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domingo, 7 de junho de 2020

Manifestação contra Bolsonaro termina em confronto em São Paulo - VEJA - Brasil

Manifestantes tentaram seguir rumo à Avenida Paulista, mas foram impedidos pela polícia 

[ELES QUEREM UM CADÁVER!
os facínoras que organizam a baderna contra o presidente da República querem um cadáver. A exemplo de 68, quando a esquerda daquela época tanto precisava de um cadáver, que forçou a morte do estudante Edson Luís, estudante simples e que foi empurrado para a bagunça. Frequentava o restaurante Calabouço apenas para alimentação.
Os de agora estavam obrigados por decisão judicial a se manifestarem no Largo da Batata, só que suas 'lideranças' os incitaram a tentar ir para o confronto com os pró-Bolsonaro e ainda no caminho, foram insuflados por covardes batedores de panelas - que na segurança e conforto dos seus apartamentos incitam os inocentes úteis a buscarem o confronto.
Felizmente, com a eficiência que lhe é habitual, a PM paulista evitou o confronto.
A esquerda não tem nenhum sentimento, tanto que usa uma morte ocorrida nos Estados Unidos e os mortos do coronavírus para alcançar seus objetivos escusos.] 
Terminou em confronto o ato contra o presidente Jair Bolsonaro que aconteceu ao longo do dia no bairro de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo. O confronto aconteceu na Rua dos Pinheiros, após PMs impedirem a passagem de manifestantes que seguiam rumo à Avenida Paulista. Moradores de prédios do entorno iniciaram um forte panelaço, além de atirar objetos nos PMs.

O ato antirracista e contra Bolsonaro aconteceu de maneira pacífica durante a tarde no Largo da Batata, conhecido ponto de protestos da capital paulista. E reuniu representantes do movimento negro, membros de torcidas organizadas do Palmeiras, do Corinthians e do São Paulo, assim como pessoas contrárias ao governo de Jair Bolsonaro. Esse protesto terminou por volta das 16 horas. Em seguida, uma parcela dos protestantes decidiu caminhar pela Rua dos Pinheiros para chegar à região da Avenida Paulista. Após percorrerem 1 quilômetro, os manifestantes encontraram uma barreira formada por PMs do Grupo Tático e do Batalhão de Choque, que impediram o percurso. A PM afirmou que o bloqueio foi necessário para evitar confrontos na Avenida Paulista, já que lá se reuniam manifestantes pró-Bolsonaro.

VEJA - Brasil


segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Flamengo é campeão brasileiro após vitória do Grêmio sobre o Palmeiras - O Globo



Gaúchos derrotaram os paulistas por 2 a 1, em São Paulo, neste domingo

Enquanto os jogadores do Flamengo faziam a festa pelo título da Libertadores com a torcida (antes de o caos se instalar na dispersão no centro do Rio), Palmeiras e Grêmio, em São Paulo, davam o pontapé inicial na partida que podia dar o campeão brasileiro ao rubro-negro. Já a caminho de casa, os jogadores celebraram o título com a vitória por 2 a 1 dos gaúchos.





Jogadores do Flamengo comemoram o título da Libertadores, Pouco depois, o clube festejou o título do Brasileiro Foto: Antonio Scorza / Antonio Scorza
Jogadores do Flamengo comemoram o título da Libertadores, Pouco depois, o clube festejou o título do Brasileiro Foto: Antonio Scorza / Antonio Scorza
Se na comemoração em cima do trio o atacante Gabigol entrou na onda da torcida e cantou que o "Palmeiras não tem Mundial", o time paulista, em campo, tentou estragar a celebração antecipada logo no início. Mas Borja não aproveitou a chance que teve aos três minutos. O Grêmio não estava em campo pelo Flamengo. Mas pouco fazia por si. O time gaúcho ainda não havia  confirmado a vaga na Libertadores. A vitória seria um passo importante na conquista do quarto lugar. 

