O ex-presidente deve ser questionado sobre contratos obscuros de Luís Cláudio, um de seus filhos
Não era só a visita à presidente Dilma Rousseff que Lula tinha como agenda em Brasília. O ex-presidente foi intimado pela Polícia Federal
para prestar depoimento nesta quarta-feira (6) na capital federal. Os
investigadores querem ouvir de Lula explicações sobre como o seu filho Luís Cláudio ganhou R$ 2,5 milhões em consultorias
– aquelas produzidas copiando artigos da internet. O encontro de Lula
com a PF deveria ter ocorrido no fim do ano passado. No entanto, a
defesa do ex-presidente alegou que não fora notificada oficialmente. O
contato ocorrera por telefone.
Lula depõe à PF em investigação sobre venda de medidas provisórias
Filho do ex-presidente e ex-ministra Erenice Guerra já prestaram depoimentos na Operação Zelotes
[Lula depõe na condição de informante; por ser o criminoso seu filho ele não é obrigado a prestar compromisso e assim não pode ser testemunha; na condição de informante o depoimento do Lula perde muito do seu valor mas livra que ele seja preso por falso testemunho.
Por ser mentiroso compulsivo, doentio mesmo, Lula iria mentir e sairia algemado.]
O ex-presidente Lula prestou depoimento à Polícia Federal (PF) em
Brasília na tarde desta quarta-feira, dentro do inquérito da Operação
Zelotes, que investiga uma suposta compra de medidas provisórias em
benefício do setor automobilístico. O mesmo inquérito apura os
pagamentos feitos à empresa de consultoria de Luís Cláudio Lula da
Silva, filho do ex-presidente. O depoimento foi marcado inicialmente
para dezembro, mas foi reagendado para esta quarta.
O pedido para ouvir Lula partiu do delegado da PF Marlon Cajado, que
conduz as investigações. O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília
não participou da oitiva, mas formulou perguntas e encaminhou ao
delegado. O cerne dos questionamentos foi a suposta negociação
envolvendo três medidas provisórias. Já foram ouvidos nesse inquérito o
filho de Lula e a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
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Em
30 de novembro, o MPF fez a primeira denúncia à Justiça Federal em
Brasília dentro da Operação Zelotes. Luís Cláudio ficou fora dessa
primeira leva de acusações e passou a ser investigado num segundo
inquérito. Dezesseis pessoas foram denunciadas por envolvimento em negociação
para aprovação de medidas provisórias. Entre eles estão o lobista
Alexandre Paes dos Santos, a ex-secretária da Câmara de Comércio
Exterior (Camex) Lytha Spíndola e o jornalista Fernando Cesar Mesquita.
Dos denunciados, sete estão presos. Foram identificados crimes de
organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e
extorsão. A lista de pedidos do Ministério Público à Justiça inclui o
ressarcimento de R$ 879,5 milhões de reparação aos cofres públicos. É a
estimativa da Receita Federal com a perda da corrupção. A LFT Marketing Esportivo, empresa de Luís Cláudio, recebeu
pagamentos de R$ 2,5 milhões a título de consultoria da Marcondes e
Mautoni, cujos donos estão presos preventivamente sob a suspeita de
operar a suposta compra de medidas provisórias.
A Zelotes começou com investigações sobre a suposta compra de
decisões no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf),
vinculada ao Ministério da Fazenda. A operação foi dividida em
diferentes frentes de apuração. Relatório da PF aponta "indícios contundentes da prática de crimes
cometidos por empresários, lobistas e servidores públicos". Os crimes
relacionados são extorsão, associação criminosa, corrupção passiva,
corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Lobistas são acusados de receber
dinheiro da MMC e da Caoa para incluir mudanças em três medidas
provisórias sobre redução de impostos para montadoras.
Em nota, o Instituto Lula informou que o ex-presidente prestou
depoimento para falar da edição das Medidas Provisórias 471/2009 e
512/2010. Segundo o instituto, Lula não é investigado no inquérito e
"prestou informações ao delegado Marlon Cajado em Brasília, colaborando,
como sempre faz, para esclarecer a verdade".
A nota ainda sustenta que as duas MPs editadas no governo Lula
ajudaram a gerar empregos em sete parques industriais na Bahia,
Pernambuco, Ceará, Amazonas e Goiás. "Ambas resultaram de reivindicações
e diálogo com lideranças políticas, governadores, sindicalistas e
empresários, amparadas em exposições de motivos ministeriais que levaram
em conta a geração de empregos, renda, incorporação de tecnologia e
arrecadação para os Estados em decorrência dos incentivos federais", diz
o texto.
Segundo o Instituto, no depoimento, o ex-presidente negou que a
edição das Medidas Provisórias ou qualquer outro ato de seu governo
tenha relação com o contrato entre as empresas investigadas e a LFT,
empresa de seu filho Luís Claudio Lula da Silva. [Lula estivesse depondo como testemunha, só esta negativa, uma mentira, seria suficiente para ele ser preso em flagrante.]
Fonte: Revista Época
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