Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Davos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Davos. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 8 de junho de 2021

O sequestro da bandeira ambiental - Revista Oeste

 Ana Brambilla

A fantasia que apresenta o agronegócio como o grande predador ambiental é fruto de uma miopia estimulada pela desinformação semeada por uma esquerda carente de causas relevantes

A militância de sofá não é um fenômeno recente, mas ganhou força quando a esquerda sequestrou a causa da preservação ambiental. Historicamente marcada pelo idealismo radical, pelo estímulo do conflito e pela terceirização da culpa, a narrativa marxista enxergou nos problemas climáticos o hospedeiro perfeito a parasitar. Além da institucionalização do discurso de gênero e das cotas raciais, salvar o mundo das mãos “predatórias” do capitalismo tem sido objeto de autopromoção de uma esquerda desmoralizada pelo fracasso do regime socialista em todo o mundo.

O tom beligerante dos pregadores da luta de classes persiste nas novas frentes de batalha. Não é diferente com a preservação climática. É mais fácil acusar governos democraticamente eleitos e produtores rurais pelos problemas de escala global do que experimentar a cooperação e fazer algo pelo bairro onde se vive. Ou como escreveu Rodrigo Constantino, colunista da Revista Oeste: “É muito mais fácil ‘salvar o planeta’ do que arrumar o quarto”.

Fantasiado de virtuoso, o estandarte vermelho do clima é erguido por ambientalistas, economistas e bilionários donos de big techs, que exigem da humanidade sacrifícios estruturais enquanto desfilam em Davos a bordo de carros elétricos de US$ 140 mil. A nova esquerda nada tem de proletária. É formada por uma elite intelectual que povoa boa parte do ambiente acadêmico e entidades como ONU, OMS e Unicef.

Acampadas no poder sem a representatividade do voto popular, autoridades à frente de organizações transnacionais buscam reduzir a soberania dos Estados-nação e confiscar o direito de decidir os rumos da economia e do estilo de vida do planeta. Ao exigir o fim da emissão de carbono até 2050 e a eliminação do consumo de proteína animal, a militância tecnocrata desconsidera os bloqueios ao consumo e os riscos à sobrevivência trazidos por medidas como essas.

Embora cereais como o milho e o arroz ajudem as populações mais pobres a manter os índices mínimos de nutrição, jamais poderão ser equiparados aos níveis ideais de caloria fornecida por alimentos de origem animal. Para além do consumo de carnes e laticínios, a participação do gado no cultivo agrícola é fundamental, uma vez que o estrume fertiliza o solo em benefício do homem e do próprio animal.

Caberia questionar se as elites germânicas sobreviveriam sem as salsichas bock e se os franceses renunciariam ao steak tartare, ou, ainda, se os suíços manteriam o padrão dos chocolates sem usar leite de vaca.

Outro obstáculo dificulta a adoção da dieta vegana: a tecnologia necessária para a produção de opções à proteína animal não está presente na maioria dos países mais assolados pela fome. Segundo o Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, algumas regiões da África manipulam a proteína animal até 20 vezes menos do que em nações desenvolvidas. Em um cenário onde qualquer comida já é escassa, como exigir que a carne disponível seja substituída por sua redentorasintética”, produzida em laboratório sob as bênçãos de Bill Gates, cujo preço chega a 50 dólares por um nugget?

O manual progressista de preservação ambiental nega os princípios de justiça social que seus defensores juram prezar. A um trabalhador, de nada adianta crescer economicamente à custa do próprio esforço, comumente atrelado a políticas liberais: quando ele tiver dinheiro para um churrasco no fim de semana com a família, será impedido de comprar carne. Caberia questionar se as elites germânicas sobreviveriam sem as salsichas bock, ou se os franceses renunciariam ao steak tartare, ou, ainda, se os suíços manteriam o padrão dos chocolates sem usar leite de vaca. Os europeus consomem o dobro de carne e três vezes mais laticínios do que a média mundial.

O engenheiro-agrônomo Xico Graziano, professor da Fundação Getulio Vargas, lembra que um estudo da FAO, organização das Nações Unidas, prevê o aumento no consumo de carne até 2050 — não a estagnação, muito menos a redução. “Adquirir e consumir proteína animal é um direito das populações mais pobres na busca por melhorar sua qualidade de vida”, diz Graziano. “Querer acabar com o consumo de proteína animal é uma coisa retrógrada, que interessa a uma elite.”

A ONU estima que a pecuária responda por cerca de 15% das emissões de carbono na atmosfera, uma fatia que não deve ser menosprezada. A prática também é apontada como uma das principais culpadas pela liberação de outro gás de alto poder de aquecimento da atmosfera: o metano. A substância, diretamente relacionada ao efeito estufa, é produto da ruminação do pasto pelo gado. Especialmente nos últimos 20 anos, porém, sistemas de criação modernos alimentam os animais com pastagens melhoradas e rações suplementares que reduzem 30% do metano eliminado por quilo de carne produzida. Quem explica a transformação tecnológica por trás deste processo é Graziano. Segundo o engenheiro-agrônomo, rações energéticas e ricas em proteína respondem de forma crescente pela alimentação do gado, fazendo com que sobre mais pasto para realizar o “sequestro de carbono” emitido pela criação. O desaparecimento da carne no mercado seria inclusive nocivo à preservação ambiental.

Além disso, a atividade está inserida no agronegócio, um dos mais fortes motores da economia mundial. Criar barreiras para criadores pode gerar um efeito dominó prejudicial a outros setores econômicos. No compromisso militante de apontar culpados, os especialistas da ONU ignoram que o agronegócio é uma das atividades mais comprometidas com a preservação ambiental. No Brasil, o setor agropecuário é responsável pela preservação de mais de 26% das matas nativas

A fantasia que apresenta o agronegócio como o grande predador ambiental é fruto de uma miopia histórica estimulada pela desinformação semeada por uma esquerda carente de causas relevantes. Desde o Brasil imperial, a Coroa portuguesa já se mostrava preocupada e, efetivamente, ocupada com a manutenção da mata nativa. Sob ameaça de pena de morte àqueles que descumprissem a lei de preservação, nossos colonizadores garantiram que a vegetação permanecesse praticamente intacta até o fim do século 19. Apesar de as crianças aprenderem já no ensino infantil que a exploração do pau-brasil devastou as terras brasileiras, foi apenas no fim do século 20 que a Mata Atlântica perdeu cerca de 1 milhão de hectares — mais do que toda a área desmatada durante o período colonial, como mostra Evaristo de Miranda, colunista da Revista Oeste e chefe-geral da Embrapa Territorial.

Não se trata de negar que o meio ambiente exige cuidados e que os recursos naturais precisam ser preservados. Ao contrário: a sobrevivência humana depende da saúde do planeta e somente pessoas inconsequentes não cuidariam da manutenção da própria espécie. O que falta ao debate sobre a “economia verde” é que os atores envolvidos reconheçam que a causa não é nova, tampouco tem raízes nos movimentos de esquerda. A história do Brasil é apenas uma das evidências de que essa é uma pauta conservadora em sua essência.

Continue lendo ...... Revista Oeste

Leia também “Agricultura lidera a preservação ambiental”

Revista Oeste - Ana Brambilla

 