Num primeiro tempo de quase dar sono, o empate era o placar  realmente justo. Também um dos possíveis para a festa do Flamengo não acabar tão cedo. Mas naquele momento em que os jogadores de Palmeiras e Grêmio desceram para o intervalo, a desordem já tinha tomado conta das ruas do Rio. Os atletas do Flamengo se abrigavam no Batalhão de Choque de onde pegariam o ônibus do clube e cada um tomaria seu destino.


Entre fotos, autógrafos e reencontros com familiares no Batalhão, os jogadores não viram o início do segundo tempo. Foi uma partida mais aberta. Logo com mais chances de gol. O Palmeiras, que perderia o segundo lugar em caso de derrota,  surgiu com mais ímpeto na área de Paulo Victor. Zé Raphael e Bruno Henrique, no entanto, pararam na defesa.

O Grêmio, por outro lado, sempre pode contar com Everton. O craque do time conseguiu, aos poucos, achar os espaços necessários e se infiltrar na defesa palmeirense. Foi numa dessas que ele foi derrubado na área, aos 22 minutos, por Gustavo Gómez. Pênalti marcado.
Neste momento, os jogadores já estavam no ônibus a caminho de casa ou do CT do Ninho do Urubu. E, lá de dentro, viram Cebolinha abrir o placar aos 24 minutos. Faltavam pouco mais de 20 minutos para o grito de campeão.

Mas o Palmeiras jogava em sua casa e não entregaria o título assim tão facilmente. Empurrado pela torcida, o time de Mano Menezes pressionou o Grêmio. Num lance bobo, Dudu se preparou para dominar a bola na área e Cortez empurrou o atacante. Mais um pênalti. Aos 37 minutos, Bruno Henrique cobrou e empatou o jogo.
Resultado ainda não tirava o Brasileiro do Flamengo. Só a virada seria possível. O Palmeiras não desistiu até o fim. Mas não fez como o rubro-negro e ainda levou o segundo gol num contra-ataque do Grêmio com Pepê.

O Globo

 


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Traficante ofereceu R$ 100 mil de propina em operação no Fallet, diz comunicado de batalhão

[para parte da imprensa, a polícia está sempre errada e são posturas desse tipo - contra a sociedade, contra a força policial e a favor do bandido - que fortalece a criminalidade; 

quanto ao tenente é comum que interrogatórios enérgicos serem confundidos com tortura. Mas, com firmeza e convicção que a Justiça seria feita o agora capitão ganhou a batalha.

Felizmente, desta vez nenhum policial tombou; , só bandidos foram abatidos. Quanto isso se tornar rotina a criminalidade cai. Mais uma vez, os bandidos tem o poder de decidir se querem que a criminalidade caia por fuga deles ou por faltar bandido a ser abatido.

Quanto morre um policial 'ganha' da imprensa uma notinha em canto de página, quando são bandidos são chamados de vítima e os policiais são apontados como assassinos.]

Um traficante ofereceu R$ 100 mil aos policiais do Batalhão de Choque (BPChq) para não ser preso durante a operação nos morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro e dos Prazeres, em Santa Teresa e no Catumbi, no Centro da cidade, na última sexta-feira. A informação é de um comunicado publicado no perfil oficial do Choque.
“Na tentativa de ser liberado, o número 02 na hierarquia do tráfico daquela localidade tentou subornar os Policiais do Choque, oferecendo R$ 100 mil em propina, como consta nos autos”, diz o texto. 

O homem chamado de 02 é Gilmar Douglas Quintanilha Braz, conhecido como “Gilmarzinho”, de 32 anos. Ele é um dos 11 presos da operação e já foi detido em 2013, acusado de associação ao tráfico. Dois anos depois, foi liberado. O caso está registrado na Delegacia de Homicídios (DH). A assessoria de comunicação da Secretaria de Polícia Militar informou que, no entanto, a denúncia de tentativa de suborno não foi acatada pela Polícia Civil.  Segundo a PM, há uma guerra entre facções na região. No início da semana, integrantes do Comando Vermelho, que domina as bocas de fumo nas favelas Fallet, Fogueteiro e Prazeres, invadiram o Morro da Coroa. A área, até então, era dominada pelo Terceiro Comando Puro. Nos últimos dias, houve diversos confrontos entres os traficantes envolvendo essas duas comunidades.

