A tese de Alckmin, até hoje mal nas pesquisas, pode
agora ser testada: quem tiver mais TV cresce. E ele tem quase metade do tempo
total de TV [as manobras de Alckmin para conseguir 'maioria', os apoios que diz ter e outras manobras deixam claro que um possível governo Alckmin será o conhecido mais do mesmo:
mistura do estilo Sarney, Temer, FHC, Itamar - não muda quase nada, mas, com um pouco de sorte não piora e talvez até melhore (se tivessem deixado Temer trabalhar com certeza o Brasil estaria bem melhor do que está - o que interessa aos brasileiros, especialmente quando temos 13.000.000 de desempregados.)
Para qualquer melhora é preciso que as denúncias vazias, sem provas, dos janots ... deixem de ser apresentadas - quem denunciar sem provas, tem que ser punido, independentemente do cargo que ocupe.]
De uma
tacada só, usando os argumentos preferidos de boa parte dos políticos, Geraldo
Alckmin se transforma no candidato dominante das eleições: terá quase a metade
do horário eleitoral gratuito, e ganha o apoio do industrial Josué Christiano
Gomes da Silva, ou “Josué Alencar”, filho do vice de Lula de 2002 a 2010. Josué
é perfeito: promete não atrapalhar os planos de Alckmin e paga a campanha. Ou
melhor, nem ele é perfeito. Ele é filiado ao PR de Valdemar Costa Neto, a quem
muitos fazem restrições. Mas Valdemar não é exceção no grupo que apoia Alckmin:
com ele estão Roberto Jefferson, Cristiane Brasil e Paulinho da Força,
conhecidíssimos.
A tese de
Alckmin, até hoje mal nas pesquisas, pode agora ser testada: quem tiver mais TV
cresce. E ele tem quase metade do tempo total de TV. Mas
sejamos justos: não há candidatos viáveis mais ou menos impuros. O PT, seja
quem for seu candidato, viu a condenação judicial de seu ícone, Lula; a prisão
de seus tesoureiros; a pena de seus coordenadores.
Ciro, que manteve imagem
razoável, acaba de levar duas pancadas: o lançamento de sua candidatura foi
murcho, e O Globo revelou que o deputado Leônidas Cristino pagou com
dinheiro da Câmara mais de R$100 mil a um escritório de advocacia em Fortaleza
do qual seu padrinho político, Ciro Gomes, é sócio. Cristino foi ministro dos
Portos de Dilma, por indicação de Ciro.
Brigar
por causa de política, hoje, é como ter crise de ciúmes na zona.
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É ou não
é
Alckmin
finalmente tem sua chance de crescer — tanto que, após acertar a TV (quer
dizer, com os partidos que cedem seus tempos de TV), recebeu a companhia, em
comício, de João Doria Jr., candidato favorito ao Governo paulista e que tinha
esperanças de substituí-lo na luta presidencial. Só que TV ajuda, mas não é
infalível: em 1989 (quando Collor derrotou Lula no segundo turno), o maior tempo
era de Ulysses Guimarães, PMDB, que ficou em sétimo. O segundo em tempo foi
Aureliano, que ficou em nono.
Hora H
Bolsonaro
é um dos destaques da campanha, mas tem sete segundos de TV. Pela posição na
pesquisa, deveria ter multidões de pretendentes a vice. Mas ainda não encontrou
ninguém: tentou o senador Magno Malta (em busca do voto evangélico), o general
Hamilton Mourão; anunciou o general Augusto Heleno, que comandou as tropas da
ONU no Haiti, tem excelente imagem entre os militares. [não foi rejeitado por Augusto Heleno, o partido do general é que o proibiu de ser vice de Bolsonaro, mandando que ele concorra ao Senado.] Teve suas propostas
rejeitadas. Hoje, pensa na advogada Janaína Paschoal, que, com Hélio Bicudo e
Miguel Reale Jr., apresentou a proposta de impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
Você,
empresário
O caro
leitor talvez não saiba, mas é empresário, sócio de múltiplas empresas. Os
governos que elegeu — Federal, estaduais, municipais — têm, juntos, 118.288
CNPJs — Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas, algo, para empresas, próximo
àquilo que o CPF é para as pessoas físicas.
Vejamos
um CNPJ, buscado ao acaso (é o nº 74.170 da lista): pertence à Cabana do Jaime,
dirigida por Jaílton Ferreira de Jesus. Situação ativa: está funcionando (a
última verificação é de 10 de julho de 2017), e é órgão público do Poder
Executivo Federal desde, pelo menos, 2006. Tem capital social de R$ 0,00 (zero
reais), está localizada na avenida Otávio Mangabeira, praia de Piata, em
Salvador, Bahia — uma beleza de lugar. Tem telefone fixo (71), e os primeiros
números são 328… Tem e-mail.
Não é
difícil localizar a lista de CNPJs de entidades dos diversos níveis de Governo.
Basta procurar em http://www.consultas……../. Sem
problemas — mas será função do Governo Federal ter a propriedade de uma barraca
de praia que serve bebidas e lanches a seus frequentadores? Quanto isso custa?
Licença
jornalística
Na
verdade, o caro leitor não é empresário, talvez nem seja formalmente sócio de
uma empresa desse tipo. Mas cabe-lhe a honra de pagar a conta.
E não
imagine que a coisa se limita a uma barraca de praia. Há também uma associação
dos pescadores, uma associação de produtores rurais, um restaurante — não há
dúvida, existe gente que tem sorte na vida. Porque controlar quase 120 mil
empresas como essas deve ser muito difícil.
Prisão de
novo
A Polícia
Federal prendeu na sexta, pela segunda vez, o ex-governador André Puccinelli, a
pedido da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Puccinelli, seu
filho e o advogado tiveram prisão preventiva decretada, a pedido do Ministério
Público Federal, em decorrência de apurações da Operação Lama Asfáltica.
Estão
detidos na sede da Superintendência da Polícia Federal. Puccinelli pretende se
candidatar novamente ao Governo, pelo MDB. Há acusações referentes a contatos
com a JBS, de Joesley Batista, à análise de documentos apreendidos em fases
anteriores da Operação e de movimentações bancárias.
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