sábado, 25 de julho de 2020

Vamos falar de negócios - Míriam Leitão

O Globo

O ministro do Meio Ambiente ficou à deriva na reunião, repetindo coisas como “adote um parque”, depois de ter ameaçado todos eles por um ano e meio. O vice-presidente ouviu os banqueiros com atenção e fez de conta que ali não havia um problema. A ministra da Agricultura disse a este jornal que há uma “orquestração” contra o Brasil e defendeu a fala de Ricardo Salles sobre passar a boiada, com o estranho argumento de que era uma reunião “fechada” e “interna”. Era a mais alta instância do Executivo. Portas fechadas não autorizam ilícitos. Há um conflito direto entre a proteção da Amazônia e o projeto Bolsonaro. Ou o governo tem a “grandeza moral de se retratar” ou continua valendo tudo o que o presidente e seu ministro falaram e fizeram neste um ano e meio e que levaram à destruição de dez mil km2 de floresta no ano passado. [considerando que a floresta amazônica tem 5.500.000 km²,a área 'destruída' em todo um ano, equivale a 1/550 da floresta.] Na quinta-feira, Bolsonaro voltou a mostrar seu entendimento torto no assunto e culpou indígenas e caboclos pelas queimadas. É obra dos grileiros, como se sabe.

Bradesco, Santander e Itaú-Unibanco são competidores. Se fizeram um plano conjunto é porque sabem o que está acontecendo no mundo deles, o do capital. Sem isso, terão dificuldade em qualquer operação financeira em que a marca Brasil estiver envolvida. Haverá menos capital e o dinheiro será mais caro para o país, mesmo neste tempo de muita liquidez e juros negativos no mundo. O que os fundos vêm avisando há algum tempo, e estão sendo mais claros desde Davos, é que as suas regras de conformidade impedem o investimento em países que destroem florestas e colocam em risco os indígenas. Preservar a Amazônia e proteger os povos indígenas é também do máximo interesse nacional.

Os bancos dizem que vão detalhar depois, mas que o plano conjunto quer induzir boas práticas e “promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia”. Entre as dez medidas está o financiamento de cadeias produtivas como açaí, cacau e castanha. Ótimo. O climatologista Carlos Nobre costuma incluir esses produtos no projeto amplo denominado Amazônia 4.0. Disseram que fomentarão um “mercado de ativos e instrumentos de lastro verde”. Bom. Com isso formatam produtos financeiros com grande potencial de captação. São boas ideias. O diabo está nos detalhes. 
Quando falam em financiar infraestrutura sustentável na região, dão o exemplo de hidrovias. E as rodovias? Há algumas bem polêmicas. 
E quando falam em energia, surge outra dúvida. A hidrelétrica é considerada energia limpa, mas a construção das usinas na Amazônia raramente o é. Exemplo: Belo Monte. Essa afetou a floresta, os indígenas e ainda teve corrupção. [vamos fazer como os banqueiros querem:
- não colocar os indígenas em risco - os moradores das áreas urbanas e das terras destinadas à produção agropecuária, já correm risco suficiente, atendendo com sobras à  cota de mortes;
- esquecer rodovias e ferrovias (essas já estão esquecidas no Brasil) - e usar nas hidrovias barcos movidos a remo e a velas = motores poluem;
- energia hidrelétrica é energia limpa, mas para ser gerada  precisa de hidrelétricas que causam desmatamento e precisam de reservatórios e com isso os banqueiros e os gringos, e as ONGs à serviço deles, não concordam.
- usar energia nuclear para gerar eletricidade é algo impensável
Candeeiros à querosene, também poluem.
Se com tudo isso houver queda na disponibilidade de alimentos no mundo, sem problemas - os gringos ambientalistas compram (dólar e euro) o que o Brasil ainda tiver permissão para produzir.
Vai faltar comida para a população. Sem importância =  o Brasil já tem milhões de famintos = know-how para mais alguns milhões de novos famintos.]
Os bancos disseram que suas ações só podem ser efetivas se houver proteção da floresta. Perfeito, “por isso a atuação dos bancos será coordenada com o governo”. Imperfeito. Nesse ponto a banca privada terá que escolher. Ou faz o que diz ou dá a mão ao governo no momento em que ele está sendo pressionado por fundos e por empresas. Só há um caminho certo. O governo reconhecer que errou, demitir o ministro que nunca teve credibilidade, arquivar essa bobagem de conspiração internacional, retomar o roteiro seguido de 2004 a 2012, que derrubou o desmatamento em 80%, perseguir a meta do desmatamento líquido zero e voltar a ser o interlocutor confiável nas negociações do clima. O outro caminho é mudar um pouco para deixar tudo como está.

