Fim de jogo
Nem a alma mais
ingênua da direção do PT duvida mais a essa altura de que Lula será
preso tão logo o tribunal de Porto Alegre confirme sua condenação a 12
anos e um mês de cadeia por crimes de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Isso poderá acontecer até o fim
do mês ou no início de abril.
(Antonio Lucena/VEJA)
O pedido de habeas
corpus apresentado pela defesa de Lula foi negado pelo ministro Edson
Fachin e não tem data para ser examinado pelo plenário do Supremo
Tribunal Federa. Se fosse examinado ainda a tempo de impedir a prisão,
acabaria negado. Como já aconteceu com outro pedido apresentado ao
Superior Tribunal de Justiça.
Restava a esperança de
que o plenário do Supremo rediscutisse o poder conferido à segunda
instância da Justiça de mandar prender quem ela condenasse. Não resta
mais. A ministra Cármen Lúcia divulgou a pauta de votação do tribunal
para o próximo mês e dela ficou de fora justamente o assunto que mais
interessava ao PT. A amigos, Lula já
informou que se prepara para ser preso. Nas contas de alguns líderes do
partido, o ideal seria que ele fosse preso quando estivesse em caravana
por Estados do sul do país na companhia de personalidades
internacionais, conforme o planejado para acontecer na última semana
deste mês. Imaginam que a repercussão seria maior.
O que se passará
depois disso já está nos planos do PT. Enquanto a defesa de Lula entrará
mais uma vez com um pedido de habeas corpus nos tribunais superiores
para libertá-lo, a máquina de propaganda do partido funcionará a pleno
vapor na exploração do discurso de que ele é um inocente perseguido pela
Justiça. Nada de muito original, pois.
Funcionará? O que
importa para o PT é que funcione pelo menos junto à parcela do
eleitorado que hoje se diz disposta a votar em Lula para suceder o
presidente Michel Temer. O PT tornou-se a principal vítima da armadilha
que ele mesmo montou ao defender Lula como se ele fosse vítima de um golpe e cobrar provas de que seja culpado por crimes. A levar-se em conta o
que decidiram até aqui a primeira e a segunda instância, há provas
robustas de que ele é culpado, sim. De resto, haverá condenação em
outros processos que Lula responde. Fim de jogo.
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