OMS.

A proposta anterior era substituir o termo senilidade (código R-54), que já existe na CID, por "velhice sem menção de psicose; senescência sem menção de psicose; debilidade senil" (MG2A).  Mas houve uma forte reação negativa porque o entendimento foi que, ao assinar um atestado ou um diagnóstico, o médico poderia passar a considerar velhice como doença.

A sugestão agora é que o texto do código seja "declínio da capacidade intrínseca associado ao envelhecimento". Porém, ainda pode haver alterações até o fim do ano.  A CID é um conjunto de 55 mil códigos usados por profissionais da saúde, pesquisadores e formuladores de políticas públicas. Está na sua 11ª atualização.

À primeira vista, a mudança pode parecer sutil, mas especialistas em envelhecimento dizem que ela já acalma os ânimos da comunidade internacional. Nos últimos meses, ocorreram mobilizações de governos, sociedades médicas e entidades ligadas ao envelhecimento em diversos países, inclusive no Brasil, pedindo que a OMS alterasse o código.

A avaliação era que, ao relacionar velhice à doença, a nova classificação poderia ser usada para negligenciar os diagnósticos de doenças nos mais velhos, impedir o registro correto das causas de mortes e ainda aumentar a discriminação contra a população idosa "Essa decisão agora coloca um freio no idadismo que iria atingir níveis sem precedentes. De repente, ficaríamos todos com o rótulo de velhos. Se é velho, deixa morrer. Não vai tratar, não vai fazer diagnóstico", diz Alexandre Kalache.

Para a enfermeira Yeda Duarte, professora da USP e coordenadora do estudo Sabe, que acompanha o envelhecimento na capital paulista, o recuo da OMS foi muito importante, mas a comunidade científica aguarda ansiosa a publicação final do texto. "Por enquanto, houve uma promessa de mudança. Ainda não é a melhor classificação, mas a CID é sempre uma coisa que você pode fazer sugestões, apresentar evidências e ele vai sendo ajustado no meio do caminho."

 No Brasil, 3 em cada 4 mortes ocorrem a partir dos 60 anos. São desfechos de doenças cardiovasculares, oncológicas e neurológicas. Para o médico Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, seguindo o entendimento do código proposto anteriormente, todos os óbitos futuros dessa faixa etária poderiam ter a causa catalogada como velhice.

Em abril deste ano, a morte aos 99 anos do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth , do Reino Unido, acendeu o alerta internacional para a questão. A causa da morte foi "idade avançada", segundo o atestado assinado pela equipe médica que cuida da família real britânica. Mas semanas antes da morte, o príncipe havia sido submetido a uma cirurgia cardíaca.

Em audiência na Câmara dos Deputados sobre o assunto, Maria Cristina Hoffmann, representante da Coordenação de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, disse que a alteração poderia levar a registros nos atestados de óbitos sem a garantia de investigar a causa real da morte, o que prejudica a elaboração de políticas públicas. "Declaração de óbitos é uma fonte importante de conhecimento de saúde. Seria um risco se começassem a colocar lá que a pessoa morreu de velhice. A gente perderia o controle de quantos tinham Parkinson de quantos morreram Alzheimer, informações muito importantes para o planejamento de políticas públicas", diz o geriatra Marco Túlio Cintra, vice-presidente da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia).

Na audiência pública da Câmara, Juan Escalante, representante da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), braço da OMS para as Américas, justificou que a intenção da CID não foi classificar a velhice como doença, mas sim permitir que a inclusão da palavra agrupasse fatores que influenciam na saúde. Na opinião de Marco Cintra, da SBGG, a polêmica também pode ter sido provocada fatores culturais. "Para nós, de língua portuguesa e espanhola, o termo velhice ficou pejorativo. A gente tem lutado muito para combater estigmas e preconceitos contra o envelhecimento. Envelhecer não é uma doença, não é peso para sociedade. Depende do envelhecimento de cada pessoa."

Outra questão muito discutida nos últimos meses foi que, uma vez associada a doença, a velhice virasse um alvo ainda maior da indústria 'anti-ageing' e de tratamentos sem evidências com promessas de retardá-la. "Não falta quem queira entrar nesse mercado. A indústria anti-ageing comanda US$ 37 bilhões nos EUA por ano. Há um lobby poderoso", afirma Kalache.

Para ele, o novo termo que deve ser adotado pela OMS (declínio da capacidade intrínseca) também não é o ideal porque remete à capacidade biológica de cada um e tira a importância dos determinantes sociais da saúde. "Os fatores hereditários, intrínsecos, biológicos respondem por apenas 25% das chances de se chegar bem à longevidade; 75% dependem da forma como você vive, o acesso que tem a uma alimentação saudável, à saúde, à educação, à prática de atividades físicas."

Na sua opinião, é possível que a discussão sobre o novo código se arraste no próximo ano. "Minha aposta é no desenvolvimento de um código relacionado à fragilidade. Fragilidade é algo que podemos definir, mensurar, fazer intervenções, qualquer pode se tornar uma pessoa fragilizada em qualquer etapa da vida."

Para Ieda Duarte, a classificação anterior seria um enorme contrassenso para a luta por um envelhecimento ativo e saudável e também em relação a uma publicação da própria OMS, no início de 2021, de relatório denunciando o idadismo contra idosos. A classificação do envelhecimento biológico como doença foi feita em artigos publicados em periódicos internacionais a partir de 2015, por grupos de pesquisadores da Bélgica, da Suécia, do Reino Unido, entre outros.  Em maio de 2019, a incorporação da classificação da CID-11 foi aprovada na 72ª Assembleia Mundial de Saúde, mas passou praticamente despercebida até que a morte do príncipe Philip reacendeu o debate.

Saúde - Folha de S. Paulo


domingo, 25 de abril de 2021

A CPI da covid-19 trabalhará sobre um obituário falso para responsabilizar Bolsonaro como “genocida” - Sérgio Alves de Oliveira

Hoje ninguém mais duvida que os maiores responsáveis pelos desacertos na prevenção, no tratamento, na cura, e também nos óbitos decorrentes da pandemia de origem chinesa, não é exatamente aquele a quem acusam, [tentam acusar; só que até agora nenhuma acusação concreta, fundamentada,  foi efetuada contra o presidente; ao contrário, muitos tentam  insinuar falhas presidenciais (que caso tenham ocorrido estão entre as muitas que só ocorrem entre os que querem trabalhar, fazer alguma coisa elo Brasil) e quase sempre abrem uma porteira mostrando as causas e os autores de eventuais e involuntárias omissões do Presidente da República

A matéria por si é delicada, já que pode escapar a tipificação da legislação penal brasileira e   passar para GENOCÍDIO - por enquanto sem cadáveres e rogamos a DEUS que a pandemia inicie um processo irreversível do contágio e mortes, cesse a mortandade e volte a representar VIDA.

Investigação de crimes de genocídio ultrapassam fronteiras nacionais, prevalecem sobre tudo e todos, se baseiam em legislação de exceção e proteções nacionais nada valem.] Porém ,em primeiro lugar, o próprio Supremo Tribunal Federal, secundado pelos governadores e prefeitos municipais, devido ao fato do STF ter suprimido, indevidamente, a competência concorrente que deveria ter o Governo Federal, para “também” enfrentar a pandemia do novo coronavirus, ao lado dos estados e municípios, restando-lhe por isso somente a “competência residual” de pagar a conta da maior parte de todas as despesas, onde muito dinheiro acabou “sumindo”numa descomunal roubalheira antiética somente equiparada ao assalto de 10 trilhões de reais que a esquerda fez nos cofres públicos de 1985 a 2018.