O governo cometeu crime ambiental, estimulou grileiros e garimpeiros, que invadem terras indígenas, ameaçando etnias. Bolsonaro não mudou, Salles ficou, Tereza Cristina põe um pé em cada canoa, Mourão lustra o discurso. Os bancos precisam explicar a mágica de junto com este governo fazer um plano verde.

Míriam Leitão, jornalista - Com Alvaro Gribel, de São Paulo


quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Lá se vão os peões - Nas entrelinhas

A política de terra arrasada na montagem da equipe do  governo Bolsonaro promoveu muita gente inexperiente a posições estratégicas, apenas por serem capazes de agradar o chefe


O governo começa a perder seus peões, a tropa de choque escalada pelo presidente Jair Bolsonaro para fustigar os adversários ou servir como linha de defesa do governo. No jogo de xadrez, os peões são oito de cada lado. Funcionam como soldados nas batalhas, ou seja, se sacrificam para salvar as peças mais valiosas, atrair o inimigo para uma armadilha ou possibilitar um ataque de surpresa. Podem ser importantes para fazer pressão e até protagonizar situações de xeque-mate no rei adversário.
 
O peão não tem direito de recuar, só pode andar para a frente, sendo duas casas se for o primeiro lance, ou na diagonal, se for capturar uma peça adversária. Quando na quinta fileira, pode capturar en passant o peão adversário na coluna adjacente que avançar duas casas em seu primeiro movimento. E ao atingir a oitava linha, transforma-se em qualquer outra peça, excluindo o rei, movimento chamado de coroação ou promoção. Nesse caso, é trocado imediatamente por outra peça: cavalo, bispo, torre ou a poderosa rainha.
 
Depois da demissão de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura, um peão que jogava avançado, ontem foram mais dois os dispensados. Pela manhã, o secretário executivo da Casa Civil, Vicente Santini, que gastou R$ 700 mil do orçamento da FAB ao usar um jatinho para ir de Davos, na Suíça, a Nova Delhi, a capital da Índia, substituindo o ministro Onyx Lorenzoni, que está de férias. Quando soube do ocorrido, Bolsonaro demitiu-o sem falar com o titular da pasta, que já anda desprestigiado, mas não pode pedir para sair por esse motivo. Santini chega hoje pela manhã a Brasília, com Martha Seillier, secretária do PPI, e Bertha Gadelha, assessora internacional do PPI, no mesmo jatinho da FAB.
 
O outro demitido foi o presidente do INSS, Renato Vieira, pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. Leonardo Rolim é o substituto. Finalmente, caiu a ficha de que era melhor colocar alguém mais experiente para lidar com o problema das enormes filas no INSS, nas quais 2,6 milhões de pessoas aguardam o recebimento de aposentadorias e benefícios .
 
Burro operante
Bolsonaro começa a se dar conta de que existe uma burocracia competente no governo federal e que caberia a ela tocar a máquina do governo, não aos correligionários. A política de terra arrasada na montagem de sua equipe promoveu muita gente inexperiente a posições estratégicas, apenas por serem capazes de agradar o chefe com uma narrativa ideológica que soa como música aos seus ouvidos. O problema é que a gestão pública lida com problemas objetivos, não lida apenas com ideias fora do lugar. Num país com dimensões continentais, quando o administrador erra no conceito, vira o “burro operante”, isto é, quanto maior a audácia, combatividade, criatividade, disciplina, firmeza, atributos que enchem os olhos do presidente da República, maior o desastre.
 
