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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Dilma, a escarrada, e a propina de R$ 50 milhões - a ex-presidente pode ser presa

Documentação dos EUA revela que a campanha de Dilma, identificada como “Brazilian Official 2”, foi irrigada com a quantia milionária repassada pelo departamento de suborno da Odebrecht 

PRISÃO NOS EUA O Departamento de Justiça dos EUA pode pedir a prisão de Dilma por ter se beneficiado da corrupção da Odebrecht
 
Documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelados na última quarta-feira 21, e que integram a papelada sobre o acordo de delação premiada da Odebrecht, causaram perplexidade mundial pela grandeza dos números. Segundo a papelada, o grupo Odebrecht pagou mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,3 bilhões) em propinas a governantes e políticos de 12 países desde 2003. A maior parte desses subornosUS$ 599 milhões ou quase R$ 2 bilhões foi repassada a autoridades brasileiras. O que mais chama a atenção, no entanto, é que entre os principais beneficiários estão a ex-presidente Dilma Rousseff. Apesar da fartura de evidências, a mais importante delas as próprias delações dos executivos da empreiteira que já apontavam a sua participação direta nas negociações de propina e caixa dois, a petista insistia em vender uma imagem de política pura e imaculada. A investigação dos EUA ajuda a desmontar esse discurso. De acordo com a documentação em poder das autoridades norte-americanas, a campanha de Dilma em 2010 foi irrigada com R$ 50 milhões em propinas.

A ex-presidente é descrita nos documentos americanos como a “Brazilian Official 2”. O texto do acordo com a Odebrecht mostra que a fortuna foi negociada pelo então presidente Lula em 2009 junto a Alexandrino Alencar, na época diretor do grupo. Lula, identificado na papelada como “Brazilian Official 1”, autorizou que Alexandrino acertasse com o ministro da Fazenda Guido Mantega, que nos documentos dos EUA é conhecido como “Brazilian Official 4”, a concessão de benesses para a petroquímica Braskem. A empresa integra o grupo Odebrecht. Mantega, segundo a papelada, disse que atenderia a petroquímica em troca de propina para a campanha de Dilma. O valor negociado ficou registrado num pedaço de papel: R$ 50 milhões. Os diretores da empresa fizeram os repasses por meio do já proverbial “departamento de propinas” do grupo. 

R$ 100 milhões para o PT
O objetivo da Braskem era “assegurar uma vantagem imprópria para obter e manter seus negócios”. O órgão também calcula que a Odebrecht se beneficiou em US$ 1,9 bilhão como resultado dos pagamentos de subornos. Segundo o Departamento de Justiça, a “negociação espúria” deu certo e o governo implantou um programa que permitiu à Braskem continuar tendo abatimentos em impostos. A partir de 2006, estava em discussão a mudança no sistema de tributos de empresa. Por isso, a Braskem procurou integrantes do governo Lula para negociar uma legislação que não prejudicasse o grupo. E isso custou à Braskem a contribuição para a campanha de Dilma. 


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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Recuperar a Petrobras

A Petrobras descobriu que o campo de Libra, que explora junto com sócios de vários países, tem mais petróleo do que se imaginava e a empresa está conseguindo reduzir o tempo necessário para a perfuração dos poços e a extração do petróleo. Notícias assim dão novo gás à companhia que tem estado há dois anos mais ligada às notícias sobre o escândalo de corrupção.

Apesar das boas notícias, a empresa tem um longo trabalho pela frente para reconquistar a confiança da sociedade e do mercado. Para entender mais da empresa que passou a presidir, Pedro Parente, tem feito reuniões com funcionários para ouvi-los. Nestes encontros, vem o desabafo de trabalhadores que ouvem ofensas quando dizem que são da Petrobras.  — Foi uma minúscula minoria de funcionários que produziu esse problema. A grande maioria é de gente decente, honesta, trabalhadora. Tive reuniões dramáticas, com mais de 4.000 colaboradores. Relatos de pessoas que dizem: “eu ando nas ruas e as pessoas me dizem: ‘você é Petrobras, então é Lava-Jato’”. A maioria está envergonhada com o que aconteceu — conta.

