Nos dicionários, a palavra genocídio (do grego genos – tribo, raça; e do latim cide – matar) é usada para fazer referência ao ato de exterminação sistemática de um grupo étnico ou a todo ato deliberado que tenha como objetivo o extermínio de um aspecto cultural fundamental de um povo. Genocida é quem mata ou manda assassinar em massa.
Ultimamente, o termo genocida vem sendo “ressignificado” pela novilíngua esquerdopata. A pergunta-título do artigo se justifica pela vulgarização do uso da palavra genocida na CPI da Covid. Não pode passar despercebido que – numa overdose de expressão – um senador chegou, inclusive, a comparar um determinado administrador público ao carrasco nazista Adolf Eichmann.
A respeito do uso da Cloroquina – o principal motivo da acusação de prática de genocídio – o Senador Marcos Rogério, de Rondônia, apresentou e solicitou a juntada aos documentos da CPI de um vídeo no qual os governadores abaixo listados fizeram as seguintes declarações:
1 – Governador de Alagoas, Renan Filho: ”O que o estado de Alagoas vai fazer é deixar a Cloroquina à disposição do uso médico. Quem decide se o paciente usa ou não Cloroquina ou qualquer outro medicamento em Alagoas é o médico e a ciência”.
2 – Governador do Pará, Elder Barbalho: “Nós do governo já fizemos a aquisição de 615 mil Hidroxicloroquinas, 940 mil Azitromicinas. Isto significa 188 mil tratamentos e, neste momento, nós estamos levando ao interior e à capital a quarta entrega, que totalizam 75 mil Hidroxicloroquinas e 227 mil Azitromicinas”. [o governador esqueceu de mencionar que também havia adquirido em uma adega respiradores superfaturados em 340%, dos comprados a entrega foi parcial e a maior parte dos entregues não funcionava.]
3 – Governador do Piauí, Wellington Dias: ”Autorizei ao secretário Florentino e, também, a partir de orientação do COE – Comitê de Organização Emergencial Covid 19, que trata do coronavirus – autorizei uma compra mais elevada de substâncias, a Cloroquina, a Hidroxicloroquina, a Azitromicina, enfim substâncias que estão sendo experimentadas”.
4 – Governador do Maranhão, Flávio Dino: “A Cloroquina integra o tratamento que é feito aos pacientes hospitalizados, sempre a critérios dos profissionais de saúde”.
– Governador de São Paulo, João Dória: “Quero deixar claro a posição do governo do estado de São Paulo em relação a Cloroquina. Foi o médico infectologista David Uip, coordenador do comitê de saúde do grupo de contingência do Covid 19, que sugeriu, que recomendou, ao ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta que distribuísse o medicamento na rede pública do país”.
Em sua fala, o Senador de Rondônia deixou claro que o objetivo de sua apresentação não era criminalizar os governadores, pois entendia que eles estavam tentando salvar vidas com os meios disponíveis no momento.
Outro ponto: segundo informações levadas à CPI pelo Senador Luis Carlos Heinze, do Rio Grande do Sul, infectologistas e cientistas de renome internacional, inclusive laureados com o prêmio Nobel de Medicina, são apoiadores de tratamento preventivo da pandemia. O Senador Heinze informou, também, que grupos formados por milhares de médicos apoiam o tratamento preventivo, como o Grupo “Médicos pela Vida”. Por fim, após listar incontáveis regiões, do Brasil e do exterior, que estão aplicando com êxito o tratamento preventivo, o Senador fala de seu receio da politização do tratamento.
Uma única certeza: até agora, todo o mundo ainda tem muito a aprender sobre como tratar a pandemia que ora assola a humanidade; os erros e acertos ficarão para a avaliação dos historiadores. A propósito cabe perguntar, o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, deverá ser considerado genocida se, no futuro, ficar demonstrado que ele não deveria ter inibido a população carioca de frequentar as praias e parques?
E o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, deverá ser considerado genocida se, no futuro, ficar demonstrado que ele não deveria ter decretado toque de recolher em Brasília?
Considerando que a própria OMS modificou várias vezes seu entendimento sobre os diferentes aspectos da pandemia, e levando em conta as dúvidas existentes ainda hoje sobre o lockdown, a eficácia de determinadas vacinas, o uso de máscaras (o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, CDC, na sigla em inglês, passou a recomendar o uso de duas máscaras), chega a ser uma desonestidade intelectual acusar de genocida quem, de boa-fé, usou as tentativas disponíveis no momento para minimizar o problema.
“O Grande Mudo”
Trecho de artigo de David Nasser (1917 - 1980) - escrito três meses antes do Movimento Civil-Militar de 1964 - oportunamente lembrado pelo General Luiz Eduardo Rocha Paiva:
"O Exército Brasileiro a tudo assiste, como um leão reumático, um velho leão do circo brasileiro, dentro da jaula, onde prenderam a democracia.
Cutucam-no os Brizolas et caterva. Os falsos domadores se animam, julgando que o rei perdeu a sua força.
Súbito, ele eriça a juba, o pelo se eletriza e, num instante, o corpo de pé prepara-se para a reação.
E daquele animal soberbo, que parecia emudecido para sempre, sai um urro de fogo. O urro democrático.
Assim será com a Marinha. Assim será com a FAB. Assim será, principalmente, com o Exército Brasileiro.
O Grande Mudo. Porque o velho leão - preso e espezinhado na jaula da legalidade - não está morto, embora o pareça”.
Transcrito do Alerta Total - Jorge Serrão, editor-chefe
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