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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

A barbárie, o medo e a comoção em um mundo mais perigoso

Massacre em Paris expõe o fracasso das superpotências no combate ao terror, obriga França e seus aliados a suprimir liberdades individuais e mostra que esta será uma guerra difícil de ser vencida

Poucas horas depois dos atentados que mataram 129 pessoas em Paris, uma mulher parou diante da boate Bataclan, um dos palcos das atrocidades, retirou um bloco de anotações da bolsa e leu em voz alta um poema do inglês John Donne: “Quando um homem morre eu sou atingido, porque pertenço à humanidade. Jamais me pergunte por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti”. Seria difícil encontrar versos mais apropriados. O massacre perpetrado por terroristas do Estado Islâmico não atingiu apenas o coração da França. Ele lacerou toda a civilização. Por mais que a capital francesa tenha se tornado o alvo preferencial de um crescente número de extremistas, é a humanidade que se quer atingir. 


CAÇADA
Atirador se posiciona atrás de igreja na busca por terroristas
 
Os terroristas alvejaram quem não está em combate, aniquilaram os que não se envolveram com guerra alguma. Ao atirar a esmo, abatendo qualquer um, o EI acabou ferindo o mundo inteiro. A França não é uma escolha aleatória. Apesar de todas as suas imperfeições, ela encarna, em diversos aspectos, o que há de melhor nas sociedades desenvolvidas. Os franceses valorizam as liberdades civis, prezam a diversidade de religiões, respeitam o confronto de ideias. Com sua cólera sanguinária, o Estado Islâmico pretende destruir os preceitos que, desde o Iluminismo, subjugaram as trevas da era medieval. São essas trevas que os terroristas pretendem agora reavivar.

A sociedade livre enfrentará, daqui por diante, uma longa, difícil e perigosa jornada. Na quinta-feira 19, os deputados franceses aprovaram, a pedido do presidente François Hollande, a ampliação do estado de emergência no país pelo prazo de três meses. A medida ainda precisa passar pelo Senado. Na prática, isso pode implicar em uma série de reduções de liberdades individuais, com o fechamento de pontos turísticos, a imposição de toques de recolher e a restrição à circulação de veículos por determinadas áreas. O estado de emergência não é previsto na Constituição francesa, mas foi criado por uma lei aprovada em 1955, durante a luta dos argelinos pela independência. O ponto mais polêmico é que ela permite a realização de prisões administrativas e buscas sem mandado judicial. Até a quarta-feira, ao menos 130 operações desse tipo haviam sido feitas.  

Ao mesmo tempo, Hollande propõe mudanças na Constituição para “combater melhor o terrorismo”, incluindo medidas como o banimento de cidadãos franceses que retornam ao país, caso representem algum tipo de risco, e a inclusão do estado de emergência no texto. A imprensa francesa também especula que Hollande poderia alterar os artigos que tratam da cessão de “poderes excepcionais” ao presidente e do “estado de sítio”, em que parte das atribuições da polícia é transferida aos militares. O cenário lembra muito os eventos que se seguiram aos atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, quando o Congresso americano aprovou, a pedido do ex-presidente George W. Bush, leis que permitiram a espionagem de cidadãos a fim de combater potenciais ameaças terroristas. Essas medidas culminariam, mais de uma década depois, no escândalo de grampos da Agência Nacional de Segurança (NSA), denunciados pelo analista Edward Snowden, hoje asilado na Rússia. 

Enquanto as consequências políticas e sociais do terror ainda eram avaliadas, as polícias e as Forças Armadas europeias realizavam operações para tentar capturar suspeitos de ligações com os atentados de Paris. Na terça-feira 17, na Alemanha, a polícia chegou a prender sete pessoas. Os detidos, seis homens e uma mulher, estavam em Alsdorf, uma pequena localidade perto da cidade de Aachen, próxima às fronteiras com a Holanda e a Bélgica. Todos acabaram liberados horas depois. Na quarta-feira, uma operação da polícia francesa com mais de 100 agentes atravessou a madrugada em Seine-Saint-Denis, subúrbio de Paris. Ao invadirem o prédio onde se escondia o belga Abdelhamid Abaaoud, de 28 anos, apontado como mentor dos ataques, os policiais foram surpreendidos por uma mulher-bomba que detonou os explosivos amarrados ao corpo. No tiroteio que se seguiu, Abaaoud foi morto. A identificação ocorreu apenas no dia seguinte, após análises de impressões digitais. Outras sete pessoas, acabaram detidas.

Ao mesmo tempo, a França intensificou suas ações contra bases do Estado Islâmico na Síria, bombardeando, com ajuda dos caças Rafale, mais de 30 alvos apenas na noite de terça-feira. No dia seguinte, o porta-aviões nuclear Charles de Gaulle partiu em direção ao Mediterrâneo Oriental para dar apoio às operações na Síria. Com outros 20 caças Rafale a bordo, ele triplicará a capacidade de ação francesa na região. 

PÓS BIN LADEN
Para entender o real significado do desafio que se coloca diante do mundo civilizado é preciso conhecer o inimigo que se quer derrotar. O Estado Islâmico é o oponente mais temerário que França, Estados Unidos e outras potências ocidentais jamais enfrentaram. O Isis nasceu em 1999 e, desde então, nutriu-se das guerras no Iraque e na Síria. A instabilidade política nesses dois países, estimulada pelas investidas dos Estados Unidos, serviu de combustível para o avanço dos novos terroristas. “A invasão americana do Iraque desorganizou toda a região e permitiu a ascensão do Estado Islâmico”, afirmou na semana passada o senador democrata Bernie Sanders, pré-candidato à presidência dos Estados Unidos. “O Isis se beneficiou da fadiga da guerra na Síria, do desespero dos combatentes e dos vácuos de poder especialmente no norte do país”, disse à ISTOÉ Christa Salamanda, especialista em assuntos da Síria da Universidade de Nova York.

Quando os Estados Unidos mataram Osama Bin Laden, em 2011, o presidente americano promoveu um espetáculo midiático. Ele foi a público anunciar o fim da caçada ao líder da Al-Qaeda. “Daqui por diante, o mundo será um lugar mais seguro”, disse um jubiloso Obama. A declaração revelou-se uma farsa. “Em termos práticos, a morte de Bin Laden teve pequeno impacto sobre os grupos jihadistas do tipo Al-Qaeda, cuja maior expansão ocorreu depois”, escreveu o correspondente de guerra Patrick Cockburn, no livro “A Origem do Estado Islâmico”. O fim do terrorista que orquestrou os atentados de 11 de setembro de 2001 não só não teve qualquer efeito no combate ao terror como abriu espaço para a ascensão do Isis. Após a morte de Bin Laden, o presidente cometeria outro erro estratégico, ao afrouxar o cerco aos extremistas e demonstrar certo desinteresse pela facção que ganhava corpo. “Os Estados Unidos baixaram as armas e, desde então, não demonstraram qualquer esforço para destruir o Estado Islâmico”, afirma William Harris, professor de política na Universidade de Princeton e da Universidade do Oriente Médio, em Ankara, na Turquia.

CONEXÃO DIGITAL
O Estado Islâmico expandiu-se também porque é filho da era digital. Os terroristas se apoiaram nas redes sociais para divulgar crueldades como decapitações e afogamentos e passaram a recrutar fanáticos por meio de páginas como o Facebook. Daí surge a dificuldade em combater um inimigo que pode estar hoje em qualquer lugar – na periferia de Paris, num café em Nova York, num trem em Madri. “O Estado Islâmico representa um novo paradigma do terrorismo internacional, principalmente pelo uso sistemático e estratégico do cyberpower”, diz Sidney Leite, especialista em terrorismo da Universidade de Leiden, na Alemanha. “Basta uma pessoa e um smartphone carregado para fazer a guerra”, diz José Luiz Niemeyer, coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec-RJ. “ Um terrorista pode organizar um atentado sem sair de um quarto de hotel.”

Para formar seu batalhão, os membros do Isis adotam estratégias eficazes de sedução. No primeiro estágio são localizados os alvos, jovens que demonstrem publicamente descrença na democracia ou que adotem um discurso de que a sociedade caminha para a perda dos valores. Na segunda etapa, em páginas e sites populares, os membros iniciam conversas de forma aberta com esses alvos, sem revelar a verdadeira intenção ou sequer que pertencem ao Estado Islâmico. A abordagem se dá em questões voltadas para os conceitos de liberdade, democracia e justiça. Aos poucos, o contato migra para áreas mais particulares do mundo virtual: uma conversa restrita via Facebook ou mensagens diretas no twitter. Quando se estabelece uma relação de confiança, a comunicação se dá via whatsapp ou snapchat, aplicativos preferidos pelos adolescentes. A partir daí começa o trabalho de doutrinamento. O Estado Islâmico se apresenta como o caminho para reencontrar a identidade perdida e descobrir os verdadeiros valores espirituais. Como combater um inimigo tão atento à angústia dos jovens?

Como nenhum outro grupo terrorista e como a Al Qaeda jamais sonhou realizar o Estado Islâmico levou a espetacularização de suas ações ao grau máximo de eficiência. A produção de vídeos macabros envolve aparelhos modernos, inúmeras câmeras, edição e qualidade de imagem que se assemelham à estrutura de trabalho das grandes empresas televisivas.  Enquanto os pronunciamentos do saudita Bin Laden eram feitos via webcam e transmitidos de uma caverna por um surrado laptop, os membros do Isis usam os mais avançados aplicativos de divulgação. “Os vídeos do Estado Islâmico se tornaram poderosas armas de publicidade”, diz o professor Niemeyer, que aponta outra referência histórica para efeitos de comparação. “As estratégias narrativas de vídeo remontam aos anos 30 do século passado, em especial à famosa cineasta nazista Leni Riefenstahl e ao próprio Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler.”

XENOFOBIA
Os atentados em Paris mostraram que o mundo poderá mergulhar em um período de sombras. A intolerância é o mal que ameaça as conquistas que surgiram principalmente depois da integração europeia. Todos os oito terroristas identificados eram cidadãos europeus. Sabe-se que o passaporte sírio achado junto ao cadáver de um nono extremista chegou a Paris traçando a rota dos refugiados, mas autoridades suspeitam que o documento seja falso. Mesmo assim, Polônia e Letônia começaram a impor barreiras para refugiados, enquanto o primeiro-ministro eslovaco declarou que a imigração traz enormes riscos à segurança. Mesmo Bélgica, França e Itália estão limitando o acesso de estrangeiros, e no Reino Unido mais de 400 mil pessoas assinaram uma petição pedindo o fechamento de fronteiras. “Provavelmente não será permitido que imigrantes entrem na União Europeia da forma caótica como vem ocorrendo”, afirma Demetrios Papademetriou, presidente do Instituto de Políticas de Imigração no continente. “As conversas agora são todas sobre o endurecimento dos controles de entradas.”

