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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Cientista político afirma que para o PMDB chegar à Presidência o caminho mais fácil é o impeachment de Dilma

Flávio Britto, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB), diz que se o PMDB quiser ter candidato próprio à Presidência da República em 2018 terá que buscar união.

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Britto avalia que o afastamento de Eduardo Cunha do governo ainda deve causar muita dor de cabeça à presidente Dilma e lembra que depende dele colocar ou não um pedido de impedimento em votação.

A crise, ou guerra, entre Legislativo e Executivo ganhou novas contornos com a decisão de Eduardo Cunha em romper com o governo e a presidente Dilma.  O que esperar agora?
É prerrogativa do presidente da Câmara pautar matérias como um eventual pedido de impeachment. Ele tem o poder de instalar ou não as CPIs, situação que já o fez. Há escândalos envolvendo os setores energéticos do país e o BNDES. A previsão efetivamente é de maus momentos para Dilma e seus asseclas no Palácio do Planalto.

E o PMDB? Até agora o partido sinaliza não apoiar o gesto dele...
Assim como no PT, no PMDB há várias correntes internas. Desde a época do velho MDB elas já existiam. Então vão ter segmentos dentro do PMDB que irão acompanhar Eduardo Cunha, outros que irão repudiar e terão outros que ficarão indiferentes. Tudo vai depender dos desdobramentos que irão aparecer nas CPIs e na questão que envolve a Lava-Jato.

Mas, o partido pretende lançar candidatura para 2018...
Se as correntes internas dentro do PMDB não se unirem ele volta a ser um coadjuvante no pleito de 2018. Hoje para o PMDB, o impeachment é melhor caminho, para chegar à Presidência, pois Dilma cai e assume Michel Temer.

Por que a presidente Dilma tem tanta dificuldade para lidar com a crise política?
Por nunca ter um mandato sequer de vereador, ela não estava acostumada com o tratamento junto às casas legislativas. No primeiro governo ela fez uma gestão altamente arrogante e autoritária. Isso sem falar, que ela fez uma campanha totalmente voltada para ludibriar a população, pois queria vencer a eleição a todo custo.

A ação da Polícia Federal nas residências de senadores acendeu um sinal amarelo de um desgaste entre Legislativo e Judiciário?
O ex-presidente e senador Fernando Collor entende de forma equivocada que o governo teria mecanismos legais para coibir a atuação do Ministério Público e da Polícia Federal. Existe uma pressão popular muito forte para que o país seja passado a limpo e as instituições estão trabalhando.

A atuação do ex-presidente Lula em meio à crise política do governo tem contribuído para alguma coisa?
Ele está tentando tardiamente consertar uma situação que a presidente Dilma criou. Ele sempre foi um homem, ao contrário dela, do diálogo. Dilma sempre quis o embate sem ter nenhuma estratégia e dimensão das consequências disso. Então a tarefa hoje do ex-presidente Lula é ingrata. Nós temos que ver que o Ministério Público Federal abriu um inquérito criminal contra Lula, ele passa a ser formalmente investigado e a situação política do PT vai ficando cada vez mais estreita.

Fonte: Blog do Noblat -  Flávio Britto, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB),


 

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