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quarta-feira, 12 de abril de 2023

Lançamento do Pix nos EUA traz preocupações mundo afora - Daniel Lopez

Gazeta do Povo - VOZES

“PIX” norte-americano revela tendência global preocupante

 

Imagem ilustrativa.| Foto: Pixabay

Com três anos de atraso se comparado ao Brasil, os Estados Unidos lançaram mês passado o FedNow, o “Pix americano”, o seus sistema de pagamentos instantâneos. 
Você poderia ficar muito alegre com isso, celebrando nosso pioneirismo na tecnologia de pagamentos instantâneos. Em tese, fomos mais rápidos que o país mais poderoso do mundo. 
 Mas eu não vejo grandes motivos para comemoração, uma vez que, para o cidadão atento, algo estranho está em jogo.

Em outubro de 2020, uma matéria do InfoMoney abriu meus olhos para essa questão. O sobretítulo era bem sugestivo: “Sem papel”. O título trazia um insight ainda mais importante: “Pix é o primeiro passo do BC no caminho da substituição da moeda em espécie pelo real digital, dizem especialistas”. Ou seja, ficava claro que o Pix não era um fim em si, mas uma ponte, uma fase de transição, o início de um processo para uma realidade completamente distinta, não apenas para as transações financeiras, mas para a economia em geral e a sociedade como um todo.

O mundo inteiro caminha no sentido da substituição do dinheiro físico pelo dinheiro digital. Um cenário distópico, porém, cada vez mais real.

Para aqueles que estavam pensando que o Brasil havia sido pioneiro e singular nessa ideia “inovadora”, trata-se, na verdade, de uma tendência global. Ou, melhor dizendo, uma agenda mundial. Cada vez mais temos visto um fortalecimento dos bancos centrais ao redor do planeta, conquistando presença crescente na sociedade. 
O mundo inteiro caminha nesse sentido da substituição do dinheiro físico pelo dinheiro digital. 
Essa mudança viabilizará o monitoramento da pegada de carbono, o estabelecimento do crédito de carbono e, consequentemente, do crédito social. Um cenário distópico, porém, cada vez mais real.

Parece inevitável o avanço do poder estatal sobre o poder social. Se você ainda não percebeu isso, faço um convite para ler um artigo de fevereiro de 2020, com o título: “Federal Reserve apresenta Fedcoin, sua criptomoeda ameaçadora”. No texto, há uma frase do economista Robert Wenzel que abriu meus olhos sobre toda essa agenda de mudança: “Uma moeda digital criada pelo Fed poderia ser um dos passos mais perigosos tomados por uma agência do governo. Colocaria, nas mãos do governo, a possibilidade de criar uma moeda digital com a capacidade de rastrear todas as transações em uma economia — e proibir transações por algum motivo. Em termos de liberdade individual no futuro, isso seria um pesadelo”. Fica a reflexão.

O fato de os Estados Unidos terem inaugurado o seu Pix mostra que seu processo de substituição do dinheiro físico pelo dinheiro digital (Fedcoin) está em processo acelerado. Por aqui, a crise sanitária e o auxílio emergencial criaram um cenário muito propício para a inauguração do Pix
No caso norte-americano, a justificativa surgiu posteriormente, com a chamada “desdolarização” do mundo, junto ao fim do “petrodólar”.
 
A digitalização das moedas mundo afora pode parecer algo muito empolgante para os chamados early adopters, ou seja, aqueles que adotam novas tecnologias ou novos produtos antes dos demais. 
Porém, o processo inspira preocupação naqueles que entendem o rumo que as coisas têm seguido em todo o planeta. 
No Pix, fomos pioneiros. Mas, quanto ao segundo passo a inauguração da moeda digital controlada pelo Banco Central – quem você acha que será o primeiro: Brasil ou EUA? Deixe sua opinião nos comentários. Que Deus nos proteja.

Daniel Lopez, jornalista e teólogo, autor de ‘Manual de Sobrevivência do Conservador no Séc. XXI’.-  Gazeta do Povo - VOZES
 

terça-feira, 31 de maio de 2022

Esforço de guerra - José Maurício De Barcellos

Não se faz uma boa análise do cenário político nacional descurando de dois fatores externos que fortemente o influenciam, além da conjuntura interna naturalmente, mas que, em muitos aspectos, daqueles fatores decorrem, quais sejam estes: a Nova ordem Mundial (NOM) e o avanço da ideologia comunista sobre as Nações livres e em desenvolvimento, mormente as situadas no hemisfério sul.

Em rápidas pinceladas, como cabe no escopo deste artigo, cumpre dizer que a NOM ou a “Nova Ordem Geopolítica Mundial” designa o plano geopolítico internacional que surgiu para atacar a soberania dos Estados Unidos e do capitalismo, que praticamente se estendeu e se consolidou por todo mundo, com a queda do Muro de Berlim, em 1989 e o esfacelamento da União Soviética, em 1991.

Os poderios militar e econômico dos EUA, que se tornaram impossíveis de serem alcançados por qualquer outra nação do planeta, fizeram nascer frentes emergentes para rivalizá-los, a saber: o Japão e a União Europeia, inicialmente e, depois dos anos 2000, a China que de vez abandonou a ineficiência do comunismo pelo progresso do capitalismo, mas sem, contudo, libertar seu povo, que permanece subjugado por um regime assassino e escravagista.

Decorridas mais de três décadas, a NOM, aliada ao “globalismo” – uma nova proposta de domínio econômico universal, tão nociva quanto à do regime de esquerda mais feroz e àquele igualada por práticas totalitárias – entendeu que a América do Norte somente podia ser vencida infestando sua sociedade até fazê-la adoecer com o vírus do marxismo, porque acabou por compreender que, por enquanto, nenhuma Nação podia se atrever a guerrear contra o poderio norte-americano, até porque seria impossível para qualquer potência nuclear se valer das armas de destruição em massa.

No entanto, que ninguém se iluda. Aquele é ainda o real propósito dos “globalistas” e dos vermelhos. Neste diapasão, fico impressionado com o avanço alcançado. Impressiona como conseguiram ultrajar a mais expressiva manifestação da soberana vontade do povo da maior Nação democrática do mundo, elegendo mediante escancarada fraude eleitoral, um velho vigarista senil, lambaio do Partido Comunista Chinês.

Se fizeram isso com a Nação mais poderosa do mundo imaginem o que pretendem conosco?

O Brasil é o alvo da vez. Aqui eles já têm em suas algibeiras a vermelhada ladra e delinquente, a direita venal e corrupta, os “Contras” em geral e a molecada interesseira, preguiçosa e chupa-sangue das malogradas terceiras vias. Todos são identificáveis a olho nu. Uma força daquele tamanho não é com conversa fiada que se combate.

A serviço da NOM, comprados pelos poderosos magnatas do porte dos George Soros e dos Bill Gates da vida, estão Lula e as quadrilhas integradas pela classe política abjeta; estão também os lados podres do STF e do Congresso Nacional et caterva, sem falar da velha imprensa e da banca sanguessugas do suor de nossa gente. Alguém acha pouca coisa?

O pior cenário é aquele em que os patriotas possam se perder com as miuçalhas propagadas pela mídia, porca e rasteira, dos Barões das Comunicações e que, a rigor, não passam de meras manobras diversionistas para encobrir o avanço da NOM no Brasil e da vermelhada sem verniz.

A grande perda de tempo e de energia daqueles que vão lutar até a morte contra a “venezuelação” do País é dar valor às porcariadas do dia a dia, que vão desde a odiosa perseguição de um Mandarim do “Corrupto dos Porões do Jaburu” contra os homens livres que conhecem seu passado negro ou mesmo da campanha eleitoral, ilegal e fora de época, promovida pela mais alta Corte do Brasil contra quem aquele Tribunal elegeu como seu maior inimigo, o Presidente do Brasil, até à falácia de uma “gringa” vigarista que, a sorrelfa, sempre cuspiu nos pratos dos brasileiros que comiam em sua birosca e ninguém sabia.

