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sábado, 9 de fevereiro de 2019

Licença para matar

Segue-se à risca a via pautada pela fantasia do Estado vingador

O sr. Moro, com esse pacote, se comportou como elefante em loja de louças. Atirou para todos os lados. Quer alterar nada menos que 14 leis, investe com sofreguidão sobre propostas já consideradas inconstitucionais pelo Supremo, como a vedação do regime de progressão da pena e a impossibilidade de concessão de liberdade provisória. E bota abaixo o princípio constitucional do trânsito em julgado da pena .[a população não pode ser pautada em função de servir a uma 'constituição'; 
a verdade é exatamente que a Constituição Federal tenha em conta  as necessidades da população - especialmente das PESSOAS DO BEM.] Não há surpresas. O pacote segue à risca o método pautado pela manipulação permanente do medo e pela fantasia de um Estado vingador que o sr. Moro tem personificado com maestria nos últimos anos.
O duo Bolsonaro-Moro vai consolidando sua política de segurança modelo bangue-bangue. [quase 58.000.000 de votos garantiram, e exigem, a consolidação do modelo citado.] O mesmo governo que duas semanas atrás, contra todas as evidencias existentes em matéria de violência no planeta, ampliou o acesso a armas de fogo. Na ocasião, o sr. Moro concedeu, do alto de sua ínclita sabedoria: "Essa questão de estatística, de causa de violência, sempre é um tema bastante controvertido".
Agora, ele cava espaço para as polícias ampliarem as justificativas pelo uso de suas armas. Para que fundamentar cientificamente? Como perder tempo com diálogos com a sociedade civil, centros de pesquisa ou mesmo corporações? Basta o clássico showzinho de Power Point. Adorei ouvir o sr. Moro dizer que a "ideia principal" ( sic) do novo projeto é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, que desejam "viver em um país mais seguro". [para o autor do artigo a tal 'sociedade civil', que ele entende deve ser consultada, é a formada pelas ONGs pró direitos humanos para bandidos, a tal 'anistia internacional' e outras coisas do tipo.] Pois podem os compatriotas tirar o cavalinho da chuva. Esse pacote não vai trazer melhoria na segurança pública para ninguém, em especial para a população tradicionalmente mais vulnerável à violência: jovens negros nas periferias, indígenas, mulheres, trabalhadores rurais, LGBTs. Enfim, grupos vítimas de formas estruturais de discriminação, compreendidas como "coitadismos que têm que acabar" pelo líder maior do sr. Moro.
Afinal, qual é a evidência apresentada para a alteração do escopo legal para a letalidade das polícias? [EFICIÊNCIA NO COMBATE AO CRIME  e redução dos que querem tratamento preferencial baseado na farsa, acertadamente denominada por Moro de:"coitadismos que têm que acabar".]  Estamos cansados de saber que as polícias intervêm por razões de segurança --em inúmeras situações onde não há nenhuma situação legal-- sem a menor relação com os fins legais. Assim, numa guerra contra o crime, as polícias militares continuam a se comportar como se estivessem enfrentando um "inimigo interno" a ser abatido.
Nos planos do sr. Moro, quando envolvidos em homicídios, policiais podem ter quase como certo responder aos inquéritos em liberdade, carta branca para ameaçar testemunhas e cometer mais mortes. [os bandidos não cumprem pena em liberdade? ou Zé Dirceu, condenado a mais de quarenta anos - que certamente, para dizer o mínimo, conta com a simpatia do senhor Paulo Sérgio - não está cumprindo a pena em liberdade?
 
se ele pode, os demais bandidos podem - incluindo Marcola, Elias Maluco, Fernandinho Beira-mar, o Lula.
 
qual a motivação para um policial responder preso a uma investigação pelo abate de um bandido que tentou matar o policial, ou um inocente?] , como brinde, terão a redução pela metade da pena , que deixará de ser aplicada se "decorrer de escusável medo( sic), surpresa ou violenta emoção", uma delirante exclusão de criminalidade. Todas essas chorumelas são para dourar a pílula, no caso a doutrina do governo "policial que não mata não é policial". Missão cumprida, sr. Moro, parabéns.
Paulo Sérgio Pinheiro, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos (2001-02, gestão FHC), ex-coordenador da Comissão Nacional da Verdade (2013) e presidente da Comissão Independente Internacional de Investigação da ONU sobre a Síria
 
[nada contra o ilustre articulista, a quem, respeitamos; 
apenas lembramos que as funções por ele exercidas e destacadas em vermelho explicam - sem justificar -  sua tendência a ser contra a polícia e a favor dos bandidos.]
 
 

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