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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Com tantas denúncias envolvendo a campanha de Dilma, o procurador-geral deveria se afastar - afinal, sua recondução ao cargo depende da Dilma, o ue põe em dúvida sua isenção

Dilma não deve ser investigada por delação de Ricardo Pessoa

UTC doou R$ 7,5 milhões à campanha em 2010; ação no TSE investiga repasses 
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai fazer uma análise sobre as citações a supostas doações ilegais à campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014, presentes na delação de Ricardo Pessoa, aos mesmos moldes do que foi feito com as menções à campanha da petista de 2010, transcritas na delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.  Janot vai usar os mesmos critérios jurídicos e de investigação ao avaliar as citações a Dilma na delação de Pessoa, dono da construtora UTC, segundo fontes com acesso às investigações. A partir dessa análise, ele decidirá sobre pedidos de abertura de investigação. 

Em março, o procurador-geral enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de abertura de inquérito para investigar 13 senadores e 22 deputados federais citados nas delações de Costa e do doleiro Alberto Youssef. Naquela ocasião, a presidente Dilma ficou fora de um pedido de investigação por conta do parágrafo quarto do artigo 86 da Constituição Federal, reproduzido por Janot: “O presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.”

Janot, no entanto, considerou que, pelo teor das delações, a “suposta solicitação de vantagem” deveria ser apurada. Assim, o caso foi remetido à primeira instância da Justiça Federal no Paraná, onde um inquérito foi aberto para investigar a atuação do ex-ministro Antonio Palocci. O ex-diretor da Petrobras afirmou ter recebido um pedido de Youssef para autorizar o uso de R$ 2 milhões, supostamente desviados de contratos com a estatal, na campanha de Dilma em 2010. O pedido teria sido feito por Palocci. Youssef negou ter pedido.

A delação de Pessoa trouxe suspeitas para o financiamento da campanha à reeleição de Dilma. O dono da UTC disse ter sido procurado pelo tesoureiro da campanha, Edinho Silva, atual ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Pessoa afirmou ter sido lembrado por Edinho a respeito dos contratos da UTC na Petrobras. 

A empreiteira doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma, segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro da Secom e a presidente Dilma sustentam que as doações foram legais. Uma ação no TSE, movida pelo PSDB, investiga esses repasses.
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A partir da delação de Pessoa, surgiram dezenas de petições ocultas no STF. Cada uma corresponde a um dos fatos detalhados pelo empreiteiro. Ainda não se sabe se uma das petições se refere ao episódio envolvendo Edinho e se Janot vai pedir abertura de inquérito para investigá-lo.
 
Fonte: O Globo
 
 

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