Se a crise dos refugiados está no foco das atenções, os ataques podem ter consequências maiores para a comunidade árabe que vive na Europa. Ela está mais exposta à falta crônica de trabalho, à criminalidade e à radicalização religiosa. “O maior desafio é que as agências de segurança consigam atuar de uma forma seletiva e regrada, em vez de arbitrária”, diz o cientista político Stathis Kalyvas, professor da Universidade de Yale. “Caso contrário, o problema poderá ser multiplicado pela violência e discriminação.” O Estado Islâmico não vai destruir a Europa, como anseiam os fanáticos, mas a França e seus aliados precisam ser firmes no combate ao mais perverso inimigo que o Ocidente jamais enfrentou.

Fonte:  Com reportagem de Camila Brandalise, Ludmilla Amaral, Raul Montenegro
Fotos: Iian Langsdon/EFE/EPA, Peter Dejong/AP Photo, Laurent Cipriani/AP Photo, Peter Dejong/AP Photo; Michel Spingler/AP Photo, DANIEL PSENNY/LE MONDE/AFP PHOTO; Thibault Camus/AP Photo; Christophe Ena/AP Photo; Thibault Camus/AP Photo, David Ramos/Getty Images; Pool/Reuters; KENZO TRIBOUILLARD/AFP PHOTO 

Sob o domínio do Estado Islâmico

Uma vitória contra o Estado Islâmico

Com ajuda de bombardeios americanos, combatentes curdos infringem dura derrota ao EI no mesmo dia dos atentados em Paris e retomam Sinjar, cidade estratégica na rota do petróleo que financia os extremistas

Uma enorme cova coletiva acaba de ser descoberta nos arredores de Sinjar, no Iraque, perto da fronteira com a Síria. “Vi muitos ossos e tufos de cabelo”, diz o prefeito recém-empossado, Mohama Khaled Kasim. “Os restos de mais ou menos 80 mulheres, de 40 a 80 anos de idade, foram jogados ali.” A explicação para a faixa etária das vítimas é macabra. Separadas das mais jovens, usadas como escravas sexuais pelos terroristas do Estado Islâmico (EI), elas são consideradas “inúteis”. Pior: não são muçulmanas, mas yazidis, parte de um grupo étnico-religioso cristão de 1 milhão de pessoas com forte presença no Curdistão iraquiano. “Elas foram assassinadas sem piedade”, diz o prefeito. 


Os vizinhos, amedrontados, ouviram os tiros. Os corpos estavam no local havia um ano, mas só no início de novembro foram descobertos. No dia seguinte, outra cova coletiva foi encontrada a 15 km da cidade. Nela estavam os corpos de 60 homens, mulheres e crianças. É manhã do sábado 14, um dia depois dos atentados de Paris e da retomada de Sinjar, até então dominada pelo Estado Islâmico, por uma operação conjunta de combatentes curdos, yazidis e aviões dos Estados Unidos. A cidade no noroeste do Iraque, bem como um grupo de vilarejos ao redor, havia sido dominada pelos terroristas no verão de 2014. Na ocasião, milhares de yazidis fugiram para as montanhas ao norte, enquanto eram perseguidos, sequestrados, torturados e assassinados. Esse fato marcou o início da intervenção americana contra o Estado Islâmico.

Na sexta-feira 13, mesmo dia dos ataques terroristas em Paris, cerca de 7.500 combatentes avançaram sobre Sinjar, após horas de intensos bombardeios dos Estados Unidos. “O Estado Islâmico mal conseguiu resistir”, diz Kasim Simo, chefe de segurança de Sinjar. A maioria dos 400 jihadistas já havia sido morta pelos mísseis e pelos tiros dos americanos, disparados a partir de jatos A10 “Warthog”, projetados especialmente para ataques ao solo e combate anti-tanque. Alguns militantes do EI conseguiram fugir para o sul, de carro. Outros dirigiram para o oeste, em direção à Síria, levando mulheres sequestradas para servirem de escudos-humanos. Apenas um pequeno número permaneceu em Sinjar e de fato lutou. “No fim, foi uma retomada fácil”, diz Simo. “Matamos mais ou menos 100 deles muito rapidamente. Não esperávamos que fosse assim.” A cooperação com os Estados Unidos, diz o chefe de segurança da cidade, foi crucial. “Somos muito gratos pela ajuda.”  [este parágrafo deixa claro que os ataques aéreos dos americanos e demais países da coalizão poucos danos causam aos jihadistas
quando percebem que estão sendo atacados, a maior parte dos membros do EI foge e ficam na área poucos combatentes e muitos prisioneiros e mesmo habitantes nativos da área atacada.
O resultado é que o ISIS continua operacional, usando crianças e mulheres como escudos-humanos.
Tudo termina com pequenas baixas entre os terroristas e muitos civis inocentes abatidos pelo fogo dos membros da coalizão, que utilizam jatos ultramodernos e específicos para ataques ao solo - no caso quase que uma ação de tiro ao alvo.
Sempre devemos lembrar que os terroristas - tanto os do Estado Islâmico quando os que atuaram no Brasil durante o governo militar (que infelizmente não foram abatidos na totalidade) - são covardes.
No confronto acima relatado a proporção era de 7.500 combatentes da coalizão, com apoio de jatos A-10 Warthog, contra 400 jihadistas.
SALDO DO CONFRONTO: alguns terroristas mortos e centenas de civis, prisioneiros inocentes e indefesos, abatidos.  
É necessário que os aliados optem pelo confronto direto, com tropas em terra, cercando os jihadistas e os eliminando. ELIMINAÇÃO COMPLETA e TOTAL. Neste caso, talvez se torne aceitável, as vítimas civis.
Por enquanto, a tática usada por Obama e companhia é a mesma de VINGANÇA que Israel utiliza contra civis palestinos da Faixa de Gaza. 
Vale a pena? matar inocentes em troca da vida de uns poucos terroristas para vingar outras vítimas do terror.]

A liberação de Sinjar tem importância estratégica por causa da Rota 47, uma estrada esburacada que passa pela cidade e vai de Mossul, no Iraque, até Raqqa, na Síria, os dois quartéis-generais do Estado Islâmico. Por ela transitam petróleo – principal fonte de renda dos terroristas -, armas e pessoal. Os combatentes curdos iraquianos, chamados de “peshmerga”, se orgulham dessa vitória, que dividiu os jihadistas em dois e cortou a principal rota de suprimentos do Estado Islâmico. “O caminho está aberto para a retomada de Mossul”, diz Simo, sorrindo. “A única rota que o Estado Islâmico pode usar agora é uma estrada de areia para o sul.” Isso significa, além dos atrasos causados pelo terreno difícil, um desvio de mais de 100 km. 

Dois terços de Sinjar foram reduzidos a cinzas. O ar ainda mantém o característico cheiro de explosivos. Sobre as casas remanescentes, fumaça escura paira, vinda das inúmeras minas e bombas improvisadas que o Estado Islâmico deixou para trás. Combatentes curdos trabalham dia e noite para “limpar” a cidade dessas armadilhas mortais. Segundo o prefeito, 10 mil toneladas de explosivos foram encontradas em apenas dois dias. Nas ruas que já foram liberadas, moradores dirigem picapes abarrotadas de móveis e eletrodomésticos. 


Com a cidade livre do Estado Islâmico, muitos yazidis estão voltando para finalmente retirar os pertences das casas. “Isto é dos meus vizinhos”, diz um homem em uniforme militar, enquanto carrega geladeiras na caçamba. Omar, voluntário nas forças locais, explica que os yazidis fugiram da cidade quando ela foi tomada pelo Estado Islâmico. “Mas muitos árabes ficaram. Eles são muçulmanos, não têm nada a temer”, afirma. “Eles apoiam o Estado Islâmico e saquearam nossas casas.” A vingança vem na mesma moeda. Ou pior. Enquanto grupos invadem e roubam residências, um jovem tenta colocar fogo em uma casa. “Nossos vizinhos árabes viviam aqui, os traidores”, diz.
[o número relativamente pequeno de mortos na ação final de retomada de Sinjar  foi devido a natureza da operação - específica de ocupação de uma área já  abandonada pelo inimigo, a imensa superioridade das tropas aliadas e na ação não foram utilizados bombardeiros - são as bombas que mais matam civis inocentes, que são usados como escudos-humanos.] 

A noite cai sobre Sinjar e a brisa gelada vinda das planícies de Nínive castiga as ruas. Sem eletricidade, a cidade fica escura e assustadora. Nas esquinas, civis, membros das forças de segurança e combatentes curdos se sentam ao redor de fogueiras. Numa base temporária, o escritório de Kasim Simo, o chefe de segurança, é tomado por uma pilha de pequenos papéis cor-de-rosa, verdes, amarelos e azuis, todos com o logo do Estado Islâmico. São cartões de identidade dos terroristas recrutados. “Estes são do pessoal local”, explica Simo, apontando para um amontoado. “A maioria vem de Mossul e Tal Afar.”  

Os nomes, locais de nascimento e idade ficam registrados nos documentos, que agora serão repassados aos oficiais de inteligência. Em outro canto estão os cartões de combatentes estrangeiros, dos mais variados países. Há alemães, chechenos, russos, azerbaijanos, tajiques... “Esses nós repassamos aos serviços de inteligência internacionais, junto com a foto de cada um deles”, explica Simo. A retomada de Sinjar demorou mais do que deveria. Problemas antigos entre o Partido Democrático do Curdistão, a oposição, feita pela União Patriótica do Curdistão e os curdos turcos – os PKK - impedem a unidade necessária à guerra. Apesar disso, todos concordam que a derrota do EI na região é de suma importância. As próximas batalhas devem acontecer em Mossul e Raqqa, na Síria, alvo de intensos bombardeios da França e da Rússia.

Em agosto de 2014, entre 2 mil e 5 mil pessoas do grupo étnico-religioso cristão yazidi foram assassinadas pelo Estado Islâmico nos arredores de Sinjar, no Iraque. O massacre se seguiu ao cerco da cidade pelos terroristas, que forçaram a fuga de 200 mil pessoas. Cerca de 50 mil yazidis buscaram refúgio nas montanhas Sinjar, ao norte do povoado. Sitiados pelo Estado Islâmico, eles eram bombardeados, viravam alvo de “snipers”, passavam fome e sede. Quando capturadas, as mulheres mais jovens se tornavam escravas sexuais. Foi esse cerco que precipitou a entrada dos Estados Unidos na luta contra o EI, por meio de ataques aéreos e do envio de tropas especiais. Apenas no dia 13 de agosto, dez dias após a tomada de Sinjar, o cerco às montanhas foi encerrado.

