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domingo, 7 de abril de 2019

General VILLAS BÔAS Emociona Platéia em Evento do SIMDE

Agraciado com o Prêmio Mursa, ex-comandante do exército fez discurso em que falou do atual momento político do País

 Comandante do Exército durante o conturbado período em que o Brasil viveu entre 2015-2019, o General-de-Exército Eduardo Villas Bôas foi o grande homenageado da noite desta terça-feira, dia 03 de abril, na festa promovida pelo Sindicato Nacional dos Materiais de Defesa e Segurança (SIMDE), no Hotel Grande Mercure (RJ). O evento ocorreu no segundo dia LAAD, maior feira do setor realizada na América Latina, encerrada nesta sexta-feira, dia 5.

Diante de uma plateia de cerca de 150 convidados, entre os quais várias autoridades militares, policiais civis e da PM, além de personalidades do mundo empresarial, Villas Bôas recebeu das mãos do presidente do SIMDE, Carlos Erane de Aguiar, o Prêmio General Mursa, na categoria “Conjunto da Obra”. Carlos Erane disse, em seu discurso, que Villas Bôas foi um “herói em tempos de paz”, “silencioso”, que conseguiu manter a ordem e a democracia num dos momentos mais conturbados da democracia brasileira.
“Estamos acostumados com homenagens feitas a heróis em tempos de guerra, não em tempos de paz. Mas há pessoas especiais, que são exemplo para muitas outras. Um desses heróis em tempos de paz é o general Villas Bôas”, disse Carlos Erane, em seu discurso.  

Acometido por uma doença degenerativa, a plateia ficou surpresa quando, ao subir ao palco levado pela esposa Cida, o general Villas Boas decidiu ele mesmo discursar. “Me custa aceitar essa condição de herói. Dizem que herói é o cabra que não teve o tempo de correr”, começou ele, arrancando risadas dos convidados. “Hoje vivemos um momento especial do nosso país, em que talvez o aspecto mais relevante seja a recuperação da nossa alto-estima, e a confiança do povo brasileiro em seu futuro”, continuou.
“Envaidece a mim e à Cida essa enorme deferência, principalmente considerando as relevantes presenças aqui nesta noite. Vejo colegas de armas, policiais de várias áreas, civis e militares, que são os verdadeiros heróis, gente que sai de casa de manhã sem a certeza de que irá voltar. A quem a sociedade deve a vida e a liberdade e também o respeito que essas instituições merecem”.

Com a voz firme, Villas Boas lembrou que a defesa deixou de ser uma atribuição exclusiva dos militares. “A estrutura da Defesa será tão e mais robusta quanto mais forte for a participação de todos os setores da sociedade, como a área econômica com as suas empresas; o setor de ciência e tecnologia, a parte acadêmica e social. E esta feira (a LAAD) permite verificar uma enorme sinergia entre todos esses setores”, continuou.

Segundo Villas Bôas, o prêmio General Joaquim de Souza Mursa, criado pelo SIMDE há apenas dois anos, foi uma das maiores honrarias que ele já recebeu. O general Souza Mursa foi um militar, formado também em engenharia que, entre os anos de 1865 e 1890 dirigiu a Real Fábrica a Real Fábrica de Ferro de São João do Ipanema, em Iperó, São Paulo.   Lá eram fabricados o aço e o ferro que fizeram os fuzis e os canhões usados na Guerra do Paraguai. Por isso, a Fundição Ipanema, como era mais conhecida, é considerada pelo Instituto Histórico Militar o berço da indústria de defesa brasileira, além de ter sido também o primeiro pilar da siderurgia em nosso país.

 


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