A tese do “burro operante” faz parte do anedotário do executivo Antonio Maciel Neto, que reestruturou empresas como Cecrisa, Grupo Itamarati, Ford, Suzano Papel e Celulose e Caoa Hyundai, destacando-se por sua capacidade de montar e desenvolver equipes de alta performance, habilidade nas negociações e bons resultados no cumprimento de metas. Não faltam, nos segundo e terceiro escalões do governo, os candidatos a “burro operante”, não somente entre os bagrinhos. Peças mais nobres do tabuleiro — bispos, torres, cavalos —, estão tropeçando nas próprias pernas, ou se enroscando com a língua. No jargão militar, tropa de assalto não é treinada para ocupação.
 
Ontem, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, liberou a divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e os próximos passos do processo seletivo com base no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, que estavam suspensos por causa dos erros na correção das provas. Com a decisão de Noronha, o governo poderá divulgar o resultado do Sisu e definir novas datas para o ProUni. A disputa judicial começou depois que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, admitiram que houve “inconsistência” na correção dos gabaritos das provas aplicadas em 3 e 10 de novembro do ano passado.
 
Segundo o Inep, o erro ocorreu na gráfica onde foi impresso o caderno de questões do candidato, que é identificado com um código de barras do aluno. Depois, imprime-se o cartão de respostas (gabarito), que também tem um código. Outra máquina une esses dois documentos. O erro ocorreu na geração do código de barras. O resultado foi que candidatos que fizeram a prova de uma cor tiveram o gabarito corrigido como se fosse de outra cor. Com a associação de respostas erradas, houve candidato que perdeu até 454 pontos. Uma trapalhada tremenda.
 
Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense
 
 

Com apoio da esquerda, dos bancos, e da globo, Huck será o novo presidente, a não ser,... “moro” - Sérgio Alves de Oliveira



Estou plenamente consciente que qualquer ser “pensante” vai acabar rindo da “macabra” previsão  que abre esse artigo. Mas infelizmente nem todos os brasileiros se enquadram nessa categoria. Mas são os que decidem as eleições. Mas se considerarmos que no país das piadas muitas delas acabam sendo levadas  a sério, se tornam realidade, definindo  o futuro  político do seu povo, essa hipótese, ou essa “probabilidade”, da esquerda retomar o poder  no Brasil com “outra cara”, não pode ser descartada.

Com palhaços de todo tipo detendo  mandatos eletivos, e “contaminando” a política como um todo, ao lado dos corruptos e ladrões de toda a espécie, na verdade não causaria nenhuma surpresa se um “desses”  acabasse  sendo eleito para ocupar a cadeira presidencial. “Antes” já aconteceu.  Parece que tramitam em paralelo a possível candidatura de Luciano Huck, que  até foi fazer “média” lá em Davos, o “queridinho” da Globo, e a possível alternativa de uma candidatura “puro sangue” de esquerda, cujo preferido se fixa no ex-Presidente  Lula da Silva, mais conhecido pelo apelido  de “encantador de burros”.

Neste sentido, caso inviabilizada uma candidatura de Lula, sem dúvida essa vertente  político-ideológica optaria pelo apoiamento de uma  candidatura com a qual tivesse  afinidade de “princípios” e interesses ,com  boa chance de vencer.  A ex-Presidente Dilma Rousseff, do PT ,foi bem clara quando afirmou que “eles” fariam aliança “até com o diabo” para vencer qualquer candidatura conservadora. E parece que o “diabo” (Huck?)  está se colocando à “disposição”do PT. Por um lado, a Globo  se encontra numa situação realmente  “desesperadora”,principalmente  em vista do Presidente  Bolsonaro ter mandado fechar as torneiras, onde ela “bebia” dinheiro à vontade. Para ela, portanto, 2022 será “tudo ou nada”. E uma  eventual “frente” política da esquerda, com a Globo, os institutos de pesquisa, e os bancos (que nunca ganharam tanto dinheiro como na “era” do PT), praticamente se tornará imbatível nas próximas eleições presidenciais.

