Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

quarta-feira, 19 de maio de 2021

O chanceler - Alon Feuerwerker

Análise Política

O depoimento do ex-chanceler Ernesto Araújo à Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado da Covid-19 foi, como se esperava, um exercício permanente dos senadores oposicionistas para aproximar-se do alvo definido desde o início: o presidente da República. Até o momento, nenhum dos assessores do chefe do governo cedeu. [nem cederão, não há motivos para ceder; e o general Pazuello que depôs hoje e muitos esperavam sair preso da CPI, deu uma enquadrada no presidente e no já manjado (pelas mancadas) relator Calheiros = o general solicitou, com um tom de exigência, de comando, que não fossem apresentadas perguntas simplórias.]

A administração governamental do tema vacinas aqui no Brasil está se mostrando uma peneira. Alguém terá de responder por isso ao final. [primeiro será necessário que mostrem, como provas já que interpretações não valem - a existência de vacinas disponíveis, em prazos compatíveis, aprovadas pelos órgãos competentes  e que o Governo recusou tais ofertas.] Essa é a disputa.
É óbvio que as ações do governo brasileiro na pandemia obedeceram a um comando central, mas para CPIs não basta dizer "eu acho". Tem de achar a digital. Claro que a aritmética pode tudo. Se houver seis dos onze senadores dispostos a chancelar uma tese ela estará no relatório final. Mas sem a "bala de prata" ficará mais fácil ao governo atrair pelo menos dois dos seis na hora h.

Para inverter a hoje maioria. Aliás, é preciso tomar um certo cuidado com diagnósticos a partir da combatividade demonstrada pelos senadores. É possível que em alguns casos essa combatividade com os peixes pequenos venha a servir de atenuante para a hora em que se tiver de tomar posição sobre os grandes.

Amanhã é esperado o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Ele deverá ser inquirido sobre os dois pontos nodais da CPI até agora: vacinas e cloroquina. Como tem a prerrogativa de não responder questões cuja resposta possa incriminá-lo, será pressionado mas terá como neutralizar. A expectativa maior é sobre o que Pazuello dirá a respeito de Jair Bolsonaro. Se essa couraça não for furada no depoimento do general, restará à CPI o caminho sempre mais trabalhoso de vasculhar documentos. E nesse meio tempo o governismo prosseguirá lutando para arrastar os governadores ao cadafalso.[governadores e prefeitos que formam o grande leque das 'autoridades locais' serão levados ao cadafalso e lá vão falar - a maior parte deles encheu os bolsos com dinheiro público e quando apertados vão falar - os pequenos costumam falar no primeiro aperto.
Até hoje nenhuma pergunta foi feita sobre respiradores comprados em adegas, superfaturados, entregues parcialmente e parte dos dos entregues com defeitos sérios.
Tem muita coisa a ser explicada - criminosa mesmo; até agora o que tentaram colar no governo Bolsonaro, e fracassaram, foram erros, que se justificam com o jargão = só erra,  quem trabalha.]

Alon Feuerwerker, jornalista e analista politico

 

Nenhum comentário: