Com buzinaço, os carros seguiam um carro de som que bradava palavras de luta pelo direito de voltarem aos trabalhos e, em paradas, tocava o hino nacional
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro saíram às ruas e
foram para a Esplanada dos Ministérios em carreata, na manhã deste
sábado (4/4) para pedir o fim do isolamento social e a reabertura dos
comércios locais. Com buzinaço, os carros seguiam um carro de som que
bradava palavras de luta pelo direito de voltarem aos trabalhos e, em
paradas, tocava o hino nacional.
foto: Divulgação/PMDF
[presidente Bolsonaro, por favor, esqueça a oposição, esqueça o Maia e demais opositores - eles são fracos e não merecem atenção agora.
O INIMIGO DE AGORA é o coronavírus e a Covid-19.
Vamos focar no combate ao vírus, no controle da pandemia, vamos evitar o maior número possível de mortes, controlar os prejuízos na economia e quando conseguirmos isto - com as bençãos de DEUS conseguiremos - então se ainda houver oposição, vamos enfrentá-los.
Agora é desprezá-los - NADA FARÃO contra nós enquanto houver a pandemia.]
Também
está marcado outro ato para este domingo (5/4), organizado pelo
Movimento Nas Ruas. Publicações no Twitter criticam os decretos
estaduais de combate ao coronavírus, por ferirem o “direito de ir e
vir”, direito ao comércio, direito à educação e o direito ao culto. No
mesmo dia, Bolsonaro convocou a população para um jejum religioso.
Na quinta-feira (2/4), o chefe do Executivo havia mencionado a intenção
ao dizer que a penitência seria um ato contra o novo coronavírus, “para
que o Brasil fique livre deste mal o mais rápido possível”.
Bolsonaro tem sido o maior defensor da reabertura de comércios e da 'volta à normalidade', na contramão do que dizem as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde, pasta sob sua guarda. Nessa sexta-feira (3/4), o presidente voltou a dizer que, caso o país continue seguindo restrição de governadores, com comércios fechados, ‘vai quebrar tudo’.
“É uma decisão do governador [Ibaneis]. Acabei de ver um vídeo dele fazendo um churrasquinho em casa”, afirmou Bolsonaro sobre um vídeo do dia 21 de março, em que o governador de Brasília faz um almoço para família após ter dispensado empregados na residência. “Vocês sabem meu posicionamento. Não pode fechar dessa maneira que atrás disso vem desemprego em massa, vem miséria, vem violência”, apontou.
Bolsonaro disse ainda que parte dos governadores faz ‘demagogia’ com a crise e que há uma ‘disputa entre as autoridades de quem está mais preocupado com a vida de vocês [população]’. No mesmo dia, ao ouvir o apelo de apoiadores na porta do Alvorada para a reabertura de comércios, Bolsonaro disse: “A opinião pública aos poucos está vindo para o nosso lado. O político tem que ouvir o povo. Sabemos que vai ter mortes, ninguém nega isso. Mas morrem de gripe comum, morrem de H1N1”.
Um outro apoiador presente no local disse a Bolsonaro: “Estamos esperando sua voz presidente”. E o chefe do Executivo respondeu: “Vai chegar a hora certa”. Bolsonaro se referiu a um decreto que está sob sua mesa para reduzir o isolamento social. Em entrevista a uma rádio, Bolsonaro reconheceu que ainda não tem o apoio social que gostaria para assinar a medida, mas afirmou que será forçado a "tomar alguma decisão" se "até semana que vem não voltar o trabalho, pelo menos gradativo".
"Eu tenho um projeto de decreto pronto na minha frente para ser assinado, se preciso for. Considera as atividades essenciais toda aquela exercida pelo homem ou pela mulher e através da qual seja indispensável para levar o pão para casa. Se tiver que chegar esse momento eu vou assinar", afirmou à rádio.
Correio Braziliense
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