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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dilma, não governa sequer o que diz



Ouça a íntegra e confira um trecho da entrevista espantosa: a presidente do Brasil não governa sequer o que diz
 

O áudio em estado bruto e o texto sem revisão nem retoques, ambos divulgados pelo Portal do Planalto, informam que o que deveria ser uma entrevista da presidente Dilma Rousseff ao jornalista mexicano Dario Pignotti foi uma genuína conversa de hospício. O que se ouve e lê é um documento histórico tão precioso quanto perturbador. E o confronto de alguns trechos demonstra que o diálogo amalucado nada tem a ver com versão publicada por La Jornada.

Dos 22min22 aos 24min02, por exemplo, entrevistado e entrevistadora produzem em dueto uma estarrecedora sequência de frases desconexas, afirmações sem pé nem cabeça e apartes bêbados que a rapaziada do Portal do Planalto transcreveu com elogiável fidelidade:
PresidentaQual é a cor da sua bandeira?
JornalistaBranca, azul e vermelha.
PresidentaBranca, vermelha e azul, não é? Não, verde.
JornalistaNão, vermelha e verde, verde. Igual que a da Irlanda, igual que a da Itália, só que tem o escudo no meio, da águia com a serpente.
PresidentaAh, tem o escudo no meio, está certo, com a serpente. E deixa eu te falar uma coisa…

JornalistaMexicanos são grito de guerra,
PresidentaPor que que eu perguntei isso? Sabe por quê? Teve um teatrólogo brasileiro, que você deve conhecer, Nelson Rodrigues, que, além, disso, foi um colunista de futebol.
JornalistaSim, claro.
Presidenta: Que quando se referia à Seleção Brasileira, dizia que a Seleção Brasileira era a pátria de chuteiras, a pátria verde e amarela de chuteiras, Lá, a Seleção Mexicana é a pátria azul, branca e verde…
JornalistaNão, a camisa é verde, a camisa da Seleção. Sim, é verde.
PresidentaÉ verde? Então, é a pátria verde e chuteiras. A nossa também às vezes é verde, hein?

JornalistaAgora deixa eu fazer uma pergunta, uma pergunta...
Presidenta: Agora, a Petrobras é tão importante para o Brasil como a Seleção.
Jornalista: Claro.
PresidentaEntão, eu sempre disse o seguinte: se a Seleção Brasileira é a pátria de chuteiras, a Petrobras é a pátria com as mãos sujas de óleo.
JornalistaAh, isso é muito bom, Presidente, é uma frase muito boa.
Presidenta: E vocês têm também a pátria suja de óleo lá, a mão suja de óleo.
Jornalista: Desde o presidente Cárdenas.
PresidentaCárdenas, el grande presidente Cárdenas.

Recriada pelos editores mexicanos, essa intragável gororoba de 243 palavras acima servida virou uma sopa de letras que se pode engolir sem engasgos:
“Le cuento una historia: en Brasil hubo un escritor y cronista de futbol, Nelson Rodrigues, que cuando se refería a la selección decía que era la patria verdeamarilla con botines de futbol. En forma análoga, Petrobras es una empresa querida por el pueblo brasileño, para mí es tan importante para Brasil como la selección de futbol, y creo que en México ocurre algo parecido con Pemex, desde que el gran presidente Lázaro Cárdenas nacionalizó los hidrocarburos en los años 30″. 

(Tradução livre: “Ouça esta história. Tivemos no Brasil um escritor e cronista de futebol, Nelson Rodrigues, que se referia à seleção como a pátria verde e amarela em chuteiras. Faço uma analogia. A Petrobras é uma empresa querida pelo povo brasileiro, para mim é tão importante para o Brasil como a seleção de futebol, e creio que no México ocorre algo semelhante com a Pemex, desde que o grande presidente Lázaro Cárdenas, nos anos 30, nacionalizou os hidrocarbonetos”)

A versão em espanhol, reduzida a 79 palavras, expurgou o amalucado falatório que redesenha a bandeira do México e contamina as mãos da Pemex com a sujeira do Petrolão. Redundâncias bizarras ou bijuterias verbais foram para o lixo e a mulher indecifrável se tornou inteligível. Dá-se a isso o nome de “edição”. É só uma forma de vigarice que sonega aos leitores a informação essencial: o declarante é incapaz de traduzir em linguagem de gente o que lhe vai pela cabeça em permanente tumulto.

Vale a pena ouvir de ponta a ponta a entrevista inverossímil. Em pouco mais de uma hora, fica evidente que Dilma não faz sentido. Como a Constituição não autoriza a decretação do impeachment por insanidade mental, o Brasil segue lidando com uma presidente que não governa sequer o que diz. Os primeiros meses avisam que três anos e meio, em certos momentos históricos, podem ser a medida da eternidade.





Celso Arnaldo e os macróbios degenerados



O comentário do jornalista Celso Arnaldo Araújo merece reprodução em itálico e negrito aqui no Direto ao Ponto:

Marco Polo Del Nero, 74. José Maria Marin, 83. E, não nos esqueçamos, João Havelange, incríveis 99! Tão velhos, tão ricos e continuam roubando. 

Bons tempos os de Gino Amleto Meneghetti, inofensivo ladrão de telhado, preso pela última vez aos 93, que morreu na miséria.

Nossos macróbios degenerados da CBF e da FIFA merecem ter seus rostos e pelancas anexados à palavra “velhaco” nos dicionários do melhor vernáculo.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes

O senhor Stédile



Dizem os petistas que o senhor João Pedro Stédile é um homem culto, com pós-graduação em universidades de ponta, além de poliglota. Ao que parece - o partido não é chegado ao idealismo burguês -, o referido senhor é um intelectual de primeira linha. De fora a distância entre o que o PT diz e a realidade, vamos aceitar que o homem é culto. Mas a cultura que o reveste acentua ainda mais a rudeza do seu pensar, sem falar na malignidade de seus atos e pregações. Outro dia - indignado com a outorga da Medalha a ele conferida pelo chanceler da Comenda da Inconfidência, o mais alto galardão do governo de Minas Gerais -, um magistrado mineiro dizia vê-lo como fanático marxista, igual aos sectários da guerra santa dos islamitas radicais
Leitor e admirador de Marx e Freud, dois gênios, ousei rerratificar a fala do meu interlocutor: fanático, sem dúvida, mas do comunismo à moda de Lênin e Fidel, tirando Marx da confusão, filósofo profundo que sequer chegou a ver em vida as movimentações históricas dos partidos comunistas.
Quem leu o livro de Engels, amigo íntimo de Marx e próspero industrial alemão, a origem da família, do Estado e da propriedade, certamente está informado do significado da dialética da história no conjunto da obra de Marx, cujo livro mais citado é O capital, até hoje profundo e polêmico

Com acerto, o padre Jean Calvez, o mais honesto e profundo conhecedor da filosofia de Marx, dizia ser ele o autor da mais completa interpretação histórica do homem e do universo. Marx esteve baseado na dialética de Hegel, seu mestre e contemporâneo (ver Ludwig Feuerbach ou o Fim da filosofia clássica alemã), que utilizava a dialética do filósofo grego Heráclito para explicar a evolução do espírito absoluto (filosofia idealista alemã). Marx o botou com os pés no chão e usou a dialética para explicar o homem e a história, deixando de lado o tal espírito absoluto. O homo necessitudinis, ou seja, um ser de necessidades, é a tese. A antítese é a natureza sobre a qual o homem atua (homo faber) para satisfazer as necessidades de comer, defender-se, abrigar-se, procriar e sobreviver. 
A síntese é a história humana sob a face da Terra. Ao redor dessa contradição básica (ou seja, tese versus antítese = síntese), Marx chega aos tempos modernos pregando que só haveria igualdade e liberdade plenas com o desaparecimento do Estado e das classes sociais antagônicas e a mais-valia do trabalho, com a vitória do proletariado e a coletivização da propriedade (todos por um e um por todos), um belo sonho que ele chamou de materialismo histórico a terminar num paraíso terreal elevado e científico, a ombrear, como diz o padre Calvez com a parusia cristã, ou seja, o paraíso após a morte (o fim de todas as contradições da história dos homens e de cada homem particularmente). 
Embora a sociologia marxista seja ferramenta imprescindível para a compreensão da história humana, especialmente pelos lados social e político, a faticidade sociológica que processou a evolução das sociedades modernas nos mostrou, à saciedade, o fracasso dos modelos socialistas supostamente marxistas-leninistas. Rússia e China, os dois gigantes do socialismo dito científico, o trocaram por economias de mercado e modelos democráticos de gestão (o PC chinês tem vários partidos no seu âmago). Comunistas remanescentes temos somente dois países: Cuba, pressurosa em se modernizar, e Coreia do Norte, secretamente ávida de unir-se à Coreia do Sul. 
Causa espécie que, apesar da sua cultura, o senhor Stédile não tenha percebido as mutações da história contemporânea, apegando-se a avelhantados slogans tipo "luta contra o imperialismo norte-americano", ou de cara com o sucesso do agronegócio, a alardes contra "a exploração do latifúndio improdutivo"... Stédile não passa de um agitador político, com alta dose de desequilíbrio socioafetivo, apegado a teses esquizoides dissociadas da realidade que vivemos no Brasil. O PT inteiro, aliás, inventa uma luta de classes que ninguém enxerga e alardeia defender os pobres contra os ricos. Ora, não há quem sendo rico deixe de desejar o aumento do poder aquisitivo do povo, garantia de mais progresso, pois terá a quem vender produtos e serviços. 
A luta contra a pobreza, o desejo de educar o povo, o resgate da desigualdade histórica que assola as sociedades latino-americanas é desejo de todos os brasileiros e povos irmãos do continente. Não existem "banqueiros perversos", "latifundiários exploradores" nem "burgueses despolitizados". Os "movimentos sociais" não passam de "caricaturas" ridículas de "imaginárias revoluções", massa de manobra de políticos populistas, espertalhões e psicopatas sociais, como o senhor Stédile, com todos os seus inúteis diplomas.
Por: Sacha Calmon - Correio Braziliense

Como fisgar um multimilionário russo

Escolas de sedução na Rússia cobram até €2 mil para ensinar mulheres a conquistarem um marido rico 

O único que quer a russa Helena Poriovska é um marido multimilionário. Pouco importa se é velho, calvo, alcoólatra, obeso. Não é o amor que interessa a essa belíssima loira de 24 anos. Ela quer estabilidade. — Se é capaz e usar com inteligência seus atributos, conseguirá o que todas as jovens russas procuram desde que desapareceu a União Soviética, um oligarca — afirma Vladimir Rasa, “professor de amor” que dá aulas de sexo e sedução em Moscou.

Carro de luxo na Praça Vermelha, em Moscou - Andrey Rudakov / Bloomberg/22-12-2014

Como Helena, são milhares em todo o país. E estão dispostas a tudo para conseguir o homem que vai tirá-las da mediocridade. Segundo Rasa, na nova Rússia capitalista, um país consumido pela obsessão pelo dinheiro e busca por status, “pescar” um candidato ideal é uma aventura cada vez mais complicada.— As mulheres querem um marido que tenha avião privado, iate e um poço de petróleo. Não é impossível, mas para conseguir necessitam qualidades superfantásticas diz Verushka, também professora. 

No subsolo onde trabalham Vladimir e Verushka, perto da Praça Vermelha, as candidatas seguem cursos de “como casar em três meses” ou “sexo oral para especialistas”. “Contraiam os músculos da vagina. Isso provoca a dilatação das pupilas e as deixará mais sexys“, são alguns dos conselhos que a russas anotam.

Como Helena, 40 jovens desembolsaram €300 por seis semanas de cursos noturnos para aprender entre outras coisas como manipular um homem rico. As escolas de sedução são uma das novas — e lucrativas — atividades comerciais para ajudar mulheres a encontrar um lugar na Rússia pós-comunismo.

Desde a época em que Mikhail Gorbachov aplicou sua famosa política de glasnost (transparência), não só floresceram escolas como as de Vladimir e Verushka; também filmes, shows de televisão e livros. A Internet está cheia de ofertas de escolas, de Moscou à Sibéria, com tarifas que vão de €200 a €2 mil.

O machismo russo também contribuiu para as mulheres buscarem a estabilidade no casamento. Na Rússia, muitos empresários não querem empregar mulheres, convencidos de que as obrigações familiares impedem as mulheres de trabalhar corretamente. E aquelas que têm a sorte de obter um trabalho recebem um salário 60% inferior aos dos homens, de acordo com um informe da ONG russa Human Rights House. A atividade de uma bela amante se cotiza em € 4 mil mensais, um apartamento novo, um carro e finais de semana na Turquia ou Egito. Em troca, a escort girl deve estar disponível e sempre feliz.

A contracapa de um popular manual de auto-ajuda, coescrito pela it-girl russa Ksenia Sobchak, diz: — Há suficientes oligarcas na Rússia para conquistar. O equipamento necessário: um sorriso, sentido do humor, otimismo e fervor. Casar com um príncipe? É fácil.

Provavelmente Ksenia exagera. Na última década, o presidente russo, Vladimir Putin, perseguiu, prendeu e exilou muitos dos homens mais ricos do país. Mas segundo Rasa, ainda existem uns 50 multimilionários e 120 mil milionários e alguns senhores com boa situação financeira. A Rússia tem inclusive seu mago oficial para formar casais fora do comum: Piotr Listerman, um personagem meio guru, meio mafioso, organizador de encontros nas esferas mais altas da oligarquia pós-soviética.

Quando não está em bares ou estações de esqui, Listerman atua num programa de televisão chamado As belas e fera. Ele afirma que recebe uns 200 e-mails por dia de mulheres que pedem para ser apresentadas a algum magnata. Seria Listerman o responsável pelo casamento de Ilya Golubovich, filho de um magnata do petróleo com a bela estudante ucraniana Helena, em 2011. Um ano e meio depois se separaram e a Corte de Londres pronunciou a sentença de divórcio concedendo a Helena quase três milhões de libras.

Helena se transformou em ídolo absoluto das pretendentes a gueixa, como Ilena Kurkova, loira, 1,78 de altura.  — No primeiro encontro há algumas regras fundamentais: jamais falar de si mesma e estudar seus passatempos.

E como fazer para conseguir que o candidato comece a dar presentes?
— Quando há algo que te interessa se coloque a sua esquerda, que é o lado emocional. O da direita é o racional — diz Ilena. Mas se as escolas de gueixas russas vendem sonhos, também tentam alertar suas alunas que nem tudo é cor de rosa no duro caminho até os diamantes. Pode ser cansativo — adverte Vladimir. — Os milionários são exigentes. Se ele paga pela sua vida de rainha espera coisas em troca. Pode estar cansada e querer dormir cedo. Mas se ele quer sair terá que subir em teus Louboutin, colocar o melhor sorriso e acompanhá-lo.

Para Listerman “o problema principal são as outras mulheres”.

Por:

O PT, como organização crminosa, é contra qualquer medida que endureça o combate ao crime e aos criminosos = raposa cuidando do galinheiro

Cunha propõe consulta popular sobre redução da maioridade penal

Referendo será incluído na proposta que deve ser votada em junho, segundo presidente da Câmara

Menos de 48 horas depois de a presidente Dilma Rousseff voltar a criticar a redução da maioridade penal, em um evento em São Paulo, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou ontem, em sua conta no Twitter, que vai votar a proposta de emenda constitucional no plenário da Casa ainda neste mês. Cunha também sugeriu que a medida passe por um referendo a ser feito junto com as eleições municipais de 2016. A consulta popular será incluída na proposta. Com muitas críticas ao PT,  que é contra a redução da punição dos crimes de menores infratores de 18 para 16 anos,  [o PT é uma 'organização criminosa', o que o torna contrário a qualquer medida que procure endurecer o combate ao crime.] Cunha criticou ainda a tentativa de anular a votação que aprovou a doação de empresas a partidos na campanha eleitoral na reforma política. Segundo Cunha, as críticas à forma como ele conduziu o processo não passam de “polêmica e choro”. 
 
“O PT não quer a redução da maioridade e acha que todos têm de concordar com eles”, escreveu o deputado, acrescentando: “Tenho absoluta convicção de que a maioria da população é favorável. A Câmara não vai ficar refém dos que não querem que nada que os contrarie seja votado”.

O governo criticou a posição de Cunha. O ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas, classificou como um equívoco do deputado atribuir essa causa como exclusividade do PT: — É um equívoco do presidente (Cunha) atribuir essa posição a um grupo do PT. Não me parece que o ex-presidente Fernando Henrique (PSDB) seja de algum grupo do PT. Não me parece que os bispos da CNBB sejam parte do PT. Essa é uma bandeira que ultrapassa partidos. Acreditamos ser muito mais eficiente ampliar a pena dos adultos que têm utilizado adolescentes para atuarem nos crimes. Esses jovens que cometeram infrações sairão dos presídios aliciados pelas facções — disse Pepe Vargas ao GLOBO. [Fernando Henrique é favorável à descriminalização da maconha; basta isso para tornar altamente recomendável que ele se filie ao PT e nos privilegie com sua ausência do mundo político.]

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FH, em sua última manifestação sobre o tema, em Comandatuba (BA), no mês de abril, disse que, com a redução da maioridade para 16 anos, “vão começar a usar criança de 15 (no crime), o bandido vai pegar criança de 15 anos para dizer que não é culpado. Não resolve”.
[FHC, existe o tempo de falar e o de calar; não há duvidas que você já está há anos no tempo de calar, só ainda não caiu a ficha. Se cala FHC.]

Pepe Vargas lembrou ainda que a presidente Dilma tem se manifestado de forma contrária à redução. Ele também se opõe à ideia de Cunha de ouvir a população num referendo. [ministro Pepe Legal, que importa a opinião da presidente Dilma para os BRASILEIROS DO BEM? para você a opinião da cérebro baldio importa e muito, afinal você estar ministro depende dela. Mas, nós BRASILEIROS DO BEM, queremos é que a Dilma nos privilegie com sua ausência.
Aqui cfabe o ditado: Dilma! a sua ausência preenche uma grande lacuna.]
— Não acho que seja matéria para ser submetida a um referendo. Se a tortura, por exemplo, for levada à população e eventualmente a posição majoritária for a favor, não significa que devemos adotá-la no Brasil — disse Pepe.

Para fazer frente à reação contrária do governo e dos partidos de esquerda, a estratégia de Cunha e dos aliados é incluir no texto da proposta de emenda a realização de referendo, a ser feito após sua aprovação pelo Congresso Nacional, junto com as eleições de 2016. Ou seja, a redução da maioridade só se concretizaria se a sociedade aprovasse. A proposta, endossada por Cunha, foi feita pelo líder do DEM, Mendonça Filho (PE).

— Essa votação vai envolver um embate político duro e severo. O barulho que a esquerda faz sobre esse tema é desproporcional. Podem tentar um terceiro turno da decisão do Congresso (recorrendo à Justiça). Então, bota logo o povo para decidir. A maior pressão para reduzir a idade vem da própria opinião pública — disse Mendonça.