A par de se exigir que o Chefe desta Nação, que também as Forças Armadas e as instituições republicanas que, porventura, ainda tenham um pouco de espírito público e alguns integrantes com um resto de vergonha na cara para se desincumbirem realmente de sua missão constitucional, cumpre ao patriota um esforço para evitar a volta ao poder daqueles que levaram o Brasil à beira do abismo social e econômico. É a hora do derradeiro esforço, de um verdadeiro esforço de guerra, tal qual, no passado, Nações inteiras fizeram para manter a sua terra e sua liberdade. Que outro jeito tiveram?

Quando guerras intestinas, como esta que nossa sociedade trava contra a vermelhada ateia e assassina, tomam proporções gigantescas, desagregadoras e desestabilizadoras, a atuação da sociedade civil passa a ser exigida com maior força, com todo empenho, formando assim os chamados esforços de guerra.

Podem-se entender os esforços de guerra como as mobilizações de recursos, tanto materiais como recursos humanos para dar auxílio e suporte às Forças Armadas, a quem cabe em derradeira medida, por força de preceito constitucional, recompor a lei e a ordem, justas estas e que no momento estão sendo achincalhadas e desafiadas por atores públicos que exorbitam de duas funções e competências.

O século XX foi marcado por duas grandes guerras mundiais. Com elas os esforços de guerra se intensificaram e foi a única solução possível diante da desgraça que se abateu sobre o mundo livre. Diversos são os exemplos de esforços de guerra, principalmente ao longo dos conflitos do século XX, tanto nas guerras mundiais, como no Brasil.

São inúmeros os exemplos dignificantes deste tempo de heroísmo e de entrega, mas nada comparável às participações femininas, sempre por mim compreendidas como o alicerce de tudo.

Sem dúvida que assim o é e há muito tempo. Na Segunda Guerra Mundial, por exemplo, se requereu um maior esforço de guerra, por parte das mulheres. Se na Primeira Guerra elas se voluntariaram ou foram recrutadas para o trabalho nas fábricas ou com a enfermagem, na Segunda Guerra passaram a operar máquinas, atuaram como engenheiras e exerceram as mais diversas funções. Tem-se um emblemático exemplo na atuação da então Princesa Elizabeth, hoje rainha Elizabeth II, que, durante a guerra contra a Alemanha de Hitler, se alistou no exército britânico como motorista de ambulância e mecânica nas oficinas das Forças Armadas inglesas.

Tenho fé nos patriotas e argumento apoiado nos inúmeros casos de valentes abnegados que já perderam até sua liberdade, mas que ainda permanecem, na trincheira, lutando como podem contra a canalha que, nos últimos 35 anos, ultrajou esta Terra de Santa Cruz.

Minha fé é maior ainda porque creio na força do caráter e no destemor das mulheres brasileiras, quer provenham elas dos cantões ou dos guetos deste imenso Brasil, quer dos condomínios mais luxuosos das nossas megalópoles, por isso que, na hora H, vão enfrentar o dragão vermelho dos traidores da Pátria, com invulgar coragem e desprendimento.

*Publicado originalmente no Diário do Poder, em 28/05/2022.


segunda-feira, 30 de maio de 2022

O enigma da mielite transversa - Revista Oeste

Guilherme Fiuza 

Todos os que estão calados diante dessa atrocidade são cúmplices dela

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Prossegue a insanidade das vacinas experimentais de covid, com a anuência/complacência de autoridades, médicos, jornalistas, milícias checadoras e outros irresponsáveis que terão de responder por sua conivência com essa violência, mais cedo ou mais tarde. Enquanto isso, vamos vendo o que se tornou proibido ver: os efeitos adversos graves pós-“vacina” de covid.

Tratar como seguras substâncias que não têm seus estudos de segurança concluídos é um escândalo. E é o que faz a propaganda dominante, oficial ou não. Mas o delito é ainda mais grave: diante de reações adversas coincidentes com a aplicação da vacina” de covid, cuja investigação seria essencial ao menos para se iniciar o real dimensionamento dos riscos, as autoridades viram as costas.

Duvida? Então veja o depoimento deste cirurgião norte-americano:

“Meu nome é Joel Wallskog. Sou cirurgião ortopédico em Mequon, Wisconsin. Realizo uma média de mais de 5 mil consultas anuais e faço mais de 800 cirurgias por ano. No dia 30 de dezembro de 2020, recebi a primeira dose da vacina Moderna contra covid, no início sem incidentes.

Cerca de uma semana depois, meus pés estavam dormentes, com uma sensação de fisgadas. Também comecei a ter fortes sensações de choques elétricos por toda a coluna vertebral, chegando aos meus pés. Depois de três ou quatro dias, eu estava trabalhando numa sala da clínica, conversando com um paciente. Estava sentado, e, quando tentei me levantar, não consegui. Me apoiei com os braços para ficar de pé, mas caí para trás rapidamente.

Nesse mesmo dia, fiz uma ressonância magnética da coluna torácica e lombar. Dois ou três dias depois, um neurologista me diagnosticou com mielite transversa, uma doença rara que envolve uma lesão desmielinizante da coluna espinhal torácica.

Após o meu diagnóstico, levantei a questão sobre se o meu estado poderia estar relacionado com a vacina da Moderna que eu tinha recebido. Pedi ao meu empregador que reportasse meu caso ao VAERS (o sistema norte-americano de registros de eventos adversos de vacinas), supondo que a FDA (a agência reguladora de medicamentos e alimentos) e o CDC (o centro de controle de doenças) ficariam alarmados com meu diagnóstico. Eu esperava que me contatassem logo após o registro do meu caso no VAERS.

Ninguém me telefonou, nem me contatou de forma alguma. Semanas se passaram e eu mesmo resolvi entrar em contato com o CDC. Lá eles reconheceram a minha notificação no VAERS, mas declararam que a minha reação foi classificada como “não grave”, já que eu não tinha sido hospitalizado, nem tinha morrido.

Não tive mais notícias do CDC. Nenhum contato também da FDA, nem do NIH (o instituto nacional de saúde dos EUA). Uma palavra descreve como me senti nos primeiros meses após o meu diagnóstico: abandonado.

Minha vida mudou completamente após essa reação adversa. Minha carreira de 19 anos, para a qual me formei por quase 14 anos, provavelmente acabou. Quero declarar que tive um evento adverso real. Exijo que o CDC, a FDA, o NIH e todas as agências governamentais envolvidas ouçam as pessoas lesionadas. Seus eventos adversos são reais.

Exijo que todos sejam abertos e transparentes com os dados da vacina contra covid. O sistema VAERS é extremamente inadequado. Peço também ao Congresso que crie uma legislação prevendo ajuda financeira no âmbito do programa de compensação por lesões causadas pelas vacinas de covid-19. Obrigado”.

Agora veja o depoimento da mãe de Aline, que também era perfeitamente saudável antes da “vacina”. E passou a ter a mesma mielite transversa do Dr. Wallskog. Você tem notícia de algum alerta de risco, ou ao menos possível risco ainda indeterminado sobre este mal, aos que continuam se inoculando com essas substâncias? Não, você não tem.

Então acompanhe o relato a seguir e decida se a vacinação de covid, da forma como está sendo feita, é uma ação de saúde pública correta:

“Minha filha Aline Porto Ferreira, de 15 anos, até então era uma jovem saudável e apaixonada por caminhão. Foi inoculada com a 1ª dose de Pfizer em 30/09/2021 e apresentou apenas febre. Entretanto, 29 dias após receber a 2ª dose, em 30/11/2021, estávamos na praia e ela começou a sentir muita dor no pé esquerdo. No decorrer dos dias essa dor foi subindo para a perna, e logo para a outra perna.

No dia 15/01/2022 ela não conseguia mais andar. Sentia as pernas, mas não tinha forças nem para ficar em pé. Fomos ao posto de saúde na minha cidade, e lá a Aline foi medicada. Disseram que poderia ser problema psicológico. Porém na mesma noite ela foi levada ao hospital, na cidade de Tubarão (SC).

Aos 15 anos de idade, Aline teve a chance de comparar os riscos que corria com a doença covid versus os riscos que corria com a vacina de covid?

No dia 18/01/2022, foi internada. Foram dez dias na UTI e no total 27 dias hospitalizada. Fizeram diversos exames, e os médicos nos disseram que todos constatavam que a vacina foi a causadora do problema. Seu diagnóstico: mielite transversa, uma inflamação da medula espinhal.

O hospital emitiu uma nota: “A vigilância sanitária da cidade de Pedras Grandes notificou como um efeito adverso da vacina (…). Alguns exames mais complexos ainda precisam ser feitos, ainda está em investigação (…).”

Enquanto ficou internada, ela fez uso, entre outras medicações, de injeções de imunoglobulina, que tivemos que lutar para que o Estado fornecesse. Alegavam falta de RG (o que não foi empecilho para a vacina). Precisou fazer uso da cadeira de rodas para se locomover e fisioterapia todos os dias.

No dia 18/03/2022 ela voltou para o hospital, pois apresentou um novo sintoma: dormência e dores começando pelos dedos das mãos. Ficou hospitalizada mais 17 dias, foram feitos mais exames, ressonâncias, onde se constatou que a mielite já estava na medula espinhal quase toda, no cérebro e nos nervos dos olhos.

Começou a fazer mais um ciclo de corticoide intravenoso uma vez por dia, durante cinco dias. Isso não resolveu, daí iniciaram outro medicamento intravenoso e quimioterápico: a ciclofosfamida. Após o primeiro ciclo, ela voltou a caminhar, e deixou as fraldas. Depois de um mês, retornou para fazer outro ciclo. A médica resolveu encaminhá-la para Porto Alegre, para consulta com um neurologista especialista em doenças autoimunes.

No dia 09/05/2022 chegamos a Porto Alegre, e o médico confirmou o diagnóstico: mielite transversa autoimune. Prescreveu mais seis ciclos de ciclofosfamida. Agora, uma vez por mês ela é internada para fazer um dos ciclos. Ao final dos seis ciclos, fará novos exames para saber qual será o próximo tratamento. Esse tratamento deixa ela bem debilitada, é de cortar o coração”.

Aos 15 anos de idade, Aline teve a chance de comparar os riscos que corria com a doença covid versus os riscos que corria com a vacina de covid? Claro que não. Nem o Dr. Joel Wallskog, nem ninguém no mundo teve essa chance, porque não estão concluídos os estudos de desenvolvimento desses “imunizantes” que não impedem os “imunizados” de contrair a doença.

No entanto, não há, na prática, liberdade para cada um decidir com seu médico se toma ou não esses produtos. O preço pode ser a exclusão da vida em sociedade, ou a estigmatização. Todos os que estão calados diante dessa atrocidade são cúmplices dela.

Leia também “Jantando a democracia”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


segunda-feira, 7 de março de 2022

Debochando da tirania - Caio Coppolla

Revista Oeste

Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos | Foto: Wikimedia Commons
Ronald Reagan, ex-presidente dos Estados Unidos | Foto: Wikimedia Commons

Enquanto isso, nos Estados Unidos, um carismático presidente republicano desfruta seus últimos meses de (segundo) mandato. Seu nome é Ronald Reagan, um expoente do conservadorismo norte-americano, que está prestes a eleger seu sucessor.

Mr. President se dirige a uma plateia de operários da indústria metalúrgica em Richmond, Virgínia — está jogando em casa: durante seu governo, houve drástica redução de impostos, o país cresceu 3,6% ao ano, o desemprego caiu e a renda média anual das famílias norte-americanas aumentou cerca de U$ 4.500. Sorridente, Reagan fala sobre seu novo hobby aos trabalhadores na plateia:

“Tenho colecionado histórias que são contadas na União Soviética pelas pessoas de lá e que revelam seu ótimo senso de humor, mas também uma postura um tanto cínica quanto ao seu sistema [político-econômico].

Feita a introdução — e a insinuação acertada de que o socialismo estava ruindo por dentro, criticado e caçoado pela própria população russa —, o presidente arranca gargalhadas ao acrescentar:

“Não contei essa pro Gorbachev [Mikhail Gorbachev, secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e chefe de Estado da URSS]”.

Nesse ponto, Reagan traz um dado que cala fundo na alma da audiência, movida pelo sonho norte-americano de prosperidade, liberdade e busca pela felicidade: “Na União Soviética, há uma espera de dez anos para entrega de um automóvel e apenas uma em cada sete famílias possui um carro [nos EUA de 1988, a média era de dois veículos por domicílio]. Quando você está pronto pra comprar, passa por um processo e, então, precisa adiantar o pagamento”uma década antes de receber o veículo! Reagan segue com a anedota:

Um homem entregou seu dinheiro e o camarada encarregado disse:

— ‘Ok, volte aqui em dez anos e retire seu carro’.

— ‘De manhã ou de tarde?’ — perguntou o homem.

— ‘É daqui a dez anos, que diferença faz?’ — replicou o camarada.

E o homem explicou: ‘É que o encanador vai vir de manhã’ naquele momento, cada funcionário da fábrica ri e aplaude seu presidente com entusiasmo, cioso dos benefícios incomparáveis do modo de vida norte-americano lastreado no capitalismo e na democracia.

Reagan também usava seu humor para expor a hipocrisia inerente à utopia socialista: o regime limitava as liberdades e as oportunidades do seu povo sob pretexto de proporcionar igualdade e justiça social, mas os integrantes da administração estatal e da elite política eram beneficiados com luxo e privilégios inacessíveis à população. A temática do carro — símbolo da cultura norte-americana, que materializava a autonomia individual e a propriedade privada — também aparece em outras soviet jokes clássicas do então commander in chief:

A maior parte dos automóveis [na URSS] é dirigida por burocratas, o governo providencia carros e motoristas e a coisa toda.

Eis que uma ordem foi dada à polícia para que todos os motoristas flagrados acima da velocidade permitida fossem multados, não importa quem fossem.

Um dia, Gorbachev estava na sua casa de campo, com limusine e motorista à disposição. Muito atrasado pra chegar ao Kremlin, ele pediu ao chofer que fosse pro banco de trás, porque ele ia dirigindo — e assim foi feito.

No caminho, passaram acelerando por dois policiais de motocicleta e um deles foi logo atrás do veículo para interceptá-lo e penalizá-lo. Quando o policial voltou, seu parceiro perguntou:

— ‘E aí, você o multou?’

E o policial respondeu: ‘Não’.

— ‘Por que não?’

‘Ah’ — suspirou o policial —, ‘eles eram muito importantes.’

— ‘Mas nós fomos instruídos a multar qualquer pessoa’ — insistiu o parceiro.

O policial nem se abalou: ‘Não… eu não poderia… não esse sujeito’.

— ‘Como assim? Quem é ele?’ — questionou o parceiro curioso.

Eu não sei’ — admitiu o policial — ‘mas seu motorista é o Gorbachev!’ — mais risos, mais palmas… E assim, com leveza e destreza, Reagan explorava a ideia de que toda piada tem um fundo de verdade e trazia para os estertores da Guerra Fria o velho brocardo latino ridendo castigat moris: é rindo que se corrigem os costumes.

O cão Americano disse que, nos EUA, você precisava latir muito pra ganhar um pedaço de carne. O cão Polonês perguntou: ‘O que é carne?’; e o Russo: ‘O que é latir?’

Além de pontuar, com gentileza e espirituosidade, os vícios econômicos da URSS — como desabastecimento de produtos, instabilidade de cadeias de suprimento, ausência de concorrência, desincentivo à inovação e diversificação, falta de mobilidade social etc. —, Reagan também lançava mão do humor para abordar tópicos mais delicados, relacionados aos direitos fundamentais prestigiados pela democracia liberal, mas reprimidos pelo socialismo autoritário, como é o caso da liberdade de expressão, de crítica e de manifestação política:

Um Americano e um Russo discutiam sobre seus países. O Americano disse: “No meu país, eu posso entrar no Salão Oval, bater na mesa e dizer: ‘Sr. Presidente, eu não gosto da forma como você conduz nosso país’”.

Mas o Russo rebateu: “Eu também posso fazer isso”.

— “Pode mesmo?” — insistiu o Americano.

“Claro que sim”, explicou o Russo: “Eu posso ir ao Kremlin, entrar no escritório do camarada Gorbachev, bater na sua mesa e dizer: ‘Sr. secretário-geral, eu não gosto da forma como o presidente Reagan está conduzindo os EUA’”.