O problema reside num primeiro momento na “fraude” das estatísticas obituárias apresentadas “oficialmente”,onde a manipulação da “causa mortis” desponta num primeiro plano, havendo necessidade de investigar-se esse aspecto,como primeiro passo ,numa eventual CPI a ser instalada, em relação às falsas estatísticas obituárias atribuídas ao novo coronavirus.

Para começo de conversa, os Cartórios de Registro Civil do Brasil registraram mais mortes em 2019,quando o novo coronavirus ainda não havia matado ninguém, do que em 2020,quando a pandemia já estava disseminada, matando milhares de pessoas em todo o mundo.

As estatísticas do (ARPEN), regulamentado através do Provimento Nº 46,do Conselho Nacional de Justiça,mostrou com clareza que,apesar da Pandemia do Novo Coronavirus, as mortes totais pelos mais variados motivos,no período de 1º de janeiro de 2020, a 19 de maio de 2020 (em pleno surto da pandemia ),totalizaram 457.648 óbitos,contra 491.237 mortos no mesmo período em 2019,ou seja,33.598 mortes a menos em 2019,sem a pandemia.

Trocando em miúdos,praticamente não houve alteração no número de mortes totais no Brasil nos períodos apontados de 2019 (sem pandemia) e 2020 (com pandemia). As médias diárias de óbitos nesses períodos foram de 3.291 ao dia ,em 2020 (na pandemia),e 3.668 óbitos ao dia em 2019 (antes da pandemia). Morreu menos gente em 2020 do que em 2019.

Não sei como conseguirão “manipular” as próximas estatísticas obituárias . Como o número total de óbitos deve permanecer mais ou menos estável em 2021,relativamente a 2020 e 2019, só conseguirão essa “mágica” se “descarregaram” no Covid-19 e responsabilidade por mais de 90% de todas as mortes no Brasil, o que por um lado poderia dar a falsa ideia do “milagre” que quase ninguém mais morreria por nenhuma outra causa, nem mesmo “velhice”. Talvez tivessem que deixar um formulário de certidão de óbito já semi-impresso,com a “causa mortis”: “Covid-19”.

Mas já que a média de mortes no Brasil fica pouco acima de 3 mil óbitos ao dia, e estão dando mais ou menos esse número agora para as mortes diárias pelo Covid-19 no Brasil,só vou acreditar nessa “atochada” se a estatística obituária de 2021,DOBRAR o número de mortos de 2020,ou 2019. Se não “dobrar” terá que haver 90% de mortes pela Covid-19. 

[atualizando: a covid-19 é uma praga extremamente grave, altamente letal, manhosa e capaz de deixar sequelas graves;  

DEVE  SER COMBATIDA  SEM TRÉGUA e por todos os meios disponíveis e com rigor. Mas,exatamente por ser tão danosa é que seus dados não DEVEM e NEM PODEM sofrer qualquer tio de manipulação.

Sempre que dados sobre a covid-19 precisarem ser citados, deve constar a fonte - caso que o Sérgio faz e costumamos fazer.]

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

 

quarta-feira, 22 de abril de 2020

A praça vazia - O Globo

Ao seu crescente desprestígio a velhice somou sua vulnerabilidade ao novo vírus

Escrevo, com muito receio, neste começo de minha primeira pandemia. Tenho o duvidoso privilégio, pela idade e outras agravantes, de estar no grupo de alto risco. Melhor, assim, escrever logo estes comentários.  A inquietante constatação é ver a velhice como vítima favorita do novo vírus. Em calamidades anteriores — seja porque os velhos eram muito poucos e os muito velhos mais escassos ainda e porque nas guerras e conflitos eram os moços que iam lutar e morrer —, não costumavam ser os idosos os alvos preferidos. A Gripe Espanhola que é a minha epidemia de referência —, pelo que sei, foi ecumênica em suas vítimas. O cólera e a peste negra, também. Havia mesmo doenças que, em boa medida, pareciam poupar os mais velhos. A poliomielite tinha entre nós o nome caseiro de paralisia infantil, o que parece sugerir qual era seu alvo favorito. A tuberculose procurou, durante seu longo reinado, sobretudo os mais jovens, e toda a arte romântica comemora este fato. O começo da vida, até pouco tempo atrás, parecia quase tão perigoso quanto o seu fim.