O Batalhão de Choque afirmou, ainda em comunicado pelo Instagram, que “a denúncia anônima de um cidadão cansado da opressão e do jugo de marginais da lei foi fundamental para atuação da PM”. Foi a partir dela que os agentes encontraram a residência onde dez dos 13 mortos estavam. De acordo com a polícia, todos teriam ligação com o tráfico. Parentes disseram que os baleados na operação tinham ligação com o tráfico, mas acusaram a polícia de execução. Segundo eles, os que foram mortos no Fallet haviam fugido para a casa da Rua Eliseu Visconti quando o Batalhão de Choque chegou. Imagens registradas dentro do imóvel mostram cadáveres no chão antes de serem colocados na caçamba de viaturas e socorridos. 

Condenado por tortura, tenente da PM retorna à corporação e é promovido a capitão
Os caminhos e descaminhos da carreira de um oficial da Polícia Militar contam uma história que poderia ser uma lição para estudos de direito. Investigado e condenado por tortura, por uma acusação de 16 de fevereiro de 2004, o tenente Djalma dos Santos Araújo não se deteve com os martelos dos tribunais. Passados 15 anos, ele, depois de ser demitido, conseguiu não só voltar à PM como passou, em dezembro de 2018, de tenente a capitão.

O trajeto da condenação até a mudança de patente foi longo, mas Djalma persistiu. Tudo começou quando foi acusado de ter entrado, com outros cinco policiais, na casa de Nelson Souza dos Santos, de 31 anos. Era uma busca por armas e drogas. O morador contou, depois, que colocaram um saco plástico em sua cabeça e lhe deram choques. Dedos, mamilos e lábios foram apertados por alicates. E,por fim, foi empalado com o uso de um cabo de vassouraEm dois anos, todos foram condenados. Mesmo assim, Djalma se manteve na ativa. O Conselho de Justificação da Polícia Militar, que conduz o processo administrativo para avaliar a conduta do oficial e pode expulsá-lo da corporação, foi instaurado logo depois do crime. Em dezembro de 2005, a própria Secretaria de Segurança encaminhou ao Tribunal de Justiça — órgão responsável pela decisão do conselho — um primeiro parecer do conselho recomendando a demissão do oficial. Aparentemente, tudo correria muito rapidamente.

Na Justiça, foram quatro anos, o que não chega a ser incomum para o andamento de processos. Em 2009, desembargadores da Seção Criminal do tribunal do Rio decidiram que Djalma era “indigno ao oficialato”. O tenente recorreu e perdeu todos os recursos possíveis até 2014, quando não havia mais instâncias superiores a que apelar. O Conselho de Justificação tinha chegado ao fim. Em 2015, sua demissão foi finalmente assinada pelo governador Luiz Fernando Pezão. Djalma não cedeu. Logo depois da canetada final, entrou com um mandado de segurança contra o estado, argumentando que seu Conselho de Justificação durou mais tempo do que o permitido por lei. Tinham se passado dez anos, entre o início do processo e a decisão final da Justiça. Pelas regras, o processo todo só pode levar, no máximo, seis anos.

A reviravolta se desenhava ali, naquele argumento. Em maio de 2016, os desembargadores do Órgão Especial do TJ, por unanimidade, determinaram que Djalma fosse reintegrado à PM.  Mas Djalma queria mais, sua ambição era ser promovido, fazer andar sua carreira de oficial. Alguns oficiais de sua turma já eram majores. Djalma, que amargou a sentença, tinha parado no tempo. Ele então alegou que “a reintegração não ocorreu de forma plena”. Em outubro do ano passado, o então presidente do Tribunal de Justiça, Milton Fernandes de Souza, lhe deu razão: “promoções são consectários lógicos decorrentes de sua reintegração”, escreveu. No dia 10 de dezembro, o Diário Oficial estampou a promoção de Djalma a capitão “pelo critério de antiguidade”.  No dia do crime, Nelson chegou ao Hospital Municipal Miguel Couto urinando sangue. Os médicos tiveram que reconstituir sua bexiga e seu canal retal. O laudo de exame de corpo de delito detectou lesões no pescoço, no antebraço e na região mamária, acusando asfixia e tortura.

No depoimento à Justiça, ele apontou um dos policiais que estavam com Djalma como o que “enfiou o cabo de vassoura em seu ânus” e disse que “teve um saco plástico colocado em seu rosto, enquanto apertavam o seu gogó, que pegaram o fio da televisão e lhe deram choques no rosto e nas nádegas”. Parentes da vítima viram Djalma na casa naquele dia e o reconheceram como um dos torturadores. Os agentes não negaram que foram ao local, apenas disseram não ter agredido a vítima.

À Justiça, o comandante do 1º BPM (Estácio) — unidade onde eram lotados à época —, tenente-coronel Marcos Alexandre Santos de Almeida, defendeu seus policiais. Ele contou que, cinco dias antes do crime, um PM havia sido morto no Morro da Coroa, e, por isso, intensificou as operações. Segundo ele, o fato “certamente teria trazido desconforto e desagrado aos criminosos que ali atuam”. Em seguida, o oficial tentou convencer a juíza de que a tortura havia sido praticada por traficantes, “porque a vítima estaria colaborando com o trabalho policial”. Já o subcomandante do batalhão, tenente-coronel, Álvaro Sérgio Alves de Moura, disse que a morte do PM causou “comoção e sentimento de revolta nos demais policiais”.



Familiares enterram, neste domingo, vítimas de operação policial no Fallet Fogueteiro
Chacina e massacre foram as palavras usadas pelos moradores dos morros do Fogueteiro e Prazeres que estiveram, neste domingo, no Cemitério São João Batista, para enterrar os amigos e parentes mortos durante a operação policial realizada na última sexta-feira. Com 12 velórios programados, as capelas tiveram que ser compartilhadas. E em mais de um caso, uma mesma família chorou mais de uma perda.
Ao lado da capela onde eram velados Vitor Hugo Santos Silva e Roger dos Santos Silva, a família de Maikon e de David Vicente da Silva lamentavam. Na sala seguinte, estavam os primos Felipe Guilherme Antunes e Enzo Souza Carvalho.
— Eles foram executados, não tiveram chance de nada — disse um parente de Roger e Vitor Hugo: — A gente sabe que eles estavam em más companhias, mas eles se renderam. Como isso pode ser uma troca de tiros se nenhum policial sofreu nada?
Segundo moradores, todas as vítimas tinham entre 15 e 22 anos, reforçando a desconfiança da versão apresentada pela polícia.
— Eles querem acabar com uma geração antes que eles possam virar chefes do tráfico, mas não é assim que se faz as coisas. Cadê as escolas, os orfanatos, os programas sociais?

Sob um sol escaldante, as roupas pretas usadas contrastavam com cartazes coloridos confeccionados para denunciar a ação da polícia e esconder os rostos de quem tem medo de represálias. Os dizeres acusavam a existência de um "tribunal da morte da PM" e pedidos de paz.
Segundo parentes e vizinhos dos irmãos Maikon e David, os dois estavam dormindo em casa quando foram abordados pelos policiais.
— Eles encontraram um baseado, e começaram a esculachar os meninos, deram tiro na perna. A gente ouviu, mas não podia fazer nada, senão viriam para cima da gente — disse um vizinho. [dormindo??? sempre eles são os inocentes; os próprios familiares reconhecem que eram bandidos - admitem que eles andavam em más companhias'. Afinal, bandido bom é bandido morte - agora eles são praticamente santos.]
A avó dos dois contou que, dias antes, o neto relatou que queria mudar de vida e casar com a namorada:  — Dias antes de morrer, ele me disse: "não se aperreia não, vó, a gente não fez nada de errado. Não vai acontecer nada com a gente". E hoje estou chorando pelos meus netos. Quantas mães mais vão precisar passar por isso?