Ao que consta, este último causo foi compartilhado com Gorbachev, “e ele riu!”, relatava Reagan com indisfarçável satisfação, implicando sutilmente as próprias lideranças soviéticas na sua crítica bem-humorada ao socialismo. Para mensagens mais incisivas, o presidente norte-americano fazia uso da prosopopeia, diluindo o peso das suas palavras em personagens não humanas:

Um cachorro Americano, um cachorro Polonês e um cachorro Russo se encontraram. O cão Americano descreveu sua vida nos Estados Unidos: ‘Sabe como é, você late, você tem que latir. E depois de latir por um tempo, aí aparece alguém e te dá um pedaço de carne’.

O cão Polonês perguntou: ‘O que é carne?’

E o cão Russo: ‘O que é latir?’

Essa anedota dos cachorros nos leva a refletir sobre as mazelas enfrentadas pelos Estados sob domínio da URSS. Nações com sua própria história, idioma e identidade cultural submetidos, por décadas, a um sistema totalitário que trouxe sofrimento por onde passou. A Polônia, do velho cão soviético faminto, é país-membro da União Europeia desde 2004 e tem seus indicadores de desenvolvimento humano em alta — seus cachorros podem latir sem medo de represália, há várias opções de proteína e muitos deles são adestrados em nível superior… Não é mais uma vida de cão. Muito desse desenvolvimento deve-se ao trabalho de vida daquele simpático político norte-americano que entendeu, entre tantas outras coisas, o poder do deboche à tirania. Zombemos deles, sempre que possível.

Até porque, como disse o ex-senador republicano Alan Simpson em uma bela homenagem póstuma a George Bush pai, sucessor de Ronald Reagan na Presidência norte-americana:

“Humor is the universal solvent against the abrasive elements of life” — o humor é o solvente universal contra os elementos abrasivos da vida. 

Leia também “4 tragos de vodca”

Caio Coppolla é comentarista político e apresentador do Boletim Coppolla, na TV Jovem Pan News e na Rádio Jovem Pan

[Não há dificuldade em se confirmar que o regime da extinta URSS era péssimo - sendo a causa principal derivar do comunismo, que levou uma grande porrada com a extinção da União Soviética. Só que continua existindo e tenta se expandir via maldito esquerdismo e recuperar os espaços perdidos.]

 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Um cheque em branco para a censura - Revista Oeste

Tom Slater, da Spiked

Se você quiser silenciar alguém, é só insistir que suas palavras machucam, que essa pessoa ameaça a sua “segurança emocional” 

“A liberdade está nos corações de homens e mulheres; quando ela morre ali, nenhuma Constituição, nenhuma lei, nenhuma Corte podem fazer muita coisa para ajudar.” Isso foi dito por Learned Hand, jurista e filósofo jurídico norte-americano, em 1944. Se esse é o caso, as coisas parecem bem desoladoras na Inglaterra no fim de 2021.

Ilustração: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Ilustração: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Para encerrar outro ano de censura desenfreada, atacando uma instituição após a outra, agora temos uma pesquisa da YouGov, empresa líder internacional de pesquisa de mercado baseada na internet, com sede no Reino Unido, mostrando que o público também não está tão feliz com a liberdade de expressão. Aqueles que acreditam que deveríamos priorizar “o fim do discurso ofensivo e de ódio” aparentemente ganham daqueles que preferem “proteger a liberdade de expressão”, 43% a 38%, respectivamente.

A liberdade de expressão claramente não está vivendo nas mentes e nos corações dos ingleses e das inglesas tanto quanto gostaríamos. Ainda que, a julgar pelo detalhamento da pesquisa, são as mulheres que estão deixando a bola cair, junto com os eleitores do Partido Trabalhista Britânico e a faixa etária de 18 a 24 anos.

Até que ponto as sociedades livres como a do Reino Unido de fato estiveram à altura de seus valores liberais é algo discutível. Mas, pelo menos, até recentemente, a liberdade era a aspiração, a história que contávamos uns para os outros. Cada vez menos parece ser o caso, como muitos momentos sinistros em 2021 deixaram extremamente claro.

Basta lembrar o caso da escola Batley Grammar. É quase perdoável esquecer que, em março de 2021, em Yorkshire, na Inglaterra do século 21, um professor foi afastado por blasfêmia e forçado a se esconder depois de ser ameaçado por muçulmanos e manifestantes nos portões da escola. Tudo porque ele mostrou quadrinhos do profeta Maomé em uma aula de ensino religioso.

Fanáticos religiosos fecharam a escola por dias e aterrorizaram um professor muito querido. E todos os envolvidos basicamente cederam à vontade deles. O membro local do Parlamento, membro do Partido Trabalhista Britânico, considerou a aula “inadequada”. O diretor publicou um pedido de desculpas bajulador. Os sindicatos de professores baixaram a cabeça enquanto um dos seus temia pela própria vida.

A luta pela liberdade de expressão foi construída com base na zombaria de deuses e profetas. Que a punição à blasfêmia tenha voltado ao Reino Unido neste ano mostra a profundidade com que perdemos a fé na liberdade de expressão. Mas havia algo de muito moderno, bem como de antiquado, nesse escândalo específico.

Os manifestantes em Batley, disfarçados de representantes dos muçulmanos britânicos, usaram uma ideia de vitimização e fragilidade emocional que está na moda. O professor e seus defensores estavam “usando a liberdade de expressão como uma desculpa” para “magoar e ofender alguém”, como um suposto líder comunitário discursou para uma multidão de manifestantes.

“Eu me ofendo, portanto, eu censuro” se tornou o lema da nossa era

“Nós, da comunidade islâmica, nos opomos e condenamos o uso de todo e qualquer material religioso ofensivo nas escolas”, disse outro, afirmando falar em nome de todos os muçulmanos, enquanto lia uma declaração preparada com antecedência. A aula blasfema, ele afirmou, deixou as crianças “preocupadas com sua segurança e seu bem-estar”, e a polícia deveria ser envolvida.

Quadrinhos muçulmanos não são mais apenas blasfêmias contra o profeta, são ataques emocionais às pessoas de fé. A parlamentar inglesa Naz Shah, do Partido Trabalhista, afirmou algo parecido em julho, quando pediu a criminalização daqueles que “difamarem, caluniarem ou ofenderem o nosso profeta”. “O dano emocional causado em nossos corações é insuportável”, disse ela.

Aqui vemos a tolerância religiosa entendendo como o jogo é jogado hoje em dia. Se você quiser silenciar alguém, é só insistir que suas palavras machucam, que essa pessoa ameaça a sua “segurança emocional”. “Eu me ofendo, portanto, eu censuro” se tornou o lema da nossa era, e ele perpassa muitas das disparatadas batalhas relacionadas à liberdade de expressão vistas nos últimos 12 meses.

Quando Kathleen Stock foi expulsa da Universidade de Sussex neste ano, uma acusação semelhante foi feita. “Kathleen Stock coloca a segurança de estudantes trans em risco”, dizia um dos cartazes mais educados pendurado no trajeto que ela fazia pelo campus. “Se eu tivesse aulas com ela, não me sentiria seguro academicamente”, um membro da sociedade LGBTQ+ de Sussex afirmou ao Financial Times.

“Sentir” é a palavra-chave. Stock nunca endossou nem incitou à violência contra pessoas trans. Ela nunca fez nenhuma afirmação remotamente transfóbica. Ela apenas acredita que o sexo é imutável e que certas coisas decorrem disso. Mas, por se recusar a seguir a ideologia de gênero, ela foi apresentada como uma ameaça à segurança dos estudantes.

Do outro lado do oceano, pelo crime de contar piadas sobre a transgridem em seu mais recente especial para a Netflix, o incancelável Dave Chappelle foi praticamente acusado de assassinato alguns meses atrás. “Estamos aqui hoje porque não aceitamos uma piada”, disse Ashlee Marie Preston, organizadora de um protesto contra Chappelle do lado de fora dos escritórios da Netflix em outubro. “Estamos aqui hoje porque piadas tiram vidas.”

Falando em defesa de Chappelle, Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, insistiu que a comédia não contribuía com nenhum “risco do mundo real”. É disso que a liberdade de expressão trata essencialmente: a distinção entre palavras e violência, e o princípio de que, se alguém comete alguma atrocidade, a responsabilidade é dele — a culpa não pode ser colocada nos livros, na música, nos video games nem nas comédias de que essa pessoa gosta.

