O Brasil tem que fazer um ajuste fiscal de 4 pontos do PIB, ou R$ 300
bi, diz Mansueto de Almeida, secretário do Tesouro. O Brasil tem que
fazer um ajuste fiscal de quatro pontos do PIB, ou R$ 300 bilhões, diz o
secretário do Tesouro, Mansueto de Almeida. Este ano a arrecadação está
crescendo, subiu até em junho, e o déficit será menor do que o
previsto. As estatais têm resultados bons e os ministérios não gastaram o
que podiam. “Mas não é possível comemorar num país que está no quinto
ano de déficit primário”, diz.
Ele defende que o curto prazo está controlado e que essas
pautas-bomba no Congresso terão efeito no próximo governo. Mas podem ser
desarmadas: — Agora haverá apenas mais três semanas de votação, uma em agosto,
outra em setembro e outra em outubro. Depois disso o país terá dois
governos lutando pela agenda fiscal. O governo que vai entrar terá um
grande incentivo para não deixar evoluir esses projetos.
O grande problema, na visão dele, é o tamanho do ajuste que precisará ser feito: — Desde a Constituição, o único ajuste desta magnitude foi feito
entre 1998 e 2002, no final do primeiro governo Fernando Henrique e
durante o segundo. Mas foi principalmente com aumento de carga
tributária. Agora não será mais possível fazer isso porque a carga é
muito alta. Terá que ser corte de despesas. O Brasil é um país que tem
um desequilíbrio fiscal muito grande, já tributa muito, tem uma carga
tributária mais alta.
MATÉRIA COMPLETA, clique aqui
Mansueto acha que algum ganho se conseguirá com a redução dos
benefícios tributários. Uma parte deles cairá até 2020 com a reoneração
da folha de pagamentos. Mas há outros a serem corrigidos. Ele cita o
Simples, e explica: — No mundo todo se tem uma tributação especial para pequena empresa,
mas em geral esta faixa não passa de US$ 150 mil dólares. O Simples no
Brasil inclui empresas com faturamento acima de US$ 1 milhão por ano.
Estamos falando de um país em desenvolvimento em que o regime especial
para pequena empresa é mais benéfico do que o dos países ricos.
Nas desonerações de cesta básica há produtos que não fazem parte do
consumo dos mais pobres, como salmão, ovas de peixe, filé mignon e todos
os tipos de queijos. Isso tem que revisto. Mansueto defende que se
reveja também a forma de cobrança de impostos por lucro presumido e dá
um exemplo: — No mundo todo o que se paga de imposto de renda, depende da sua
renda. No Brasil não é assim, depende do seu regime de trabalho. Um
advogado que ganha R$ 30 mil por mês, se ele for celetista, paga 27,5%,
se estiver no Simples, a carga é 9%, se estiver no lucro presumido, a
carga é 14,5%.
Segundo Mansueto, todos esses ajustes permitiriam um ajuste de 1% a
1,5% do PIB. O total dos benefícios chega a 4% do PIB, mas ele não
acredita que se possa reverter tudo. O grande ajuste terá que ser feito
pelo lado da despesa, na opinião do secretário:
— Se a gente fizer esse ajuste, sem controlar o que determina o
crescimento da despesa, isso logo vai embora. O primeiro desafio é mudar
a dinâmica do crescimento do gasto público. Quando se tem um ano como
2015, de inflação alta, causa um enorme estrago, porque as despesas
estão indexadas. Essas regras precisam ser revistas.
O aumento de gastos com o INSS torna a reforma inevitável, na visão do secretário:
— As despesas do INSS eram 5,9% do PIB em 2002. Doze anos depois eram
6,8%. Nos anos de 2015 e 2016 saltaram para 8,1%. Em dois anos aumentou
mais do que em 12 anos. Quando se tem recessão com inflação alta isso
cria uma rigidez fiscal que leva anos para reverter. A gente não tem
alternativa, vai ter que lidar com a reforma da previdência e com os
reajustes das outras despesas. A Constituição determina que todo ano
funcionário público tem aumento, mas não diz de quanto. Nos últimos
anos, com o país em recessão, eles tiveram aumento real. O próximo
governo terá que ver isso.
O déficit da previdência, somando INSS e servidores federais, dará,
segundo o secretário do Tesouro, R$ 294,5 bilhões este ano. Ele não vê
possibilidade de se evitar essa reforma. A DRU é R$ 90 bilhões, mas não
incide em cima de receita previdenciária. Não há mágica que explique a
subestimação desse problema.
Coluna da Miriam Leitão em O Globo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
segunda-feira, 16 de julho de 2018
Na visão do Tesouro, país precisa de ajuste de R$ 300 bilhões
Marcadores:
benefícios tributários,
déficit da Previdência,
filé mignon,
Mansueto de Almeida,
ovas de peixe,
pautas-bomba,
queijo,
salmão,
secretário do Tesouro
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário