[Nota editores do Prontidão Total: Republicação, com atualizações, do Post "O "clã" parasita que governa o Brasil", publicado em 03 fevereiro 2020.
Mantidos comentários daquele Post.]
A grande mudança havida na política brasileira com a posse do Presidente Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro de 2019, foi
a de destrinchar o “cadáver” da
corrupção que corroía o Estado Brasileiro, desde 1985, mais
fortemente na “Era PT/MDB”, de 2003 a 2018,onde se estima uma “roubalheira” no
erário em montante superior ao PIB
brasileiro, e que estaria em torno de 10
trilhões de reais.
Os dados meramente parciais que foram levantados até agora
por diversas operações da Polícia e do
Ministério Público Federais, destinados a identificar toda a roubalheira do
“passado”, apresentam números estarrecedores, demonstrando uma corrupção em
montante que não encontra paralelo no mundo. Luiz Carlos Bresser Pereira, economista, cientista político
e social, administrador de empresas, advogado, professor da Fundação Getúlio Vargas, e Ministro
nos Governos Sarney e FHC, conseguiu
definir com rara maestria ,no livro “Desenvolvimento e Crise no Brasil”, o
perfil de grande parte dos Servidores Públicos brasileiros que, segundo ele, seria de caráter “parasitário”. E a palavra
“parasita” fala por si mesma ,dispensando qualquer explicação adicional. Mas a grande admiração que eu sempre tive pelo ilustrado
professor caiu por terra desde o momento em que ,em primeiro lugar, conseguiu “explodir” com a economia do
país no Governo Sarney e, em segundo, quando começou a “flertar” e andar de “mãozinhas
dadas” com o pessoal do PT, Lula,”et caterva”, momento em que percebi com
clareza que toda a sua “teoria” não
correspondia à prática das “alianças” políticas
espúrias pelas quais optou.
[atualizando:
o Bresser tem experiência mais que suficiente para definir 'servidor
público', especialmente quando do alto escalão;
Bresser
foi um servidor público por várias vezes e em uma delas causou uma das
maiores tragédias: quando foi ministro do Governo Sarney, por quase
oito meses - foi ministro da Economia, criou um tal de Plano Bresser e,
entre proezas, conseguiu elevar a inflação de 23%, antes do Plano, para
366%, seis meses depois.
Ainda
hoje tem servidor público, baixo escalão, aguardando receber dinheiro
que perdeu, lhe foi tomado na "manha", durante o tal plano.]
Mas o aprendizado
que tive com o professor valeu.
Aprendi que jamais o desenvolvimento econômico de um país, ou seja, o seu progresso, pode ser entregue ao comando tanto de
servidores públicos, quanto de políticos, o que dá no mesmo, porque essa
seria a política do atraso de um país, a entrega dos seus destinos a
“parasitas”. Mas o que vemos hoje no Brasil é um país
sendo governado, regido por leis,e “julgado” nos tribunais exclusivamente por
servidores públicos ,políticos com mandatos eletivos , e outros agentes
políticos (juízes e tribunais), que além de não produzirem absolutamente nada
na atividade econômica, ”consomem” quase todas as riqueza produzidas pela
sociedade civil,em vista das milionárias remunerações e mordomias de toda
espécie que têm, asseguradas mais
acentuadamente aos chamados “agentes políticos” (juízes,parlamentares federais,estaduais e
municipais,procuradores,etc.).
Esse é o caráter não só “parasitário” a que se refere Bresser
Pereira, porém, mais do que isso, o que me permito acrescentar, verdadeiramente
“predatório” da sociedade civil, do país inteiro. Os produtores da atividade
privada - trabalhadores e empresários- se
tornam dessa maneira verdadeiros
escravos dos “parasitas” acampados nos Três Poderes Constitucionais, muitos
servidores públicos e agentes políticos,que nada produzem ,e muito
consomem, mais que todos os “outros”. Resumindo: uns produzem, e outros só consomem. Essa é a maldita roda-vida
que leva o povo brasileiro de arrasto. Na verdade as melhores governanças que teve o Brasil até
hoje foi na época em que,excepcionalente
,o país não foi dirigido por políticos,
através de “eleições” . Foi de 1964 a 1985, no chamado “Regime Militar”. No aspecto de “honestidade”, por exemplo, não
dá nem para comparar. Basta dizer que
alguns dos últimos governantes do
país encheram os seus “rabos” com
tanto dinheiro sujo que chegaram a se tornar “bilionários”, até com fortunas “escondidas”
em todos os paraísos fiscais.
Mas enquanto alguns
se tornaram bilionários “governando”, nos momentos em que abriram as
”sucessões” por morte dos 5 (cinco)
ex-Presidentes do Regime Militar, as “fortunas” deixadas por eles para os seus sucessores ,nos respectivos
inventários, foram totalmente compatíveis com
as suas modestas aposentadorias. Nenhum herdeiro dos 5 generais ficou rico. Todos eles morreram como
viveram: modesta e honestamente. E essas “fortunas”, deixadas de herança, SOMADAS, não
chegam talvez nem a
1/50 do que um só ex-Presidente “civil” acumulou roubando.
Por aí se vê que o Ministro da Economia, Paulo Guedes,tem
toda a razão quando reclama dos
“parasitas” que “atrapalham” o Serviço Público ,que não são todos, é claro, mas
cuja proporção é infinitamente maior que na atividade privada, em vista das
“estabilidades” que têm. A única dificuldade é “entrar”. Mas depois que
“entram”, ninguém mais tira.Por isso seria preciso,realmente, igualar as
condições de trabalho entre o Serviço Público e o privado, inclusive na questão
da “estabilidade” no emprego. [a estabilidade dificilmente protege os chefões do crime organizado dentro do Serviço Público - na maioria não são, e nem precisam, daquela proteção; acabando a roubalheira tende a aumentar, já que qualquer chefete, a serviço dos chefões ao perceber que um subalterno quer atrapalhar uma operação de assalto ao Erário, simplesmente ordena que ele fique na dele ou será demitido.]
Mas têm “parasitas” não só entre os servidores públicos, porém
no próprio Poder Executivo, Legislativo
e Judiciário, entre os detentores de mandatos eletivos, senadores, deputados, vereadores, e mesmo
“concursados”, juízes, desembargadores, ministros de tribunais, procuradores, todos
denominados “agentes políticos”. Portanto a gama de “parasitas” no setor
público não estão somente entre aqueles
relacionados pelo Ministro Guedes, aos servidores públicos. O “elenco” é infinitamente
maior.
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo