[para parte da imprensa, a polícia está sempre errada e são posturas desse tipo - contra a sociedade, contra a força policial e a favor do bandido - que fortalece a criminalidade;
quanto ao tenente é comum que interrogatórios enérgicos serem confundidos com tortura. Mas, com firmeza e convicção que a Justiça seria feita o agora capitão ganhou a batalha.
Felizmente, desta vez nenhum policial tombou; , só bandidos foram abatidos. Quanto isso se tornar rotina a criminalidade cai. Mais uma vez, os bandidos tem o poder de decidir se querem que a criminalidade caia por fuga deles ou por faltar bandido a ser abatido.
Quanto morre um policial 'ganha' da imprensa uma notinha em canto de página, quando são bandidos são chamados de vítima e os policiais são apontados como assassinos.]
Um traficante ofereceu R$ 100 mil aos policiais do
Batalhão de Choque (BPChq) para não ser preso durante a operação nos
morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro e dos Prazeres, em Santa Teresa e
no Catumbi, no Centro da cidade, na última sexta-feira. A informação é
de um comunicado publicado no perfil oficial do Choque.
“Na
tentativa de ser liberado, o número 02 na hierarquia do tráfico daquela
localidade tentou subornar os Policiais do Choque, oferecendo R$ 100
mil em propina, como consta nos autos”, diz o texto.
O homem chamado de 02 é Gilmar Douglas Quintanilha
Braz, conhecido como “Gilmarzinho”, de 32 anos. Ele é um dos 11 presos
da operação e já foi detido em 2013, acusado de associação ao tráfico.
Dois anos depois, foi liberado. O caso está registrado na Delegacia de
Homicídios (DH). A assessoria de comunicação da Secretaria de Polícia
Militar informou que, no entanto, a denúncia de tentativa de suborno não
foi acatada pela Polícia Civil. Segundo a PM, há uma guerra entre
facções na região. No início da semana, integrantes do Comando Vermelho,
que domina as bocas de fumo nas favelas Fallet, Fogueteiro e Prazeres,
invadiram o Morro da Coroa. A área, até então, era dominada pelo
Terceiro Comando Puro. Nos últimos dias, houve diversos confrontos
entres os traficantes envolvendo essas duas comunidades.
O
Batalhão de Choque afirmou, ainda em comunicado pelo Instagram, que “a
denúncia anônima de um cidadão cansado da opressão e do jugo de
marginais da lei foi fundamental para atuação da PM”. Foi a partir dela
que os agentes encontraram a residência onde dez dos 13 mortos estavam.
De acordo com a polícia, todos teriam ligação com o tráfico. Parentes
disseram que os baleados na operação tinham ligação com o tráfico, mas
acusaram a polícia de execução. Segundo eles, os que foram mortos no
Fallet haviam fugido para a casa da Rua Eliseu Visconti quando o
Batalhão de Choque chegou. Imagens registradas dentro do imóvel mostram
cadáveres no chão antes de serem colocados na caçamba de viaturas e
socorridos.
Os caminhos e descaminhos da carreira de um oficial
da Polícia Militar contam uma história que poderia ser uma lição para
estudos de direito. Investigado e condenado por tortura, por uma
acusação de 16 de fevereiro de 2004, o tenente Djalma dos Santos Araújo
não se deteve com os martelos dos tribunais. Passados 15 anos, ele,
depois de ser demitido, conseguiu não só voltar à PM como passou, em
dezembro de 2018, de tenente a capitão.
O trajeto
da condenação até a mudança de patente foi longo, mas Djalma persistiu.
