Futuro ministro da Secretaria de Governo afirma que a sociedade cansou de corrupção e cita os escândalos do Rio e da Petrobras
Um dos homens de confiança do presidente eleito, Jair Bolsonaro, o
general Carlos Alberto dos Santos Cruz recebeu do amigo, de mais de 40
anos, a complexa missão de comandar a Secretaria de Governo a partir de
terça-feira. Ali, no ministério, cuidará do bilionário Programa de
Parceria de Investimentos (PPI), da publicidade estatal e da relação com
prefeitos, governadores e integrantes de sindicatos e organizações
civis. “A porta de entrada é aqui. Os grupo têm de se sentir com
liberdade. MST, ONGs, gays, Fiesp, OAB, índios, todos”, [vai complicar e não vai dar certo - tem coisa nesse rol genérico e não limitante, que não tem sentido pretender representar o irrepresentável. ] disse Santos
Cruz em entrevista ao Correio na última sexta-feira, no Centro Cultural
Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, que acaba
oficialmente nesta segunda(31/12).
Entrevista com general Carlos Alberto Santos Cruz
Durante conversa de 90 minutos, Santos Cruz, como de costume,
sorriu poucas vezes, mas desmonstrou tranquilidade e convicção ao falar
sobre todos os temas. A característica circunspecta o levou a ser
protagonista de memes na internet. “É a história da imagem que as
pessoas têm e fazem de você”, disse ele, para finalmente abrir o sorriso
ao ser apresentado a uma das figuras que viralizaram, onde aparece com a
cara fechada. Na foto, uma legenda diz: “Que a minha alegria possa te
contagiar hoje e sempre. Feliz Natal”. Questionado sobre o fato de que a
polarização política e as declarações de Bolsonaro durante o período da
campanha levaram as minorias a se preocuparem com o acesso ao governo, o
futuro ministro afirmou: “Isso é um absurdo. Quem divulga isso é
completamente fora da realidade. Somos pagos para isso. É obrigação
receber todo mundo, a finalidade é essa.”
Na
entrevista, Santos Cruz afirmou que percebeu a força de Bolsonaro quando
o discurso do capitão reformado se mostrou em sintonia com o anseio
social. “Ninguém aguentava mais tanta corrupção. No Rio, o crime
organizado começava no Palácio da Guanabara.” No plano federal, citou o
petrolão, as investigações sobre os fundos de pensão e os empréstimos
para o exterior.
Existe o risco real em relação à posse de Bolsonaro?
Seja
uma probabilidade ou não, você tem que mitigar ou eliminar. Qualquer
possibilidade de risco você tem de fechar, não pode trabalhar com ela.
Isso vem da própria campanha, quando Bolsonaro sofreu o atentado. Era
uma situação normal de campanha, o único candidato que mobilizou a
massa. Onde ele chegava, havia milhares de pessoas. Tinha essa exposição
ao povo brasileiro, que não é dedicado a esse tipo de atentado. Mas
aconteceu. Sobreviveu por milagre. Fica uma situação que dá uma certa
tensão. Outra coisa: (no segundo turno) tinham dois candidatos
mobilizando a sociedade. Às vezes, tivemos pequenos grupos radicais. Em
qualquer conjunto político ou não político, há pessoas que se aproveitam
da situação e podem fazer uma besteira. Tem gente que é criminoso por
personalidade, não por posicionamento político. Temos de fechar todas as
possibilidades. Hoje, temos problemas menos por posicionamento político
e mais por inconsequência.
Matéria completa no Correio Braziliense
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