Os gerentes da indústria de invasões não merecem ser ouvidos em reuniões com autoridades. Devem ser interrogados em delegacias e tribunais
As gravações que escancaram as bandidagens de Ednalva Franco, chefe de um certo Movimento Moradia para Todos (MMPT) e assessora da deputada estadual Márcia Lia, do PT paulista, revelam que não há limites para a insolência dos controladores da indústria de invasões de imóveis urbanos.No repulsivo baú arrombado pelos áudios, duas obscenidades merecem destaque. Primeira: os chefes das siglas que estupram impunemente o direito de propriedade não buscam teto para todos. Buscam dinheiro para poucos. São extorsionários fantasiados de revolucionários. A segunda abjeção é protagonizada por autoridades que, quando não os engavetam, protelam por meses ou anos o cumprimento de mandados de reintegração de posse. Preferem perder tempo em negociações com meliantes, recitando que logo se chegará a algum “acordo amistoso”.
É cúmplice, comparsa ou coiteiro quem enxerga interlocutores confiáveis em gigolôs da miséria. (Gigolôs e cafetinas, informam as ameaças e retaliações rosnadas por Ednalva Franco). Não faz sentido, portanto, organizar amenos encontros para saber o que pensam os vigaristas liderados por Guilherme Boulos. Nos países civilizados, casos de polícia não são ouvidos. São interrogados em delegacias e tribunais.
Blog do Augusto Nunes - VEJA
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