Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Chris Hipkins, primeiro-ministro da Nova Zelândia, ficou apavorado e sem palavras quando lhe fizeram esta pergunta
Chris Hipkins, o novo primeiro-ministro da Nova Zelândia | Foto: Montagem Revista Oeste/Divulgação
“O que é uma mulher?” Essa pergunta se tornou a kriptonita dos políticos descolados do Ocidente nos últimos anos. Repita essas cinco palavras e veja qualquer um deles tremer e se contorcer diante dos seus olhos, enquanto tenta desesperadamente não dar uma resposta clara e exata.
Chris Hipkins, o novo primeiro-ministro neozelandês, é o mais recente político a cair nessa armadilha. Em uma coletiva de imprensa, o jornalista Sean Plunket repetiu uma afirmação recente feita por Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, de que 99,9% das mulheres não têm pênis. “Como este governo define uma mulher?”, ele perguntou a Hipkins.
A pergunta impressionantemente simples deixou o primeiro-ministro sem palavras. “Eu… para ser sincero… Essa pergunta me pegou um pouco de surpresa”, respondeu ele. Depois de uma longa pausa, Hipkins deu a seguinte definição: “A biologia, o sexo, o gênero… As pessoas definem a si mesmas. As pessoas definem o próprio gênero”.
Quando insistiram na pergunta, ele deu a reveladora desculpa de que não estava esperando essa pergunta e, por isso, não tinha tido a oportunidade de “pré-formular” uma resposta.
O que está acontecendo?Por que um político dessa estatura não consegue responder uma pergunta de biologia de nível escolar?
Existem duas explicações possíveis. O mais provável é que Hipkins saiba exatamente o que é uma mulher, mas esteja assustado demais para dizer. Ele com certeza sabe que definir uma mulher como “indivíduo do sexo feminino”, a definição correta, é atrair acusações de transfobia.Isso pode levá-lo a ser incansavelmente caçado por extremistas da pauta trans e seus facilitadores na mídia.
Essas mulheres foram constrangidas, silenciadas e atacadas, por estarem dispostas a afirmar o que o novo primeiro-ministro da Nova Zelândia se recusou a dizer
Ou talvez Hipkins de fato acredite no culto de gênero.É possível que o primeiro-ministro da Nova Zelândia acredite genuinamente que o sexo biológico é uma irrelevância antiquada.
Lógico, o que significaria que os direitos das mulheres baseados no sexo também são uma irrelevância.
A pergunta “o que é uma mulher” é especialmente pertinente na Nova Zelândia. Poucas semanas atrás, a militante pelos direitos das mulheres Kellie-Jay Keen (também conhecida como Posie Parker) foi agredida em um ato “Let Women Speak”, em Auckland. Ela foi atacada com sopa de tomate. E afirmou ter temido por sua vida, ao ser abordada por uma multidão de ativistas da pauta trans.
Nessa mesma manifestação, uma idosa foi agredida.
Essas mulheres foram constrangidas, silenciadas e atacadas, por estarem dispostas a afirmar o que o novo primeiro-ministro da Nova Zelândia se recusou a dizer: que as mulheres existem, e que seus direitos importam.
Então, Hipkins é um covarde ou é membro do clube da ideologia de gênero?
Seja como for, seus comentários ridículos não caem bem para os direitos das mulheres da Nova Zelândia.
Fraser Myers é editor assistente da Spiked e apresentador do podcast da Spiked. Ele está no Twitter: @FraserMyers
Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.
Miriam Leitão é, supostamente, uma jornalista especializada em assuntos econômicos. Digo supostamente pois, como economista formado que sou, já vi inúmeros deslizes graves da renomada comentarista sobre o tema. Na coluna de hoje, ela resolveu aplaudir o aumento do imposto sobre combustível.
"Por mais impopular que seja, não faz sentido o país abrir mão de R$ 52 bilhões por estar preso em uma armadilha montada pelo governo Bolsonaro", diz sua chamada.
A explicação dela passa pela religião ambientalista, a mais popular das elites cosmopolitas: "As razões passam pela questão política e atravessam as pautas sociais, ambientais e de justiça social. A gasolina é um produto que emite gases de efeito estufa, e há um esforço global para a redução das emissões". Isso costuma ser um luxo que os ricos têm para sinalizar virtude, enquanto os pobres pagam o pato.
Mas Leitão vai além e apela para o "argumento" de que pobre não dirige carro: "Além disso, a perspectiva da esquerda é que os recursos públicos devem ser destinados principalmente para os pobres e não para os ricos. Quem consome gasolina é quem tem carro, e portanto mais renda. Gêneros de primeira necessidade sofrem a incidência de impostos federais, é incoerente que a gasolina seja isenta".
Talvez Miriam Leitão não saiba que os pobres precisam de transporte para trabalhar,e que estes sofrem o impacto direto do aumento do combustível, ou seja, os pobres perdem indiretamente.
Talvez ela não se dê conta do efeito cascata, já que o combustível incide sobre quase toda a logística nacional, especialmente num país como o Brasil dominado por rodovias.
Miriam Leitão está gostando muito do desgoverno Lula.
E como toda comunista, ela enxerga com bons olhos mais e mais recursos nas mãos do estado, supostamente para fins sociais, enquanto na prática isso significa menos recursos disponíveis para os trabalhadores mais pobres.
O governo ultrapassou seu primeiro obstáculo significativo ao vencer as
eleições para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Não garantiu ali, é verdade, um alinhamento automático, visto que os
parlamentares estão amparados na solução político-jurídica alcançada
para as emendas de relator. Mesmo quem decidir passar os quatro anos na
oposição terá garantido um volume confortável de recursos para as bases
eleitorais.
Mas, com a vitória, o Palácio do Planalto evitou a criação de um foco de
turbulência e um ponto de apoio à atividade institucional da oposição.
Arquimedes já dizia que com um ponto de apoio pode-se mover o mundo. Sem
isso, a oposição continua ilhada num nicho desconfortável, marcado
pelas circunstâncias do 8 de Janeiro e sob a sombra da figura dominante
do ex-presidente, popular, mas politicamente imobilizado, ou quase.
As vitórias no Congresso, entretanto, se evitam turbulências adicionais
prematuras, não alteram o quadro estratégico. O governo eleito ano
passado precisa navegar em meio a 1) um Legislativo de maioria
conservadora; 2) um Judiciário onipresente e onipotente; e 3) Forças
Armadas ressabiadas. [oportuno lembrar que o barco que o governo dispõe se caracteriza pela desonestidade (de uns 50% dos seus membros, começando pelo 'capitão' do barco) incompetência e desorientação total.] Daí que o presidente da República não possa se dar
ao luxo de perder popularidade. E daí a importância da economia no
curto/médio prazo.
Os sinais são contraditórios. O real está ganhando terreno junto ao
dólar, o que vai ajudar a conter a inflação, oferecendo argumentos ao
Executivo na queda de braço com o Banco Central em torno da nossa
exuberante taxa real de juros. Mas, e se o avanço do real decorrer,
principalmente, do belo prêmio oferecido a quem investe em títulos do
Tesouro? Nesta hipótese, estaríamos retornando à armadilha da âncora
cambial.
Que segura a inflação, mas também o crescimento.
E como ficariam, nesse cenário, os sonhos de reindustrialização?