Ora, a Argentina – cujas escolhas  políticas têm se repetido no Brasil de bom tempo para cá - já sinalizou sobre uma provável vitória da esquerda nas próximas eleições presidenciais. Apesar dos seus esforços, parece  que o desgaste político do Presidente  Bolsonaro tem superado a probabilidade  da sua reeleição. O “boicote” feito pelo Senado , pela Câmara Federal, e pelo Supremo Tribunal Federal, ao seu governo, pode ser visto a “olho nu”. E Bolsonaro não tem reagido  com a força que seria necessária, embora prevista textualmente na Constituição (Art.142). Tudo leva a crer, portanto, que uma radical mudança de estratégia poderia reverter essa “tendência”  política, pró-PT, “et caterva”.

Na minha modesta visão, Bolsonaro não conseguiria repetir em 2022 a votação que teve em 2018,quando  ele era a “novidade”. Seu desgaste foi muito grande. Mas o Ministro  da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, poderia alimentar essa expectativa. Certamente  ele conseguiria mais votos que Bolsonaro. Provavelmente venceria, contra a pouca  chance do atual Presidente.  Mas deve ficar bem claro que estou “trabalhando” exclusivamente dentro do cenário político existente. Se fosse “por mim” eu não optaria  nem Bolsonaro, nem Moro. Mas “muito menos” por Lula ,Huck, e toda essa “camarilha”. Bolsonaro por lhe faltar coragem para enfrentar o “inimigo ” à altura do necessário. E Moro pela sua formação extremamente “legalista” de juiz de Direito,onde normalmente  a constituição e as leis estão acima  mesmo de “deus”.  
     
Parece que Moro também não consegue enxergar  claro que tudo aquilo que  ele combate tem a proteção de uma “legalidade” escrita pelos pilantras  que quase destruíram o Brasil desde 1985. E que toda essa “legalidade” não merece outro destino:  ser queimada numa grande fogueira.
[o articulista foi extremamente feliz na classificação que fez, no terceiro parágrafo,  do animador de auditório - só que o diabo sempre perde = ele, os comunistas e a esquerda;
A 'constituição cidadã' se tornou amparo para tudo de errado que se faz no Brasil - sempre é invocada para justificar as mais esdrúxulas decisões. Felizmente, há o sempre atual PREÂMBULO do Ato Institucional nº 1]

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Paulo Guedes ovacionado em Stanford - Merval Pereira

O Globo

Do espírito à realidade

O ministro da Economia Paulo Guedes começou bem seu périplo internacional para vender a imagem do governo brasileiro, com uma palestra magna num jantar no Instituto Hoover, da Universidade Stanford, organizado pela Mont Pelerin Society, grupo que reúne economistas e intelectuais liberais de diversas partes do mundo. De Palo Alto, na Califórnia, Guedes viajou para Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial desde segunda-feira. Como principal representante do governo brasileiro, tem como missão mostrar para os investidores internacionais um país pronto para crescer economicamente. O que se confirma com o aumento da previsão de crescimento do PIB brasileiro feito pelo FMI e pelo Fórum Econômico.

Do espírito de Mont Pelerin, na Suíça, onde aconteceu a primeira reunião do grupo em 1947, até a realidade de Davos, a Montanha Mágica do livro de Thomas Mann.
O encontro deste ano da Mont Pelerin Society teve como base o tema “Do Passado ao Futuro: Idéias e Ações para uma Sociedade Livre”. A Sociedade teve sua reunião inaugural em 1947, em Mont Pelerin, Suíça, fundada por historiadores, economistas e filósofos como Friederich Hayek, seu primeiro Presidente, Ludwig Von Mises, Frank Knight, George Stigler, Karl Popper e Milton Fiedman, da Escola de Chicago, alma mater de Paulo Guedes. Historicamente, seu quadro de membros vai desde Ludwig Erhard, ex-chanceler alemão, até pelo escritor peruano Prêmio Nobel de Literatura Mário Vargas Llosa, passando por muitos outros líderes das esferas governamental, acadêmica e jornalística, vários deles agraciados com o Nobel e o Pulitzer.

