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quarta-feira, 8 de março de 2017

Beltrame, foi ele quem deu inicio ao desmonte da Segurança Pública com a filosofia estúpida de avisar aos bandidos sobre operações policiais e incentivar as favelas a sempre acusar os policiais

José Mariano Beltrame: “A segurança pública está ruindo”

O ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro atesta que os governos estão paralisados diante do avanço da criminalidade no Brasil 

Beltrame foi o grande artífice da política de desmoralização dos policiais e das Unidades de Perigo ao Policial = UPP 

A sua teoria de avisar com antecedência aos bandidos quando uma favela seria ocupada e uma Unidade de Perigo ao Policial seria instalada acabou com a credibilidade e moral do policial.

Qualquer policial sabia que um morador de favela, por iniciativa própria ou por ordem do tráfico, podia acusar a Polícia de qualquer crime e teria credibilidade

Sondado por deputados do PMDB para ser secretário nacional de Segurança do governo Michel Temer, José Mariano Beltrame recusou. Diz querer distância do serviço público para sempre. Aposentado da Polícia Federal, está satisfeito como consultor da mineradora Vale. “Na iniciativa privada, tudo é mais ágil”, diz. Em dez anos como secretário de Segurança do Rio de Janeiro, ele criou as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e reduziu os índices de criminalidade, que voltaram a crescer de forma alarmante. “Só uma união de esforços pode mudar o quadro. Nessa luta do bem contra o mal, não pode haver tantas barreiras constitucionais”, afirma nesta entrevista a ÉPOCA. 

 Dos tempos de governo, Beltrame mantém apenas dois guarda-costas, devido às 51 ameaças de morte que colecionou. E duas ações judiciais contra o ex-governador Anthony Garotinho, que insinuou haver ligação dele com o esquema de propinas do ex-governador Sérgio Cabral, preso por corrupção.

ÉPOCA – Seus seguranças são da secretaria ou da Vale?
José Mariano Beltrame –
Da secretaria. É padrão. Ando só com dois agora. O resto eu dispensei. Estou pensando em desmamar esses também. Mantenho por enquanto a segurança porque é mais fácil acontecer algo comigo agora, eu saí com muito recadinho, 51 ameaças de morte. Foram muitas punições, muitas expulsões de policiais que não se conformam.


ÉPOCA – O senhor sente mais medo de policial que de bandido?
Beltrame –
Dos milicianos, que eu também considero bandidos. Policial que se desvia de conduta é pior que bandido comum. O traficante, quando perde, entende e aceita. O policial em desvio não.


ÉPOCA – O senhor foi convidado a integrar o governo Michel Temer?
Beltrame –
O convite formal do governo Temer não houve, apenas sondagem e muita especulação. Não aceitaria nem aceitarei. Não tenho mais interesse no serviço público. Foram 36 anos de serviço – e os últimos dez, como secretário no Rio, eu vivi de maneira muito intensa. Posso até um dia contribuir, mas não quero mais vínculo. No Rio, se forem situações sérias, transparentes e objetivas, estou sempre disposto a ajudar caso precisem de mim. Em São Paulo, faço parte do conselho de segurança do prefeito João Doria, sem remuneração.


ÉPOCA – Como o senhor vê o acirramento da violência no Rio de Janeiro?
Beltrame –
Vejo com muita tristeza. Porque é uma realidade nacional. A atuação do PCC [Primeiro Comando da Capital, a maior facção criminosa do país] no Recife, o túnel que os presos escavavam no Rio Grande do Sul... o serviço público brasileiro está ruindo, a segurança em primeiro lugar. Infelizmente, não vejo nenhuma atuação concreta para que isso seja evitado e repensado. Acho que o governo federal precisa entrar, mas corre do problema e vê tudo à distância. Os estados terão cada vez mais dificuldade de fazer frente a isso.


ÉPOCA – O que pode mudar isso?
Beltrame –
Só uma união de esforços. Iniciamos no Rio quando juntamos várias entidades em prol de um projeto. Continuo achando que é uma luta do bem contra o mal. Não pode haver muitas fronteiras nem tantas barreiras constitucionais. O Ministério da Defesa tem de entrar nisso para mitigar o problema. Que os Ministérios e secretarias conversem entre si e mostrem à população um horizonte ao menos. Sem segurança, nada prospera. A violência barra investimentos, afugenta empresas, impede que as pessoas saiam de casa.



ÉPOCA – A quais barreiras o senhor se refere?
Beltrame –
O Exército alega limitações constitucionais, a Polícia Federal também. Não falo de rasgar a Constituição. Mas de unir esforços com a Polícia Rodoviária, a Receita Federal, o Coaf que podem buscar muito para a Segurança na movimentação financeira. O Brasil precisa disso. Quando se quer mudar a Constituição, se muda até de madrugada no Brasil. A luta da segurança não se vence. O que pode dar a vitória a longo prazo é educação e coisas atreladas às causas da violência. No momento, os governos nem pensam em estratégia, estrutura e planejamento.


UPP = Unidade de Perigo ao Policial - Morte de PM faz criou apelido da UPP de Beltrame


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