Em entrevista que concedeu ontem ao meu programa na GloboNews, Pedro Parente detalhou a notícia que foi divulgada na noite da quarta-feira:  — O último poço perfurado em Libra mostra uma coluna de petróleo de 410 metros. A melhor medição feita até agora é da ordem de 301 metros. Isso é uma indicação da quantidade de óleo.

A produtividade média por poço aumentou, e o tempo de produção de petróleo caiu pelo esforço contínuo de aperfeiçoar tecnologias. O principal custo de exploração e produção é a perfuração de poços. Como as sondas são pagas por dia, há uma importante redução de custos, quando se diminui o número de dias necessários para a perfuração. — Nós reduzimos junto com nossos parceiros a menos da metade os custos de produção em termos de dias necessários.

Apesar de ser uma pequena minoria de funcionários que fez o enorme estrago na empresa, ele admite que isso só foi possível porque “o sistema de governança e controle não estavam funcionando”, por isso outra área de atuação é exatamente a de melhorar a governança. — Outro aspecto da questão é lembrar que a gente tem que fazer a empresa se recuperar dos resultados desse processo de roubalheira que aconteceu e de má gestão. Vários projetos mostraram investimentos elevadíssimos e sem qualquer retorno — disse.

Um dos investimentos é o Comperj, no qual foram gastos US$ 13 bilhões. Ele diz não saber se o investimento será recuperado e que há um custo enorme com segurança e manutenção. Por enquanto está definido que a parte de gás será terminada. Para o resto não há previsão. A empresa terá que fazer um programa de venda de ativos para reduzir o seu alto grau de endividamento, que está em cinco vezes a geração de caixa, quando o saudável é de uma ou duas vezes. Perguntei sobre alguns ativos à venda, e Parente contou que esta semana recebeu as propostas para a compra de uma fatia da BR Distribuidora. — Temos que analisar essas ofertas para ver se elas estão valorizando adequadamente esse ativo. Se não estiverem, nós temos que revisitar essa discussão.

Parente disse que ainda não avaliou as opções para a Braskem. Sobre o gás, contou que duas unidades de liquefação com suas térmicas foram postas à venda, o que também pode acontecer com as distribuidoras. Sobre os preços dos combustíveis, Pedro Parente contou que a Petrobras já tem liberdade de preços. Ele disse que considerou, ao ir para o cargo, que para recuperar a credibilidade no mercado e na sociedade a empresa precisaria de liberdade na definição de preços e de não ter interferência política nas nomeações.

Perguntei sobre o fato de estar fazendo planos de longo prazo num governo que é interino. Ele disse que não há tempo para pensar na interinidade. — A empresa precisa de uma estratégia que vá além do curto prazo. Os investimentos da Petrobras têm maturação longa, de dez anos ou mais. O pior erro seria ficar parado esperando a decisão do Congresso sobre o processo de impeachment.

O que ele tem em mente como objetivo mais importante é fazer o país voltar a ter orgulho da empresa.

Fonte: Marcelo Loureiro - Coluna da Miriam Leitão


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Empresário denuncia a Janot e Moro que Lula, Dilma, Lobão, Gabrielli e Costa decidiam tudo na Petrobras



“O Poder Judiciário não vale nada, o que vale é a relação entre as pessoas”.

É com esta frase atribuída ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o empresário Auro Gorentzvaig abre uma denúncia que fez no dia 2 de fevereiro ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e ao juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba. O antigo controlador da Petroquímica Triunfo pede que seja investigado o processo de criação da Braskem, sociedade de propósito específico entre a Petrobras e o grupo Odebrecht.

Tal notícia é censuradíssima na grande mídia. As dez páginas da reclamação de Auro Gorentzvaig a Janot e Moro vazaram de Washington, capital dos EUA. O antigo controlador e conselheiro da Petroquímica Triunfo pede que a investigação parta do Inquérito Policial 1114/2014 da Delegacia da Polícia Federal na capital paranaense. Será que Lula terá coragem de interpelar Auro judicialmente, principalmente pela sentença infeliz que lhe queima ainda mais o filme perante a magistratura brasileira? Ou Lula deixará para lá, como sempre faz, alegando que de tudo nada sabia? Não! Ele já negou tudo, da mesma forma que a Braskem e demais denunciados...

