A partir deste sábado, cerca de 300 militares serão
mobilizados diariamente para a comunidade
Depois de
um dia atribulado na Vila Kennedy, Zona Oeste do Rio — além da presença das
Forças Armadas, uma ação da prefeitura derrubou vários quiosques na principal
praça da comunidade — os militares retornaram à favela pelo quarto dia
consecutivo. Na manhã deste sábado, foi iniciada uma sequência de operações com
o objetivo de "reforçar o patrulhamento ostensivo regularmente feito pela
Polícia Militar", de acordo com um comunicado do Comando Conjunto.
Tropa das Forças de Segurança na Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio - Marcelo Theobald - 09/03/2018 / Agência O Globo
Para
essas ações — que estão dentro das medidas implementadas pela Intervenção
Federal na Segurança Pública do Rio — serão mobilizados cerca de 300 militares
por dia. No período do dia, eles irão cumprir uma escala de patrulhamento de
forma simultânea ao que já é realizado pela PM. À noite, o trabalho ficará a
cargo dos policiais militares.
Cerco a
criminosos, estabilização da área e a remoção de obstáculos nas vias, além do
cumprimento de mandados de prisão poderão ser realizados.
Na
madrugada deste sábado, um homem com mandado de prisão em aberto foi capturado na
comunidade. O suspeito, que não teve a identidade revelada, foi
abordado por policiais militares do Batalhão de Choque (BPCHq) na Rua da Paz,
no interior da favela. Ele foi encaminhado para a 34ª DP (Bangu).
DERRUBADA DE QUIOSQUES NA COMUNIDADE
Nesta
sexta-feira, militares das Forças Armadas fizeram, pelo terceiro dia
consecutivo uma operação na Vila Kennedy. No período da manhã, o clima era de
revolta na Praça Miami. Segundo moradores e comerciantes, a prefeitura
surpreendeu a todos com uma ação de choque de ordem que colocou abaixo cerca de
30 quiosques instalados no local.
Isso
porque a Secretaria municipal de Ordem Pública (Seop) fez um ação de
ordenamento, com homens e retroescavadeiras. A principal queixa dos
proprietários das lojinhas era que nenhum deles foi avisado com antecedência
sobre a derrubada. [os quiosques funcionavam ilegalmente e quem está praticando uma ilegalidade sabe que a qualquer momento poderá ser flagrado e compelido a parar com a prática ilegal; uma das razões das UPPs se transformarem em Unidade de Perigo ao Policial, foi exatamente o aviso prévio dado aos bandidos sobre dia, hora e local da instalação de uma UPP em determinada favela.] Diante do
descontentamento que a ação de ordenamento da prefeitura causou na Vila
Kennedy, o Exército informou que a fiscalização foi por iniciativa da própria
prefeitura, empregando a Guarda Municipal, em coordenação com comando de
policiamento militar da região.
A Polícia
Militar foi procurada, mas ainda não se posicionou sobre o caso. A Seop
informou não vai se pronunciar a respeito, e que tudo está sendo passado pelo
gabinete do Prefeito.
O Globo
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