A mãe de outro rapaz morto na sexta-feira contou que o filho estava com afundamento no crânio, e teve a barriga aberta por uma faca. Ela ainda denunciou o assédio policial depois do ocorrido, em visitas feitas a sua casa.  — Eles jogaram spray de pimenta no meu mais novo, que só tem 8 anos. E ainda zombaram, dizendo: bem-feito que o irmão dele morreu.

Ainda segundo moradores dos morros, policiais militares estiveram, neste domingo, na porta do São João Batista, fotografando quem compareceu aos velórios. Para amanhã, outros dois enterros estão programados, de jovens cujos corpos foram resgatados na mata por moradores. Embora o número oficial seja de 13 mortos, nas contas dos moradores são ao menos 16.
A mãe de Mateus Diniz, que tinha 22 anos e dois filhos pequenos, contou que foi a nora quem sentiu a falta dele. As duas então peregrinam pelo Hospital Souza Aguiar e pelo Instituto Médico Legal, sem sucesso. Foi quando os moradores se organizaram para buscar os corpos na mata, onde três rapazes foram encontrados.
— Todo dia que tem operação é isso. Mas essa não é a solução. Mesmo no caso de um criminoso: lugar de bandido é na cadeia, não no cemitério — disse o amigo de uma das vítimas. [se vão para a cadeia a turma dos DIREITOS DOS MANOS logo arruma uma forme de soltar.]

Extra
 

 

 

 



domingo, 10 de fevereiro de 2019

O coração das trevas

O Brasil é violento, ao contrário do que desejaria o “homem cordial” de Sérgio Buarque de Holanda. A banalização da morte é uma realidade, mesmo quando causa comoção popular”


O mais famoso dos romances do ucraniano Joseph Conrad (1857-1942), todos escritos em inglês, tem apenas 150 páginas e foi publicado em 1902, a primeira vez em três fascículos: O coração das trevas (Companhia das Letras), que serviu de inspiração para o filme Apocalipse Now, de Francis Ford Coppola. A bordo da escuna Nellie, o capitão Charles Marlow aguarda uma maré vazante no Rio Tâmisa para seguir viagem e começa a divagar sobre a história da Inglaterra e seu papel na África. Nesse contexto, conta sua viagem pelo rio Congo em busca do enigmático Sr. Kurtz, um traficante de marfim, no interior daquele continente.

Marlow se depara com atrocidades e brutal exploração da população local, vive um choque entre os valores civilizatórios das missões europeias e seus reais interesses mercantis na África. Os fins justificariam tudo; o bem se torna um disfarce do mal. O livro é uma visão da condição humana na sua travessia inversa, da civilização para a barbárie. No filme, entretanto, Coppola não adaptou o livro, se inspirou nos personagens e nos temas que Conrad aborda, mudando o contexto para a guerra do Vietnã, na fronteira com o Camboja.

Interpretado por um obeso Marlon Brando, Kurtz é um coronel do Exercito norte-americano que enlouqueceu, desertou e vive em uma fortaleza na selva. Martin Sheen interpreta o obstinado capitão Willard, designado pelo alto-comando do Exército dos Estados Unidos para eliminar o coronel Kurtz, que se tornara um problema. No começo do filme, em cena antológica, Robert Duvall comanda um ataque aéreo contra civis vietnamitas ao som da Cavalgada das Valquírias, de Wagner. Tanto o livro quanto o filme foram libelos contra a banalização da violência e a lógica de que os fins justificam os meios.

O Brasil é uma sociedade violenta, ao contrário do que desejaria o “homem cordial” de Sérgio Buarque de Holanda. A banalização da morte é uma realidade, mesmo quando causa grande comoção popular. A tragédia de Brumadinho, com151 mortos e 157 desaparecidos, é um exemplo. Não deveria ter ocorrido, se a tragédia de Marina tivesse servido de alerta para as autoridades e para a Vale, mineradora responsável pela barragem do Córrego do Feijão. Os fins justificaram os meios para os executivos da empresa. A morte de 10 garotos no Ninho do Urubu, o centro de treinamento do Flamengo, no Rio de Janeiro, é outro exemplo dessa lógica perversa. Os alojamentos não tinham alvará de funcionamento nem autorização dos bombeiros. O sonho dos garotos não justifica a ganância de empresários e a ambição de dirigentes esportivos.

Os bárbaros
Também no Rio de Janeiro, já são sete os mortos em consequência do temporal que atingiu a cidade na noite de quarta-feira: dois na Avenida Niemeyer, três em Barra de Guaratiba; um na Rocinha e outro no Vidigal. A prefeitura do Rio gasta menos do que deveria na contenção de encostas e nada faz para conter a ocupação de áreas de risco. Os contratos de poda de árvores deveriam passar por uma boa auditoria. As tragédias de Brumadinho e Mariana derrubam a narrativa de que as licenças ambientais atravancam o progresso do país; o mau tempo no Rio de Janeiro, como em outras localidades, também joga por terra as teorias de que não existem alterações climáticas.

Voltemos à alegoria de Conrad. Nela, os burocratas glorificam os negócios da companhia, mas não se arriscam a viver nos confins da África. Não é muito diferente do que acontece por aqui. Mas o risco que corremos é ainda maior: podemos ir aos poucos para o coração das trevas, sob a lógica de que os fins justificam os meios. É o caso, por exemplo, do combate ao tráfico de drogas. A advertência do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (“Não ande de fuzil, você vai morrer!”), por exemplo, está sendo implementada. A comunidade do Fallet-Fogueteiro, em Santa Teresa, no Centro do Rio, amanheceu na sexta-feira com 13 pessoas mortas, depois de confronto com agentes do Comando de Operações Especiais (COE). [14 mortos que com certeza vão reduzir, ainda que muito pouco, a criminalidade no Rio = bandido bom, é bandido morto.] A operação envolveu o Bope e o Batalhão de Choque. Os traficantes estavam reunidos numa casa de fundos da comunidade na Rua Eliseu Visconde. Dois baleados foram levados ao Souza Aguiar; três traficantes em fuga foram presos numa van escolar. O padrão de combate aos traficantes do Rio de Janeiro será esse aí, com aplausos da opinião pública. Diria Marlow, depois de um apelo aos sentimentos altruístas: “Exterminem todos os bárbaros!”. É o horror! 
[ação enérgica  também contra os usuários de drogas - sem usuário não há demanda e sem demando não há tráfico.
O combate tem que ser realizado em ações sincronizadas.]

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

 

 

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Pelo menos 14 morrem em ações policiais no Rio de Janeiro

Há registro de oito vítimas durante operação das forças de segurança na Zona Norte; seis morreram em troca de tiros próximo à ponte Rio-Niterói

Ao menos oito pessoas morreram durante uma operação conjunta que as forças de segurança realizam nos Complexos do Alemão, da Maré e da Penha desde a madrugada desta segunda-feira, no Rio de Janeiro. Segundo o Comando Militar do Leste, “a informação permanece em processamento, podendo haver mais mortos”.
Ao todo, mais de 4,2 mil homens, entre militares das Forças Armadas, policiais militares e civis, atuam em conjunto, inclusive com a utilização de veículos blindados.


Soldados do Exército realizam patrulha na comunidade de Vila Kennedy, no Rio de Janeiro (RJ), durante intervenção federal realizada no Estado - 23/02/2018 (Carl de Souza/AFP)

Veículos e pessoas estão sendo revistados, além da checagem de antecedentes criminais. Há relatos de troca de tiros no Complexo da Penha de abusos em abordagens.
Os militares atuam no cerco aos conjuntos de favelas e na estabilização da áreas, retirada de barricadas cumprimento de mandados judiciais e apuração de denúncias de atividades ligadas ao tráfico de drogas.

