É de se
esperar que o Banco Central corte novamente os juros nesta semana, apesar do
contexto mundial mais complicado. O Copom deve reduzir a taxa na quarta-feira
em 0,25 ponto, para 6,25%. A inflação está abaixo do piso da meta, de 3%, e a
atividade tem apresentado sinais fracos nos últimos meses.
Na reunião
passada, há um mês e meio, o BC deu a indicação de que cortaria a Selic mais
uma vez. Mas muita coisa acontece no mundo em 45 dias. A tensão internacional
cresceu. A cotação do dólar, que impacta diversos preços, subiu. A atuação do
presidente Donald Trump também fez o preço do barril de petróleo acelerar,
criando outras pressões inflacionárias. O preço da energia e dos combustíveis,
por exemplo, acaba subindo. Parte da energia é gerada em termoelétricas. O
preço da energia de Itaipu é dolarizado. Outro foco de incerteza
internacional é a Argentina, terceira maior parceira comercial do Brasil, que
entrou em uma forte crise nas últimas semanas.
Nas
últimas semanas, o BC reforçou a indicação de que vai reduzir os juros. Na
semana passada, Ilan Goldfajn disse em entrevista à GloboNews que o Banco
Central tem que olhar os dados da inflação — a taxa presente e a expectativa —
e também o nível de atividade. O IPCA está há 10 meses abaixo dos 3%, tem
espaço para subir sem provocar perigos ao sistema de meta. Além disso,
neste ano os indicadores de atividade estão surpreendendo para pior e o
desemprego atinge a 14 milhões de pessoas. O mais
provável é que o BC reduza os juros nesta semana e, com toda essa incerteza,
decidam parar o ciclo.
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