Mas isso é uma abominação para os pretensos censores de hoje em dia, que consideram praticamente tudo incitação à violência e cuja ideia do que constitui dano é cada vez mais nebulosa. Como Lourdes Ashley Hunter, do coletivo Trans Women of Color, afirmou ao Washington Post durante o escândalo de Dave Chappelle: “O dano nem sempre é físico… Ele é psicológico, é emocional”.

Uma sociedade que troca liberdade de expressão por segurança emocional logo vai descobrir que não tem nenhuma das duas

A liberdade de expressão simplesmente não consegue sobreviver a essa ideia. A convicção de que palavras podem ferir e matar como balas ou um cassetete é um cheque em branco para a censura; quem tem permissão para falar é determinado por quaisquer grupos que tenham peso suficiente, ou inspirem terror suficiente, entre a classe dominante em qualquer situação específica.

Mesmo os censores do Estado de hoje em dia seguem esse roteiro terapêutico. Vejamos o projeto de lei “Online Safety”, que tem como objetivo contar discursos “legais, porém danosos”, ou a coleção das forças policiais inglesas de supostos “incidentes de ódio não criminosos” — uma prática orwelliana que, ainda bem, foi derrotada pelo ex-policial Harry Miller no tribunal —, mas que a polícia ainda considera necessária para “proteger pessoas e comunidades vulneráveis”.

O paradoxo nisso tudo é que a fetichização do dano emocional parece estar alimentando um tanto de dano físico, pelo menos, de ameaça física. Neste ano, da escola Batley Grammar para a Universidade de Sussex, passando pelas menções a J.K. Rowling, muitas pessoas que afirmam ter sido “feridas” por palavras ou imagens tiveram pouco remorso em ameaçar, causar dano de fato a outros. Também parecemos ter esquecido Hatun Tash, ex-muçulmano convertido em pastor cristão que foi atacado com uma faca no Speaker’s Corner. Esse conflito é alimentado pelos limites borrados entre discurso e violência. Porque, se palavras são violência, então a violência é uma reação legítima às palavras.

É possível que não exista um fim para isso. E uma sociedade que troca liberdade de expressão por segurança emocional logo vai descobrir que não tem nenhuma das duas. Essa autovitimização só pode gerar mais autovitimização. Quanto mais você insiste que as pessoas são vulneráveis às palavras, mais você as encoraja a destruir ideias que as incomodam, e mais instáveis e histéricas elas se tornam.

Em 2021, vislumbramos o que uma tirania de mágoas pode se tornar. Em 2022, precisamos garantir que a liberdade esteja nos corações e nas mentes das pessoas de novo.

Leia também O paradoxo da linguagem “inclusiva”

Tom Slater é editor da Spiked - Revista Oeste


sábado, 7 de agosto de 2021

Ciência, ciência e silêncio - Oeste

Ana Paula Henkel

O que vai acontecer quando uma multidão começar a resistir a essas ordens draconianas e inconstitucionais?

Aqui nos Estados Unidos, país que já vacinou mais de 165 milhões de pessoas, deveríamos estar voltando à vida normal. Afinal, eles prometeram: achatar a curva, máscaras, um pouco mais de lockdown, só mais um pouco, use duas máscaras, estamos quase lá para a vida normal, tranca tudo de novo, agora vacinas, pronto. Vida que segue. Não. Agora eles estão exigindo que você — mesmo totalmente vacinado — use máscara novamente, mesmo quando estiver em ambientes externos. Mas eles nos prometeram que as vacinas trariam a vida normal… Mas eles não te contaram tudo. Eles nunca nos contam tudo.

O que está acontecendo? À medida que a pandemia caminha para seu segundo aniversário — já que investigações mostram que, em outubro de 2019, a China já sabia que algo estava errado com a população de Wuhan —, mais e mais perguntas surgem. Em uma sociedade totalmente imersa na politização de absolutamente tudo, responda sem pensar: em qual instituição você confia para liderar a pandemia? OK, permita-me refazer a pergunta. Em qual instituição você confia para liderar INFORMAÇÕES sobre pandemia? OMS, Anvisa, o CDC norte-americano? Quem está no leme desse barco para explicar o raciocínio por trás da “ciência” que manda você se trancar em casa, usar máscaras, se trancar de novo, tirar as crianças da escola por um ano, agora se vacinar porque “assim a vida pode voltar ao normal”?

Como? Temos de usar máscaras de novo mesmo vacinados? Mas o que aconteceu com as vacinas superseguras e eficazes contra o vírus chinês? As picadas milagrosas e maravilhosas das Big Farmas que eram absolutamente perfeitas e que você não tinha permissão para questionar — mas que não funcionam da maneira que disseram que funcionavam? A ciência é mais complicada do que pensávamos. Ou do que eles pensavam.

Vários desses “crimes” agora estão se transformando em conclusões oficiais de governos

A verdade, que vai traçando o seu caminho como “fogo morro acima e água morro abaixo “, como dizemos lá em Minas, é que ainda há muita coisa que não sabemos. Todas essas vacinas são experimentais e estão se comportando como tais. O resultado é que um grande número de pessoas vacinadas está contraindo o vírus e algumas delas estão ficando muito doentes, até mesmo morrendo. Temos visto isso no Brasil, no Chile e nos Estados Unidos. Mas também é verdade em Gibraltar, Islândia e Israel, territórios pequenos com altas taxas de vacinação que estão vendo grandes picos nos casos de covid. De acordo com o CDC, três quartos dos infectados em um surto recente em Massachusetts já haviam sido vacinados. O próprio CDC anunciou recentemente que pessoas imunizadas podem carregar o vírus e  facilmente espalhá-lo para outras pessoas, mas por que não nos permitem perguntar o que está acontecendo?

Vamos descobrindo que praticamente tudo o que nos contaram sobre as vacinas contra a covid não estava tão correto. Parece que o crime inafiançável de questionar sempre foi o caminho certo, mesmo com os jacobinos virtuais querendo degolar reputações nas redes sociais e plataformas de informação, inclusive de médicos. Muito do que dissemos desde 2020 sobre o vírus, vacinas e medicações “proibidas” que não enriquecem os lordes das Big Farmas era censurado imediatamente por ser considerado “desinformação”? Agora, contudo, vários desses “crimes” estão se transformando em conclusões oficiais de governos.

Apesar da tirania da turba virtual, degoladores das opiniões alheias, a ciência é assim, ela muda rapidamente. Nada está realmente resolvido num piscar de olhos, apesar do que nos dizem ou querem que acreditemos. Se os governantes tivessem admitido questionamentos desde o início, estaríamos em um patamar bem mais alto. Cidadãos sem agendas político-ideológicas podem lidar com a verdade, por mais dura que ela seja. O que não suportamos mais é que nossos governantes — não líderes, porque líderes não agem dessa maneira — continuem mentindo implacavelmente.

E isso é exatamente o que está acontecendo. Há algumas semanas, o próprio Antony Fauci foi questionado por um repórter se a vacina funcionaria contra a nova variante Delta da covid. Qual seria a resposta honesta? “Não temos certeza” ou “Esperamos que sim” ou “Estamos investigando”. Mas não foi isso o que aconteceu. Fauci é um mentiroso, assim como tantos que perderam as máscaras na pandemia, e fingiu saber o que não sabia. “Sim, ela funciona”, respondeu.

Se olharmos com atenção, todos eles fizeram isso. Gritaram durante um ano inteiro e condenaram aqueles que ousaram fazer perguntas fora do script. Neste momento, mesmo depois de tanto tempo e tantas evidências de que erraram, ninguém pediu desculpas. 
Em vez disso, novamente eles nos culpam pelos seus desastres e tentam nos punir com mais restrições, mais escolas fechadas, mais lockdowns e passaportes sanitários draconianos. A culpa é sua e minha e de mais ninguém, entendeu? Shh. Zip. Boca fechada. 
Aqui na América, todos os dias ouvimos “O CDC é um órgão respeitado” ou “Segundo a respeitada OMS…”, como se a repetição de qualquer ladainha tornasse algo verdadeiro.

Por quanto tempo vamos tolerar tudo isso?

Depois de intermináveis lockdowns em 2020 na Grã-Bretanha, as autoridades observaram um grande aumento nos casos da chamada “variante Delta” no último mês. 
Mas o governo britânico não reinstituiu as restrições e não forçou uma nova ordem obrigatória para o uso de máscaras. O que aconteceu? 
Os casos e mortes por covid no Reino Unido despencaram.
 
Portanto, a questão é: 
- por que o Brasil ou os Estados Unidos ainda precisam de ineficientes lockdowns, como governadores e a Casa Branca democrata querem repetir fórmulas que se mostraram ineficientes? 
Por que forçar o uso de máscaras em crianças? 
No entanto, o governo de Joe Biden, além de exigir máscaras para crianças, agora exige até para aqueles que já foram vacinados.  
O doutor Vivek Murthy, conselheiro da Casa Branca, chegou a exigir que as pessoas vacinadas usassem máscaras em ambientes externos: “Digamos que você seja um pai como eu, que tem filhos pequenos em casa que não foram vacinados; se você interagir muito com pessoas que não foram vacinadas, é preciso um cuidado extra e usar a máscara até ao ar livre, mesmo se você estiver totalmente vacinado”.

O que acontece com esses profissionais que desconsideram os números oficiais e as várias pesquisas já realizadas em inúmeros países? Crianças e jovens não correm o risco de morrer de covid, a menos que tenham quadros de comorbidades graves ou uma doença preexistente profundamente perigosa. Caso contrário, eles ficarão bem. Isso é que dizem os números. E os governos do Rio de Janeiro e de São Paulo ainda querem cometer a atrocidade de aplicar uma vacina emergencial e experimental em um grupo que tem a mortalidade por covid na casa do 0,002%.

Por quanto tempo vamos tolerar tudo isso? O que vai acontecer quando uma multidão começar a resistir a essas ordens draconianas e inconstitucionais? E o mais perturbador é ver jornalistas e veículos de comunicação estimulando o governo a suspender os direitos civis para atender à demanda das mentiras que propagam.

É assustador pensar nos próximos anos, tentar acelerar a fita da história, e perceber o que de fato ocorreu nessa pandemia. Mortes que poderiam ter sido evitadas com um tratamento barato, rápido e eficiente; 
os bilhões de dólares conquistados por meio do medo e da coerção; 
um programa de vacinação irresponsável e perigoso para crianças e adolescentes; o poder acima de tudo. Como sempre nos lembra o psiquiatra Jordan Peterson, um dos melhores pensadores da atualidade, “se você acha que homens durões são perigosos, espere até ver do que são capazes os homens fracos”.

Leia também “O bizarro culto à covid”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste  

 

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Toda política é local - Alon Feuerwerker

 Análise Política

O político norte-americano Thomas Phillip "Tip" O'Neill Jr (leia) ficou célebre não apenas pela longevidade parlamentar. Representou seu distrito de Boston, Massachusetts, por mais de três décadas na Câmara dos Representantes (deputados), que presidiu por dez anos. E nos Estados Unidos a sobrevivência dos deputados é colocada em jogo a cada dois anos, a duração do mandato. Metade daqui.

Tip celebrizou a expressão "toda política é local" (leia), lição que tirou da sua única derrota nas urnas, na primeira eleição, para vereador. Trata-se de uma verdade verificável nas mais diversas situações. Por que toda política é local? Porque com exceção das raras situações em que alguém busca um mandato nacional (presidente e vice, por exemplo), o político pensa antes de tudo em como manter o estoque local de apoio.Inclusive porque, regra geral, é esse estoque que o alavanca para posições na esfera nacional. É sua fonte de reprodução de poder.

O "provincianismo" dos políticos costuma ser um prato apetitoso para a imprensa, especialmente quando eles lutam, por exemplo, para ser incluídos em comitivas presidenciais ou ministeriais aos seus estados, quando disputam a indicação de cargos federais na sua base, quando exigem do Executivo a liberação de recursos para obras na jurisdição das autoridades locais que os apoiaram, ou vão apoiar.

A  Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado da Covid-19 deu mais uma demonstração de que toda política é local. Em pauta, a responsabilidade dos governantes do Amazonas na trágica segunda onda, provocada pela cepa originária, aparentemente, da capital, Manaus. Um breve interregno dos trabalhos mais focalizados na esfera federal.
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político
 
 

sábado, 27 de fevereiro de 2021

Lula em Cuba custou R$ 163 mil aos pagadores de impostos - Revista Oeste

Foi a viagem mais cara de um ex-presidente da República em 2020

A ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Cuba entre o fim de 2020 e o começo deste ano pesou para os cofres públicos — ou seja: dinheiro dos brasileiros pagadores de impostos. De acordo com reportagem desta semana do jornal Gazeta do Povo, o passeio do petista pela ilha comunista custou R$ 163 mil.

Dessa forma, Lula foi responsável pela viagem mais cara feita por um ex-presidente no decorrer do ano passado. Ele foi para Cuba com a alegação de que participaria de um documentário sobre a América Latina a ser dirigido pelo cineasta norte-americano Oliver Stone. O ex-presidente embarcou para o Caribe em 19 de dezembro, acompanhado de assessores que, assim com ele, tiveram passagens e diárias pagas com dinheiro público. O petista e assessores voltaram para o Brasil em 21 de janeiro, sem gravar o filme, pois o ex-presidente foi diagnosticado com covid-19 dias após chegar em Cuba.

Além de Cuba: mais viagens
O passeio por Cuba não foi o único gasto de Lula com viagens em 2020. De acordo com a mesma reportagem do jornal Gazeta do Povo, o ex-presidente foi à Europa e passou por cidades como Berlim, Genebra, Paris e Roma. No consolidado do ano, com viagens nacionais e internacionais, o petista custou R$ 423 mil à União. 

Regalias de ex-presidentes
Meses antes da viagem de Lula a Cuba, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) reclamou justamente do custo com benefícios concedidos a ex-presidentes. Em março de 2020, ele foi à tribuna do Senado Federal para explicar alguns dos gastos que, em suma, são bancados pelos brasileiros em geral.  “Tudo isso é pago pela presidência da República, com o dinheiro suado e sofrido do contribuinte brasileiro, que é massacrado por uma das maiores cargas tributárias do mundo” 

[o pior dos piores, o absurdo dos absurdos, é que mesmo quando um presidente é escarrado, opa... impedido, ......caso da 'engarrafadora de vento' continua tendo tais direitos. 
O condenado petista chegou ao ponto de - supõe-se para debochar,  ridicularizar os brasileiros miseráveis, catadores de alimentos no lixo - exigir segurança pessoal quando estava 'cumprindo pena' na PF de Curitiba.
O STF silencia ignora - ações de ofício são reservadas para combater os apoiadores do presidente Bolsonaro - a PGR se omite, os partidecos de aluguel fingem que não está ocorrendo, o TCU tem que cuidar das vacinas, as ONGs dizem que é legal,   - mesmo sendo legal, a legalidade não favorece os excessos, que são muitos e uma lei 'ilegal',por acobertar ilegalidades,  sempre pode ser 'legalizada' - via interpretação criativa ou mesmo sua exclusão do ordenamento jurídico brasileiro.] 

 “Todo ex-presidente da República tem assegurado, pela lei, o direito vitalício de ter oito assessores. Vocês sabiam disso? São quatro seguranças e dois motoristas, com salários de até R$ 13 mil. Tem também o direito de requisitar passagens e diárias para cobrir despesas com hospedagem e alimentação”, reclamou Girão há quase um ano. “Além disso, ainda recebem dois automóveis com a cobertura de todos os gastos, incluindo o do combustível. E tudo isso é pago pela Presidência da República, com o dinheiro suado e sofrido do contribuinte brasileiro, que é massacrado por uma das maiores cargas tributárias do mundo”, explicou o indignado senador. 

Revista Oeste 

Leia também: “A EBC e sua milionária ‘TV traço’”, matéria do editor-executivo Silvio Navarro publicada na Edição 49 da Revista Oeste

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Os dilemas da vacina - Revista Oeste

 Paula Leal

25 perguntas e respostas sobre as principais questões a respeito da vacinação no Brasil

Apesar das indefinições e incertezas que ainda cercam as questões relacionadas às vacinas anticovid-19, há uma série de informações e dados concretos que merecem atenção. Para ajudar a esclarecer algumas das principais dúvidas, a Revista Oeste lista a seguir 25 perguntas e respostas sobre os imunizantes e a vacinação.


