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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Impeachment depende da decisão de cerca de 40 deputados

Quatro líderes de partidos importantes, ouvidos, ontem, por este blog, coincidiram no diagnóstico: a aprovação do impeachment de Dilma na Câmara depende, no momento, da definição do voto de cerca de 40 deputados, a maioria deles do Partido Popular (PP), Partido da República (PR) e Partido da Social Democrático (PSD).

O impeachment será aprovado com folga pela Comissão Especial da Câmara. Ali, o governo já jogou a toalha. Espera reunir, apenas, 25 de um total de 65 votos. O governo admite que a oposição terá mais votos para aprovar o impeachment no plenário da Câmara. Só está empenhado em impedir que ela atraia 342 ou mais dos 513 votos possíveis .
Daí a “Operação Varejão”, deflagrada pelo governo atrás de 172 votos de deputados capazes de barrar o impeachment. Os escrúpulos, que sempre foram poucos, deixaram simplesmente de existir. Vale tudo por um voto cargos, liberação de emendas de parlamentares ao Orçamento da União, favores inomináveis, sinecuras a dar com o pau. 

O PP, por exemplo, conta com 49 deputados e já controla o Ministério da Integração Nacional com Gilberto Occhi. Mas ele será trocado, em breve, pelo deputado Cacá Leão (PP-BA), filho de João Leão (PP), vice-governador da Bahia e amigo de Jaques Wagner, atual chefe do Gabinete Pessoal da presidente Dilma. Occhi enfrenta problemas de saúde.

O governo ofereceu mais um ministério ao PP: o da Saúde. É o maior orçamento da Esplanada dos Ministérios, mas não tem dinheiro nem mesmo paga pagar as despesas do SUS. A presidência da Caixa Econômica Federal também foi oferecida ao PP. Que ficou de responder na segundo semana de abril, tão logo a Comissão Especial vote o impeachment.

O PP tem um problema: é o partido com maior número de deputados investigados pela Lava-Jato – 32, cinco dos quais já denunciados por corrupção ao Supremo Tribunal Federal. Mais da metade deles diz que votará pela aprovação do impeachment porque não quer arrumar confusão com suas bases eleitorais. Será? A conferir.

O PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto, indultado há pouco pela Justiça, está à caça de mais cargos no governo. Não terá dificuldade de conseguir. Ocorre que quase dois terços dos seus deputados tende mesmo assim a votar a favor da saída de Dilma, que evita conversar pessoalmente com Costa Neto porque pegaria mal. Mande emissários ao encontro dele.

O PDS liberou seus deputados para votarem como quiser. E o ministro de Cidades, Gilberto Kassab (PDS-SP), deverá renunciar ao cargo na próxima semana. Governo e oposição disputam os votos do PDS. Há deputados, ali, que negociarão seu apoio a um lado e ao outro até o dia da votação do impeachment no plenário da Câmara.

Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, acertou com líderes de partidos o calendário das votações do impeachment. Ele será votado pela Comissão Especial no próximo dia 11, uma segunda-feira. E pelo plenário a partir da sexta-feira dia 15. No plenário, a votação deverá se estender por três dias. Cada deputado terá um minuto para justificar seu voto.

Foi o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), do Distrito Federal, que pediu a Cunha para só votar o impeachment no final da semana. Razões de segurança. A Polícia Militar do Distrito Federal estima que entre 200 mil a 300 mil pessoas mobilizadas pela oposição e pelo governo acamparão diante do prédio do Congresso à espera do resultado da votação.

Fonte: Blog do Noblat  - Ricardo Noblat


A presidente que erra até conta que se aprende no jardim da infância merece ser cassada por insuficiência mental

"Eu acredito que sou talvez a única governante que tenha tido várias vezes as contas vistas e revistas, porque comigo não basta aprovar uma vez”, desandou Dilma Rousseff na discurseira para artistas que batem palmas para a presidente com muito mais frequência do que ouvem aplausos das plateias minguantes. “É necessário talvez aprovar duas ou três, o que é bastante interessante, é uma matemática política muito, mas muito estranha”, completou a governante que mente como quem respira. 

Dilma diz que 13 menos 4 é igual a 7

 A presença do talvez nas duas frases avisa que até o neurônio solitário anda duvidando das coisas que diz. Mas a clientela do Bolsa Cultura crê em qualquer coisa que garanta a mesada federal. Essa turma topa acreditar, por exemplo, que a aplicação de normas constitucionais regulamentadas pelo Supremo Tribunal Federal é golpe. Erra feio. Mas acerta quando berra que não vai ter golpe. O que vai ter é impeachment. Ou a cassação da chapa Dilma-Temer, que se reelegeu por ter aplicado o golpe do estelionato eleitoral.