Além da indiscreta frase de Lula contra o Judiciário, que na versão do empresário foi dita em uma reunião com ele e Paulo Roberto Costa, em 26 de Fevereiro de 2009, às 16h30, na sede do Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, Auro Gorentzvaig formalizou uma denúncia "contra Dilma Vana Rousseff, presidente da República Federativa do Brasil; Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República; José Sérgio Gabrielli de Azevedo, ex-presidente da Petrobras; e o "colaborador premiado" Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento e Petroquímica da Petrobras". O indignado Auro derruba a inconsistente tese construída pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que "não há nenhum fato, absolutamente nenhum fato, que demonstre, que indique ou que gere indícios de que a presidente da República tenha qualquer envolvimento nesses fatos seja de maneira dolosa (intencional), seja de maneira culposa". Como ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras na gestão Lula da Silva, Dilma responde solidariamente por todos os problemas. Na Justiça dos EUA, se for acatada denúncia contra ela, será citada e vai a julgamento, com alto risco de condenação a pagamento de multas ou até prisão - o que seria um vexame interplanetário.

O empresário sustenta que integrantes do governo praticaram crimes que o prejudicaram na Petroquímica Triunfo, sociedade entre a Petrobras e a Petroplastic no Rio Grande do Sul. Na denúncia a Janot e Moro, Auro Gorentzvaig atribui responsabilidades a atual Presidenta: "Dilma Rousseff, ex-secretária de Energia do Governo do Rio Grande do Sul, na gestão do petista Olívio Dutra, iniciou o assédio à nossa empresa, já naquele período. A Triunfo e o Copesul estão localizadas na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul. Já na condição de Conselheira da Petrobras e Ministra do Governo Lula, a agora presidente reeleita Dilma Vana Rousseff deixou claro, em várias ocasiões, que seguia ordens do então presidente da República para concentrar o monopólio do sistema Petroquímico Brasileiro nas mãos da Odebrecht, beneficiando o estado da Bahia na arrecadação de impostos".

Auro denuncia que era Lula quem estava por trás de Paulo Roberto Costa: "A decisão de falar pessoalmente com o presidente da República se deu pelo fato de que todas as decisões do setor petroquímico no País passam pelo gabinete presidencial. Todos os empresários do setor, incluindo eu, sabiam que Paulo Roberto Costa funcionava como operador de Lula dentro da Petrobras. Meses antes, Paulo Roberto Costa, hoje um dos réus nos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, que apura desvios na Petrobras, comandou reunião na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, com a presença de Boris Gorentzvaig, Caio Gorentzvaig e Auro Gorentzvaig, representantes da Petroplastic.”

Na ocasião, Paulo Roberto Costa, diretor da área de petroquímica nos informou: ´... No setor Petroquímico já estava definido que só empresas atuariam no setor: uma era a Odebrecht, a outra será definida´. Ao que perguntei : ´E a Petroquímica Triunfo?´ Ele respondeu: `A Triunfo será eliminada, conforme as diretrizes estabelecidas pelo presidente da República´. A saída, então, foi conversar com quem de fato dava as ordens a Paulo Roberto Costa: o então presidente Lula".

Ainda na acusação a Lula, Auro arrasa: "Na condição de Ministro das Minas e Energia do Governo Lula, o maranhense Edison Lobão também deixou claro que Paulo Roberto Costa, Dilma Vana Rousseff, José Sérgio Gabrielli de Azevedo e ele próprio seguiam as determinações do presidente Lula. Reforçou também que era Lula quem determinava como deveriam ser tocados os esquemas dentro da Petrobras. Hoje, com as estarrecedoras descobertas da Operação Lava-Jato, vemos que tudo o que nos foi dito era verdade. Edison Lobão dizia que Lula mandava fazer. Não dava atenção à Lei, como o então presidente deixou claro ao afirmar, em seu gabinete provisório no Centro Cultural do Banco do Brasil, que o Poder Judiciário não vale nada”.

