"Assassino" do planeta Plutão
Cientista que "matou" Plutão diz não se arrepender
As imagens e descobertas da sonda da Nasa New Horizons vêm reforçando
os apelos para que Plutão volte a integrar o clube de planetas - do qual
foi expulso sem cerimônias em 2006.
O professor Mike Brown diz não se incomodar em ser chamado de "assassino
de Plutão" se isso contribui para a compreensão do Sistema Solar
No entanto, o professor
Mike Brown, da universidade Caltech (Califórnia), conhecido como "o
homem que matou Plutão", disse à BBC que os que pedem que o planeta
volte ao clube parem de viver no passado. "As pessoas que a
gente mais ouve pedindo a reinstalação do planeta são aquelas envolvidas
na missão (New Horizons). Entendo que seja emocionalmente difícil para
eles", disse. "Eles querem que Plutão seja um planeta porque
querem voar para lá. Mas seria bem melhor se aceitassem a realidade de
que ele não é um planeta e ficassem empolgados com o fato de que estão
indo para um novo tipo de objeto no Sistema Solar."
Golpe de misericórdia
Os pedidos para que Plutão fosse rebaixado começaram após outro objeto
no Cinturão de Kuiper ter sido descoberto em 1992. Alguns argumentavam
que Plutão era simplesmente o primeiro corpo celeste encontrado nesta
pouco explorada área do Sistema Solar. No entanto, o golpe de
misericórdia foi dado pelo professor Brown, com sua descoberta do
planeta anão Eris, em janeiro de 2005. Era como Plutão, mas como uma
massa maior.
Essa foi uma das descobertas que fez com que a
União Astronômica Internacional (UAI) criasse uma comissão para
reavaliar a definição de planetas. Assim, em 2006, a UAI teve
que decidir se admitia Eris, e outros pequenos mundos como Ceres, ou se
expulsava Plutão. Era preciso escolher um ou outro - manter o status quo
não era possível.
Brown argumenta que a se a UAI tivesse
decidido manter Plutão como um planeta e admitisse Eris, a organização
eventualmente teria de considerar a candidatura de centenas, talvez
milhares, de outros aspirantes a planetas. "Não há outra
maneira de categorizar os Sistema Solar além de descrevê-lo como tendo
oito objetos dominantes, que são os planetas que conhecemos. Não há
nenhuma vantagem em se manter Plutão e em classificá-lo como um dos
planetas maiores, porque ele simplesmente não é."
Então como o
professor Brown reagiu quando soube que Plutão havia sido rebaixado? Foi
um momento de alegria ou ele foi tomado pela culpa?
Ele compara o episódio a um assassinato a sangue frio, um ato de misericórdia que era necessário para o bem da ciência. "Para mim, estava claro já fazia alguns anos que Plutão estava
classificado de maneira errada. Então, fiquei bem feliz com a ideia (da remoção de Plutão) de que agora poderíamos voltar e corrigir esses
erros", disse.
Fonte: UOL
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