O ministro finge ignorar que o indulto forjado por
Michel Temer foi concebido para livrar da cadeia corruptos de estimação
Na sessão
do Supremo Tribunal Federal desta quinta-feira, o ministro Gilmar Mendes
caprichou na pose de juiz dos juízes para reiterar que enxerga nos brasileiros
sem toga um ajuntamento de idiotas. Decidido a justificar o indulto concebido
por Michel Temer para livrar da cadeia corruptos de estimação, Gilmar
enriqueceu o capítulo brasileiro da história universal da infâmia com dois
falatórios capazes de deixar ruborizados até chicaneiros patológicos.
[por respeito aos seus dois leitores, o Blog Prontidão Total reafirma sua posição que o Supremo pode, e até deve, suspender, revogar, cancelar, anular o indulto concedido por Temer em 2017, mas, não pode - sob pena de violar a Constituição da qual é guardião, ou é considerado como tal - modificar nada no texto do Decreto.
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[por respeito aos seus dois leitores, o Blog Prontidão Total reafirma sua posição que o Supremo pode, e até deve, suspender, revogar, cancelar, anular o indulto concedido por Temer em 2017, mas, não pode - sob pena de violar a Constituição da qual é guardião, ou é considerado como tal - modificar nada no texto do Decreto.
A
única modificação aceita pode ser a de supressão - por óbvio, retirando
trechos que considere inconstitucionais - sendo inaceitáveis as
advindas de acréscimos ou de mudanças na redação.]
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No
primeiro, o doutor em tudo avisou que libertar bandidos em louvor do Natal é
atribuição privativa do presidente da República, que pode fazer o que quiser.
Pode, por exemplo, tratar a pontapés a lei, a ética, a sensatez, a moralidade e
a Constituição. O chefe do Executivo, ressalvou Gilmar, “está submetido aos
custos políticos da concessão do indulto”. Tradução: os insatisfeitos que votem
contra Temer nas próximas eleições. Haja safadeza.
No
segundo falatório, o ministro da defesa de culpados tentou contestar a
informação divulgada pelos procuradores engajados na força tarefa da Lava Jato:
se o texto forjado por Temer permanecer intocado, 22 dos 39 alvos da operação
encarcerados no Paraná serão contemplados com o perdão. Depois de qualificar a
constatação de “propaganda enganosa e pouco responsável”, Gilmar ampliou seu
vasto acervo de tapeações em juridiquês de porta de cadeia.
“Dos 22
ditos beneficiados, 14 são delatores que já estavam livres do cárcere”, disse.
“Já estão a salvo, mas por ato do Ministério Público Federal”. Se não sabe a
diferença entre indulto e prisão domiciliar, Gilmar não pode ser ministro por
excesso de despreparo. Se sabe e finge que não sabe, não merece ser ministro
por excesso de cinismo.
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