A velhice, além do prestígio que vinha da escassez de seus números, presumia mesmo uma medida de imunidade e resiliência dos que haviam chegado tão longe. É bom acentuar aqui a extraordinária novidade que a velhice numerosa e crescente de hoje representa. Antes os velhos tinham o prestígio de serem os depositários de uma coisa então valiosa, que recebia o nome genérico e respeitoso de experiência, e de que era subproduto quase que natural uma coisa ainda melhor avaliada que chamávamos de sabedoria.

A imensa velocidade da incorporação da ciência e das tecnologias nos últimos anos fez com que essa lenta sedimentação de conhecimentos trazida pela passagem dos anos ficasse menos relevante e pudesse mesmo ser vista hoje não como uma luz que ilumina o caminho pela frente e explica o trajeto já feito, mas possa parecer uma irrelevante perda de tempo e de rumo. Ao seu crescente desprestígio a velhice somou agora a fragilidade adicional de sua vulnerabilidade ao novo vírus e corre o risco de provocar uma impaciência crescente da sociedade com os custos necessários para protegê-la. Os mais moços já davam sinais de exasperação, e as batalhas sobre reformas previdenciárias aqui e em outros países eram o sinal desta nova realidade. A indagação é saber até que ponto o futuro aceita ser refém do passado, em outras palavras, que valor a sociedade atribui aos mais velhos que teimam em se multiplicar e a exceder, largamente, seus prazos originais de validade.

Acredito que o coronavírus veio precipitar a urgência de uma ampla negociação entre moços e velhos e, para essa urgente releitura do contrato social, a atual crise talvez tenha servido como o gatilho necessário. Mudo de registro. Depois de semanas de incessante ócio, quero compartilhar algumas poucas imagens destes dias que em mim devem perdurar. A primeira é de um imenso porta-aviões norte-americano dotado de armas de última geração e fragilizado por um número crescente de marinheiros doentes que seu comandante corajoso quis proteger. O comandante foi sumariamente demitido, já que a publicidade que cercou a inesperada vulnerabilidade da sua moderna fortaleza não estava prevista nos manuais. O inimigo não estava lá fora. Já estava dentro.

A segunda é de uma Casa Branca e de um Palácio da Alvorada conduzidos por insensatos que, buscando reeleições, não enxergam o óbvio.  A minha imagem mais duradoura deste período é, contudo, a da Praça de São Pedro, em Roma, vazia sob a chuva para escutar o Papa estender à cidade e ao mundo a sua bênção. Praças foram feitas para acolher multidões e para isso seu tamanho e situação. Aquela apenas parecia vazia. Uma imensa audiência virtual assistia, comovida e esperançosa, à comunhão da mais cosmopolita das religiões, com sua cidade-sede e com o mundo ao redor. O jogo continua.

Marcos Azambuja,  diplomata - Jornal O Globo



sábado, 31 de outubro de 2015

Que diabo de solidão essencial condena as abortistas a uma militância tão amarga? As mulheres de úteros-secos não tem apenas o útero seco - elas são também secas de afeto

Não é preciso crer em Deus para defender a inviolabilidade da vida humana. Basta crer na particularidade do homem. E eu creio

As que já são mães e vão às ruas em defesa do aborto estão deixando claro que seus respectivos filhos são apenas abortos que ou esqueceram de acontecer

Útero-seco é toda mulher, mãe ou não, fértil ou não, que acredita que tal órgão lhe confere especial competência para marchar em favor da morte

Quero ainda falar daquelas senhoras (ler posts anteriores) que resolveram interromper uma passeata contra Eduardo Cunha e em defesa do aborto para comer alguma coisinha num bar-café, tomar um drinque e me hostilizar. Segundo a mais agressiva delas, gente como eu “deveria ser proibida de entrar num bar”. O que leva aquelas senhoras, a maioria na casa dos 50, todas tentando fugir da velhice os esforços eram visíveis e malsucedidos –, a marchar em favor da morte? Há coisas que fogem à minha compreensão. Que diabo de solidão essencial as condena a uma militância tão amarga?