Complicado. Outro fator de complicação:a atividade e o emprego ensaiam
alguma perda de fôlego, até pela defensiva empresarial. Num cenário de
juros reais apetitosos e perspectiva de aumento da carga tributária
(aparentemente, o caminho que o governo escolheu para burilar a
reputação de disciplinado fiscal), é natural que as empresas cuidem
antes de tudo do caixa.
Não se ouve falar em grandes planos de investimento.
O risco político para o governo Luiz Inácio Lula da Silva está na
economia. A dupla Jair Bolsonaro/Paulo Guedes passou o bastão com um
crescimento de 3% do PIB em 2022 e desemprego caindo de 12% para 8%.
O
alarido em torno do 8 de Janeiro, e adjacências, preenche o noticiário,
mas não põe comida na mesa.
Por isso, será saudável politicamente que a
nova administração cuide de ao menos manter o ritmo da recuperação
econômica.
Até agora, sabe-se que o governo quer promover uma reforma tributária,
vai jogar todos os esforços nisso. Quer aproveitar o acúmulo congressual
a respeito para avançar na busca de mais justiça social, por meio de
impostos. É um compromisso de campanha. Mas falta saber que medidas o
governo adotará para estimular o investimento privado,sem o que
qualquer expectativa de crescer e criar empregos é quimera.
Parafraseando Deng Xiaoping, a discussão econômica tem girado em torno
da cor do gato, sem que se tenha muita informação sobre como ele vai
caçar os ratos.
Os ministros estavam prontos para analisar no plenário virtual um mandado de segurança contra a decisão do ministro Kassio Nunes Marques que devolvera o mandato ao deputado. A decisão havia chocado o tribunal e acirrado novamente a crise entre
o presidente Jair Bolsonaro, aliado de Francischini, e a cúpula do
Judiciário.
Mas, apesar de ter surpreendido parte do público e alguns ministros, a iniciativa de Mendonça não foi isolada. Pelo contrário. Foi jogada combinada, parte de uma costura articulada por Mendonça e
outros cinco ministros da Corte para deixar o julgamento na 2a turma do
Supremo, onde a cassação acabou derrubada. [tem lógica uma hipótese de uma costura; nossa notória ignorância jurídica nos permite opinar que Mendonça poderia, caso fosse de sua conveniência, retardar o desenlace na 2ª turma e manter travado no plenário virtual. Ao efetuar pedido de vista no plenário virtual o ministro André Mendonça fez um ato corriqueiro = o pedido de vista permite mais tempo para o seu autor conhecer melhor o processo.
Ontem, em nosso entendimento, ele poderia apresentar pedido de vista na Segunda Turma - se ele tinha dúvidas fosse o processo quatro dias antes, seria natural que dúvidas ainda restassem - e com isso travar qualquer decisão sobre a matéria. Porém, ...]
A estratégia, relatada à equipe da coluna por quatro fontes
envolvidas nas discussões, foi colocada em prática depois de uma série
de conversas reservadas entre os ministros ao longo da última
segunda-feira (6). E embora representasse uma derrota para ele, até
mesmo Nunes Marques participou das negociações.
O principal objetivo dos seis ministros envolvidos na articulação –
além de Mendonça e Nunes Marques, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski,
Dias Toffoli e Luiz Fux estiveram envolvidos, em maior ou menor grau –
era evitar algumas armadilhas que a controvérsia colocou no caminho da
Corte.
A primeira era que, para derrubar a decisão de Nunes Marques, o
plenário acabasse desrespeitando a jurisprudência do tribunal que
estabeleceu que o STF não deve admitir mandado de segurança contra a
decisão individual de um ministro. “Foi uma forma de reduzir danos e evitar um precedente perigoso para o
tribunal”, relatou um dos ministros que participaram do arranjo de
bastidores.
Um dos receios era o de que, após o caso Francischini, fosse aberta
uma brecha para que todas as decisões individuais de ministros da Corte
fossem contestadas em mandados de segurança.
Assim, além de evitar que o plenário desrespeitasse a jurisprudência
do próprio Supremo, a manobra ainda poupou Kassio Nunes de uma derrota
humilhante. No plenário, tudo caminhava para que o aliado de Bolsonaro
fosse derrotado por 9 votos a 1. Desde o início da polêmica, Nunes Marques queria manter a análise do tema na Segunda Turma. Na Segunda Turma, o que se discutiu foi a confirmação ou não da
liminar de Nunes Marques, e não um mandado de segurança de um dos
políticos prejudicados contra a decisão do ministro. Kassio perdeu, mas de 3 a 2.
Outro integrante da Corte que acompanhou a costura de perto, afirmou:
“Evitamos um desgaste de todos os ministros que teriam que conhecer de
um mandado de segurança contra um colega. E que no futuro poderiam ser
alvos de MS também”.
Há um "entendimento consolidado" no STF no sentido de não aceitar a
impetração de mandado de segurança contra ato de seus ministros, exceto
nas hipóteses de teratologia, ilegalidade ou abuso flagrante, aponta o
professor de direito constitucional Roberto Dias, da Fundação Getulio
Vargas. [ao que entendemos um mandado de segurança contra o 'inquérito do fim do mundo', se impetrado tempestivamente, seria amparado pelas três hipóteses.]“Uma mudança casuística desse entendimento não seria o melhor caminho
a seguir, pois geraria um risco desnecessário à estabilidade dos
precedentes da Corte”, afirma Dias.
No julgamento do plenário virtual, que acabou interrompido, a
relatora do mandado de segurança, ministra Cármen Lúcia,deu um voto em
que reconhecia a “excepcionalidade” do caso,admitindo o cabimento da
ação contra ato de ministro do STF. Alexandre de Moraes e Edson Fachin também depositaram seus votos
nesse sentido na plataforma online. Não à toa, os três ficaram de fora
das articulações que tiraram o caso do plenário.
Contudo, se escapou de uma armadilha ao deixar o caso de Francischini
na Segunda Turma e não analisar o mandado de segurança do suplente, o
STF não conseguiu evitar um efeito colateral do julgamento.
A cassação de Francischini foi a primeira na história do TSE de um
parlamentar por difundir fake news, um precedente considerado perigoso
por aliados do presidente da República. Nem mesmo Francischini apostava numa vitória no STF, mas o julgamento
serviu para dar ainda mais munição ao atual ocupante do Palácio do
Planalto. “Esse deputado não espalhou 'fake news' porque o que ele falou na
'live' eu também falei para todo mundo: que estava tendo fraudes nas
eleições de 2018", disse o presidente.
Diante da agressividade de Bolsonaro, um integrante da Corte
indagava, na noite de ontem: “E agora, vão cassar Bolsonaro também?”[agora? ou no mandato a se iniciar em 1º janeiro 2023? ou, quem sabe, no que se iniciará em 1º janeiro 2027?]
“Na origem de nossa incapacidade de retomar o crescimento está uma
avassaladora captura do Estado por interesses privados, em detrimento do
bem comum. Falhamos em aprimorar as instituições inclusivas,
alargando o espaço para o crescimento de instituições extrativistas.
No lugar de cumprir seu papel essencial de oferecer serviços públicos
de qualidade à população, o Estado passou a servir a interesses e
privilégios de grupos que dele se apropriaram”.