As contas de Dilma nunca foram vistas e revistas: foram é rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União. (Há outras, ainda sob o escrutínio dos investigadores da Lava Jato.)  “Matemática política” é a inventada pelos espertalhões que tentaram esconder com pedaladas fiscais criminosas o tamanho do buraco escavado pela corrupção, pela incompetência e pela irresponsabilidade. “Muito estranha” é a aritmética que transforma prejuízo em lucro, rombo em superávit e menos em mais.

Mais estranho ainda é constatar que o Brasil é presidido há mais de cinco anos por uma nulidade incapaz de fazer contas de jardim de infância. Revejam o vídeo famoso. Quem acha que 13 menos 4 é igual a sete merece ser cassada por insuficiência mental.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes

 

Morte de Celso Daniel pode ser esclarecida - familia diz que não foi crime comum

A operação de hoje da Lava-Jato tem a ver com o assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo Andre, que é uma história rocambolesca, mistura de crime político com crime comum e é muito ruim para o PT. A família dele afirma que não foi crime comum e essa história pode ser esclarecida agora. Tem a ver com um empréstimo que Jose Carlos Bumlai teria conseguido para pagar a Ronan Pinto, que estaria chantageando Lula e José Dirceu.

Por: Merval Pereira - O Globo


 


Propina do PT no petrolão bancou chantagista em Santo André, revela Lava Jato

O mensalão, o petrolão e a extorsão do PT no caso de Santo André constituem atividades praticadas, segundo investigadores, pela mesma organização 

A 27ª fase da Operação Lava Jato que culminou nas prisões temporárias de Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT, e Ronan Mario Pinto, empresário dos setores de comunicação, transporte e coleta de lixo, além de dez outros mandados judiciais de condução coercitiva e busca e apreensão – demonstra o alcance e a gravidade dos atos imputados por investigadores à organização criminosa controlada, segundo as provas do caso, pelo Palácio do Planalto de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

>> Moro vê relação entre petrolão e Celso Daniel

As evidências bancárias e testemunhais, hoje, unem petrolão, mensalão e Santo André, no esquema de corrupção local que foi seguido pelo ainda não esclarecido assassinato do prefeito Celso Daniel (PT), em 2002. O mensalão, o petrolão e a extorsão do PT no caso de Santo André constituem atividades praticadas, na visão dos investigadores da Lava Jato, pela mesma organização criminosa. Foi o caminho documental do dinheiro do petrolão - o uso da propina para calar chantagistas - que levou a Lava Jato a Santo André.


É pelos objetivos e pelas necessidades dessa organização criminosa que se confirmam provas que unem Santo André, mensalão e petrolão. Há indícios de longa continuidade delitiva por parte de uma sofisticada organização criminosa, na visão do Ministério Público Federal. Isso significa que um mesmo grupo de pessoas cometeu, por muitos anos e especialmente no topo do aparelho estatal, uma longa e variada lista de crimes, destinados ao lucro político e econômico - e à manutenção, por necessidade existencial, desse mesmo grupo no comando do poder.


A longa continuidade delitiva, associada à cadeia de comando bem definida e com divisão clara de tarefas, entre outros pontos, caracteriza o crime organizado. A criminologia ajuda a entender por que um mesmo grupo é acusado de ter cometidos tantos e variados crimes no decorrer de muitos anos - e explica como a força-tarefa da Lava Jato pensa, investiga e analisa fatos criminosos aparentemente distantes uns dos outros. É por isso, também, que personagens como Delúbio Soares, Silvio Pereira, Marcos Valério (que entregou o caso de extorsão) e o operador José Carlos Bumlai, amigo de Lula, aparecem em fatos criminosos que, na superfície, nada têm a ver entre si.

As evidências obtidas pela Lava Jato ligam o dinheiro do petrolão e do mensalão às dívidas políticas do PT na cidade. As propinas financiaram atividades ilícitas do partido. Graças à admissão de Bumlai, a Lava Jato já tem provas de que dinheiro do petrolão bancou a chantagem de um dos homens de Santo André. As provas mais contundentes de hoje, porém, são os documentos bancários. Eles comprovam que dinheiro do grupo Schahin passou por Bumlai e chegou ao empresário Ronan .Essa é a avaliação da Lava Jato.

Por que dinheiro do petrolão foi repassado pelo amigo de Lula ao empresário Ronan, como está provado? Extorsão, segundo os depoimentos de Bumlai e de Marcos Valério, além da delação de um dos donos da Schahin - grupo que ganhou contrato bilionário, de maneira fraudulenta, na Petrobras .Esses depoimentos explicam muito, mas não contam tudo. Daí a necessidade das investigações deflagradas hoje pela Lava Jato.

A Lava Jato espera que Silvio Pereira, que se afastou do PT após seu envolvimento no mensalão, disponha-se a esclarecer a extorsão em Santo André ligada a Celso Daniel. Silvinho, como ele é conhecido, era da cúpula do PT e executava ordens do Planalto na época dos crimes investigados. Há múltiplas ramificações e áreas de atuação da organização criminosa sendo investigadas, com base em evidências documentais e testemunhais.Alguns dos crimes – corrupção, lavagem de dinheiro, extorsão e falsidade ideológica – remontam a 2004, 2005 e 2006, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o petrolão iniciava. Antes do governo Lula, apontam as provas, havia corrupção na Petrobras. As evidências colhidas pela Lava Jato, no entanto, demonstram que a criação de uma organização criminosa aconteceu somente após a posse de Lula e o subsequente aparelhamento da estatal entre PT, PMDB e PP.

Fonte: Revista Época

 

Dilma trasnforma Planalto em casa de tolerância

Hora da xepa no Planalto!

A presidente Dilma transformou o Palácio do Planalto numa casa de tolerância. Fatiou seu governo, fez liquidação de cargos, queima total das verbas (já à míngua) e um escambo descarado, à plena luz do dia, com parlamentares de partidos nanicos, arrivistas da pior espécie. Ali, quem topar ficar com ela nesse abraço de afogados – e lhe dar o apoio necessário para que siga com uma gestão absolutamente temerária, sem a menor viabilidade - leva o que quiser. 

Paga-se bem! Com o dinheiro alheio. Serão quase 600 vagas na esfera pública e R$ 50 bilhões concedidos em emendas parlamentares. Perto de R$ 9 bilhões já liberados através do PACo para projetos eleitoreiros. Recurso suado de cada um dos brasileiros que recolhe impostos e não imagina o destino perverso que está sendo dado a sua contribuição. Eis aí o verdadeiro golpe em curso, praticado por ninguém menos que a chefe de Estado em pessoa! A banca do Tesouro vai quebrar para garantir a farra. E vem depois ela dizer que precisa, mais do que nunca, da CPMF para sanear as contas que dilapida sem dó nem piedade na busca de aliados para seus mirabolantes projetos pessoais! 

Com que autoridade a presidente imagina conduzir a Nação daqui por diante?  O que acontece por esses dias na sede do poder é de uma vergonha inominável. Dilma Rousseff perdeu o senso de respeito pelo cargo que ocupa. No balcão de negociatas armado no Planalto, chegou a hora da xepa! Um feirão para entregar a direção do País a preço de banana! A mandatária já havia transferido informalmente suas funções ao padrinho investigado Lula. Agora repassa o Brasil inteiro à raia miúda das legendas de aluguel. 

Sem qualquer critério técnico, sem exigência de qualificações. Não é isso que esta em jogo! Não interessa se o futuro ocupante do ministério da saúde ou o dos transportes saiba alguma coisa sobre o tema ou tenha a mais vaga ideia de como resolver os problemas da pasta regateada. Para ganhar a boquinha vale tão somente a disposição de votar a favor da mandatária ou de não votar pelo seu impeachment. Já imaginou a qualidade da equipe que pode sair dessa barganha? E o tipo de governo que tal grupo será capaz de fazer mais adiante? Loteiam o nosso futuro. A pajelança imunda terá troco! Certamente os eleitores não vão perdoar a baixaria que está sendo engendrada em seu nome. 

Cada político que entrar no balaio de oportunistas do baixo clero receberá a resposta nas urnas como ocorreu, décadas atrás, com os simpatizantes do deposto Collor, banidos da cena política como malditos. Dilma por sua vez, como última alternativa, rende-se de maneira deprimente a tropa de fisiológicos que, provavelmente, vai traí-la logo adiante. Sem programa de governo, sem base de sustentação política no Congresso para aprovar nada, sem um mínimo de noção de responsabilidade pela coisa pública, ela parte para o desespero. Perde-se em desvarios e se apega unicamente a vontade insana de se manter no posto, como um esconderijo de onde se sente blindada contra as investigações que avançam sobre seus crimes de responsabilidade.