É um dos principais Think tanks dos valores do liberalismo econômico e social. No encontro deste ano, figuram nomes como o economista americano Arnold Harbenger, e os ex-secretários de Estado dos Estados Unidos George Schultz (que este ano completa um século de vida) e Condoleezza Rice. A palestra do Ministro da Economia Paulo Guedes ocorreu no 40º. Aniversário da chamada “Conferência Milton Friedman”, principal atividade das reuniões da Mont Pelerin.  Paulo Guedes foi apresentado à plateia de 400 pessoas por Niall Ferguson, hoje talvez o mais influente historiador e intelectual público em escala global. Assim como Eric Hobsbawn era um grande historiador de esquerda, Fergunson é seu antípoda da direita internacional. O professor Ferguson, além de tudo, é um ativista político, apóia Donald Trump nos Estados Unidos e Marine Le Pen na França, e defende o Brexit.
Recentemente meteu-se em uma disputa no campus da Universidade Stanford, onde leciona, quando o jornal interno Stanford Daily revelou que ele estimulava seus alunos a combaterem estudantes de esquerda.

Fergunson, ao apresentar Guedes, disse que desde o primeiro dia de governo Bolsonaro ele vem conseguindo aprovar os pontos de uma ambiciosa agenda de reformas no Brasil. O ministro Paulo Guedes fez uma avaliação da conjuntura global, com base também em suas interações com protagonistas como os presidentes dos Estados Unidos Donald Trump, da China Xi Jinping e Vladimir Putin da Rússia, mostrando as intersecções internacionais com os grandes desafios econômicos do Brasil.  Guedes não teve constrangimento em definir a presidência de Bolsonaro como baseada nos valores da família e do amor à Pátria, parte da alternância de poder, fato natural nas democracias, e defensor do livre mercado e do Estado de Direito, pressupostos de uma sociedade livre. Destacou as reformas estruturantes que o governo vem propondo, e o equilíbrio fiscal.

Enfatizou que os princípios abraçados pela Mont Pelerin são tão vitais no mundo contemporâneo quanto o eram no pós-II Guerra. Aplausos interromperam por várias vezes seu discurso, e ao final foi ovacionado de pé. Paulo Guedes estava em seu ambiente, e conseguiu inspirar todos presentes, que saíram daquela noite em Stanford com a convicção de que, no Brasil, pavimenta-se o caminho da prosperidade.   Provavelmente seu discurso em Davos terá a mesma receptividade que encontrou em Stanford, mas certamente terá que enfrentar perguntas difíceis, tanto dos jornalistas internacionais quanto dos próprios empresários presentes, sobre queimadas da Amazônia, ou a influência do nazismo no programa cultural do governo Bolsonaro. [talvez algum quinta coluna, disfarçado de empresário, vá se preocupar com as queimada sazonais da Amazônia ou com a opinião de um secretário de Cultura, expressa parcialmente em um discurso de alcance limitado, e apresente perguntas.
É até possível que aquela fedelha suíça, a pirralha, faça alguma pergunta.]

Merval Pereira, colunista - O Globo

 

Brasil na berlinda - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Com Bolsonaro remendando estragos, Doria, Huck e Moro se mostram ao mundo

Sem o presidente Jair Bolsonaro, mas com seus rivais João Doria e Luciano Huck, o Fórum Econômico Mundial deste ano, em Davos, pode jogar o Brasil na constrangedora situação de país digno de uns bons puxões de orelha por maltratar o meio ambiente, ameaçar a mídia, provocar líderes mundiais, enaltecer ditadores e, agora, ultrapassar todos os limites trazendo Hitler e o nazismo ao ambiente.[felizmente, estou sempre atento ao que é publicado na mídia e hoje aprendi que o Fórum de Davos é um SUPREMO TRIBUNAL UNIVERSAL que julga  os países que ousam sair do politicamente correto - deixando de seguir conceitos e regras estabelecidas pela agonizante esquerda.]