Para o líder do DEM, o relator da proposta na comissão especial, Laerte Bessa (PR-DF), pode incluir a realização do referendo na emenda. Bessa é a favor da redução da maioridade penal, mas evita adiantar o teor de seu relatório, que será apresentado no próximo dia 8. Bessa disse ontem aprovar a ideia de um referendo. — Excelente ideia, porque referendo é o povo avalizando. Isso é o uso da democracia e do direito do povo de se manifestar — afirmou. [o referendo é uma forma excelente de validar a redução da maioridade penal e impedir que a esquerda queira invocar cláusulas pétreas para manter a impunidade dos bandidos.
O ideal é que a maioridade penal seja reduzida para os catorze anos, sendo facultado ao juiz, dependendo da gravidade do crime cometido pelo 'di menor', reduzir tal idade,  em despacho fundamentado, para até dez anos.]

Cunha anunciou a votação da PEC da maioridade quando reagia, no Twitter, à decisão de alguns parlamentares de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar votações realizadas na Casa. Ele não citou nomes, mas um de seus alvos foi o deputado Alessandro Molon (PT-RJ). Adversário de Cunha no estado do Rio, o petista é um dos principais articuladores no Congresso contra a redução da maioridade e é um dos parlamentares que assinam a ação para tentar anular a votação que permite a doação de empresas a partidos políticos. Ontem mesmo, Molon reagiu e sustentou que é uma estratégia de Cunha misturar um tema de maior apelo popular, como a maioridade penal, com o financiamento de campanha. — Não adianta o presidente (Cunha) tentar mudar de assunto desviando o foco da sua manobra que violou a Constituição e garantiu o financiamento empresarial de campanhas. Vamos recorrer à Justiça quantas vezes forem necessárias para proteger a democracia. Quem não aceita resultado é quem refaz a votação até ganhar — rebateu Molon.

Quando a proposta foi votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o PMDB, maior partido da Casa, ficou dividido. — De fato no PMDB há posições divergentes. No momento em que a matéria estiver em plenário para votar, nós vamos deliberar na bancada — afirmou o líder do partido, Leonardo Picciani (RJ), que pessoalmente é favorável à redução nos casos de crimes contra a vida.

TEMA É CONTROVERSO TAMBÉM PARA ESTUDIOSOS
Entre estudiosos, o tema é controverso. Cláudio da Silva Leiria, promotor que atua em vara da infância no Rio Grande do Sul, é favorável à proposta de redução da maioridade penal por considerar os jovens suficientemente informados sobre o que é um ato ilícito: — A redução é plenamente possível. Houve uma evolução. O jovem de hoje não é o mesmo de 40 anos atrás. Ele tem acesso à informação. Tem como compreender o caráter ilícito de sua atitude. Mas a questão está sendo tratada com sentimentalismo. O jovem pobre é vítima. Gostamos de falar de suas condições precárias, de sua vulnerabilidade social. Porém, nos últimos 30 anos, as condições sociais do país melhoraram. Mas nem por isso o crime diminuiu. Ao contrário, ele cresceu, especialmente os praticados por menores — avalia a promotor.

Já o criminalista José Carlos Tórtima, que é contra a redução, sustenta que o sistema penitenciário pode trazer efeitos ainda mais nocivos à vida dos menores infratores. Segundo ele, a medida não resolve as distorções sociais: — Respeito o sobressalto da sociedade, mas não aceito que essa seja a saída. Não temos um sistema minimamente adequado para garantir a eficácia das medidas. A lei é para todos. Não vai escolher sistemas específicos para cada tipo de delito. Então, ficarão juntos o garoto que mata um ciclista a facadas na Lagoa e outro que apenas bateu uma carteira na Central do Brasil. E isso acabará destroçando pessoas que ainda têm chance de se recuperar. Além do mais, o filho do pobre, que esfaqueou, será sempre bandido, semente do mal, enquanto o menino de classe média que agrediu a empregada em casa será apenas um garoto problemático. [é um absurdo que alguém supostamente conhecedor das leis - caso desse criminalista contrário à redução, compare um 'di menor' que esfaqueou alguém (ato que só é efetuado por quem tem a evidente intenção de matar) com um 'di menor' que discutiu com uma doméstica, sendo mais eloquente em algum xingamento, ou seja, praticou uma agressão verbal.]  

Colaborou Chico Otavio

O apagão das universidades na Pátria Educadora

Greve de professores e servidores agrava a crise na educação e mostra o descaso do governo com as instituições de ensino publico do País, já comprometidas pelo corte nos repasses



Anta educadora procurando PÁTRIA EDUCADORA

Falta luz nas salas de aula. O número de assaltos aumentou porque seguranças foram demitidos. O lixo está entulhado depois do corte nas equipes de limpeza. Reformas estão paralisadas. O pagamento das bolsas está atrasado. Grande parte das 63 universidades federais brasileiras já enfrentou pelo menos um desses problemas algum dia. Muitas delas mantêm grandes estruturas e o dinheiro em caixa nem sempre é suficiente. Mas em 2015 essas situações não só se tornaram recorrentes como generalizadas. No discurso, a educação é uma prioridade do governo, porém a realidade mostra o contrário. Neste ano, a verba repassada para as instituições de ensino superior que recebem dinheiro do cofre federal sofreu um corte de cerca de 30%. Segundo o Ministério da Educação (MEC), em janeiro e fevereiro foram repassados o equivalente a 1/18 do valor anual, mas a partir de março as transferências teriam sido regularizadas. A informação é negada por universidades consultadas por ISTOÉ, que afirmam estar até agora recebendo repasses reduzidos. Sem dinheiro suficiente, as administrações cortaram serviços básicos e criou-se um ambiente incompatível com o aprendizado. A crise fica ainda mais pungente com o início da greve de servidores e professores na quinta-feira 28. Entre outras reivindicações relacionadas às suas carreiras, os profissionais exigem normalização dos repasses do governo. Um dos pontos cruciais para o desenvolvimento do País, a universidade federal se vê hoje imersa em dívidas e chegando ao extremo de suspender aulas e cancelar contratações, comprometendo as pesquisas e uma geração de futuros profissionais. Sem perspectiva de resolução, e com o governo se recusando a assumir a responsabilidade, fica a questão: quem pagará essa conta?

Considerada a maior do país, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é um dos casos mais emblemáticos – e dramáticos. Com 62.240 alunos, 4.036 docentes e 9,3 mil servidores, a instituição teve de suspender aulas em alguns cursos no começo de maio porque não havia serviços de limpeza e segurança. Funcionários entraram em greve por falta de pagamento e, dias depois, a situação ficou insustentável. Para a professora do Instituto de Química Glória Braz, desde a implementação do programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), a tragédia estava anunciada. “O número de alunos aumentou, mas a estrutura de apoio não acompanhou”, diz. O atraso no pagamento das bolsas-auxílio, de pesquisa, extensão e iniciação científica também deixou os estudantes apreensivos. Na segunda-feira 25 os servidores declararam greve e os alunos decidiram na quinta-feira 28 parar em apoio aos funcionários. Thainá Marinho, 19 anos, está no quinto período de Letras/Latim. “Este ano a rotina acadêmica mudou bastante. Em relação à estrutura, os banheiros ficaram imundos, com pilhas de lixo e um cheiro forte”, diz.

Em relação à estrutura e ao funcionamento das instituições, há situações similares em todo o País. Na Universidade de Brasília (UnB), o repasse mensal, que deveria ser de R$ 11 milhões, caiu para R$ 7 milhões. “Em janeiro, fevereiro e abril, a gente teria que receber um determinado valor para despesas de custeios que cobrem jardinagem, segurança, papel, luz. Recebemos um terço a menos do que o previsto. Estamos na pior situação”, afirma César Augusto Tibúrcio, decano de planejamento e orçamento. Contas de água e luz estão atrasadas e há reformas paradas. Temos um valor de despesa de custeio em torno de R$ 15 milhões. Parte disso vem do governo e parte de recursos próprios, de imóveis que administramos. Mas ainda assim não é suficiente.” A maior crítica feita por Tibúrcio é a falta de informação por parte do governo, que só definiu a programação orçamentária na sexta-feira 22, mas até agora não se pronunciou sobre quanto será repassado às universidades. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o atraso nos salários causou uma paralisação entre funcionários da vigilância do campus. Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os fornecedores também não foram pagos. “Os repasses do governo são feitos sem uma frequência ou data pré-estabelecida, o que ocasiona um descompasso no fluxo financeiro”, afirma a instituição em nota.

Na Universidade Federal da Bahia (UFBA), a reitoria organizou um ato público para informar sobre os problemas gerados pelo contingenciamento de 40% nos repasses e do déficit de R$ 28 milhões referentes a 2014. Pagamentos de contas de energia elétrica e fornecedores estão comprometidos. Foram estipuladas algumas medidas para redução de custos, como corte de até 25% nos contratos de serviços terceirizados, que provoca diminuição das equipes de segurança, portaria e recepção, manutenção e limpeza. A mesma estratégia foi adotada pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o diretório central dos estudantes (DCE) tem discutido o corte no orçamento. “Seguranças foram dispensados e os assaltos aumentaram muito”, afirma Izabella Lourença, coordenadora geral do DCE. A universidade tem mais de 30 mil alunos e dois campi principais. Outro problema da UFMG é o atraso no pagamento das bolsas-auxílio. Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em um comunicado divulgado para os alunos, a entidade explica que o atraso no pagamento das bolsas se devia ao fato de o governo federal ainda não ter efetuado o repasse do orçamento. Em vez de quatro parcelas de R$ 400 por semestre, os alunos receberam só uma, sem garantia das outras três.


Foram os funcionários que puxaram a greve. Servidores de 60 universidades, segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), aderiram oficialmente à paralisação que começou na quinta-feira 28. No mesmo dia, docentes de 18 instituições começaram a paralisação em 12 estados. Segundo Rolando Rubens Malvásio Junior, coordenador de administração e finanças da Fasubra, mais docentes devem suspender as aulas nos próximos dias. “Sem os servidores, tudo para: biblioteca, restaurante... Hospitais universitários funcionam somente para urgências e tratamentos continuados”, afirma. Instituições do Mato Grosso, Sergipe, Bahia, entre outros, terão aulas paralisadas por tempo indeterminado. No Rio de Janeiro, professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) também param. Na UFRJ, só servidores, como na UFMG, e alunos.

O MEC afirma que a greve só faz sentido quando estiverem esgotados os canais de negociação . “O Ministério recebeu as entidades representativas de professores e servidores nas últimas semanas, mas desde o início elas já informaram ter data marcada para a greve”, afirma, em nota. Uma das explicações para a retenção dos repasses é a necessidade de se aguardar a publicação da programação orçamentária de 2015, o que aconteceu somente na sexta-feira 22, com anúncio de corte de R$ 9,42 para a pasta da educação. Não se sabe ao certo quanto essa medida afetará as federais. Na quarta-feira 27, foram liberados R$ 7,2 bilhões como crédito suplementar a órgãos do poder executivo e às universidades federais. Esse valor, porém, não cobre a diminuição de 30% dos repasses anteriores. Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), diminuir gastos com universidades é criar um apagão intelectual. “É um enorme atraso para um momento em que queremos entrar no mundo da inovação. O futuro está no conhecimento”, diz. Em um País onde faltam serviços básicos nos mais importantes centros de ensino e pesquisa, pensar no futuro, hoje, causa mais medo do que esperança.

Colaborou Helena Borges
Foto: José Lucena/Futura Press, LULA MARQUES; Ronildo de Jesus/ Futura Press