Para a melancolia dos tontos, não sou um daqueles vagabundos que recebem pensão ou apoio moral do petismo ou do antipetismo para babar seus rancores.
Leiam trecho:
Assisti ao depoimento que Lula prestou a Sergio Moro na quarta (10). Ao contrário do que dizem os, serei contido, “apressados”, o que se deu em Curitiba não é nem pode ser um exemplo a ser seguido. A menos que se venha a fazer a escolha pelo terror jurídico.
Assisti ao depoimento que Lula prestou a Sergio Moro na quarta (10). Ao contrário do que dizem os, serei contido, “apressados”, o que se deu em Curitiba não é nem pode ser um exemplo a ser seguido. A menos que se venha a fazer a escolha pelo terror jurídico.
Penso que o PT é o grande arquiteto de
um assalto à legalidade, aos cofres e ao Estado de Direito. E estou
convicto de que Lula chefiava tal máquina. De 2000 (antes ainda da
chegada do partido ao poder) até agora, escrevi milhares de textos a
respeito.
(...)
A maioria das perguntas que o juiz fez a
Lula não guardava, a não ser por sua visão solipsista (bastante
subjetiva…) do direito e das leis, nenhuma relação com o objeto do
processo, a saber: o recebimento de propina oriunda de três contratos da
OAS com a Petrobras.
Segundo o MPF, uma parte do capilé foi
paga por meio do tal tríplex de Guarujá; a outra, pelo transporte e
armazenamento do acervo pessoal do ex-presidente.
O juiz resolveu fazer a versão oral do
PowerPoint de Deltan Dallagnol. Todo o esforço consistiu em arrancar
contradições de Lula que revelassem o chefe de uma organização
criminosa. Faz sentido? Faz. Mas essa é a matéria investigada no
inquérito-mãe do petrolão, que está no Supremo e envolve 66 pessoas.
(…)
Moro foi além e resolveu dar bronca no réu por este ter processado um delegado, um procurador e, ora vejam, um juiz: ele próprio! Quis saber se não se tratava de atos de intimidação. Hein? Um dos direitos básicos nas democracias é apresentar petições ao poder público. De resto, a exemplo do que acontece com o crime de abuso de autoridade, sempre serão membros do Ministério Público e do Judiciário a decidir, não é mesmo?
(...)
E agora uma nota sobre o procurador Roberson Pozzobon, o segundo mais espevitado, depois de Dallagnol, entre os "new kids on the block" do direito achado no alarido. O próprio Moro tomou o cuidado de tratar Lula por "sr. ex-presidente". O rapaz, sei lá, deve ter achado que era formalidade indevida a um criminoso e escolheu "sr. Luiz Inácio". O juiz ficou impassível. Só lhe recomendou mais solenidade depois que a defesa reagiu.
O ex-presidente tratou por "doutor" e "senhor" o juiz e os membros do MPF. Na única vez, lapso claro, em que deixou escapar um "você" ao responder a Pozzobon, foi de pronto repreendido por Moro: nada de "você"! Tem de ser "senhor".
(...)
Íntegra aqui
Coluna do Reinaldo Azevedo na Folha de S. Paulo
[tratar Lula apenas e tão somente por senhor Lula já é um tratamento extremamente honroso para um réu em cinco processos e outros virão;
sem esquecer, que quando Lula estiver enjaulado - concorrendo diretamente com Zé Dirceu buscando ver quem alcança maior número de anos de condenação - não será sequer chamado de você.]
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