Fonte: Isto É - Por: Joanie de Rijke, de Sinjar, Iraque
Fotos:  Alberto Prieto
 

O ministro da Fazenda com que sonha Lula

O ex-presidente está convencido de que Meirelles é o nome perfeito para retomar economia. Mas Dilma resiste

Sonhos são sonhos. Não têm de ter respaldo na realidade. Lula quer Joaquim Levy fora do governo. Mas o novo ministro da Fazenda com que sonha não tem contrapartida no mundo real. A figura que Lula vislumbra em seus devaneios é um ser híbrido, que tem a cabeça de Nelson Barbosa e a reputação de Henrique Meirelles.

Lula vem arguindo que o “prazo de validade” de Joaquim Levy venceu. Que, fixado na ideia de ajuste fiscal, o ministro acabou aferrado a um discurso de desesperança, impossível de vender. Embora o ajuste fiscal ainda esteja por ser feito, Lula acha que é hora de ter à frente do Ministério da Fazenda alguém que se disponha a adotar políticas de estímulo à demanda, que permitam ao governo vender esperança e alardear que já é possível vislumbrar a retomada da economia.

O ex-presidente está convencido de que Meirelles é o nome perfeito para desempenhar esse papel. Mas Dilma resiste. A presidente nunca se deu bem com Meirelles. Oito anos de penosa convivência dos dois, quando ambos ocupavam posições destacadas no governo Lula, só reforçaram essa falta de empatia. Por ser isso tão notório, Dilma tem consciência de que ceder a mais essa investida do ex-presidente seria a confirmação definitiva de que já não há mais limites para a intervenção de Lula em seu governo. Um passo desajuizado para uma presidente que luta desesperadamente para se manter no cargo.

Ademais, Dilma não parece estar convencida de que a guinada de política econômica preconizada por Lula seja acertada. Na posição delicada em que a presidente se encontra, seu cálculo político já não se confunde com a de seu mentor. E, mesmo que estivesse convencida, ainda teria boas razões para se perguntar se Meirelles estaria de fato disposto a levar adiante o que Lula tem em mente.

Que Henrique Meirelles não confia em Dilma Rousseff parece mais do que claro. Se confiasse, não teria exigido carta branca para nomear toda a equipe econômica, como vem sendo noticiado. Entre seus muitos entreveros com Dilma Rousseff, ao longo dos dois governos Lula, Meirelles certamente não terá se esquecido de abril de 2008, quando, na esteira de uma conspirata desenvolvimentista orquestrada pela Fazenda e pela Casa Civil, quase foi ejetado do Banco Central.

Acabou salvo pelo gongo, em 30 de abril daquele ano, quando se soube que a agência Standard & Poor’s havia elevado a classificação de risco do país a grau de investimento. Com Lula eufórico com o “momento mágico” em que Brasil havia sido “declarado um país sério”, a conspiração teve de ser abortada, e Meirelles ganhou longa sobrevida no cargo. Atravessou todo o período em que a política econômica passou a ser conduzida sob a bandeira da nova matriz. E chegou incólume ao final do segundo mandato de Lula.

Não estivessem na difícil situação em que se meteram, Lula e Dilma estariam plenamente de acordo quanto ao perfil do ministro que gostariam de ver na Fazenda. E prefeririam Barbosa a Meirelles. Mas tanto Dilma como Lula bem sabem que, a esta altura, a nomeação de Nelson Barbosa para a Fazenda pode ser a gota d’água.  O que Lula contempla, agora, é a possibilidade de que alguém com a reputação de Meirelles se disponha a fazer boa parte do que Barbosa faria na Fazenda. Mas estará Meirelles disposto a desempenhar esse papel?

Em face das dificuldades de convencer Meirelles a se juntar a um governo quase desenganado, para conduzir uma política econômica em que não acredita, Lula já não sabe o que mais lhe prometer. Em coluna no “Valor” de 11/11, Cristiano Romero mencionou que emissários de Lula chegaram até a acenar com a ideia de Meirelles vir a ter no governo Dilma a trajetória que FH teve no governo Itamar, sugerindo que seu sucesso como ministro da Fazenda poderia lhe levar à Presidência da República.

Por maiores que sejam suas ambições políticas e por mais envaidecido que possa ter ficado com o vaticínio de um final de carreira tão triunfal, é difícil que Meirelles se deixe seduzir por tal miragem. Mas impossível não é. A natureza humana é uma inesgotável caixa de surpresas.

Por: Rogério Furquim Werneck é economista e professor da PUC-Rio

Estado Islâmico: “Conquistaremos a sua Roma, destruiremos as suas cruzes e escravizaremos as suas mulheres”

O Estado Islâmico fez um apelo aos seus milicianos e seguidores para que matem “de qualquer forma” os cidadãos norte-americanos, europeus e dos países que apoiam a coalizão militar contra eles no Iraque e na Síria, e advertiram a estas nações que pagarão um “preço alto” por atacar-lhe.

“Ataquem os soldados, patrões e tropas dos tawaghit (aqueles que excedem os limites fixados por Alá). Ataquem os seus policiais, agentes de segurança e de Inteligência, assim como os seus agentes traidores. Destruam as suas camas. Amarguem as suas vidas e ocupem-se deles”, indicou Abú Muhamad al Adnani, o porta-voz do Estado Islâmico, em um comunicado publicado na Internet e difundido pelo jornal digital ‘The Long War Journal’.

“Se podem matar um infiel norte-americano ou europeu, especialmente os franceses sujos e vingativos, ou um australiano, um canadense ou qualquer infiel que promova a guerra infiel, incluindo aqueles cidadãos que aderiram à coalizão contra o Estado Islâmico, confiem mais uma vez em Alá e os matem de qualquer forma que se possa fazer”, destacou. 

“Conquistaremos a sua Roma, destruiremos as suas cruzes, escravizaremos as suas mulheres com a permissão de Alá, o elevado”, assegurou.

No seu comunicado, intitulado “Em verdade, o vosso senhor está sempre vigilante”, o porta-voz do Estado Islâmico ameaça aos Estados Unidos e a “todos” os seus “aliados”, definindo-os como “cruzados”. “Saibam que o tema é mais perigoso do que imaginaram e maior do que previram”, assegurou. “Advertimos-lhes que hoje estamos em uma nova era, onde o Estado, seus soldados e seus filhos não são escravos. São pessoas que não conhecem a derrota faz tempo”, explicou.

Não há “cura” contra o Estado Islâmico
“Cruzados, notaram a ameaça do Estado Islâmico, mas não conhecem a cura e não a descobrirão porque não há cura. Se lutarem contra nós, isso nos faz mais fortes e duros. Se nos deixarem sozinhos, crescemos e nos expandimos”, avisou.

Al Adnani fez insistência em que a operação dos Estados Unidos e seus aliados contra o Estado Islâmico no Iraque e Síria será a sua “campanha final”. “Terminará mal e em derrota, como as campanhas prévias que foram derrotadas, embora nesta ocasião vamos persegui-los depois e vocês não nos perseguirão. Conquistaremos a sua Roma, destruiremos as suas cruzes e escravizaremos as suas mulheres, com a permissão de Alá, o elevado”, afirmou.

Al Adnani advertiu ao presidente norte-americano, Barack Obama, que terminará “decepcionado” por não conseguir os seus objetivos militares, mas deixou claro que tanto os norte-americanos como os europeus devem temer ao Estado Islâmico.

“O Estado Islâmico não começou a guerra”
“Aos norte-americanos e aos europeus: o Estado Islâmico não iniciou a guerra, como os seus governos e meios de comunicação querem fazer acreditar. Foram vocês que começaram a agressão contra nós e, portanto, são os culpados e pagarão um grande preço. Pagarão o preço quando as suas economias se paralisem. Pagarão o preço quando os seus filhos enviados à guerra contra nós voltem deficientes, mutilados, dentro de caixões ou mentalmente doentes”, assegurou.

O porta-voz do Estado Islâmico fez um apelo aos milicianos do grupo para que o defendam. “Levantem-se e defendam o nosso estado do lugar onde estejam”, destacou.

Fonte:http://www.acidigital.com/noticias/estado-islamico-conquistaremos-a-sua-roma-destruiremos-as-suas-cruzes-e-escravizaremos-as-suas-mulheres-37316/

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

19 de novembro - DIA DA BANDEIRA

Uma data dedicada a um dos SÍMBOLOS da PÁTRIA hoje é simplesmente esquecida.

Mas, não podemos deixar que esse esquecimento - que é desejado e mesmo estimulado pelo atual desgoverno - prospere facilmente.

 

Abaixo transcrevemos alguns comentários sobre a BANDEIRA NACIONAL, o Hino a Bandeira e uma nota triste, que é a desvalorização da BANDEIRA NACIONAL por uma das nossas Forças Auxiliares. [NOTA TRISTE: no Distrito Federal, Brasília, unidades militares das Forças Auxiliares não mais hasteiam a Bandeira Nacional das 8h até as 18h.
Já constatamos este desrespeito em unidades das Forças Auxiliares - PMDF e CBMDF.
Para ficar no exemplo mais recente, ontem,  18 de novembro, passamos em frente a 8ª Companhia Regional de Incêndio, localizada em Ceilândia, denominação oficial de um quartel do Corpo de Bombeiro Militar do DF sediado na entrada daquele cidade, por volta das 10h, e a BANDEIRA NACIONAL NÃO ESTAVA HASTEADA. 

Passar em frente àquela unidade militar, ver militares fardados e ao mesmo tempo constatar vazio, tal qual estivesse situado em território não soberano, o mastro onde deveria tremular o SÍMBOLO MAIOR da PÁTRIA entristece qualquer brasileiro - especialmente os que com orgulho são da geração em que até mesmo nos GRUPOS ESCOLARES, no mínimo uma vez por semana a Bandeira Nacional era hasteada, recebendo as HONRAS e o RESPEITO que merece.

Não foi um fato isolado, uma ocorrência fortuita - caso fosse, não isentaria os responsáveis por aquela OM do desrespeito que praticam. É algo que ocorre diariamente, vez ou outra passamos em frente àquele quartel e a Banderia Nacional não está hasteada. 