Tudo começou quando foi acusado de ter entrado, com outros cinco
policiais, na casa de Nelson Souza dos Santos, de 31 anos. Era uma busca
por armas e drogas. O morador contou, depois, que colocaram um saco
plástico em sua cabeça e lhe deram choques. Dedos, mamilos e lábios
foram apertados por alicates. E,por fim, foi empalado com o uso de um
cabo de vassoura. Em dois anos, todos foram condenados. Mesmo assim,
Djalma se manteve na ativa. O Conselho de Justificação da Polícia
Militar, que conduz o processo administrativo para avaliar a conduta do
oficial e pode expulsá-lo da corporação, foi instaurado logo depois do
crime. Em dezembro de 2005, a própria Secretaria de Segurança encaminhou
ao Tribunal de Justiça — órgão responsável pela decisão do conselho —
um primeiro parecer do conselho recomendando a demissão do oficial.
Aparentemente, tudo correria muito rapidamente.
Na
Justiça, foram quatro anos, o que não chega a ser incomum para o
andamento de processos. Em 2009, desembargadores da Seção Criminal do
tribunal do Rio decidiram que Djalma era “indigno ao oficialato”. O
tenente recorreu e perdeu todos os recursos possíveis até 2014, quando
não havia mais instâncias superiores a que apelar. O Conselho de
Justificação tinha chegado ao fim. Em 2015, sua demissão foi finalmente
assinada pelo governador Luiz Fernando Pezão. Djalma
não cedeu. Logo depois da canetada final, entrou com um mandado de
segurança contra o estado, argumentando que seu Conselho de Justificação
durou mais tempo do que o permitido por lei. Tinham se passado dez
anos, entre o início do processo e a decisão final da Justiça. Pelas
regras, o processo todo só pode levar, no máximo, seis anos.
A
reviravolta se desenhava ali, naquele argumento. Em maio de 2016, os
desembargadores do Órgão Especial do TJ, por unanimidade, determinaram
que Djalma fosse reintegrado à PM. Mas Djalma
queria mais, sua ambição era ser promovido, fazer andar sua carreira de
oficial. Alguns oficiais de sua turma já eram majores. Djalma, que
amargou a sentença, tinha parado no tempo. Ele então alegou que “a
reintegração não ocorreu de forma plena”. Em outubro do ano passado, o
então presidente do Tribunal de Justiça, Milton Fernandes de Souza, lhe
deu razão: “promoções são consectários lógicos decorrentes de sua
reintegração”, escreveu. No dia 10 de dezembro, o Diário Oficial
estampou a promoção de Djalma a capitão “pelo critério de antiguidade”. No
dia do crime, Nelson chegou ao Hospital Municipal Miguel Couto urinando
sangue. Os médicos tiveram que reconstituir sua bexiga e seu canal
retal. O laudo de exame de corpo de delito detectou lesões no pescoço,
no antebraço e na região mamária, acusando asfixia e tortura.
No
depoimento à Justiça, ele apontou um dos policiais que estavam com
Djalma como o que “enfiou o cabo de vassoura em seu ânus” e disse que
“teve um saco plástico colocado em seu rosto, enquanto apertavam o seu
gogó, que pegaram o fio da televisão e lhe deram choques no rosto e nas
nádegas”. Parentes da vítima viram Djalma na casa naquele dia e o
reconheceram como um dos torturadores. Os agentes não negaram que foram
ao local, apenas disseram não ter agredido a vítima.
À
Justiça, o comandante do 1º BPM (Estácio) — unidade onde eram lotados à
época —, tenente-coronel Marcos Alexandre Santos de Almeida, defendeu
seus policiais. Ele contou que, cinco dias antes do crime, um PM havia
sido morto no Morro da Coroa, e, por isso, intensificou as operações.
Segundo ele, o fato “certamente teria trazido desconforto e desagrado
aos criminosos que ali atuam”. Em seguida, o oficial tentou convencer a
juíza de que a tortura havia sido praticada por traficantes, “porque a
vítima estaria colaborando com o trabalho policial”. Já o subcomandante
do batalhão, tenente-coronel, Álvaro Sérgio Alves de Moura, disse que a
morte do PM causou “comoção e sentimento de revolta nos demais
policiais”.
Familiares enterram, neste domingo, vítimas de operação policial no Fallet Fogueteiro
Chacina e massacre foram as palavras usadas pelos moradores dos morros do Fogueteiro e Prazeres que estiveram, neste domingo, no Cemitério São João Batista, para enterrar os amigos e parentes mortos durante a operação policial realizada na última sexta-feira. Com 12 velórios programados, as capelas tiveram que ser compartilhadas. E em mais de um caso, uma mesma família chorou mais de uma perda.
Ao lado da capela onde eram velados Vitor Hugo Santos Silva e Roger dos Santos Silva, a família de Maikon e de David Vicente da Silva lamentavam. Na sala seguinte, estavam os primos Felipe Guilherme Antunes e Enzo Souza Carvalho.
— Eles foram executados, não tiveram chance de nada — disse um parente de Roger e Vitor Hugo: — A gente sabe que eles estavam em más companhias, mas eles se renderam. Como isso pode ser uma troca de tiros se nenhum policial sofreu nada?
Segundo moradores, todas as vítimas tinham entre 15 e 22 anos, reforçando a desconfiança da versão apresentada pela polícia.
— Eles querem acabar com uma geração antes que eles possam virar chefes do tráfico, mas não é assim que se faz as coisas. Cadê as escolas, os orfanatos, os programas sociais?
Sob um sol escaldante, as roupas pretas usadas contrastavam com cartazes coloridos confeccionados para denunciar a ação da polícia e esconder os rostos de quem tem medo de represálias. Os dizeres acusavam a existência de um "tribunal da morte da PM" e pedidos de paz.
Segundo parentes e vizinhos dos irmãos Maikon e David, os dois estavam dormindo em casa quando foram abordados pelos policiais.
— Eles encontraram um baseado, e começaram a esculachar os meninos, deram tiro na perna. A gente ouviu, mas não podia fazer nada, senão viriam para cima da gente — disse um vizinho. [dormindo??? sempre eles são os inocentes; os próprios familiares reconhecem que eram bandidos - admitem que eles andavam em más companhias'. Afinal, bandido bom é bandido morte - agora eles são praticamente santos.]
A avó dos dois contou que, dias antes, o neto relatou que queria mudar de vida e casar com a namorada: — Dias antes de morrer, ele me disse: "não se aperreia não, vó, a gente não fez nada de errado. Não vai acontecer nada com a gente". E hoje estou chorando pelos meus netos. Quantas mães mais vão precisar passar por isso?
A mãe de outro rapaz morto na sexta-feira contou que o filho estava com afundamento no crânio, e teve a barriga aberta por uma faca. Ela ainda denunciou o assédio policial depois do ocorrido, em visitas feitas a sua casa. — Eles jogaram spray de pimenta no meu mais novo, que só tem 8 anos. E ainda zombaram, dizendo: bem-feito que o irmão dele morreu.
Ainda segundo moradores dos morros, policiais militares estiveram, neste domingo, na porta do São João Batista, fotografando quem compareceu aos velórios. Para amanhã, outros dois enterros estão programados, de jovens cujos corpos foram resgatados na mata por moradores. Embora o número oficial seja de 13 mortos, nas contas dos moradores são ao menos 16.
A mãe de Mateus Diniz, que tinha 22 anos e dois filhos pequenos, contou que foi a nora quem sentiu a falta dele. As duas então peregrinam pelo Hospital Souza Aguiar e pelo Instituto Médico Legal, sem sucesso. Foi quando os moradores se organizaram para buscar os corpos na mata, onde três rapazes foram encontrados.
— Todo dia que tem operação é isso. Mas essa não é a solução. Mesmo no caso de um criminoso: lugar de bandido é na cadeia, não no cemitério — disse o amigo de uma das vítimas. [se vão para a cadeia a turma dos DIREITOS DOS MANOS logo arruma uma forme de soltar.]
Extra
Nenhum comentário:
Postar um comentário