O novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
João Otávio de Noronha, disse em entrevista ver com ressalvas uma
eventual mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a
possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. “A
jurisprudência está pacificada, não pode o Supremo mudar isso todo mês.”
Como o sr. vê a possibilidade de o STF revisar o
entendimento sobre prisão em segunda instância? Os ministros Dias
Toffoli e Gilmar Mendes defendem fixar o STJ como marco para a execução
antecipada da pena.
Vejo isso como uma boa proposta, mas, juridicamente, atípica,
porque o STJ não faz mera revisão das decisões. Não basta perder para
recorrer, tem de demonstrar violação da lei federal e, o mais
importante, no recurso especial, não há reexame da prova.
[o STF poderia prestar uma inestimável colaboração para reduzir a INSEGURANÇA JURÍDICA, situação nefasta e que em grande parte é resultado de decisões daquela Corte Suprema.
Em um último exercício de seu furor legiferante, decretar:
- legislar é competência exclusiva do PODER LEGISLATIVO, cabendo ao Poder Judiciário interpretar as leis, desde que a interpretação não seja utilizada como uma forma de mudar, ainda que virtualmente, o texto sob exame;
- qualquer decisão do Plenário do Supremo só poderá ser objeto de discussão após o transcurso de no mínimo dois anos da data de sua promulgação e a proposta de reexame seja aprovada por no mínimo seis supremos ministros.]
Essa possibilidade de mudança causa insegurança jurídica?
O Supremo já definiu essa matéria, que está decidida. Não
acredito que a Corte venha a revisar o seu entendimento. A
jurisprudência está pacificada, não pode o Supremo mudar isso todo mês.
Desde que o STF decidiu que a prisão poderia ser depois do segundo grau,
o colegiado nunca voltou atrás. Ministros sim, mas o plenário jamais.
Não vejo elementos novos que justifiquem a mudança.
Teve a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Não se pode mudar a jurisprudência em razão dessa ou daquela pessoa.
Decisões judiciais são acompanhadas com lupa pela população. É ruim criar heróis e vilões?
É péssimo. Justiça não é lugar de heróis, de vilões, é lugar de juízes técnicos, que tenham compromisso com a ordem jurídica.
O STJ limitará o foro para magistrados também?
Não somos, em princípio, contra reduzir (o foro). É que o
magistrado tem uma peculiaridade que os outros agentes políticos não
têm. Por exemplo, não há relação de subordinação entre juiz de primeiro
grau e conselheiro de tribunal de contas ou deputado estadual. Mas como
se veria uma decisão de juiz de primeiro grau absolvendo o desembargador
que o promoveu? Não é tão simples, estamos buscando uma solução.
Não é contrassenso conceder reajuste de 16,38% a ministros do STF e do STJ quando há 13 milhões de desempregados?
Todo segmento da sociedade teve aumento, apenas um deve ficar
de fora? O momento é difícil, vamos ter muita dificuldade para enquadrar
isso no orçamento, mas é delicado você explicar para o juiz que em
cinco anos os únicos que não sofreram reajuste foram os magistrados.
Isso não é um contrassenso? (Mas), vou ser sincero. Eu não faria nada
disso agora.
O auxílio-moradia deve acabar?
O auxílio-moradia é previsto na lei. Eu recebo, nunca neguei. O
auxílio-moradia precisava ser melhor normatizado. Deputados recebem,
senadores recebem, funcionários do Executivo recebem, e dizem que a
imoralidade só estaria nos magistrados. Numa cidade muito cara, se você
não tiver residência oficial, daqui a pouco vai ter o juiz em lugares
periféricos, perigosos, onde há alto índice de criminalidade.
STJ já gastou milhões de reais para trocar a frota de carros e há fisioterapia para servidores. É bom exemplo de gasto público?
A questão de fisioterapia é assistência médica, não é
privilégio. Sobre os carros, os modelos eram Ofega, de mais de dez anos.
A Lava Jato nós julgamos aqui, os homens do PCC nós julgamos aqui, você
acha que o ministro merece ou não atenção com segurança?
As informações
são do jornal O Estado de S. Paulo.
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
‘STF não pode mudar segunda instância todo mês’, diz presidente do STJ
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