Por duas vezes, procuramos passar por volta das 8h - horário em que a tropa deveria estar formada e a BANDEIRA NACIONAL sendo hasteada - e nada está ocorrendo.

Já em  órgãos federais - inclusive civis - a bandeira está hasteada só que LAMENTAVELMENTE ao lado da do Mercosul - resultado de um Decreto estúpido assinado pelo apedeuta do Lula.
Hoje, iriamos passar naquela Cia e conferir se o desrespeito estava ocorrente no dia dedicado à Bandeira - infelizmente, outros compromissos impediram a conferência.
Caso tenha ocorrido o já recorrente desrespeito - tanto ao Decreto quando a propria Bandeira - a vergonha seria maior, tanto por ser hoje o DIA DA BANDEIRA,  quanto ser também o dia em que pessoas, empresas e órgãos que possuam exemplares da Bandeira Nacional que não esteja em bom estado de conservação, devem levá-los a uma Unidade Militar para que sejam, devida e respeitosamente, incinerados.
Que os valorosos soldados do fogo do CBMDF  dediquem à BANDEIRA NACIONAL pelo menos uma parte do respeito que recebem da população.]



O dia da bandeira

Hoje, dia 19 de novembro comemora-se o dia da bandeira. Pouca gente se lembra que existe um dia da bandeira, mas essa data marca a criação da bandeira republicana através de um decreto no dia 19 de novembro de 1889. Todo ano, nesse dia, as bandeiras em mau estado devem ser incineradas, num procedimento feito pelas forças armadas.

Bom, a bandeira nacional tem, como você já deve ter notado, uma ligação muito estreita com a astronomia e eu queria aproveitar a data para contar algumas curiosidades sobre o "lábaro que ostenta estrelado".

Muitas bandeiras pelo mundo usam elementos de astronomia em seus desenhos, principalmente estrelas. Na grande maioria das vezes são estrelas que guardam algum significado, todavia estão fora de um contexto astronômico maior. Por exemplo a bandeira dos EUA. Cada estrela representa um estado americano, mas elas estão empilhadas, não formam constelações. Nesse quesito de constelações temos a bandeira da Austrália e da Nova Zelândia que ostentam o Cruzeiro do Sul estampados. No caso da Austrália a estrela Rigel Kentaurus, a alfa do Centauro, também dá as caras e o Cruzeiro em si tem 5 estrelas. 

Já a bandeira neozelandesa tem só o Cruzeiro em versão econômica, com 4 estrelas.

A bandeira do Nepal possui o Sol e a Lua, bandeiras de países islâmicos estampam uma estrela e uma Lua Crescente, como a bandeira da Argélia por exemplo. Na bandeira do Japão, o círculo vermelho representa o Sol.

Mas de todas as bandeiras nacionais, a nossa tem uma característica especial, as estrelas que estão estampadas nela não só estão organizadas em constelações, como também representam o céu no dia da proclamação da República! Nesse aspecto a bandeira brasileira deve ser única no mundo por carregar uma verdadeira carta celeste.

É assim.
As estrelas que figuram na bandeira nacional formam parte das constelações do céu na data de 15 de novembro de 1889. Mais precisamente, a bandeira exprime o céu do Rio de Janeiro às 08:30 da manhã, como se o observador estivesse fora da abóbada celeste, ou seja, o céu com aspecto invertido ao que vemos. Esse é o panorama do céu na data e hora acima.


Cada estrela da nossa bandeira representa uma unidade da federação, conforme a figura abaixo indica. Por exemplo, alfa do Cruzeiro (a Estrela de Magalhães) representa o estado de São Paulo, aliás todo o Cruzeiro do Sul representa os estados da região sudeste do país, exceto pela estrela gama do Cruzeiro (conhecida como Rubídea pela cor avermelhada) que representa a Bahia.


                                                    Crédito: Cássio Barbosa/Stellarium
O Distrito Federal é representado pela estrela Sigma do Oitante, uma estrela muito fraca, no limite da visão humana de quarta magnitude. Essa estrela tem pouco destaque no céu austral, no que diz respeito ao seu brilho.



Por representar a capital do país, seria esperado que a estrela escolhida fosse de primeira grandeza, mais brilhante, mas a escolha recaiu sobre ela por que ela é a estrela mais próxima do polo sul celeste. Dessa maneira todas as outras estrelas (ou estados no caso) vão girar em torno dela em seus movimentos aparentes.

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HINO A BANDEIRA NACIONAL

Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil, por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!

Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da Justiça e do Amor!

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
 


 

A fórmula 85/95 e a aposentadoria por idade

Será que seus planos de aposentadoria por idade foram por água abaixo depois da regra 85/95? 

Neste artigo, explico que não há motivo para preocupação. 

Senti necessidade de escrever sobre este assunto especificamente depois que um cliente veio consultar-se comigo, visivelmente abalado. Ele acreditava que todos os seus planos de aposentadoria por idade teriam ido por água abaixo com a nova regra “85/95”. Neste artigo, explico que não há motivo para preocupação.

Sumário

1) A fórmula 85/95 ou 90/100 é uma ALTERNATIVA
2) O que é o fator previdenciário
3) Casos em que a fórmula 85/95 é aplicada
4) Conclusão

1) A fórmula 85/95 ou 90/100 é uma ALTERNATIVA

A fórmula 85/95 (futuramente 90/100) é uma alternativa à aplicação do fator previdenciário na aposentadoria. Quem conseguir atingir esta pontuação (somatória do tempo de contribuição mais a idade da pessoa), não terá o fator previdenciário aplicado em sua aposentadoria.
Esta regra surgiu através da medida provisória nº 676 de 2015, convertida na Lei nº 13.183 de 2015.