1 — Em que estágio estão as principais vacinas no Brasil?
Até o momento, nenhuma vacina recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nem mesmo para uso emergencial. Veja a situação dos quatro imunizantes que realizaram ensaios clínicos no Brasil:
• AstraZeneca/Oxford, em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz): A Fiocruz solicitou nesta sexta-feira, 8, o pedido de uso emergencial para 2 milhões de doses prontas da vacina que serão importadas da Índia.

• Pfizer/BioNTech: a Anvisa concluiu a análise dos resultados dos estudos da fase 3. A fabricante ainda não solicitou pedido de uso emergencial nem registro definitivo da vacina.

• CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan: os resultados dos estudos da fase 3 foram apresentados à Anvisa ontem. O governo federal solicitou nesta sexta-feira, 8, o pedido de uso emergencial da vacina.

• Janssen (braço farmacêutico da Johnson & Johnson): a fabricante ainda não apresentou documentos com os resultados dos estudos da fase 3 e não solicitou pedido de uso emergencial nem registro definitivo da vacina.

2 — Quais as diferenças entre a aprovação para uso emergencial e o registro definitivo de uma vacina?
A aprovação para uso emergencial é temporária e pode ser cancelada a qualquer momento. Seu uso se destina a parcela específica da população, o produto não pode ser comercializado e, portanto, só tem autorização para ser disponibilizado na rede pública. No Brasil, só poderão fazer o pedido para uso emergencial as empresas que realizam testes clínicos de fase 3 no país. São elas: AstraZeneca, Janssen, Sinovac e Pfizer/BioNTech. Já o registro definitivo permite a vacinação em massa, a utilização do imunizante nas redes pública e privada e é permanente.
 
3 — Qual o grau de eficácia das principais vacinas contra a covid-19?
Especialistas explicam que nenhum imunizante é 100% eficaz. O grau de eficácia, no entanto, é importante para definir qual a cobertura vacinal será necessária para frear a doença. A vacina da gripe tem de 40% a 60% de eficácia; a BCG (contra tuberculose), de 70% a 80%, por exemplo. Para a vacina contra a covid-19, a Anvisa estabelece um mínimo de 50% de eficácia como parâmetro de proteção. Nessa hipótese, só uma em cada duas pessoas ficará protegida da doença ao receber a dose da vacina. A outra continuará suscetível ao novo coronavírus.
• Pfizer/BioNTech
Países: Estados Unidos e Alemanha. Eficácia: 95%.
• Moderna
País: Estados Unidos. Eficácia: 94,5%.
• AstraZeneca/Oxford
País: Reino Unido. Eficácia: 70%, em média.
• Coronavac (Sinovac)
País: China. Eficácia: 78%.
• Sputnik V
País: Rússia. Eficácia: 92%, segundo o governo russo, mas testes ainda não foram concluídos.
   
4 — Quantas doses de cada vacina são necessárias por pessoa? E qual o intervalo entre as doses?
Para as vacinas fabricadas pela Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca/Oxford, Sinovac (CoronaVac) e Gamaleya (Sputnik V), são necessárias duas doses, com intervalo médio de 21 dias entre uma dose e a outra. Ainda em avaliação, a Janssen estuda se será necessária a aplicação de uma ou duas doses de seu produto.

5 — É possível tomar doses de diferentes vacinas?

A recomendação de especialistas é não misturar diferentes doses de vacinas. Ou seja, quem iniciar a aplicação com a vacina da Pfizer, por exemplo, deverá aguardar o intervalo e tomar a segunda dose da mesma vacina. Um documento publicado no último dia 31 pela Public Health England admite que não há evidências sobre a intercambialidade das imunizações, embora o coordenador dos ensaios clínicos do imunizante da Oxford tenha defendido a possibilidade de usar uma vacina e depois reforçar com outra diferente.

6 — Posso não querer tomar a vacina?
Pode, mas estará sujeito a restrições ainda não definidas. Em dezembro, a maioria do Supremo Tribunal Federal votou a favor de medidas restritivas para quem se recusar a vacinar-se contra a covid-19. Entretanto, para os ministros do Supremo, vacinação obrigatória não é vacinação “forçada”. Segundo o STF, a obrigatoriedade deve ser imposta pela União, Estados e municípios por meio indireto — ou seja, quem não tomar a vacina pode ser impedido de frequentar determinados lugares, como escolas e transporte público. Hoje, por exemplo, já existe portaria do Ministério da Saúde que condiciona a apresentação do atestado de vacinação obrigatória para recebimento de benefícios sociais concedidos pelo governo, matrícula em creches, pré-escola, ensino fundamental e universidade, assim como para alistamento militar e contratação trabalhista.

7 — É verdade que alguns laboratórios, em seus acordos, incluem termos de isenção de responsabilidade sobre potenciais efeitos adversos de seu produto?
Sim. Fabricantes de vacinas do mundo todo buscaram proteção para seus membros contra processos, em caso de problemas com seus imunizantes contra a covid-19. A AstraZeneca, por exemplo, não responderá a futuras reclamações de responsabilidade de sua vacina. A Pfizer também exige cláusula de isenção de responsabilidade por complicações decorrentes de seu produto. 
Esse foi um dos pontos que emperraram a negociação com o governo brasileiro, mas o laboratório norte-americano já fechou acordos nessas condições com os Estados Unidos, o Canadá e o Reino Unido, países que aprovaram o uso emergencial da vacina. “A velocidade e a escala de desenvolvimento e implementação significam que é impossível gerar a mesma quantidade de evidência subjacente que normalmente estaria disponível por meio de ensaios clínicos e da aquisição de experiência por profissionais da saúde”, informa um memorando da Vaccines Europe, divisão da Federação Europeia das Associações e Indústrias Farmacêuticas (Efpia) que representa empresas como AstraZeneca, GlaxoSmithKline, Janssen, Merck, Novavax, Pfizer, Sanofi, Takeda, Abbott e CureVac. 

8 — Vai faltar seringa para vacinar a população?
Segundo o superintendente da Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos), Paulo Henrique Fraccaro, não haverá falta de seringas no Brasil para a vacinação contra a covid-19. “Não teremos problemas no fornecimento que seja compatível com o volume de vacinas que vamos ter.” Anualmente, as empresas ligadas à Abimo produzem cerca de 1,5 bilhão de seringas. Fraccaro estima que será necessário algo entre 30 e 45 dias para que novos pedidos sejam distribuídos. No pregão realizado pelo Ministério da Saúde (MS) em 29 de dezembro para a aquisição de 330 milhões de kits com seringa e agulha, a pasta conseguiu comprar apenas 2,4% do que desejava. Entretanto, o que emperrou a negociação não foi a falta de produto no mercado, mas o preço apresentado pelo governo, “extremamente defasado da realidade”, diz Fraccaro. O fato é que, com cerca de R$ 44 milhões a mais, o governo teria adquirido 91% da demanda programada no último pregão. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse no último dia 6 que o Brasil tem cerca de 60 milhões de seringas e agulhas disponíveis nos estoques de Estados e municípios. Segundo o general, o número “é suficiente para iniciar a vacinação da população ainda neste mês de janeiro”. Além disso, o governo restringiu exportações e o MS propôs isenção de impostos de importação para itens necessários para a vacinação como forma de evitar a falta de insumos no mercado interno.
 
Revista Oeste, continuar lendo - Paula Leal - Colaborou Artur Piva

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Tesla vai ao Texas - Rodrigo Constantino

Revista Oeste

Elon Musk deixa a Califórnia, Estado que caminha para um experimento social fracassado por culpa da elite progressista. Mas quem paga o pato mesmo é o povo

[a matéria mostra com uma crueza intensa, uma verdade chocante: se o Brasil continuar com a política de aumentar direitos sem a contrapartida de deveres, distribuir riquezas antes de criá-las, o resultado será um só:  o narrado nesta matéria será realidade.

Já estamos na situação apresentada nos parágrafos 1, 7 e 8, é só continuar como está e o CAOS CAÓTICO, o fim do BRASIL se apresentará.]

