PF investiga superfaturamento em estádio da
Odebrecht para a Copa
Arena
Pernambuco, administrada pela empresa, é um dos pontos centrais da 'Operação
Fair Play'; ação ocorre em 5 estados e DF;
superfaturamento estimado é de R$ 42,8 milhões
A Polícia Federal executa nesta sexta-feira a
Operação 'Fair Play', que apura superfaturamentos na construção da Arena
Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014 pela Odebrecht. Estão sendo cumpridos
10 mandados de busca nas cidades de Recife, Salvador, São Paulo, Rio, Belo
Horizonte e Brasília. A PF vai investigar o superfaturamento estimado em R$ 42,825
milhões na construção.
Agentes
da PF se encontram neste momento na sede do Comitê de Gestão de Parcerias
Público-Privadas do governo de Pernambuco e também na sede da Odebrecht em São Paulo. A
Operação Fair Play teve como objetivo investigar fraude na concorrência
internacional e apurar superfaturamento na execução do contrato entre o estado
de Pernambuco e o grupo controlador da arena.
A nota
oficial da Polícia Federal em Pernambuco diz que foi concedida pelo governo
autorização para uma empresa elaborar o projeto básico do edital de
concorrência, sem licitação ou edital de
chamamento. As condições de concorrência teriam
direcionado a contratação dessa empresa.
A apuração indicou atuação de uma organização
criminosa voltada à corrupção de agentes públicos e envolve a obtenção, mediante fraude, de financiamento e à fraude em
licitação.
EMPRESA
DIZ QUE PROJETO ESTÁ REGULAR
Uma
equipe de 13 homens da Polícia Federal cumpriu mandados de buscas e apreensão
no escritório da Odebrecht no Butantã, zona oeste de São Paulo. Eles chegaram
ao prédio às 7h. De acordo com um advogado da empresa, a investigação é da
Justiça de Pernambuco, e a PF faz também
buscas nos outros estados.
De acordo
com a defesa da Odebrecht, a PF já encerrou a parte da
operação 'Fair Play' no escritório da empresa em São Paulo. Foram
apreendidos documentos e e-mails. Segundo ele, a Justiça Federal em Pernambuco
declinou da competência para a investigação da PF no estado, e o processo foi
para a esfera estadual, que autorizou os mandados de busca e apreensão. No Rio,
duas viaturas da PF chegaram à sede da Odebrecht, na Praia de Botafogo, também
por volta das 7h. Os policiais foram ao setor de informática para apreender
servidores.
Em nota
divulgada nesta sexta-feira, a Construtora Norberto Odebrecht cita os mandados
de busca e apreensão "em sua sede no
Rio de Janeiro, bem como nos escritórios de São Paulo, Salvador, Recife, Belo
Horizonte e Brasília com o objetivo de coletar dados e informações relacionadas
à Arena Pernambuco". A empresa
tem convicção da plena regularidade e legalidade do referido projeto. “A CNO reafirma, a bem da transparência, que
sempre esteve, assim como seus executivos, à disposição das autoridades para
prestar esclarecimentos e apresentar documentos sempre que necessário, sendo
injustificáveis as medidas adotadas nesta data", diz a nota.
Fonte: O
Globo