Temer desiste de reforma ministerial para evitar tumulto em base aliada no Congresso
A volta do que não foi
Apesar das especulações de que faria
uma reforma ministerial em fevereiro, após a eleição para o comando do
Congresso, Michel
Temer não tem na manga nenhum desenho de mudança estrutural em seu primeiro
escalão. O presidente da República até gostaria de mover mais peças na
Esplanada, mas quer evitar tumultos desnecessários em sua base de apoio para
não comprometer votações relevantes. A reforma da Previdência é,
portanto,
o maior empecilho a uma mexida na equipe.
E tenho dito!
“Reforma
ministerial nunca foi objeto de discussão em que eu estivesse presente”, diz o chefe da
Casa Civil, ministro Eliseu Padilha, braço direito de Temer.
Benjamin Button
Qualquer
movimento brusco geraria mais instabilidade ao governo. “Toda administração,
em geral, mexe na equipe no meio do caminho. Mas temos dois anos de vida, não
quatro. Não dá tempo nem de envelhecer”, diz um palaciano.
Deixa disso
O Planalto prefere
que Renan Calheiros assuma a liderança do PMDB no Senado, não a Comissão de
Constituição e Justiça.
No octógono
Como a CCJ sabatina
juízes e procuradores indicados pelo governo, por exemplo, auxiliares de Temer
receiam que o aliado use o órgão para seguir em guerra com parte do Judiciário,
tumultuando a cena.
Cruzes
Além da avalanche
de críticas na opinião pública, outra razão motivou o veto parcial
do Planalto à renegociação da dívida dos Estados: sem contrapartidas definidas
em lei, Temer
sofreria a pressão individual de 27 governadores para flexibilizar as regras de
ajuste fiscal.
É o amor
PSDB e PMDB, sócios
preferenciais da coalizão que sustenta o governo, querem o mesmo
cargo na hierarquia que comanda a Câmara: a primeira vice-presidência da Casa.
Nem de brincadeira
Ministros já
monitoram com lupa quais nomes podem disputar a vaga. Querem evitar surpresas
à la Waldir Maranhão (PP-MA), atual vice-presidente da instituição.
Sem INSS
“Eu não
cogito me aposentar”, assegura Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal e
presidente do Tribunal Superior Eleitoral, sobre especulações de que pretende
pendurar a toga muito em breve.
Pilatos
Ministros do STF têm
dito que preferem não se meter na polêmica sobre a sucessão da Câmara — deputados
provocaram a corte para que diga se a candidatura de Rodrigo Maia à presidência
da Casa é constitucional. - Interna corporis Magistrados
defendem que o Supremo transfira a decisão para o Legislativo. “É uma boa
oportunidade de tirarmos as mãos dos assuntos do Congresso Nacional”, diz
um deles.
Fonte: Painel - Folha de S. Paulo
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