Auro Gorentzvaig  leva sua denúncia ao limite: "Durante anos fomos convidados a fazer parte de um esquema criminoso que funcionava na Petrobras. Acionistas das empresas recebiam, inclusive, os dividendos em pagamentos por fora. Por rechaçar a oferta ilegal, fomos sistematicamente atacados pela presidência da Petrobras, através de José Sérgio Gabrielli de Azevedo, pelo diretor Paulo Roberto Costa, pelo Conselho de Administração, sob o comando de Dilma Vana Rousseff. Todos faziam questão de ressaltar que tinham costas quentes: o então presidente Lula. Quem aceitou fazer parte do jogo de corrupção, agora comprovado pela Operação Lava-Jato, recebeu aportes bilionários".

O empresário pega pesadíssimo contra José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras: "Sindicalista e nascido na Bahia, José Sérgio Gabrielli de Azevedo foi o executor do monopólio que beneficiou o grupo Odebrecht. Coube a ele, durante anos a fio, facilitar o acesso da companhia baiana em várias obras de grande porte e negócios superfaturados feitos nas altas esferas da Petrobras. A Operação Lava-Jato demonstra, depois de meses de investigações, que o grupo Odebrecht participou de esquemas bilionários e criminosos dentro da estatal".

Também não poupa o delator premiado Paulo Roberto Costa: "Réu em vários processos decorrentes da Operação Lava-Jato, Paulo Roberto Costa fez acordo de delação premiada, instrumento jurídico contemplado pela legislação nacional e que obriga o acusado a relatar o que sabe em troca de redução de pena. Operador do esquema de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras, Paulo Roberto Costa confessou que recebia propina de várias empresas, entre elas justamente o Grupo Odebrecht, para facilitar negócios superfaturados e, na sequência, repassar recursos a partidos políticos, como o PT, o PMDB, PP, entre outros".

Auro Gorentzvaig  segue na ofensiva: "Paulo Roberto Costa sempre nos procurou para ofertas escusas. Diante de nossa recusa em participar dos esquemas criminosos, hoje claramente revelados pela Operação Lava-Jato, o então diretor da estatal transferiu a Petroquímica Triunfo de forma graciosa para a Braskem, beneficiando de maneira escandalosa o Grupo Odebrecht, assim como o Estado da Bahia na arrecadação tributária, em detrimento de outros estados da federação. Realizada de forma ilegal, a operação criminosa envolve cifras bilionárias, em claro prejuízo aos cofres públicos e ao povo brasileiro".

Auro protesta em seu documento que "o monopólio do setor foi idealizado por Emílio Odebrecht, que disse ao então presidente Lula que deveria ter crescimento de escala na indústria petroquímica para participar do mercado global: "É o marketing superando o direito. Lula, Dilma, Edison Lobão, José Sergio Gabrielli, Paulo Roberto Costa, juntamente com os grupos Suzano, Ipiranga, Unipar e Odebrecht criaram então a Braskem, que tem como sócia minoritária a Petrobras, com 49,99% e o Grupo Odebrecht como sócio majoritário com 50,01%, com contrato de exclusividade de 25 anos! Como uma indústria de base de tal importância pode estar concentrada nas mãos de uma única família?”

O indignado Auro Gorentzvaig prossegue questionando no texto: "Como a Petrobras pode ter como sócia, na Braskem, o Grupo Odebrecht, envolvida em crimes de corrupção conforme revela a operação “Lava Jato”?  Pagando propina de US$ 23 milhões para o diretor da estatal, Paulo Roberto Costa? A quem interessa que poucas empresas controlem o setor?  Quem ganha com isso? Basta verificar quanto o Grupo Odebrecht gasta com o financiamento de muitas campanhas eleitorais dos partidos políticos flagrados na Operação Lava-Jato? Em quanto a Braskem e o Grupo Odebrecht, o Grupo Suzano foram beneficiados com financiamentos públicos através de bancos como o BNDES, Banco do Brasil e Caixa, com juros subsidiados?".