Assim começa o denso e oportuno documento intitulado “Desenvolvimento
Inclusivo, Sustentável e Ético”, de autoria de Affonso Pastore,
Cristina Pinotti e Renato Fragelli. Trata-se, acredito, da mais
importante contribuição recente para um debate que pode ser assim
reduzido: como o Brasil pode escapar da armadilha da renda média e se
tornar um país rico?
Tendo em vista uma questão crucial – um Estado a serviço do público –
destaca-se a importância das “instituições contratuais (verticais)
que regulam o direito de propriedade, incluindo as que protegem os
cidadãos contra o poder abusivo das elites, políticos e grupos de
privilégio corruptos”.Renato Fragelli.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE – deveria ser
uma dessas instituições. Sua missão é zelar pela livre concorrência no
mercado.
Pois o CADE está no noticiário desta semana. Mas não exatamente nessa
missão. O que saiu foi o áudio de uma conversa entre Joesley Batista,
um dos donos da J&F, e o então senador Ciro Nogueira, em 17 de março
de 2017. Joesley gravou a conversa quando estava em busca de provas
para basear sua delação premiada.
A empresa de Joesley tinha um caso no CADE. Ele procurou a conversa
com Ciro Nogueira sabendo que este tinha influência no órgão. E tinha
mesmo. Como diz o próprio Nogueira, ele havia colocado lá seu chefe de
gabinete, Alexandre Cordeiro, chamando-o de “meu menino”. Como relatam
repórteres do Estadão, Cordeiro protagonizou decisões polêmicas, como o
voto a favor da da venda da Oi para Vivo, Tim e Claro –que concentrou o
mercado – e a manifestação favorável à venda da Transfederal ,empresa
de serviços do ex-presidente do Senado Eunício de Oliveira, para a
espanhola Prosegur. Técnicos do CADE haviam reprovado a operação.
Hoje, Ciro é o ministro da Casa Civil, um dos mais poderosos do
governo Bolsonaro, Cordeiro é o presidente do CADE. Aliás, outro
ex-chefe de gabinete de Ciro Nogueira, Marcelo Lopes da Ponte, ocupa o
importante posto de presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – sim, aquele enrolado na história dos pastores. Temos ou não temos aí uma “avassaladora captura do Estado por interesses privados”?
O documento de Pastore, Pinotti e Fragelli ocupa-se também de reforma
tributária. Propõe, entre outros pontos, a “unificação dos cinco
impostos sobre bens e serviços – ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISS – em um
IVA nacional, com alíquota única, cobrado no destino, e com rápida
recuperação dos créditos acumulados”. [essa solução de unificação de impostos, sempre apresentada pelos políticos que a inventam e apoiada pela mídia militante, já é velha conhecida do povo; vem dos tempos do Itamar Franco e o resultado é sempre MAIS UM IMPOSTO.]
Isso também esteve no noticiário nesta semana. Havia uma proposta
parecida no Senado, em tramitação há quase 20 anos, e que chegou perto
de uma votação. Mas foi jogada no lixo. Acharam que não era hora de
tratar desse assunto.
Depois de 20 anos de debate! [tramitação nem sempre é debate.] E quando se sabe que a carga tributária é
elevada, penaliza os mais pobres e o sistema é um inferno para empresas
e pessoas. O documento propõe mudanças importantes no imposto de renda de
empresas e pessoas, demonstrando que se pode obter mais justiça
tributária. [com sinceridade: se depender do povão esse documento produzido por um trio encabeçado por um ex-presidente do BC, terá o mesmo destino do proposta descartada pelo Senado. Misturar eleições com planos mirabolantes, já testados e reprovados, é o que no popular chamam de enrolação.]
Há uma veemente defesa do teto de gastos, a âncora fiscal, e a
necessidade de se produzir seguidos superávits primários nas contas
públicas de modo a reduzir o endividamento. Menor endividamento é igual a
juros menores, que o facilita o investimento privado. É este, na
opinião dos autores, e na nossa também, o motor do crescimento.
Mas cabe ao Estado papel essencial na educação, no combate à pobreza,
nas políticas de emprego e compromisso com o meio ambiente.
Voltaremos ao assunto. Há muito o que falar e pensar.
O presidente Jair Bolsonaro esteve no Rio Grande do Norte e no Piauí, nesta quarta-feira (30), para fazer o lançamento da tecnologia 5G no agronegócio. Ele foi primeiro a Parnamirim (RN) para fazer a entrega de um serviço de transporte urbano na Grande Natal.
Depois, foi para a fazenda Ipê, no interior do Piauí, do produtor rural Ricardo Faria, que tem 46 anos e começou a trabalhar vendendo picolé e laranja. Hoje, ele produz 7 milhões de ovos em seus aviários no Piauí, Maranhão e Tocantins. Só na fazenda Ipê são 135 mil hectares.
O presidente da República foi até lá para prestigiar e estimular o exemplo de quem começa de baixo e consegue se tornar um dos maiores produtores rurais do país.
Inviolabilidade do mandato O deputado Daniel Silveira (União Brasil-RJ) dormiu na Câmara de terça-feira (29) para quarta para não colocar a tornozeleira eletrônica ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Diante disso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), divulgou uma nota muito importante e equilibrada, dizendo que não vai cair na armadilha de botar lenha na fogueira. Reconhece que ordens judiciais precisam ser obedecidas, mas reconhece também que a inviolabilidade do mandato tem que ser respeitada.
Lira escreveu: "condeno o uso midiático das dependências da Câmara, mas sou guardião da sua inviolabilidade". E ele então sugere, diplomaticamente, ao STF:"seria desejável que o plenário do Supremo examinasse logo esse caso". Nesta quarta mesmo, o presidente do STF, Luiz Fux, marcou para o dia 20 de abril o julgamento em plenário da ação penal em que Daniel Silveira figura como réu por ameaças feitas a membros do próprio Supremo.
Agora está nas mãos do STF. O artigo nº 53 da Constituição brasileira vale ou não vale? O artigo diz que "deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer palavras, opiniões e votos". É o que está escrito.
O Supremo sabe que não tem poderes para dizer que isso não vale. Só quem tem poderes para isso seria uma assembleia nacional constituinte ou uma mudança por emenda constitucional apresentada ao Congresso, que precisaria de duas votações em cada Casa legislativa, com aprovação de mais de 60% dos votos. Agora, o Supremo terá que julgar o que está escrito.
Rosa Weber ignora PGR Normalmente, quando a Procuradoria-Geral da República diz que se deve arquivar um inquérito porque ele não vai dar em nada, o Supremo vai lá e arquiva.
Mas no inquérito que acusa o presidente Jair Bolsonaro de prevaricação, a ministra Rosa Weber agiu de forma diferente. Ela rejeitou a sugestão da PGR para arquivar a investigação,isso mesmo depois de a Polícia Federal afirmar não ter encontrado indícios de malfeitos do presidente.
Esse inquérito é aquele originado pela "denúncia"do deputado Luis Miranda (Republicanos -DF), cuja palavra, todos sabem em Brasília, não vale muito, de que havia irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin e que o presidente teria sido informado por ele próprio sobre isso. Uma vacina que nem sequer foi comprada.O presidente, obviamente, não deu bola para isso. E a PGR pediu para arquivar, mas a ministra Rosa Weber disse que não.[a ministra tem o direito de perder mais uma.]