Minha colega Ana Paula Henkel já escreveu um texto espetacular nesta revista sobre a decadência californiana (“Garota, eu não vou para a Califórnia”), que recomendo a todos que se preocupam com o potencial estrago de uma mentalidade “progressista”. Volto ao tema, pois nesta semana o bilionário Elon Musk oficializou sua mudança para o Texas. Trata-se de um marco que ilustra com perfeição o declínio acelerado do “Estado de Ouro” norte-americano.

Ana Paula já havia resumido as principais causas dessa debacle: políticas progressistas tolerantes ao crime, elevados gastos sociais sem planejamento, aumento da população de rua e regulação cara e complexa para negócios
Tudo isso tem provocado o êxodo californiano. O conhecido comentarista conservador Ben Shapiro já tinha anunciado a decisão de levar seu The Daily Wire para Nashville, e o simbolismo não foi pequeno, uma vez que Shapiro nasceu e viveu em Los Angeles sua vida toda. Mas todos têm um limite.

Os motivos apresentados por Shapiro são similares àqueles oferecidos por Musk. O bilionário empreendedor disse que, embora haja “muitas coisas realmente ótimas” no Estado da Costa Oeste, ele achou prudente mudar-se para o Texas, e alertou: “Se uma equipe está vencendo há muito tempo, ela tende a ficar um pouco complacente, cheia de direitos, e então não ganha mais o campeonato. A Califórnia vem ganhando há muito tempo. E acho que eles estão tomando isso como algo garantido”.

Musk ainda possui operações na Califórnia, mas pelo visto está ficando cansado da situação: “Em primeiro lugar, a Tesla e a SpaceX obviamente têm operações massivas na Califórnia. Na verdade, é importante notar que a Tesla é a última empresa automotiva ainda fabricando carros na Califórnia. A SpaceX é a última empresa aeroespacial ainda fazendo uma produção significativa na Califórnia. Costumava haver mais de uma dúzia de fábricas de automóveis na Califórnia. E a Califórnia costumava ser o centro da fabricação aeroespacial! Minhas empresas são as duas últimas que sobraram… Essa é uma observação muito importante a fazer”.

Resta perguntar: até quando? A realidade é que ninguém gosta de deixar dinheiro na mesa, para burocratas do governo. Nem mesmo os “liberais” que costumam defender maiores impostos, diga-se de passagem. A Fox Business relatou que a mudança pessoal de Musk para o Texas significa que ele “aumentará suas chances de evitar um imposto de renda estadual de 13,3% sobre os ganhos de capital que obtém no caso de vender ações da Tesla ou receber bônus”. Quem costuma pregar mais impostos em nome do combate às desigualdades ignora que as riquezas, antes, precisam ser criadas. É a típica mentalidade ­ex-post facto, que olha o bolo feito e quer reparti-lo de forma “mais justa”, ignorando que ele primeiro foi fabricado.

O que aconteceu? Numa frase: muita riqueza e muita pobreza

Em complemento ao brilhante texto de Ana Paula, gostaria de recomendar o pequeno livro do historiador Victor Davis Hanson, The Decline and Fall of California: From Decadence to Destruction. Hanson está numa posição privilegiada para falar do assunto, pois dá aulas na costa cosmopolita e reside no interior, cuidando de sua fazenda. Ele conhece como poucos o abismo que se abriu entre ricos e pobres no Estado, justamente por conta das medidas esquerdistas. E seu diagnóstico é assustador.

Como pegar um dos Estados mais ricos do planeta, repleto de empreendedores de tecnologia, de riquezas naturais, de expoentes da indústria do cinema, e transformá-lo num caos social? 
É preciso adotar por longo período a receita esquerdista: progressismo cultural, relativismo moral e Estado de bem-estar social. Roberto Campos já dizia que uma tragédia como a brasileira não é obra do acaso, mas sim de um esforço determinado de décadas”. O mesmo diagnóstico serve para o caso californiano. “Os californianos sabem que ter dezenas de milhares de desabrigados em suas principais cidades é insustentável. Em alguns lugares, as calçadas tornaram-se esgotos a céu aberto de lixo, agulhas usadas, roedores e doenças infecciosas”, diz Hanson. Não obstante, ninguém ousa questionar o modelo esquerdista vigente.

O Estado tem uma das maiores cargas tributárias do país, os preços de combustível são bem mais altos do que a média, e falta energia, com frequentes apagões. A infraestrutura é cada vez mais abandonada, o trânsito é infernal, mas a moda nas rodas cosmopolitas é elogiar a energia limpa. As escolas públicas estão entre as mais fracas do país, mas a elite é contra as charter schools ou os vouchers, enquanto coloca seus filhos em escolas particulares. “Os californianos sabem que se aventurar na sala de emergência de um hospital municipal é descer ao inferno moderno de Dante. As instalações médicas estão superlotadas. A classe média em extinção precisa enfrentar preços exorbitantes para tratar uma criança ferida ou doente”, escreve Hanson. A criminalidade está em alta também. Mas ninguém se atreve a criticar as leis frouxas de imigração ou de combate ao crime.

A Califórnia é agora um Estado com um partido único. Os democratas têm supermaiorias em ambas as casas do Legislativo. Apenas sete das 53 cadeiras no Congresso do Estado são ocupadas por republicanos. Os três políticos mais poderosos da Califórnia, entre eles a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, são multimilionários. Vivem blindados dos efeitos perversos de suas ideologias progressistas.

O que aconteceu com a Califórnia? Hanson responde em uma frase: muita riqueza e muita pobreza, à medida que o número de multimilionários e bilionários — agora mais de 130 — disparou mesmo com o aumento da porcentagem de pobres. Ambos encontraram isenções de impostos estaduais mais altos e maiores regulamentações, um por sua influência política, conexões e capital, o outro por sua pobreza e dependência.

Hanson apresenta dados estarrecedores, como a dívida estadual gigantesca, e desabafa: “Se ao menos as pessoas tivessem de viver no mundo que sonharam para os outros”. Eis o problema californiano em essência: aqueles utópicos que idealizam seu “novo mundo” imposto de cima para baixo pelo Estado não são os mesmos que costumam pagar o preço de efetivamente viver em tal inferno.

A classe média fica espremida entre ricaços poderosos e pobres que dependem do Estado

Em suma, a Califórnia caminha para um experimento social fracassado por culpa da elite, mas quem paga o pato mesmo é o povo. “Os pobres e as classes médias geralmente arcam com o peso dessas políticas em termos de redução das oportunidades de emprego e economia mais lenta”, explica Hanson.

Sendo especialista em história militar, Hanson faz uma comparação interessante: “Isso me lembra os otomanos na Grécia, que arrancaram os selos de chumbo dos grampos de ferro que mantinham unidos os blocos de mármore dos templos e paredes da Grécia Antiga. Os turcos, que pouco podiam fazer, exceto limpar muito, conseguiram seus poucos gramas de chumbo para as balas. Na troca, os grampos de ferro expostos enferrujaram e se desfizeram, arruinando as antiguidades que até então haviam sobrevivido a 2 mil anos de desgaste natural. Uma civilização constrói e investe, outra completamente diferente destrói e consome”.

O ditador popular já diz: “Pai rico, filho nobre, neto pobre”. Ou seja, os californianos estão consumindo o que herdaram, estão desperdiçando no luxo ao qual só herdeiros irresponsáveis, sem consciência de como a fortuna foi criada, podem se dar.

“Por que nem todo mundo vai embora?”, questiona Hanson. A resposta é simples, segundo ele: para os ricaços do litoral, não há nenhum outro lugar onde o dinheiro seja tão bom e o clima e a paisagem sejam tão agradáveis. E, para a classe baixa do interior, os direitos na Califórnia e os empregos em serviços mal pagos são um paraíso em comparação com Honduras ou o sudeste da Ásia. E, sim, os pequenos agricultores de classe média, donos de lojas de ferragens, aposentados de empresas e eletricistas estão partindo em massa.

A classe média fica espremida entre ricaços poderosos e pobres que dependem do Estado. Mas, se a situação continuar saindo do controle, é questão de tempo até os ricaços perceberem que sua redoma não é absoluta, que o estrago causado do lado de fora produz inevitável impacto no todo. Não quero ser um abutre aqui, mas é uma análise realista. A Flórida, governada por um republicano e que deu vitória a Trump nessas eleições, estará de braços abertos para receber Ana Paula e sua família!

Rodrigo Constantino, jornalista - Revista Oeste