Nas
eleições de 2018, certos fatos chamaram atenção. Primeiro, Institutos de
pesquisa contratados por importantes jornais e TVs erraram feio. Cito
para ilustrar dois candidatos ao senado, Roberto Requião, no Paraná, Dilma
Rousseff, em Minas Gerais, que atravessaram a campanha, segundo pesquisas, em
primeiro lugar e acabaram amargando fragorosa
derrota.
Segundo
fato, o equívoco de candidatos e exemplifico com Geraldo Alckmin (PSDB). Tendo
o maior tempo de televisão, maiores recursos financeiros, o apoio do chamado
Centrão exibiu um péssimo marketing e atacou quem não devia, o candidato Jair
Messias Bolsonaro, inclusive, quando este se encontrava hospitalizado em estado
crítico por conta da facada que lhe foi desferida em Juiz de fora por um
matador de aluguel. Alckmin
não enfrentou o PT por um motivo bem simples: tucanos amam o presidiário Lula.
Recorde-se ainda, que o candidato do PSDB com mais chances de chegar ao segundo
turno, João Dória, foi abatido por seu próprio partido capitaneado por Fernando
Henrique Cardoso. Este fortaleceu a candidatura de Alckmin para depois se
encantar com o apresentador de TV, Luciano Huck e, posteriormente, se apaixonar
por Marina Silva.
Enquanto o
presidiário injetava força e ordens no chamado poste, Fernando Haddad, Ciro Gomes
tentava adocicar sua violência verbal e os demais candidatos faziam o que
podiam. Tudo em vão. Pois apenas Bolsonaro havia entendido que o povo estava
farto do PT, do politicamente correto, da corrupção dos falsos salvadores da
pátria. Ao final,
a verdade das urnas desmentindo os institutos de pesquisa, que apontavam
Bolsonaro como derrotado por todos os candidatos no segundo turno. Ele ganhou
com impressionantes quase 58 milhões de votos, arrastando para a vitória
candidatos ao governo e postulantes a outros cargos.
Agora
acontece a fase da transição e nunca se viu um presidente tão cobrado. Cobra-se
dele, mesmo antes de ser empossado, a reforma da Previdência, a Tributária,
etc. E suas indicações para os ministérios são veementemente criticadas, apesar
da excelência das escolhas a começar por Sérgio Moro, este baluarte da Justiça.
Parece até que Bolsonaro leu “O Príncipe”, obra do notável mestre das
realidades do poder, Nicolau Maquiavel, que afirmou: “A escolha
dos ministros por um príncipe não tem pouca importância”. “A primeira impressão
que se tem de um governante e de sua inteligência é dada pelos homens que o
cercam”. “Quando estes são competentes e leais pode-se sempre considerar o
príncipe sábio, pois foi capaz de reconhecer a capacidade e de manter a
fidelidade”.
O
presidente Bolsonaro tem sido coerente, criterioso e cuidadoso em suas
escolhas, indicando os mais melhores. Mas, como disse alguém, “mesmo que ele
indicasse Jesus Cristo para um ministério Este seria criticado”. As
críticas mais ácidas no momento são despejadas sobre, Ernesto Araújo, escolhido
como ministro das Relações Exteriores e Ricardo Vélez Rodríguez, para o
ministério da Educação. Vejamos rapidamente o que foi considerado pela
esquerda, notadamente o PT, como os grandes “pecados” de ambos:
Araújo,
crítico do PT e do “globalismo” (que é diferente de globalização), é admirador
do Trump e citou Deus. Isto provocou enorme rebuliço e frêmitos de indignação
nas hostes da esquerda. Não me lembro de críticas a Celso Amorim, ministro
fake, pois o verdadeiro chanceler da época petista foi Marco Aurélio [top top] Garcia que
exerceu sua influência maléfica para que o Brasil apoiasse os piores ditadores,
a escória mundial, na contramão dos Direitos Humanos. Foi um tempo vergonhoso
para o Brasil em termos de política internacional.
Quanto a
Vélez Rodríguez é também um “blasfemo”. Ele fala em valores, família, é
antipetista, menciona Deus, é contra a ideologia de gênero e a favor da escola
sem partido. Pejorativamente é chamado de colombiano, apesar de ser
naturalizado brasileiro, ter esposa brasileira e filho brasileiro. Jamais tomei
conhecimento de alguém chamar o ex-ministro Mantega de italiano. Sobre a
excelente qualidade intelectual do professor Vélez, sobre suas obras, muito
pouco é dito. De todo
modo, tanto o chanceler quanto o professor ressoam não só o pensamento do
presidente Bolsonaro, quanto o de quase 58 milhões de brasileiros.
Concordo
com o pensamento liberal de Vélez Rodríguez e sobre ideologia de gênero já
escrevi a respeito, podendo voltar ao tema. Quanto a escola sem partido quer
dizer, na verdade, quebra da hegemonia petista, notadamente nas universidades,
onde o objetivo costuma ser não é o de formar cientistas ou profissionais
liberais, mas doutrinar futuros convertidos ao PT para assim fortalecer os
desígnios de poder do partido. Para
terminar invoco as palavras do sociólogo Max Weber: “A tarefa do professor é
servir aos alunos com seu conhecimento e experiência e não lhes impor suas
opiniões políticas pessoais”.
Maria Lucia é socióloga e professora.
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