Querem ver? Embora eu seja, obviamente, contrário à eutanásia, entendo, sim os argumentos daqueles que defendem tal prática. E poderia até me compadecer de quem enfrentou a dor e acabou fazendo essa escolha – e há a possibilidade de que tenha atendido a um pedido do ente querido que se foi. Os dramas individuais pertencem a uma teia de relações bem mais ampla, bem mais complexa, do que as demandas políticas. Mas não posso aceitar, não sem um enorme espanto, que alguém se mobilize, como já vi em países europeus, para ir a uma marcha em defesa da eutanásia. O que leva alguém a sair da cama por isso?

O mesmo vale para o aborto. Transformar num monstro a mulher que abortou de forma volitiva seria um erro estúpido. Aliás, eis uma questão que o papa Francisco não está sabendoe não está!!! – tratar com o devido cuidado. Ele não é, assim, um mestre da filosofia e da teologia, infelizmente… Em termos puramente religiosos, poder-se-ia dizer que se acolhe a pecadora, mas não o pecado.

Mas tiremos a religião da conversa: acolhe-se o humano, com todas as suas falhas, mas não a escolha que ele fez como um norte de civilização. “Ah, mas mulheres morrem em decorrência de abortos malfeitos…” É verdade. O número é brutalmente inferior àquele que as feminázis propagavam. Até quando as desmoralizei com dados oficiais sobre o número total de óbitos de mulheres no Brasil, elas anunciavam que 200 mil morriam por ano em decorrência do aborto.

Atenção! O número é ligeiramente superior a… mil. É muito? É, sim! [só que se trata de um número fácil de ser reduzido; proíba-se o aborto, e quem desobedecer receba uma punição rigorosa e o número de mulheres vítimas do aborto cairá a zero ou próximo de.]  A eventual legalização do aborto e, pois, sua possível multiplicação – certamente acabaria levando a um número maior de ocorrências fatais em razão dos riscos associados à interrupção da gravidez e às péssimas condições da saúde pública no Brasil. É moralmente doloso que essas senhoras se dediquem à luta para que o serviço público de saúde pratique abortos em série, mas não para que ele ofereça um atendimento pré-natal decente. Entre a vida e a morte, escolheram a morte.

Ademais, não falo do “pecado”. Não é preciso crer em Deus para defender a inviolabilidade da vida humana. Basta crer na particularidade do homem. E eu creio. Sou católico, sim. Mas, antes disso, sou um humanista. Não quero impor a minha religião a ninguém. Eu apenas combato os que escolheram racionalizar os caminhos da morte em vez de tornar mais viáveis os da vida.

Sim, eu dei combate àquelas senhoras e à moça barbuda que estava com elas ela própria, também, uma sobrevivente da tese que defendia, certo? –  porque se tratava de uma questão política e porque fui alvo da sua intolerância. Mas, reitero, depois de desmoralizá-las, depois de dizer que elas poderiam ao menos tentar matar quem pode correr, senti uma profunda pena, compaixão mesmo.

Volto, pois, ao ponto: em que dores sem cura está a alma de quem sai de casa para marchar em favor da morte e depois dá um tempinho para tomar uma cerveja?

Eu até me desculpo com elas. Merecem, antes de mais nada, as minhas orações. Que consigam sair do poço da amargura!

Leia também: Útero-seco é toda mulher, mãe ou não, fértil ou não... 
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/utero-seco-e-toda-mulher-mae-ou-nao-fertil-ou-nao-que-acredita-que-tal-orgao-lhe-confere-especial-competencia-para-marchar-em-favor-da-morte/