Auro frisa que a Triunfo foi eleita a melhor empresa do setor petroquímico brasileiro de 1989 a 2009, conquistando todos os prêmios das revistas especializadas, com caixa permanente de US$ 100 milhões, para um plano de futuro desenvolvimento. O empresário lembrou como ficou na pior: "Em audiência de conciliação na Justiça Estadual do Rio Grande do Sul, a Petrobras pediu R$ 355 milhões pela sua parte na Petroquímica Triunfo. Em juízo, a Petroplastic concordou em pagar (oferta vinculante) o valor pleiteado pela petroleira nacional. A Petrobras recuou em sua decisão e, oito meses após a audiência de conciliação, repassou de maneira ilegal 100% das ações da Petroquímica Triunfo, transação avaliada em R$ 117 milhões. Ou seja, recusou R$ 355 milhões em dinheiro à vista, por 85% do capital social da empresa, operação que causou prejuízo de R$ 305 milhões à Petrobras, aos cofres públicos e ao Tesouro Nacional, um claro crime de lesa pátria em benefício da Braskem, do Grupo Odebrecht".

O empresário sustenta que a Petrobras desrespeitou de forma flagrante o direito de preferência da acionista Petroplastic e o Programa Nacional de Desestatização do governo federal: "A Petrobras, na qualidade de promotora da iniciativa privada brasileira, assume a administração da Petroquímica Triunfo em 1985 com um marketing share de 24% do mercado nacional e transfere para a Braskem a maior fatia do setor, reduzindo a participação da Triunfo para 3% do mercado nacional em 2009. Ou seja, a incorporação, além de ser feita por um preço bem menor do que realmente valia, provocou uma diminuição da importância da Triunfo no mercado, centrando força apenas na Braskem".

Auro expõe o crime de conflito de interesses: "Como pode a Petrobras, sócia institucional na Petroquímica Triunfo, trabalhar para a concorrente Braskem? Isso é uma clara demonstração de que a estratégia da Petrobras, da Presidência da República e do Grupo Odebrecht era usar dinheiro público e da estatal na compra e eliminação de concorrência, repassando o monopólio do setor para a Odebrecht, em clara e inconstitucional concentração de mercado".

O lesado na Triunfo também sugere que houve crime de improbidade administrativa: "Não poderiam os funcionários da estatal Petrobras prejudicar a Petroquímica Triunfo e trabalhar em prol da Braskem. Hoje, boa parte deles trabalha justamente na Braskem. Ou seja, transferiram patrimônio público para uma empresa privada para, em seguida, serem contratados pela Braskem, que foi a beneficiada em um negócio bilionário no setor petroquímico".

Por fim, Auro lança um desafio: "Todos os fatos aqui descritos foram por mim presenciados e vivenciados como cidadão e empresário. Sendo o presente relato a máxima expressão da verdade, coloco-me, desde já e em qualquer tempo, à disposição das autoridades brasileiras para novos e esclarecedores depoimentos e apresentação de documentos, fotos, ações judiciais e tudo o mais necessário para o completo esclarecimento de como um esquema bilionário montado dentro da Presidência da República prejudicou os cofres públicos, a Petrobras, o País e o povo brasileiro".

A denúncia bombástica, por escrito, de Auro Gorentzvaig pode ser aquele indício que faltava para que o santo nome do mito Luiz Inácio Lula da Silva acabe metido no meio de um dos inquéritos da Operação Lava Jato. Lula não tem mais foro privilegiado. Perdeu o privilégio de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, que ontem preferiu deixar o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, "soltinho da Silva".

Suspeito de ter cometido corrupção passiva e lavagem de dinheiro nos desvios bilionários nos negócios da Petrobras com o "clube de empreiteiras", Duque teve a cara livrada pelo relato do ministro Teori Zavascki: "Há elementos indicativos de crimes graves, não há dúvida quanto a isso. Entretanto, não houve a indicação de ato concreto que demonstre a intenção de o investigado furtar-se à lei penal. O fato de o agente manter cifras no exterior não indica risco de fuga".

