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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Violência no Rio - “Justiceiros sociais” ignoram sofrimento eterno da população das favelas J. R. Guzzo

 Vozes - Gazeta do Povo

População que vive em comunidades carentes do Brasil é alvo rotineiro de todo tipo de violência cometida por bandidos.

A guerra que o crime move há anos contra a população do Rio de Janeiro é uma história que tem um lado só o lado dos bandidos. Nas classes intelectuais, na bolha em que vivem os políticos e na maioria dos meios de comunicaçãopara não falar numa vasta porção do aparelho judiciárioos criminosos são tratados oficialmente como mártires de uma “luta social” dirigida contra os pobres, os negros e os favelados. [e sempre que a Polícia é forçada a realizar alguma ação concreta, necessária e inadiável contra o crime, todos se unem para culpar as autoridades policiais.
O caso do 'jacarezinho' é exemplar. 20 mandados de prisão contra bandidos foram expedidos pelo Poder Judiciário - mandados que a Polícia tem o DEVER, a OBRIGAÇÃO de cumprir.
Tendo notícia de onde o procurado está homiziado, tem o DEVER de verificar 'in loco', - por óbvio, com o resguardo da força necessária - a veracidade da informação e localizando o procurado prendê-lo. Não é uma OPÇÃO, um SE POSSÍVEL, se os parceiros dos procurados permitirem e mais outros se ... .
Foi o que a Polícia do Rio fez. Não importa a classificação dada por parte do Poder Judiciário, os políticos, os intelectuais, o mandado de prisão determina com clareza que encontrado o objeto do mandado, este deve ser preso.]

Não importa, nunca, o que eles tenham feito: todas as vezes em que trocam tiros com a polícia, o Brasil “que pensa” diz automaticamente que houve um massacre — como se as forças da ordem tivessem entrado numa “comunidade” pacífica e começado a matar gente a torto e a direito.

Não se diz, jamais, que a polícia se apresentou para cumprir o dever legal de combater o crime e cumprir ordens da Justiça.  Nunca se diz, também, que os policiais foram recebidos à bala pelos bandidos, nem que os mortos eram criminosos; são apresentados ao público, simplesmente, como “pessoas” ou “moradores”.

Acaba de acontecer mais uma vez no Rio, com uma operação policial que deixou 29 mortos na favela do Jacarezinho. Desses 29, só um não era criminoso justamente, um policial civil que participou das ações. [detalhe: o policial civil  foi o primeiro morto na ação - estava desembarcando do veículo blindado da PC, quando boi atingido por um tiro de fuzil,  disparado por um bandido escondido em uma laje,com a conivência do morador.] Três dos que morreram estavam denunciados pelo Ministério Público e eram procurados pela Justiça. [permanecem em aberto 19 mandados, o que origa a Polícia Civil a cumpri-los no momento em que os indicados sejam localizados e com o uso da força necessária.]

A polícia foi à favela para cumprir ordens legais de desmontar esquemas em que os bandidos dão treinamento de tiro a crianças e adolescentes, e os forçam a estar sempre na linha de frente nos confrontos com a polícia; a adesão é obrigatória, sob ameaça de morte.

Parece perfeitamente justo que a autoridade policial tente fazer alguma coisa para combater uma opressão particularmente cruel como essa 
É compreensível, também, que abram fogo se são recebidos com granadas e tiros de fuzil automático. Só que não.[ministro Fachin: os policiais não podem, nem devem exercer o uso da força necessária para não tombarem mortos? ou devem não reagir, tombar mortos, para que sua suprema decisão seja cumprida.
Ou seria mais prático o senhor revogar todos os mandados de prisão expedidos pelo Poder Judiciario? 
Ou mais adequado seria proibir que durante a pandemia juízes de primeiro grau não expeçam mandados de prisão?

A reação da elite foi a mesma de sempre: Mais uma vez "a polícia massacra cidadãos da comunidade”. Segue-se, até o caso cair no esquecimento, uma maciça campanha de propaganda na mídia, no mundo político e na elite, pedindo “punição para os culpados” e verbas para “atender os interesses da população das comunidades”.

Desta vez houve também um manifesto “popular” pela legalização da maconha armou-se, inclusive, uma comovida declaração de apoio do ministro do STF Luís Roberto Barroso à essa tese. (Seu colega Edson Fachin já havia proibido a polícia de fazer voos de helicóptero sobre as favelas do Rio; também não pode chegar a menos de 100 metros de uma escola, o que transformou o setor escolar num território livre para o crime.)

Não se diz uma sílaba, entre os militantes da “justiça social” e nos telejornais do horário nobre, sobre o sofrimento eterno da maioria da população das favelas. As pessoas, ali, vivem sujeitas à morte, o tempo todo, nos tiroteios entre as quadrilhas (nesse caso, a mídia não fala em “massacre”; são “confrontos”, ou “trocas de tiro”) 
Suas casas podem ser confiscadas para servir como depósitos de drogas. Sofrem todo o tipo de extorsão. 
São agredidas, roubadas e humilhadas. 
Vivem o terror constante de ver as suas filhas adolescentes, e mesmo crianças, serem escolhidas como vítimas de estupro por parte dos chefes. Sofrem, agora, com o recrutamento dos filhos para a função de “soldados” do tráfico.

Deveria estar muito claro qual é o lado certo e qual é o lado errado nesta história. Mas não está; a verdade, aliás, está cada vez mais escondida.

J.R. Guzzo - colunista - Vozes - Gazeta do Povo


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