Da PM, o Batalhão de Choque atua no Complexo do Alemão, enquanto o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o de Ações com Cães estão na Maré.  Este é o terceiro dia consecutivo de atuação das forças de segurança no Complexo do Alemão, o principal foco da operação. Na Maré, são feitas operações secundárias. Cerca de 550 mil pessoas vivem nos três complexos.

Niterói
Mais cedo, outra ação policial terminou com seis suspeitos mortos durante uma troca de tiros na Alameda São Boaventura, em Niterói. Ao serem abordados, os motoristas tentaram fugir, mas acabaram interceptados em um dos acessos à Ponte Rio-Niterói, onde houve a troca de tiros.  Na ação, seis suspeitos foram baleados e acabaram mortos. Com o grupo, os policiais apreenderam quatro fuzis e pistolas. A Divisão de Homicídios foi acionada e faz perícia no local.

Estadão Conteúdo e Agência Brasil

 

domingo, 26 de novembro de 2017

PM do Rio está aprendendo a trabalhar - em confronto policial não pode nem deve morrer, bandido deve morrer para ficar bandido bom



Confrontos entre PMs e traficantes deixam sete mortos no Caju, na Zona Norte do Rio


Sete homens foram mortos durante uma madrugada de intensos confrontos na comunidade do Caju, na Zona Norte do Rio. Segundo a Polícia Militar, houve tiroteios entre criminosos de facções rivais que disputam o controle do tráfico local e, também, trocas de tiros entre bandidos e policiais. Na favela, foram apreendidos sete fuzis, além de carregadores e munição de diversos calibres. No começo da tarde, os policiais apreenderam mais sete fuzis, totalizando 14 na operação deste sábado. Nesta segunda ação, nove suspeitos foram presos e levados para a Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio.

De acordo com a PM, os sete homens foram encontrados baleados e encaminhados para o Hospital municipal Souza Aguiar, mas não resistiram aos ferimentos. Entretanto, segundo a Secretaria municipal de Saúde, eles já chegaram mortos à unidade no Centro do Rio.
O órgão da prefeitura informou ainda que uma criança foi baleada no Caju. Ela foi medicada e liberada em seguida, comunicou a pasta.

A PM não esclareceu se os sete mortos foram baleados por policiais ou por traficantes rivais. De acordo com a Polícia Civil, os agentes envolvidos na ação estão prestando depoimento na Delegacia de Homicídios (DH), e as armas que eles usavam foram enviadas para a perícia. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) do Centro.




Em um comunicado divulgado na manhã deste sábado, a corporação informou que agentes do Batalhão de Choque atuaram na favela nesta madrugada, em apoio à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Caju, "devido à disputa entre traficantes rivais que gerou confrontos."
 
Ainda segundo a nota da PM, houve troca de tiros entre a equipe do Batalhão de Choque e criminosos armados. "Após estabilização, durante o vasculhamento da área, os policiais encontraram sete homens feridos, e sete fuzis foram apreendidos, além de 37 carregadores das armas, 790 munições de diversos calibres, quatro granadas, dois radiocomunicadores e coletes balísticos".


LEIA O COMUNICADO DA PM NA ÍNTEGRA
"Policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) atuaram na madrugada deste sábado (25/11) em apoio à UPP Caju, devido à disputa entre traficantes rivais que gerou confrontos naquela comunidade. Na ação, também houve confronto do BPChq com criminosos armados. 

Após estabilização, durante o vasculhamento da área, os policiais encontraram sete homens feridos e sete fuzis foram apreendidos, além de 37 carregadores das armas, 790 munições de diversos calibres, quatro granadas, dois radiocomunicadores e coletes balísticos. Os feridos foram socorridos ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiram aos ferimentos. 

A ocorrência foi registrada na Divisão de Homicídios (DH). O BPChq permanece no Caju para garantir a ordem e proteção à população."

Extra