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sábado, 1 de dezembro de 2018

Gilmar enriquece o capítulo brasileiro da história universal da infâmia e Barroso dá lição de moral a quem quer dar anistia a corrupto



O ministro finge ignorar que o indulto forjado por Michel Temer foi concebido para livrar da cadeia corruptos de estimação


Na sessão do Supremo Tribunal Federal desta quinta-feira, o ministro Gilmar Mendes caprichou na pose de juiz dos juízes para reiterar que enxerga nos brasileiros sem toga um ajuntamento de idiotas. Decidido a justificar o indulto concebido por Michel Temer para livrar da cadeia corruptos de estimação, Gilmar enriqueceu o capítulo brasileiro da história universal da infâmia com dois falatórios capazes de deixar ruborizados até chicaneiros patológicos.
[por respeito aos seus dois leitores, o Blog Prontidão Total reafirma sua posição que o Supremo pode, e até deve, suspender, revogar, cancelar, anular o indulto concedido por Temer em 2017, mas, não pode - sob pena de violar a Constituição da qual é guardião, ou é considerado como tal - modificar nada no texto do Decreto.
A única modificação aceita pode ser a de supressão - por óbvio, retirando trechos que considere inconstitucionais - sendo inaceitáveis as advindas de acréscimos ou de mudanças na redação.]


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No primeiro, o doutor em tudo avisou que libertar bandidos em louvor do Natal é atribuição privativa do presidente da República, que pode fazer o que quiser. Pode, por exemplo, tratar a pontapés a lei, a ética, a sensatez, a moralidade e a Constituição. O chefe do Executivo, ressalvou Gilmar, “está submetido aos custos políticos da concessão do indulto”. Tradução: os insatisfeitos que votem contra Temer nas próximas eleições. Haja safadeza.

No segundo falatório, o ministro da defesa de culpados tentou contestar a informação divulgada pelos procuradores engajados na força tarefa da Lava Jato: se o texto forjado por Temer permanecer intocado, 22 dos 39 alvos da operação encarcerados no Paraná serão contemplados com o perdão. Depois de qualificar a constatação de “propaganda enganosa e pouco responsável”, Gilmar ampliou seu vasto acervo de tapeações em juridiquês de porta de cadeia.

“Dos 22 ditos beneficiados, 14 são delatores que já estavam livres do cárcere”, disse. “Já estão a salvo, mas por ato do Ministério Público Federal”. Se não sabe a diferença entre indulto e prisão domiciliar, Gilmar não pode ser ministro por excesso de despreparo. Se sabe e finge que não sabe, não merece ser ministro por excesso de cinismo.

Barroso dá lição de moral a quem quer dar anistia a corrupto  

 'Corrupção mata! É impossível não sentir vergonha!'; veja vídeo

 

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