Estamos entrando na reta final das convenções partidárias que vão
definir os candidatos que, em outubro, disputarão a Presidência da
República. É possível que, até 15 de agosto, prazo final para o registro
das candidaturas, alguns dos escolhidos fiquem pelo meio do caminho por
causa de alianças oportunistas. O certo é que os brasileiros poderão
ter uma ideia mais clara daqueles que se apresentam para comandar o país
a partir de janeiro de 2019. Diante da grave situação do país, não
haverá espaço para nenhum aventureiro. É isso que os eleitores precisam
deixar claro nas urnas.
O próximo presidente já assumirá com a ameaça do impeachment. Não se
trata de exagero. As contas públicas estão em frangalhos. O ajuste que
Michel Temer prometeu fazer quando assumiu o governo ficou só na
promessa. Apesar do aumento das receitas, o deficit público cresceu.
Este será o quinto ano das contas no vermelho. Na melhor das hipóteses,
as finanças federais só retornarão ao azul em 2021 ou 2022. O eleito em
outubro tomará posse com a responsabilidade de cortar pelo menos R$ 60
bilhões dos gastos. Se não fizer isso, correrá o risco de cometer crime
fiscal.
(...)
Custo do fracasso
Até agora, os candidatados se limitaram a generalidades para tratar
de temas relevantes, de grande interesse público. Contudo, confirmados,
os postulantes ao Palácio do Planalto não poderão mais fugir do debate.
Terão de comprovar aos eleitores que são capazes de tirar o Brasil do
atoleiro. Depois de uma das recessões mais severas da história, entre
2014 e 2016, o país deu um suspiro de crescimento. Uma onda de euforia
chegou a se instalar no governo e no mercado financeiro. Mas a realidade
falou mais alto. O Brasil continua na UTI e somente uma pessoa
capacitada e bem-intencionada poderá curá-lo.
(...)
Vamos passar pela campanha eleitoral mais curta da história. Não será
isso, porém, que impedirá os eleitores de usarem a razão para limar
aventureiros e extremistas do processo de disputa. Dada a falta de
perspectiva — a economia só superará os estragos da recessão em 2020 —, o
país não poderá errar. Ou damos um passo à frente, ou perderemos o
rumo. O desemprego vai aumentar, a disparidade entre ricos e pobres se
aprofundará e o projeto de uma nação próspera e repleta de oportunidades
ficará na promessa. Ninguém merece esse Brasil fracassado.
CB - Blog do Vicente
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