No atual estágio da crise fica claro a todos que a gestão Dilma está ingovernável. Ela não reúne mais qualquer condição política, econômica e nem mesmo moral – dada a série de crimes que lhe são imputados – para continuar no cargo e deve ser destituída o quanto antes, sob risco de arruinar o que sobrou do País. Pesquisa Ibope divulgada na semana passada é reveladora do desejo majoritário da sociedade: 82% dos entrevistados reprovam o governo Dilma. Dos quais 70% o consideram ruim ou péssimo. Não seria preciso mais nada para acender na mente dos senhores parlamentares que se dão ao respeito a lembrança sobre quem os colocou ali e de como eles deveriam agir em obediência aos votos que receberam. 

A presidente, que gosta de invocar o argumento da legitimidade, esqueceu-se que a tal legitimidade não era um cheque em branco em nome do qual ela poderia fazer o que bem quisesse sem prestar contas. Dilma continua a agir assim. Dá para enxergar o desmando em cada ação recente dela. Nos derradeiros momentos, o seu bunker foi transformado em palanque de campanha de incitações irresponsáveis, enquanto ela se converteu numa panfletária com estridentes gritos de guerra, falando em golpes – porque não tem mais nada a dizer -, com ataques descabidos às instituições. Pode Dilma espernear o quanto quiser. 

Até entrar em modo de negação da realidade. Mas os desvios cometidos em seu mandato, tipificados claramente na letra da lei, não devem ser relegados. Há materialidade para o embasamento jurídico do impeachment e, em nome do interesse geral dos brasileiros e da estabilidade da democracia, é forçoso cumprir o que rege a Constituição nesses casos. Nenhuma motivação política, de interesses escusos, pode se interpor a tal processo. Dilma maquiou contas por causa das eleições. Tomou dinheiro público ilegalmente. Surrupiou a esperança do povo. Abriu as portas à corrupção. Avançou em atos contra a justiça. Fez “o diabo”! E tem que sair por seus delitos. 

Por:  Carlos José Marques, diretor editorial - Revista Isto É
 

Lava Jato se aproxima do assassinato de Celso Daniel?

O juiz Sérgio Moro e a Força Tarefa do Ministério Público Federal desafiam o maior dos perigos. A 27ª operação da Lava Jato, batizada de Carbono 14, mexe com o crime hediondo que apavora a petelândia mais que o Mensalão e o Petrolão. O Procurador federal Diogo Castor de Mattos antecipou que eventuais provas obtidas nesta fase serão compartilhadas com a polícia paulista nas (intermináveis) investigações sobre o brutal sequestro, tortura e assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito petista de Santo André, no ABC paulista. O crime ocorreu no distante ano de 2002, quando Daniel já atuava como arrecadador da campanha presidencial de Lula da Silva.

Celso Daniel - agora assombrando na Lava Jato
 
Moro decretou a prisão temporária de Silvinho Pereira (ex-secretário-geral do PT condenado no Mensalão) e do empresário Ronan Maria Pinto (dono do jornal Diário do Grande ABC). Ambos passarão uma temporada em Curitiba. Foram alvos de condição coercitiva pela Polícia Federal, em São Paulo, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares (recém perdoado da condenação do Mensalão pelo decreto presidencial de Dilma Rousseff que acabou aceito pelo ministro Luís Roberto Barroso) e o jornalista Breno Altmann (Editor-chefe do site Brasil 247 e ligado ao ex-ministro José Dirceu) foram alvos de condução coercitiva.
No despacho da operação, o juiz Sérgio Moro pontuou: "É possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então prefeito de Santo André, Celso Daniel. Chama a atenção o malabarismo financeiro para viabilizar a transação, tendo o valor transferido do Banco Schahin para Ronan Maria Pinto passado por três intermediários (José Carlos Bumlai, Bertin Ltda e Remar Agenciamento)".

As prisões mexem com operações financeiras feitas pelo PT, ligando o Petrolão ao Mensalão (que nunca terminou e ficou impune na prática para a maioria dos condenados). Investigações em Osasco podem causar prejuízos para outros dirigentes petistas que não foram citados na operação. Um deles é o ex-deputado federal João Paulo Cunha (outro que acabou perdoado no Mensalão). Outro tem foro privilegiado: Edinho Silva, ministro da Secretaria de Comunicação Social de Dilma, e que recentemente fez um apelo para que o País "não espere aparecer o primeiro cadáver para que se diminua a radicalização política". Ambos podem ter sido alvos de denúncias do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza - este sim um dos que paga o pato do mensalão.
 
Concretamente, a operação Carbono 14 foi em cima de um negócio feito pela cúpula petista. O empresário Ronan Pinto é denunciado como beneficiário final de um empréstimo de R$ 12 bilhões, feito para o PT no Banco Schahin, em nome de um dos melhores amigos de Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai, que cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, enquanto se cuida de um câncer na próstata. Investigações de Lava Jato apontam que o empréstimo teria sido quitado fraudulentamente depois que uma das empresas do grupo Schahin firmou, em 2007, um contrato  de US$ 1,6 bilhão com a Petrobras, para construir a sonda Vitória 10000. A PF descobriu que dos R$ 12 milhões, R$ 5,7 milhões foram repassados a Ronan. O restante teria sido usado para pagar dívidas de campanha do PT para a Prefeitura de Campinas.

Sílvio Pereira entrou na dança porque é suspeito de ter arquitetado o empréstimo para entregar o dinheiro ao empresário do ABC paulista. Delúbio Soares participou da reunião no banco Schahin em que foi fechado o empréstimo. Fora esta operação financeira, as investigações entram mergulham no caso Celso Daniel - cadáver politicamente insepulto que assombra a cúpula petista, de tempos em tempos, sem que se chegue a qualquer desfecho.

No depoimento que não terminou em delação premiada, Marcos Valério revelou que o empresário Ronan Maria Pinto ameaçava envolver dirigentes do PT nas investigações do assassinato do prefeito de Santo André. No ano passado a mesma denúncia voltou à tona, quando o lobista Fernando Soares, o Baiano, revelou em seu acordo de "colaboração premiada" que ouviu a mesma história do pecuarista José Carlos Bumlai.

O termo Carbono 14 foi usado em referência a procedimentos utilizados pela ciência para a datação de itens e a investigação de fatos antigos. Remexer em episódios obscuros como a morte de Celso Daniel assusta tanto ou mais a petelândia quanto mexer com o companheiro Lula, quase ministro e sob foro do Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão 
 

Caso Celso Daniel voltando à tona, sobra para Lula e Gilberto Carvalho - e Teori Zavascki nem o STF podem tirar o Lula das mãos do Moro

Repasse a empresário pode ter relação com morte de Celso Daniel, diz Moro

Para juiz, chama atenção malabarismo para viabilizar dinheiro a empresário do ABC

O juiz Sérgio Moro afirmou, no despacho em que decretou a prisão temporária de Ronan Maria Pinto, dono do jornal Diário do Grande ABC, que o esquema criminoso que levou o empresário a receber cerca de R$ 6 milhões, a mando do PT, pode ter alguma relação com o homicídio do prefeito de Santo André Celso Daniel, ocorrido em 2002. Segundo o juiz, o caminho do dinheiro mostrou que Ronan ficou com metade do empréstimo retirado do Banco Schahin pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, quitado fraudulentamente com propina de contrato da Petrobras. "Chama a atenção o malabarismo financeiro para viabilizar a transação, tendo o valor transferido do Banco Schahin para Ronan Maria Pinto passado por três intermediários (José Carlos Bumlai, Bertin Ltda e Remar Agenciamento)", afirmou Moro no despacho.


Assassinato sobre o prefeito Celso Daniel, que completa 14 anos, é cercado de dúvidas sobre a sua motivação - Vania Delpoio 20.01.2002

O juiz lembra que a operação financeira foi feita com a intermediação da S2 Participações, empresa de Marcos Valério, já condenado como operador do mensalão. Segundo ele, além de confirmar o fato, o publicitário afirmou que o motivo do empréstimo seria que integrantes do PT estavam sendo vítimas de "extorsão" da parte de Ronan. "Citou expressamente como envolvidos Sílvio José Pereira, José Dirceu de Oliveira e Silva, Gilberto Carvalho, Luiz Inácio Lula da Silva e Breno Altmann" diz.

Moro afirma ainda que Bruno Daniel, irmão de Celso Daniel, afirmou ter ouvido de Gilberto Carvalho e Miriam Belchior que existia um esquema criminoso em Santo André, que envolvia repasses de valores de extorsão ao PT e que o destinatário dos valores seria José Dirceu. Na época, Bruno Daniel afirmou que não tinha conhecimento de Ronan no episódio nem da prática de extorsão do empresário contra o PT. "É possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então prefeito de Santo André, Celso Daniel", escreveu Moro.