2) O que é o fator previdenciário

O fator previdenciário, explicando bem simplificadamente, é um fator de multiplicação aplicado no valor da aposentadoria. Ele é calculado através de uma fórmula que leva em conta a idade da pessoa no dia da aposentadoria, a expectativa de sobrevida (de acordo com o IBGE) e o tempo de contribuição.

O objetivo do fator previdenciário é evitar que as pessoas se aposentem cedo. Por isso, na maior parte das vezes, ele diminui o valor do benefício (quando o fator é menor que 1). Mas, algumas raras vezes, pode aumentar este valor (quando o fator é maior que 1).
O fator previdenciário é aplicado somente na aposentadoria por tempo de contribuição e na aposentadoria por idade. Na aposentadoria por tempo de contribuição, ele é aplicado obrigatoriamente e, na aposentadoria por idade, só é aplicado se for vantajoso para o aposentado (se aumentar o benefício).
[Se você é advogado e está iniciando sua atuação em Direito Previdenciário, recomendo que conheça o material Kit de Petições Previdenciárias do Prof. Hélio Gustavo Alves.]

3) Casos em que a fórmula 85/95 é aplicada

Esta fórmula é aplicada somente nas aposentadorias por tempo de contribuição. Ela não é aplicada na aposentadoria por idade, que continua sendo como sempre foi. Vejamos um resumo dessas aposentadorias, antes e depois da fórmula 85/95:

A) Antes da mudança:

Aposentadoria por tempo de contribuição
Idade: não é requisito
Tempo de contribuição mínimo*: 35 anos (homem) ou 30 anos (mulher).
Fator previdenciário: aplicado obrigatoriamente, sempre.
Aposentadoria por idade
Idade: 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher)
Tempo de contribuição mínimo*: 180 contribuições (aproximadamente 15 anos).
Fator previdenciário: aplicado quando for vantajoso para o aposentado.

B) Após a mudança:

Aposentadoria por tempo de contribuição
Idade: não é requisito
Tempo de contribuição mínimo*: 35 anos (homem) ou 30 anos (mulher).
Fator previdenciário: aplicado se a somatória de idade e tempo de contribuição não atingir 85/95.
Obs.: quem não atingir esta pontuação, pode aposentar-se pelas regras antigas, aplicando-se o fator previdenciário.
Aposentadoria por idade
Idade: 65 anos (homem) ou 60 anos (mulher)
Tempo de contribuição mínimo*: 180 contribuições (aproximadamente 15 anos).
Fator previdenciário: aplicado quando for vantajoso para o aposentado
* suprimi o instituto da carência para facilitar o entendimento de quem não é da área.

4) Conclusão

Conforme explicado, a fórmula 85/95 – 90/100 não é aplicada na aposentadoria por idade, somente na aposentadoria por tempo de contribuição.
Então, se você planeja aposentar-se por idade, essas mudanças não afetam em nada os seus planos.

Fonte: JusBrasil - Por:   Alessandra Strazzi
Especialista em Direito Previdenciário


ATENÇÃO
Leia também: 
A republicação do artigo só é permitida se mantidos todos os links e feita a referência para a publicação original: A fórmula 85/95 e a aposentadoria por idade

 

Cunha diz a aliados que impeachment de Dilma perdeu força e ficará para 2016


Peemedebista prometia decisão sobre processo contra petista para novembro, mas mudou postura após perder apoio do PSDB 

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, afirmou a deputados do PMDB que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff perdeu força e ficou para 2016. O peemedebista disse isso a colegas de partido em jantar em sua casa na quarta-feira passada (11), segundo a Folha de S. Paulo, mesmo dia em que o PSDB formalizou o rompimento com ele. "Ele disse ter a impressão de que a possibilidade de impeachment perdeu força, que não há nesse momento apoiamento popular, embora o ocorrido nas contas da Dilma [a rejeição do Tribunal de Contas da União às contas de 2014] sejam fato para levar o impeachment adiante", disse Hildo Rocha (PMDB-MA) ao jornal.

A postura de Cunha é diferente da que adotava, de que tomaria decisão sobre o andamento do processo de impeachment em novembro. Agora o presidente diz que o afastamento de Dilma só voltará à pauta se o Congresso ratificar a rejeição das contas de 2014 da presidente. "Se isso acontecer, ele disse que a deflagração do impeachment volta à tona com toda a força, mas que neste ano não há a menor possibilidade de isso acontecer", disse Rocha.

"Para mim, ele não pensa mais nisso de forma alguma. [Ele] se decepcionou com o PSDB, que não sabe de que lado fica", afirmou o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS). [ o PSDB, especialmente o mais ligado ao Aécio Neves, sabe sim de que lado fica: sempre ao lado do governo.
O que atrapalha os planos da tucanada, Aécio à frente, é que o PMDB não quer entregar a rapadura.]
 
Há, na Câmara, dez pedidos de impeachment de Dilma Rousseff. O principal vem dos advogados Hélio Bicudo, fundador do PT, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, chancelado pela oposição e por movimentos populares contra a petista.

Fonte: Revista Época