Sem interferência Já a Polícia Federal concluiu um outro inquérito aberto depois que ex-ministro Sergio Moro acusou Bolsonaro de estar interferindo na própria PF. Segundo a investigação, não houve interferência nenhuma.
Mas o presidente tem o direito administrativo de interferir; ele é o comandante supremo também da PF. Mas não pode interferir, claro, em inquérito, investigações, etc. Nesse caso cometeria crime como, por exemplo, advocacia administrativa ou algo semelhante.
E a PF concluiu que ele não cometeu nenhum crime.É outro inquérito que vai para o lixo, uma perda de tempo e de energia. [os inimigos do presidente Bolsonaro = inimigos do Brasil, sabem que não vão ganhar nunca - nem eleições,nem ações judiciais contra o presidente.]
Nas raras ocasiões em que ouvimos um parlamentar afirmar e sustentar algo com argumentos consistentes e benéficos à nação, usamos a expressão – “Esse me representa!”.
O meritório conceito jamais se destina a quem esteja defendendo privilégios, favores especiais a quaisquer grupos, aumento do gasto público, cerceamento de nossas liberdades, demagogias populistas e dissimulação de posições. São vozes, raras vozes que olham a nação e os cidadãos.
Por que se tornaram tão raros? Por que, ao ouvi-los, nos sobrevém o desejo de aplaudi-los, se estão simplesmente fazendo o que deveríamos esperar de todos e de cada um?
E se tantos, a ponto de se tornarem majoritários, não correspondem às nossas expectativas, como se elegem e reelegem?
Pois aí está a armadilha, a razão de nossa atual impotência, caro leitor. Vamos desmontá-la?
Esses políticos representam grupos de interesse que, uma vez atendidos, se dão por satisfeitos. Daí os privilégios, os favores, as demagogias, o populismo e a gastança dos nossos recursos.
Seus eleitores, sem perceber, ajudam a montar a armadilha para si e para os demais.
Desconhecem haver neles, como em todos nós, duas dimensões – uma individual e uma social. A individual trata do interesse próprio.
A social vê o cidadão(o sujeito da pátria, o membro da nação, o agente da história).
Nosso sistema de eleição proporcional para os parlamentos permite que dezenas de milhões de cidadãos fiquem sem representante porque votaram em candidatos não eleitos, ou porque uma semana depois não lembram em quem votaram, ou porque não têm comunicação com o eleito. E vice versa: parlamentares não conhecem seus eleitores. Todo um sistema de comunicação indispensável à democracia fica inoperante! O deputado conseguiu a verba, destinou a emenda parlamentar, foi bom despachante de questões individuais, cuidou de seus cabos eleitorais? Missão cumprida, o resto do tempo é para cuidar de grana e reeleição.
Quando vai às bases, esse político padrão conversa apenas com companheiros. A nação e a cidadania estão ausentes, fora da pauta. Há um desinteresse completo e inconsequente sobre questões que levam a sociedade às ruas, tais como prisão após condenação em segunda instância, fim da impunidade, impeachment de ministros do STF, ativismo judicial, direito de trabalhar, direito de defesa, extinção de privilégios e remunerações abusivas, liberdade de expressão, reformas institucionais e fiscais, pluralismo nas universidades. É a armadilha em silenciosa operação. Vamos desmontá-la?
O voto distrital, ao contrário do que se alega, acaba com isso! Como cada distrito elege apenas um deputado, ele será o deputado de todos, do mesmo modo como o prefeito é prefeito de quem votou e de quem não votou nele. Será cobrado por todos. E ao retornar às bases seu incontornável destino é estar entre seus representados dando explicações das quais não tem para onde fugir.
Sua vida, suas posições, ações, omissões e votos dados em plenário transcorrem sob as vistas de todos. No meio do mandato, um recall pode mandá-lo de volta para casa por mau desempenho. Com o voto distrital, a armadilha se inverte:quem é caça, vira caçador. Impossível? Quase, mas totalmente impossível se as pessoas fizerem disso um não assunto, como são hoje, entre os congressistas, os temas de nosso maior interesse. Boa informação e não votar em ladrões e picaretas em 2022 já é bom começo.
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Agora é oficial: Jair Bolsonaro vai boicotar a posse de Edson Fachin como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, marcada para a noite desta terça. [não entendemos como um boicote a posse de Edson Fachin; é público e notório que Fachin e alguns ministros do STF e os alocados ao TSE, são inimigos do presidente Bolsonaro.
Se pudessem,não só retirariam o capitão do cargo de presidente da República quando o prenderiam. Recentemente, em uma solenidade que o presidente JAIR MESSIAS BOLSONARO entendeu não ser conveniente comparecer,o ministro Barroso proferiu referências desairosas àquele que é a maior autoridade da Nação.
Assim, entendemos que o melhor é cada um ficar no seu quadrado e ter a Constituição Federal como NORTE - o texto e não a interpretação criativa.]
O capitão recebeu o convite das mãos de Fachin. Quinze dias depois, alegou ter "compromissos preestabelecidos em sua extensa agenda".
A atitude indica que Bolsonaro não está disposto a negociar um
armistício com o novo comando da Justiça Eleitoral. Continuará em guerra
contra a urna eletrônica e as medidas de combate às fake news.
O recado a Fachin é claro: o TSE seguirá na mira do capitão e
de suas milícias digitais. Como ocorreu na gestão do ministro Luís
Roberto Barroso, que Bolsonaro chegou a chamar de "idiota" e "imbecil".
Genocídio. Por que a palavra ficou tão presente na vida brasileira? Porque ela é usada quando um povo está morrendo. Nós estamos morrendo. Todas as outras palavras parecem pálidas. Prisioneiros de uma armadilha institucional e trágica, os brasileiros morrem diariamente aos milhares. Os remédios usados no tratamento extremo, a intubação, estão acabando, e o país está numa macabra contagem regressiva de quantos dias durarão os estoques.
O que acontecerá se os medicamentos acabarem antes de serem repostos?
Seremos intubados sem sedativos ou sufocaremos?
Nós não estamos apenas morrendo. Caminhamos para morrer em maior número e de maneira mais cruel. Que nome deve ser usado? Genocídio.
[eles perderam nos anos 60/70 mas não desistem. Vale qualquer coisa para acusar o presidente da República, ainda que sem apontar nada concreto. Acusações vagas, genéricas. Só que disseminar a ideia de genocídio, podo provocar repulsa internacional - mais um feito dos inimigos do Brasil para prejudicar a Nação que odeiam - e provocar a ação do Tribunal Penal Internacional e aí os causadores podem passar a réus]
A palavra habita nossas mentes porque estamos vendo os fatos, temos consciência do destino. Objetivamente, é a única que temos para descrever os eventos deste tempo. Quem se ofende com ela, se fosse pessoa com sentimentos humanos, teria reagido para evitar a tragédia. Nós sabemos sinceramente que nada podemos esperar de quem empurrou o país para este momento de barbárie.
A armadilha em que estamos é que não há remédio institucional fácil, e suficientemente rápido, para neutralizarmos o agente de nossa própria morte. Não temos legítima defesa. Os democratas respeitam as regras do jogo constitucional. O constituinte não pensou que haveria um tempo assim tão perigoso em que o governante atentaria contra a vida coletiva. Na Constituição está escrito que a saúde é um direito do povo e um dever do Estado. Esse é o primeiro princípio, de uma infinidade de outros, que está sendo quebrado.
O presidente da República convidou o presidente do Supremo Tribunal Federal para participar de um comitê de combate à pandemia. Estranho, porque ele nunca combateu a pandemia. Ao mesmo tempo, ingressou no Supremo contra três governos estaduais que tomaram medidas para reduzir a circulação de pessoas e, portanto, do vírus. O ministro Luiz Fux perguntou aos colegas se devia ir e recebeu a aprovação. Fux vai para um “diálogo institucional”, mas já avisou que não participará de uma comissão formal. Não existe meia entrada nessa reunião. Jair Bolsonaro está em litígio com os governadores. Se o STF vai julgar essas ações não pode participar de diálogo algum. É uma armadilha. Mais uma. [julgando ou não julgando, a 'sinuca de bico' já existe e tem um vencedor = o Brasil e os brasileiros. E quando o Brasil vence, seus inimigos perdem.]
O que mais ele terá que fazer? Quantas mortes serão suficientes? Quanto fel ele ainda terá que destilar? Até quando os poderes da República vão acreditar que estão diante de um governo normal, com o qual se pode ter diálogo? Desde o início desta pandemia o presidente da República escolheu seu lado. Não é o da vida. Diariamente ele maquina o mal. Ficou contra cada medida que poderia evitar mortes. Seu governo se nega a fazer a coordenação que, numa federação centralizada como a nossa, cabe à União. Ele não apenas se omite, ele age. Bolsonaro sabota a ação do aparato de Estado que o país construiu. O Ministério da Saúde é uma sombra do que foi, do que poderia ter sido nesta crise. A demolição institucional continua sendo executada com crueldade.
O presidente é pessoa de extrema perversidade. Mas um perverso com método. Ele apostou, desde o início, que a melhor forma de se salvar é defender que a economia deve continuar funcionando. Calculou que a imunidade coletiva chegaria e nesse momento ele diria que estava certo desde o início. Então a raiva da população ferida poderia ser dirigida contra os outros. Que outros? Todos. Governadores, prefeitos, ministros do Supremo, adversários políticos, jornalistas. Qual a variável de ajuste dessa equação? Os mortos. Podem ser quantos forem até que se atinja a imunidade coletiva que, na sua visão, viria da contaminação em massa. Bolsonaro certa vez comparou o coronavírus à chuva. “Ela vai molhar 70% de vocês”. Bolsonaro está errado desde o início. A ciência nos ensina que diante deste vírus mutante e mortal a imunidade coletiva só virá com a vacinação em massa.
O presidente adotou conscientemente o caminho de nos levar para esta exposição máxima ao vírus porque desta forma se chegaria, na cabeça dele, ao fim da pandemia. O caminho está errado sob todos os pontos de vista: médico, científico, humano. Ele está nos levando para a morte. Qual é a palavra exata? Genocídio.
Míriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo - O Globo
Carlos César Reis de Oliveira
Licenciado em História Especial para DefesaNet
Canto da Sereia e o Bafo do Dragão
Nas últimas duas décadas, a República Popular da China - RPC teve uma
mudança radical na forma como participa na economia mundial. Com mão de
obra farta e barata, ela atraiu todo tipo de empresa. Que viam, ao
investirem lá, uma oportunidade ímpar de reduzirem seu custo de
produção, aumentando sua lucratividade.
De quebra teriam a possibilidade de ofertarem parte de sua produção ao
mercado interno da China. Cujo potencial, na casa do um bilhão de
habitantes era algo irresistível. Em troca teriam de transferir parte da
tecnologia e ter um sócio local. Este contexto era o que podemos dizer o
“Canto da Sereia”. E como tal, ilude e cega! a quem se deixa
conquistar por algo fácil de mais.
Os novos sócios dos investidores estrangeiros eram pessoas de
confiança, ligadas ao Partido Comunista Chinês - PCC. Que se
beneficiaram economicamente do apoio estatal, tornando-se ou formando,
uma nova classe social. Num país que, por conceito ideologia, as
diferença de classes deve sempre ser combatida.
Em termos industriais o primeiro marco econômico chinês significativo é
a conquista de um espaço específico da economia mundial. A RPC se
tornou a grande fabricante de produtos baratos. Que no Brasil eram
conhecidos como produtos de R$ 1,99. Todo e qualquer produto barato,
era produzido na RPC. Se a qualidade fosse baixa e ele estraga-se, não
tinha problema. Ele era descartável. Era só toca-lo fora e comprar
outro. Foram assim com baldes e bacias plásticas, ferramentas,
brinquedos, lâmpadas e uma infinidade de utensílios e objetos. Vivíamos
um período de abundância. Era o início da Era da Globalização.
A RPC se capitalizou. Não no sentido de ter uma economia capitalista
plena, mas sim de conseguir engordar suas reservas monetárias. Aos
poucos a transferência de tecnologia direta e indireta fizeram a mudança
da sua economia. O país começo a produzir produtos com maior grau de
sofisticação, maior valor agregado. Deixando de ser um ator secundário
na dinâmica econômica e industrial. Para possibilitar os seus primeiros
passos rumo a sua independência.
Observem que esta transferência tecnológica foi direta e indireta. A
direta é a que a empresa estrangeira levou para lá ao se instalar. Já a
indireta é fruto da qualificação! posterior da mão de obra
local. Que processou os novos conhecimentos e interagindo no ambiente
interna da empresa pode produzir novos conhecimentos. E como o
conhecimento é um processo interno e pessoal. Ele pode ser repassado a
outras pessoas, independente da vontade e do controle do seu criador.
Com isto surgiram empresas 100% chinesas, concorrentes das empresas
estrangeiras que lá se instalaram.
A armadilha estava armada.O dilema que se apresenta é como evitar a
pirataria, a violação do direito autoral, a concorrência desleal sem ter
mais prejuízos. Retirar o investimento feito significa perda de
competitividade no âmbito global. Já processar quem o copia é algo
difícil. O conhecimento é um bem abstrato. E num país estrangeiro, com
um regime político forte, centralizador e extremamente nacionalista a
lógica é outra. O Canto da Sereia começo a mostrar o seu lado obscuro.
A reação a isto veio na política externa de enfrentamento do presidente
Donald Trump. Mas esta é uma briga de gente grande.
........................................
Me refiro ao Projeto de Pesca Integrada, apresentado
pela empresa “brasileira” Ample Develpo Brazil Ltda, com sede em Goiânia
– GO, e cujo presidente se chama Yunhung Arthur Lung. Segundo o
documento que é de domínio publico.
Eles desejam:
1º. Se instalar em área do Porto Organizado de Rio Grande, cujo tamanho mínimo é de 100 hectares;
2º. Receber Licença de Operação;
3º. Incentivo Fiscal, na forma de Carência de Imposto de Renda e de Imposto de Importação.
O primeiro item é um processo simples, de alçada estadual. Que tem de
ser tocado pela Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul; com o
devido acompanhamento e anuência do órgão fiscalizador portuário
nacional, que é a Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ.
