Mesmo com a ausência dos presidentes de Venezuela, Cuba e Nicarágua,
chefes de Estado latino-americanos compõem a maioria dos líderes que
confirmaram presença na posse de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto
nesta terça-feira, mantendo o padrão das últimas inaugurações de mandato
presidencial no país. A lista de autoridades, porém, deve destoar das anteriores pela
presença dos líderes conservadores de Israel e da Hungria, além da fraca
presença de mandatários africanos. [relação abaixo.]
Líderes de esquerda
Integram o grupo que assistirá à posse de Bolsonaro os presidentes de
sete países sul-americanos – incluindo os líderes de esquerda Evo
Morales, da Bolívia -[convite parte de cerimonial, ainda integrante do Governo Temer, mas, que aceita sugestões do presidente eleito, por isso Bolsonaro deveria ter recomendado que o cocalero Morales não fosse convidado] - , e Tabaré Vázquez, do Uruguai.
Os presidentes de Venezuela, Cuba e Nicarágua não foram convidados à
cerimônia, segundo o futuro chanceler, Ernesto Araújo, que expôs
divergências ideológicas com os três governos e os acusou de ditatoriais
pelo Twitter.
Para Geraldo Zaran, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, a
presença de grande número de líderes sul-americanos na posse de
Bolsonaro e de seus antecessores evidencia a importância do Brasil na
região.
Ele afirma que o protagonismo do país também explica a vinda dos
líderes da Bolívia e Uruguai, cujos países mantêm fortes laços
econômicos com o Brasil e teriam optado por uma postura pragmática,
apesar das divergências políticas com Bolsonaro.
O Brasil é o maior importador de produtos bolivianos e uruguaios e mantém fronteira com as duas nações.
(...)
A vinda do líder húngaro, por sua vez, sinalizaria a busca por uma aliança política e econômica com o Brasil, segundo Guedes.
"A Hungria e outros membros da nova direita europeia têm se sentido
constrangidos pela União Europeia por defenderem políticas que vão de
encontro às europeias", afirma. "A aproximação com o Brasil pode ser um
canal de escape."
Política externa para a África
Guedes destaca ainda a ausência, por ora, de confirmações entre líderes
africanos – diferença significativa em relação às posses anteriores. Quatro chefes de Estado africanos estiveram na primeira posse de Dilma
Rousseff em 2011, e três participaram da segunda, em 2014.
Segundo o professor, as visitas refletiam a importância que a política
externa petista dava à África, destino de investimentos brasileiros e
vista como um baú de votos em organizações internacionais. Com Bolsonaro, porém, o continente deve passar a ser encarado apenas segundo seu potencial econômico, afirma o analista.
Confira a lista de chefes de Estado que devem vir à posse nesta terça:
Argentina: Mauricio Macri
Bolívia: Evo Morales
Chile: Sebastián Piñera
Colômbia: Iván Duque Márquez
Hungria: Viktor Orbán
Paraguai: Mario Abdo Benítez
Peru: Martín Vizcarra
Portugal: Marcelo Rebelo de
Sousa
Uruguai: Tabaré Vázquez
Outras autoridades confirmadas
Mike Pompeo, secretário de Estado dos Estados Unidos,e Ji Bingxuan, vice-presidente do Comitê
Permanente da Assembleia Popular (Parlamento chinês).
[Mike Pompeu e Ji Bingxuan, representam os respectivos presidentes;
As nações árabes não enviaram representantes com nível de Chefe de Estado, o que é normal, tendo em vista que o presidente eleito, demonstra claramente seu desinteresse em considerar relacionamento comercial, como critério para posicionamento em outras áreas.]
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