O empréstimo retirado em nome de José Carlos Bumlai no Banco Schahin, que teria sido feito a pedido do PT, foi de R$ 12 milhões. Metade do valor foi destinado a Ronan. O valor foi repassado a Bumlai, que repassou ao frigorífico Bertin. A empresa, por sua vez, repassou à Remar Agenciamento em oito parcelas pagas entre outubro e novembro de 2004, no total de R$ 6,028 milhões. A Remar se encarregou de fazer os repasses a Ronan, inclusive pagando fornecedores da Expresso Santo André, empresa de ônibus do empresário.

Ronan teria chantageado petistas, diz MPF
O assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, em 2002, voltou à tona com a nova fase da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta sexta-feira. Embora a morte do prefeito não esteja dentro do objeto da investigação, segundo o Ministério Público Federal (MPF), os procuradores podem esbarrar no assunto ao apurar o motivo do empréstimo de R$ 6 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto dois anos após o incidente.

Investigadores que trabalham no caso dizem que o Ronan deve ser investigado pelo crime de extorsão, já que, segundo o depoimento de Marcos Valério, ele teria chantageado políticos petistas. Para esses investigadores há duas hipóteses mais fortes para Ronan pedir um "cala-boca": ele denunciaria fatos sobre a morte de Celso Daniel ou falaria sobre um esquema de corrupção montado na prefeitura - e pelo qual, inclusive, ele foi condenado ano passado.

Oficialmente, porém, o discurso é que nenhuma hipótese está descartada. - Nossa investigação é centrada no crime federal de lavagem de dinheiro. Temos algumas hipóteses, mas ainda queremos descobrir por que o empresário Ronan pediu os R$ 6 milhões - disse o procurador Diogo Castor, que acrescentou: - Se surgirem evidências que liguem o caso à morte de Celso Daniel, haverá compartilhamento de provas

Em janeiro, os promotores do Ministério Público Estadual de São Paulo que investigam a morte do prefeito de Santo André manifestaram interesse em pedir o compartilhamento de provas com a Lava-Jato. Eles estavam interessados justamente no depoimento de Bumlai que cita o empréstimo a Ronan. Os procuradores da Lava-Jato terão que trabalhar rápido para que os crimes investigados na 27ª fase da Lava-Jato não prescrevam. Como os crimes de lavagem teriam ocorrido em outubro de 2004, eles prescrevem se uma denúncia não for oferecida até outubro deste ano.

Fonte: O Globo

E agora Lula e Gilberto Carvalho - caso Celso Daniel não é com o Supremo

Lava Jato: PF prende ex-secretário-geral do PT e empresário ligado a caso Celso Daniel

Foco da nova fase, batizada de Carbono 14, está no empréstimo fraudulento concedido pelo Banco Schahin ao PT de 12 milhões de reais

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a 27ª fase da Operação Lava Jato. Desta vez, o foco das investigações é um empréstimo fraudulento concedido pelo Banco Schahin, cujos recursos teriam sido usados para a quitação de dívidas do Partido dos Trabalhadores. Mais do que apenas o rastreamento do dinheiro, a nova fase, batizada de Carbono 14, traz de volta o fantasma do assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel (PT).

Foram presos na nova fase o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira e o empresário Ronan Maria Pinto. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o jornalista Breno Altman foram conduzidos coercitivamente. Silvinho, como é conhecido, chegou a ser incluído entre os réus do escândalo do mensalão, mas fez um acordo com a Justiça para realizar serviços à comunidade e não responder ao processo. Delúbio foi condenado no mesmo esquema a seis anos e oito meses de prisão por corrupção ativa.

Conforme revelou VEJA em 2012, o publicitário e operador do mensalão Marcos Valério revelou em depoimento à Procuradoria-Geral da República que Ronan Maria Pinto, um empresário ligado ao antigo prefeito, estava chantageando o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para não envolver seu nome e o do ex-presidente Lula na morte de Daniel. Segundo os investigadores da Operação Lava Jato, pelo menos metade do empréstimo fictício contraído junto ao Banco Schahin acabou desaguando nos bolsos de Ronan.

As apurações do mega esquema de corrupção na Petrobras indicam que o empresário e amigo do ex-presidente Lula, José Carlos Bumlai, integrou um esquema de corrupção envolvendo a contratação da Schahin pela Petrobras para operação do navio sonda Vitoria 10.000. A transação só ocorreu após o pagamento de propina a dirigentes da Petrobras e ao PT. A exemplo do escândalo do mensalão, o pagamento de dinheiro sujo foi camuflado a partir da simulação de um empréstimo no valor de 12,17 milhões de reais do Banco Schahin, com a contratação indevida da Schahin pela Petrobras para operar o navio sonda Vitoria 10000 e na simulação do pagamento do suposto empréstimo com a entrega inexistente de embriões de gado. Em depoimento, Bumlai admitiu que tomou o empréstimo para repassar os valores ao PT e detalhou que o dinheiro foi pedido pelo ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares.  "A fiar-se no depoimento dos colaboradores e do confesso José Carlos Bumlai, os valores foram pagos a Ronan Maria Pinto por solicitação do Partido dos Trabalhadores", disse o juiz Sergio Moro no despacho da 27ª fase.

Agora a Polícia Federal quer entender todos os capítulos dessa história e cumpre na manhã desta sexta doze mandados para aprofundar a investigação sobre o esquema de lavagem de capitais de cerca de 6 milhões de reais do empréstimo, considerado crime de gestão fraudulenta do Banco Schahin. As medidas estão sendo cumpridas em São Paulo, Carapicuíba, Osasco e Santo André.

A procuradoria afirma que o dinheiro deste empréstimo ao PT acabou gerando prejuízo para a Petrobras, já que os valores só foram liberados depois que o Grupo Schahin pagou propina para vencer a concorrência e ser operadora do navio-sonda Vitória 10.000. Apenas este contrato chegou a 1,6 bilhão de dólares.

Para a viabilização do esquema de pagamentos do empréstimo forjado ao PT, o dinheiro saiu de José Carlos Bumlai para o Frigorifico Bertin, que, por sua vez, repassou cerca de 6 milhões de reais a um empresário do Rio de Janeiro. Na sequência, ele fez transferências diretas para a Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus controlada por Ronan Maria Pinto. Outras pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo empresário para recebimento de valores, como o jornal Diário do Grande ABC, também foram usados para camuflar a transação.

Empresário com diversos negócios na região do ABC paulista, Ronan Maria Pinto é apontado pelo Ministério Público como um dos participantes do esquema de corrupção instalado em Santo André durante a administração de Celso Daniel. O nome do empresário, velho conhecido do PT, voltou à tona com a delação premiada do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Ele disse que Bumlai obteve o empréstimo junto ao Banco Schahin e repassou 6 milhões de reais a Ronan. O nome da nova fase da Lava Jato, Carbono 14, é uma referência a procedimentos utilizados para a investigação de fatos antigos. As suspeitas envolvem crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.

Em nota, Ronan negou as acusações e afirmou que sempre esteve à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos. "Mais uma vez o empresário reafirmará não ter relação com os fatos mencionados e estar sendo vítima de uma situação que com certeza agora poderá ser esclarecida de uma vez por todas", diz o texto.

Fonte: Revista VEJA 

 

quinta-feira, 31 de março de 2016

O que fazer depois do grito’



Grito da Independência”, “Proclamação da República”, “Abaixo a ditadura!”,“Fora Collor”, “Fora Corruptos!”. Até aí nós sempre conseguimos chegar. O problema tem sido o que fazer em seguida.

“Criar uma consciência política”, parir com discursos “uma consciência cidadã”, esperar que desça do céu mais “honestidade na política”, tudo isso não passa de reza. Não existe a hipótese de fazer “a” reforma política ou mesmo “uma” reforma política (ou tributária, ou judicial, ou eleitoral, ou…). É ilusão acreditar que coisas como essas possam ser “resolvidas” de uma vez para sempre e por “alguém” além de nós mesmos.

A política – a arte de organizar a vida em sociedade – é jogo para ser jogado por todos e conforme vier a bola. “Falta de cultura de participação” não é causa, é efeito da doença política latina e brasileira. Participação política só vira “cultura” mediante o incentivo do efeito, só se estabelece onde participar realmente muda o resultado do jogo. Fora daí se cai no conformismo e nas explosões esporádicas de ódio revolucionário.

No fim das contas não há nada de tão sofisticado assim neste nosso embate. Não é de modelos econômicos que se trata. Nunca foi. Não há projetos antagônicos em disputa nem no país nem no mundo. Joaquim Levy ou não Joaquim Levy foi um dilema exclusivo do PT. Ninguém de fora interferiu. Por cima da corrupção e da incompetência que se vê, o que está em jogo é o mesmo de todo o sempre: dinheiro ganho no mole, a força viciante do privilégio e o poder quase divino que rende distribuí-los.

Isenção de impostos, lucro sem risco, o pódio via BNDES. Mais de 12 “bolsas família” foram distribuídas aos “empresários” do “capitalismo de quadrilha” que se instalou. Emprego garantido pela eternidade, aumentos de salário sem entrega de resultado, aposentadoria de rei e “hereditária”. Só os 980 mil aposentados e pensionistas do governo federal (ponha 25 estados e 5.570 municípios de molho) geram um déficit na Previdência de quase R$ 93 bilhões por ano, mais do que custam todos os 32,7 milhões de aposentados e pensionistas do resto do Brasil inteiro. Como deter a corrupção se o Estado continuar tendo a prerrogativa de distribuir (ou vender) “bens” desse valor a quem bem entender?

Um país em pane de instrumentos, sem noção do tamanho do buraco em que se meteu, segue se recusando a encarar as fontes das suas contas apocalípticas. E, no entanto, era de alertar ou não o país para a realidade e agir antes da eleição que se tratava. Era de abrir ou não o precedente de cortar tais privilégios que Joaquim Levy tratou com Dilma. Continua sendo essa a grande questão. Mas só o que há são expedientes para salvar privilégios e comprar cumplicidades e votos que garantam a eterna delícia de viver de e para a distribuição de dinheiro descolado de trabalho.

Agrava tudo o isolamento de Brasília, essa nossa “Versalhes” que mantém toda a corte, jornalistas inclusive, irresistivelmente atraída pelos “brioches” da luta pelo poder e alheia à luta da multidão pelo “pão” de cada dia. Mas não é propriamente uma novidade. A civilização é a presença da polícia. O homem será o lobo do homem sempre que puder sê-lo impunemente, seja onde for, seja sob que carga cultural for.  

A Alemanha foi de Bach ao Holocausto essencialmente porque o Holocausto foi liberado pela polícia. Steve Jobs, o Leonardo da Vinci cibernético, foi da reinvenção da vida como ela era à exploração da miséria na China apenas porque a globalização lhe permitiu produzir para os Estados Unidos fora do alcance da polícia dos Estados Unidos. 

O Brasil mergulhou de cabeça na corrupção e na mentira porque o governo liberou geral a corrupção e a mentira. Com ou sem PT, o remendo que se conseguir dar ao desastre que aí está será não mais que um remendo. A emergência é inimiga da perfeição. É preciso mudar tudo, sim. Mas terá de ser por partes. Não existe a “bala de prata” que mate o bicho de uma vez para sempre porque democracia não é um destino ao qual se possa finalmente chegar; democracia é um manual de normas de navegação para uma viagem que não termina nunca e que cada um tem o direito de fazer na direção e na velocidade que achar melhor, desde que não pise nos calos dos outros. 

Mas existe, sim, a possibilidade de transformar reforma permanente, por ensaio e erro e ajustes sucessivos, como tem de ser num mundo em constante mudança, na essência do sistema como é próprio das democracias, também ditas “sociedades abertas”.

A promoção da meritocracia, que impõe a busca da igualdade de oportunidades e para a qual o privilégio e a corrupção são as únicas alternativas, só entra no setor público se entrar antes na política. A impunidade só acaba se acabar para o primeiro da fila. Nos sistemas representativos em regime de maioria sob o império da lei, manda quem tem a última palavra na formulação das leis e na construção das instituições. Voto distrital com recall é a tecnologia que tira dos políticos e transfere para o povo a última palavra em tudo o que afeta a vida em sociedade; que faz a participação de cada um na política fazer toda a diferença; que põe a permanência no emprego de qualquer político na dependência de fazer a reforma que seu eleitor quiser na hora que ele quiser; que os submete ao mesmo regime de incentivos e penalidades a que estamos submetidos todos aqui fora; que põe Brasília dançando a mesma música que o Brasil… e que faz tudo isso sem deixar poder excessivo na mão de ninguém.

Desde 2013 o Brasil vem ensaiando nas ruas a conquista da sua maioridade. Mas não tem conseguido definir um horizonte que lhe permita estabilizar esses ensaios num voo de longo curso e com rumo definido. Para sonhar com um Brasil institucionalizado onde caiba a vitória do bem, conquistar o direito à última palavra sobre o nosso próprio destino é a única coisa adulta a fazer.

Fonte: Estadão - Fernão Lara Mesquita