Por todas essas idas, vindas e denúncias cada vez mais escandalosas, o Petrolão vem se transformando em um desastre institucional que ajuda a alimentar a crise da economia brasileira, com a combinação trágica entre a corrupção sistêmica e a incompetência governamental. Os acionistas da Petrobras pagam a conta com a assustadora desvalorização dos papéis da estatal. Os consumidores arcam com uma das gasolinas mais caras do mundo, quando todo planeta baixa o preço dos combustíveis, pela baixa na cotação do barril do petróleo. E os trabalhadores das 16 empreiteiras enroladas na Lava Jato, ou das empresas subcontratadas por elas, amargam atraso de pagamentos e perspectivas de desemprego.

Espera-se que, depois do carnaval, o Procurador-Geral faça as tão esperadas denúncias que acabarão ou atrapalharão a folia de muito político corrupto. Enquanto isso, Dilma segue ingovernável em um País desgovernado. Na prática, carimbada como "mentirosa" pela opinião pública, ela já caiu muito antes de sofrer qualquer impeachment.

Fonte: Blog Alerta Total – Jorge Serrão


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Dilma vai sangrar a classe média



Não reajustar a tabela corresponde a aumentar o Imposto de Renda, que passa a ser confiscatório
É, companheiros… A coisa não está fácil. Na véspera de o Copom elevar, tudo indica, a taxa de juros em mais 0,5 ponto percentuala 12,25% —, a presidente Dilma, conforme o esperado, sancionou a Lei 13.097, mas com um veto importante: não vale o trecho da Medida Provisória 656, que corrigia em 6,5% a tabela de Imposto de Renda para a pessoa física. O Congresso aprovou a proposta em dezembro — o governo defendia uma correção de apenas 4,5%. Justificativa? Ora, esse é o centro da meta da inflação. Entendi. Ocorre que a dita-cuja era, na prática, de 6,5%! Brasileiros, não me venham com argumentos, por favor!

E por que Dilma vetou? Afirmou que a correção da tabela significaria uma renúncia fiscal da ordem R$ 7 bilhões. Sem que se apresente a devida compensação financeira, alegou, isso viola o disposto da Lei de Responsabilidade Fiscal. É conversa pra boi dormir porque se tratava de atualizar uma tabela. Fosse assim, toda desoneração fiscal seria, já na origem, ilegal. Afinal, sempre se trata de renúncia sem compensação. No caso em questão, nem desoneração é, mas mera adequação de tabela.

Há, justiça se faça, vetos a pelo menos duas mamatas: a que permitia aos clubes de futebol renegociar suas dívidas com a União, que são da ordem de R$ 4 bilhões. O governo considerou que havia poucas obrigações impostas aos beneficiários. E também a que estendia até 2042 um acordo entre a Chesf e indústrias do Nordeste. Hoje, a subsidiária da Eletrobras fornece a essas empresas energia a um custo abaixo do de mercado. Entre as beneficiadas, estão Vale, Braskem e Gerdau. Convenham: não é hora para essas generosidades, não é mesmo?

A decisão de não corrigir a tabela do IR evidencia, mais uma vez, que a vida da classe média não será fácil neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. O governo escolheu o setor que vai sangrar nesse período de ajuste, chamado poeticamente por setores da imprensa de medidas para a “recuperação da confiança do mercado”.

A relação que o governo passa a manter com os pagadores de impostos é simples e óbvia: se o estado lhes morde uma parte dos ganhos e se essa parcela obedece aos preços da economia, é evidente que a tabela tem de ser atualizada segundo a curva da inflação, ou o que se tem, na prática, é uma elevação do imposto. Isso, sim, convenham, caracteriza uma ilegalidade pela própria natureza. Afinal, elevação de imposto — e, reitero, é o que se tem na prática não pode ser aprovada sem o aval do Congresso.

“Ah, Reinaldo, não é elevação nenhuma! Isso é só força de expressão!” Uma ova! Proporcionalmente, o estado passa a tirar do bolso do contribuinte mais do que este pagava antes. Para onde vai essa grandeza? Evidente: ela sai da sociedade e vai para o Tesouro. Deixa de ser pagamento de imposto e passa a ser confisco.

Fonte: Blog do  Reinaldo Azevedo – Revista VEJA