O segundo item é de competência do órgão ambiental estadual. Neste caso
a ação é promovida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental –
FEPAN. Sendo acompanhado pela Superintendencia dos Portos do Rio Grande
do sul e pela ANTAQ.
Já no tocante ao terceiro item, a isenção fiscalisto é algo que toca
em parte o Governo Federal (Imposto de Renda e Imposto de Importação) e
em outra o Governo Estadual. Que tem direito a cobrar Imposto sobre
Circulação de Mercadorias – ICMS. E que incide sobre os bens importados.
Já que não esta claro se eles desejam, também, estes pontos. Considero
tanto o ente federal como o estadual neste item.
Em contra partida nos oferecem:
1º Construir uma frota de pesca de arrasto marinho com 400 (quatrocentos) barcos;
2º Construir uma Planta de Processamento de Peixe Congelado, com capacidade para 500 toneladas/dia.
3º Investir em um Porto de Pesca, com localização em águas profundas,
com instalações de base para dar apoio às atividades essenciais da
logística da pesca.
Aqui a leitura tem de ser mais atenta. O termo “Construir” pode ser compreendido sob o aspecto da fabricação. Por exemplo:
Serão construídos 400 barcos em estaleiros.
Neste caso não há referência nenhuma de que a construção seria um
desdobramento do projeto inicial. Vale lembrar que construir leva tempo.
E como o volume planejado de embarcações é grande a mobilização do
nosso setor industrial teria de ser planejada com muita antecedência. Os
barcos de pesca também possuem tamanhos e capacidade bem distintas.
“Construir” também pode ser compreendido como montar, formar ou
agrupar, ou seja, trazer 400 barcos para operarem junto à empresa. Neste
caso seriam empregados barcos já existentes. Ou então, os mesmos
poderiam ser construídos em outro país e trazidos ou “importados” para o
Brasil.
Os barcos são definidos, denominados, com “barcos de arrasto marinho”.
Isto já indica o tipo de pesca que a empresa pretende empreender em
nossas águas. A pesca de arrasto se subdivide em pesca de fundo (solo
marinho). Onde a rede vem arando o solo marinho. Levantando e revolvendo
tudo o que se encontra depositado no fundo.
........................ Fora do contexto sul-americano, o problema também ocorre junto a
Europa. Lá há dois pontos de conflito. Um o Mar Mediterrâneo e o outro
junto a costa atlântica da Espanha, de Portugal e da França. Onde o
mesmo comportamento predatório se faz presente. Este modus operandi é o
que se pode dizer a principal marca do setor pesqueiro chinês.
Pressioná-lo ou modificá-lo exige de nossa parte poder político e
policiar (militar). E isto nós definitivamente não temos.
Nossa capacidade diplomática esta muito diminuída no atual governo, e a
militar (naval) muito mais. Desta forma temos de ser realistas. Ao
invés de arranjarmos mais um problema, devemos declinar do convite. Que a
princípio é tentador como o Canto da Sereia.
Mas que com o passar do
tempo, acaba por nos defrontar com o Bafo do Dragão.
Nota DefesaNet
As implicações geopolíticas e militares desta oferta chinesa serão analisadas em próximo artigo.
Donald Trump está pagando o preço (clique
aqui) por duas escolhas: 1) a subestimação inicial da pandemia e
2) a falta
de sensibilidade para compreender a dimensão e a repercussão dos conflitos
raciais desencadeados com o assassinato de George Floyd.
E ainda tem a debacle da economia por causa da parada
brusca.
A eleição está longe, e as pesquisas não têm sido
especialmente felizes nos últimos tempos, mundo afora. Mas a situação eleitoral
de Trump exige cuidados. Jair Bolsonaro parece ter mais sorte. A subestimação da
pandemia ajuda a fazer sofrer os números da sua popularidade, é o que dizem as
pesquisas, mas eleição mesmo só daqui a dois anos.
Talvez algum dia a história registre que nesta coisa de
subestimar a Covid-19 Bolsonaro possivelmente tenha sido atraído para uma
armadilha por confiar demais nos julgamentos do seu parceiro Trump.
E o americano ainda tem outro problema. O pipocar de focos
da Covid-19 territorialmente distribuídos num país continental (clique
aqui). Será que vai ser a mesma coisa por aqui?
Abertura mental
Enquanto segue a corrida pela vacina (clique aqui), em
outras frentes científicas verifica-se que a chamada “imunização de rebanho”talvez nunca tenha sido mesmo uma alternativa razoável. Pois estudos começam a apontar que a imunização obtida pelo
contato com o SARS-CoV-2 talvez não seja duradoura (clique
aqui). Numa boa notícia para as mulheres, outro estudo ainda inicial
mostra que um remédio comum no tratamento dediabetes tem efeito bastante
positivo em pacientes graves do sexo feminino (clique
aqui).
São notícias diversas, de fontes diversas, mas que
compõem
um quadro cada vez mais nítido. Ele revela que os profissionais estão
correndo a aprender a lidar com a Covid-19 como quem conserta um avião
em pleno voo.Aprendendo a atirar em pleno combate. Coisa que não chega a
ser surpresa. Se o vírus é novo até no nome, não haveria mesmo como saber tudo
sobre ele com antecedência.
Mas isso tem consequências.
Será que não seria hora de um
pouco mais de humildade?
Menos certezas peremptórias?
Um pouco mais de
curiosidade e de abertura mental ao contraditório?
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política
Apesquisa Veja/FSB mais recentemostra leve subida na avaliação do governo Jair Bolsonaro, enquanto a
do Congresso Nacional, na melhor das hipóteses, anda de lado. O
presidente beneficia-se da evolução, ainda que lenta e intermitente, do
PIB e principalmente do emprego. O Legislativo continua com sua imagem
no mesmo lugar, ruim, apesar de cantado dia e noite em prosa e verso
como o “adulto responsável pelo avanço das indispensáveis reformas”.
O Congresso e seus líderes parecem presos a uma armadilha. Se andam com
as reformas da dupla Bolsonaro/Paulo Guedes e a população sente no bolso
melhoras na economia, quem come o bolo é o Executivo. Se colocam
dificuldades à agenda, serão incinerados pela opinião pública que há
anos vende ao país a infalibilidade dessas reformas. E se entregarem a
mercadoria e mesmo assim a coisa desandar na economia? Vão dizer deles
que não entregaram o suficiente.
Na vida prática, o Congresso não tem alternativa, vai ter de aprovar
alguma coisa na linha exigida, para não ser acusado de travar o avanço
do país. Por isso, são vazias de significado material as especulações
sobre quanto o estilo verbal do presidente da República atrapalha a
produção da fábrica de leis econômicas. Ou, agora, quanto a prevalência
de militares no Palácio pode estar incomodando os políticos.Estes não
têm opção fora andar na linha imposta.
Foi assim com a mudança nas aposentadorias. Ao longo de 2019
proliferaram teses sobre os graves riscos corridos pela reforma da
previdência por causa da suposta desarticulação política do Executivo.
Na real nunca houve desarticulação. As circunstâncias permitiram que o
governo aprovasse a coisa apenas com custo orçamentário, sem ter de
nomear ministros indicados pelas bancadas. Sem as "porteiras fechadas".A
liberação/promessa recorde de emendas resolveu.
O quadro na essência não mudou desde então, assim como não mudou a
correlação de forças no Parlamento. A oposição continua a depender de
alianças com os presidentes da Câmara e do Senado e com o dito centrão
para não ser esmagada. Daí que os chefes do Legislativo reúnam hoje um
poder indisputado. Mas poder para quê? No bottom line, tirando as espumas que entretêm a plateia, para fazer o que o Planalto e ministério da Economia consideram essencial.
A economia ofereceu alguma decepção no final do ano para quem esperava
uma decolagem mais vertical. As vendas não foram tão brilhantes quanto o
anunciado. A verdade é que as autoridades econômicas só prometem mesmo
alívio verdadeiro e consistente para o final deste mandato de Bolsonaro.
Até lá, o público terá de satisfazer-se com alívios pontuais. Estes
parecem estar bastando para manter os bons índices de aprovação do
governo.
A dúvida de sempre: até quando?
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política
A própria Procuradora-Geral da República,
Raquel Dodge, estaria em dúvida sobre os diálogos, quando afirmou que o material não tem reconhecida sua
veracidade e, além do mais, foi conseguido de forma ilegal.
O argumento da defesa de Lula para o habeas corpus de soltura era muito
frágil: o fato de Sérgio Moro ter aceitado ser ministro da Justiça e
Segurança Pública de Bolsonaro. Mas havia no ar o fantasma dos diálogos
entre Moro e o chefe dos procuradores de Curitiba, Deltan Dallagnol. Que
não poderiam ser usados, por não estarem nos autos e, sobretudo, por
serem provas ilegais que, no mínimo, precisam ter sua autenticidade
verificada antes mesmo que se discuta se provas ilegais podem ser usadas
a favor do réu.
Por isso, o ministro Gilmar Mendes tentou um atalho, propondo que se
desse liberdade ao ex-presidente até que o julgamento do mérito fosse
concluído na Segunda Turma. Como o relator Edson Facchin, a presidente
da Turma Cármen Lucia, e o decano Celso de Mello se mostrassem
contrários à liberdade provisória, mas dispostos a julgar o mérito ontem
mesmo, o ministro Gilmar Mendes disse que não haveria tempo, pois seu
voto tinha 40 páginas. Somente os ministros Gilmar Mendes e Ricardo
Lewandowski votaram pela suspeição de Moro, influenciados claramente
pelos diálogos, embora tenham afirmado que votavam apenas com base dos
autos.
O voto decisivo foi do ministro Celso de Mello, que usou um argumento
irrespondível: para ele, é possível ao juiz usar seu"poder geral de
cautela toda vez que se cuidar de algo favorável ao acusado",mas, nesse
caso, há "três títulos condenatórios emanados [contra Lula]". bO decano se referia às condenações na primeira instância, em Curitiba,
no TRF-4 em Porto Alegre e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mesmo
sendo contra a prisão em segunda instância, o ministro Celso de Mello
não teria dúvidas sobre o caso de Lula, que já cumpriu o requisito que
deve ser definido pelo plenário do STF quando o tema for debatido:
prisão depois da condenação pelo STJ. Essa proposta foi do presidente do Supremo, Ministro Dias Toffoli, em
debate sobre a prisão em segunda instância, e parece ser impossível que o
Tribunal retorne ao entendimento de que apenas com trânsito em julgado a
prisão seria decretada.
O ministro Gilmar Mendes, que havia pedido vista em dezembro, e colocou o
caso na pauta da Segunda Turma coincidindo com os primeiros diálogos
publicados pelo site The Intercept Brasil, retirou-o novamente na
véspera, alegando falta de tempo para o julgamento. Mas recolocou-o na
pauta a pedido da defesa de Lula. No seu voto, se referiu com mais ênfase à troca de mensagens entre Moro e
Dallagnol, mesmo sendo provas ilegais, sem se deter no motivo formal do
habeas corpus, que era o fato de Moro ter aceitado ser ministro de
Bolsonaro. "Não há como negar que as matérias possuem relação com fatos
públicos e notórios cujos desdobramentos ainda estão sendo analisados". [estranho que um ministro do STF, guardião da Constituição, vote pelo desrespeito a um mandamento da Constituição que está sob a guarda do mesmo STF.]
Para ele, tais revelações "podem influenciar o deslinde das
circunstâncias". Por isso, disse que precisaria de mais tempo para
analisar o habeas corpus sobre a suposta parcialidade do juiz, já que as
mensagens atribuídas a Moro foram divulgadas recentemente. Na sua avaliação, as mensagens colocam em dúvida a atuação do atual
ministro da Justiça enquanto juiz. Para o ministro Gilmar Mendes seria
melhor aguardar e analisar melhor o caso antes de uma decisão
definitiva. Uma de suas alegações foi que a própria Procuradora-Geral da República,
Raquel Dodge, estaria em dúvida sobre os diálogos, quando, na verdade,
ela afirmou em seu parecer que o material não tem reconhecida sua
veracidade e, além do mais, foi conseguido de forma ilegal.
Também o relator do caso, ministro Edson Facchin, reafirmou seu voto
contrário à liberdade de Lula, e disse que o material a que se referiu a
defesa e o próprio Gilmar como “fatos públicos e notórios” não foi
apresentado às autoridades para perícia. Tanto Gilmar quanto Lewandowski
alegaram ver nos autos motivos para decretar a parcialidade de Moro,
buscando sair da armadilha de usar provas ilegais. No caso do sítio de Atibaia, Lula já foi condenado em primeira instância
pela Juíza Gabriela Hardt, e o recurso chegou ao TRF-4. O julgamento
deve coincidir com a data prevista para a progressão de pena de Lula
para prisão semi aberta. Se confirmada a condenação, a pena se soma à anterior, do triplex do
Guarujá, e, nesse caso, o cumprimento de 1/6 da pena não ocorrerá no
final deste ano.
Mas que briga é aquela que tem acolá? É o filho do homem com o seu
general. Não pretendo analisar uma luta interna no governo, cheia de
insultos escatológicos.
Pergunto apenas se vale a pena tantos militares no governo, com
ataques permanentes contra eles e uma certa ambivalência de Bolsonaro.
Se a ideia é apanhar pelo Brasil, talvez não seja a melhor aposta. O
risco de desgaste das Forças Armadas é grande. E os resultados até
agora, desanimadores. Os termos que certos setores do bolsonarismo colocam são, na verdade,
uma armadilha. Não respondê-los significa um silêncio constrangedor
para quem participa do mesmo projeto de governo. Respondê-los é cair
numa discussão de baixo nível, um filme onde todos morrem no final.
A única experiência que tive com Olavo de Carvalho foi um trecho de seu livro O Imbecil Coletivo. Nele, Olavo diz que não tenho competência nem para ser sargento do Exército de Uganda ou do Zimbábue, não me lembro. Foi há muito tempo. Minha reação foi esperar que o Exército de
Uganda, ou o do Zimbábue, protestasse. Como não disseram nada, também
fiquei na minha. [de nossa parte nunca decidimos perder tempo lendo qualquer coisa do aiatolá de Virginia; depois do seu estúpido festival de insultos escatológicos, decidimos 'decididamente', pela prática do já gasto: não li e não gostei.] Todo esse vespeiro no governo Bolsonaro é também resultado da
fragilidade da oposição. Mas, observando as consequências, percebo que o
Congresso vai preenchendo o vazio de poder não para oferecer uma
alternativa mais sensata à sociedade, mas para garantir um retrocesso no
aparato de controle da corrupção. Um dos pilares da Lava-Jato é a
integração das instituições. O Congresso quer impedir que a Receita
Federal e o Ministério Público compartilhem informações. Numa comissão
da Câmara, tiraram o Coaf das mãos de Moro, um outro desmanche dos
pressupostos da Operação Lava-Jato.
E não é só o Parlamento. O STF sente-se mais tranquilo para blindar
os deputados estaduais, que só podem ser presos com autorização das
Assembleias. Algo que sabemos muito improvável. Outro passo: autorizar anistia para crimes de colarinho branco, validando o decreto de Temer. [aqui pedimos vênia para discordar do ilustre escriba: O STF apenas confirmou que o presidente da República pode exercer atribuições que a Constituição Federal, estabelece como sendo privativas do chefe do Poder Executivo Federal. Se a Constituição não limitou tais poderes, eles não podem ser revogados, exceto por 'emenda constitucional'.] Bolsonaro se apresentou com a bandeira anticorrupção. No entanto, no
mundo real, há vários indícios de retrocesso. Não houve competência nem
para evitá-los, quanto mais avançar numa agenda que interessou a milhões
de eleitores. Os tropeços de Bolsonaro e dos seus ardentes defensores abrem um
espaço de poder, até agora percorrido pelo Congresso com seus objetivos
claros. Enquanto isso, ele se diverte dando tiros de retórica. Ele prometeu
que vai fazer de Angra dos Reis uma Cancún brasileira. São ideias de
quem está no mar e pisou pouco em terra firme, nos morros e favelas de
Angra.
Esta semana, houve tiroteio, dias depois da passagem do governador
Wilson Witzel. Ele foi a Angra num helicóptero e disse: “Vou acabar com a
bandidagem”. Deu uns tiros, inclusive em tendas de oração, felizmente
desertas, hospedou-se num hotel de luxo e voltou para o Rio. Outra fixação de Bolsonaro é acabar com a Estação Ecológica de
Tamoios, próxima ao lugar onde foi multado por pesca. Estação ecológica é
de acesso limitado aos cientistas porque é uma permanente fonte de
pesquisa.
No passado, critiquei publicamente o senador Ney Suassuna, que
comprou um barraco de um posseiro dentro da Estação de Tamoios e nela
queria construir sua mansão. Uma década depois, a ideia do senador acaba
se impondo sobre a minha. Cancún implica construir muitas , e mandar para o espaço nossa riqueza biológica concentrada ali
naquela unidade de conservação. A política de meio ambiente de Bolsonaro parte da negação do
aquecimento global, e em todas as áreas ambientais tem dado sinais
negativos. O consolo é que há mais gente lutando para proteger seu
território. No entanto, certos danos podem ser irreversíveis. O
licenciamento de agrotóxicos é o mais liberal da história, num momento
em que o mundo se preocupa não apenas com a saúde humana, mas também com
o desaparecimento das abelhas, dos insetos e das borboletas.
O processo vai ser acentuado também no Brasil. E, sem abelhas, como é
que vão polinizar nossas plantas? Dando tiros de espingarda? Se apenas
brigassem entre si, os bolsonaristas provocariam menos danos que a briga
permanente do governo contra a natureza. Governos passados nos levaram a esperança e alguns bilhões de dólares. Bolsonaro ameaça levar pedaços vivos do Brasil.
Fernando Gabeira (publicado no Blog do Gabeira) Eu estou devolvendo meu revólver
Eu estou oferecendo de bel grado, a quem quiser e estiver com o dedo
coçando, a arma que o decreto presidencial me outorgou como sendo de
direito e tiroteio. Matem-se a gosto com a minha Taurus. Teçam à queima
roupa suas considerações finais sobre como vai a humanidade e como é vil
o vizinho da cobertura – tudo agora com o beneplácito cidadão do cano
quente oferecido pela legalidade bolsonara. Metam bronca uns nos outros.
A justiça, sempre tão cágada, terá agora a urgência necessária.
Peço
apenas que o futuro portador de minha Glock, por gratidão a este que
ora lhe faz tamanho bem, não atire de imediato no jornalista. Breve, uma
vírgula mal colocada, uma opinião pelo avesso, e este aqui fará por
merecer o arrebite corregedor. Por enquanto, me deixe acabar o texto.
Guarde-se para mais adiante o inevitável estampido da justiça Magnum. A
nova lei privilegia jornalistas da cobertura policial, o que, admito,
não é inicialmente o meu caso. Sou um anotador de irrelevâncias,
especialista no que antiga seção da Veja – e eu era repórter exclusivo
dela – chamava “Vida Moderna”. Faz tempo. Acabaram com a editoria. Vida
moderna no Rio se limita aos novos armamentos com mira telescópica que
chegaram ontem ao porto, malocados num contêiner.
Toda cobertura
jornalística no Rio tem viatura de luzes vermelhas piscando e policial
esculachando geral. Matava-se de amor no Largo do Estácio. Hoje, na área
de Cultura, acabaram de prender na Penha, sob suspeita de tráfico, o DJ
do Baile da Gaiola, o mais interessante acontecimento musical da
cidade. A polícia também esteve na editoria de gastronomia e, pelo crime
de notas frias para ajudar a corrupção do governador, levou o chef do
japonês do Leblon.
Por isso, transformado em repórter policial
pelas evidências da cena carioca, eu me enquadraria na ordem bolsonara
de portar uma Smith&Wesson 9mm. Poderia cumprir pautas com
segurança. O coldre ostensivo sobre a barra da calça jeans talvez me
fizesse soar mais convincente diante da fonte que, a princípio ,
balbuciasse o clichê do nada a declarar. Neste faroeste caboclo,
bastaria rodar o tambor da Beretta e o lead viria já na primeira
pergunta.
Fiz entrevistas com Bezerra da Silva no Cantagalo e numa
delas o sambandido me cantou em primeira mão um samba da pesada: “Você
com um revólver na mão é bicho feroz/ Sem ele anda rebolando e até perde
a voz”. Eu agradeço o esforço bolsonariano de permitir ao repórter
policial mirar no exemplo do supremo mandatário e, se assim lhe
aprouver, matar dentro da lei – mas melhor não. Jornalistas portam
perguntas, puxam gatilhos de dúvidas, ricocheteiam ideias, fazem
saraivada de investigações e, armados de persuasão, disparam críticas.
Nada que deixe cheiro de pólvora na mão. A propósito, aos que quiserem
se atirar no novo bang-bang civilizatório, eu ofereço as cinco mil
munições do calibre mais arrombador, outra gentileza decretada como
salvaguarda e manutenção da paz. Metam-se bala sem parcimônia. Tô fora.
Jornalista
no faroeste brasileiro quer apenas o direito de poder chegar no meio do
saloon e repetir o forasteiro que Clint Eastwood interpretou em “O
estranho sem nome”. Depois de constatar o estado lamentável do
estabelecimento, a desordem geral da espelunca, Clint Eastwood se fez
curto e grosso: “Está na hora deste lugar mudar de xerife”.