O puxão de orelhas deve começar com a Greta, a menina que virou personalidade internacional pela defesa da natureza, foi chamada de “pirralha” por Bolsonaro e devolveu com ironia. Uma adolescente dando lições em Davos a poderosos cheios de pretensão e ideias equivocadas, não raro perigosas. Delicioso. Ninguém diz, mas Bolsonaro teve dois bons motivos para não ir a Davos. Um é que certamente baixou uma baita insegurança depois do vexame na estreia no fórum em 2019. Se mal conseguiu falar coisa com coisa quando ainda era cercado de expectativas, imaginem agora, depois de tudo?



O segundo motivo é que Bolsonaro achou que Donald Trump não iria. Se Trump não vai, esse encontrinho de grandes líderes internacionais, megainvestidores, homens das finanças e do pensamento não serve pra nada. [tem grande prestígio, palco de grandes negociações, mas, não se destina a julgar países que lá estão como participantes e não como réus.
Basta se ver o rol dos participantes para se deduzir, sem erros, que os que pretendem julgar o Brasil e o presidente Bolsonara não encontrarão campo fértil. ] Mas a aposta foi errada: Trump anunciou que vai, mesmo acossado pelo processo de impeachment – ou até por causa dele. Assim, o governo brasileiro é representado pelo ministro Paulo Guedes, integrantes de sua equipe e os presidentes do BNDES e da Eletrobras, que têm o que oferecer e o que pedir a investidores. Só que eles querem falar em privatizações e concessões, mas muitos dos interlocutores preferem ouvir sobre algo mais abstrato, mas potente: democracia.



Assim, a presença de Doria e Huck tem uma simbologia especial. O governador leva na mala um portfólio de oportunidades e deve ter ensaiado bem o personagem moderno, de braços abertos para investimentos, que se coloca como alternativa a Bolsonaro. Alternativa também à direita e conservadora, mas menos beligerante e de mais bom senso. Nem pró-Pinochet e Goebbels nem terraplanista. Ou seja, “normal”. E Huck? Devagar, com uma viagem daqui, uma palestra dali, agora uma ida a Davos, ele vai construindo um nome, uma imagem, uma candidatura. No mínimo, vai perdendo o pânico de quem pulou de véspera da campanha de 2018, depois de aprender que o mundo de celebridades é muitíssimo diferente do mundo hostil, ácido, da política. [a presença do governador de São Paulo, pode resultar até em  captação de investimentos;
já o animador de auditório pode fazer um showzinho para ajudar a passar o tempo;
felizmente, os brasileiros começam a dissociar ser um animador de auditório de ser um bom administrador.
Bolsonaro não precisa se apresentar em todos os encontros e Moro já tem o seu lugar = próximo ministro do STF ou, o mais provável, candidato a vice-presidente da República em 2022 fazendo dobradinha com o presidente Bolsonaro.

A propósito a brilhante  recepção em Stanford ao ministro Paulo Guedes mostra que a ausência do presidente Bolsonaro, está sendo brilhantemente preenchida. Os presidentes dos Estados Unidos Donald Trump, da China Xi Jinping e Vladimir Putin da Rússia, certamente não serão alvos de perguntas inadequadas ao Fórum, que pelo ]



E que personagem Huck apresenta no teatro de Davos? O do cara que deu certo, quer dar sua contribuição para um Brasil melhor e está contra “tudo o que está aí”, principalmente a pobreza, a desigualdade, a exclusão de gerações, uma atrás da outra. Com Doria e Huck lá, um terceiro personagem vai metendo a cara cá, aprendendo a enfrentar curiosos, críticos ou inimigos ferozes e se preparando para o futuro. Pode não estar claro nem para ele mesmo, mas com o troféu de personagem mais popular do governo, mais do que o presidente, Sérgio Moro pode não estar em Davos hoje, mas está no jogo de 2022. Enquanto isso, Bolsonaro vai convivendo com as próprias fragilidades, tentando remendar o que ele mesmo esgarçou. Começa a testar a atriz Regina Duarte na Cultura, já esqueceu as denúncias contra o ministro Marcelo Álvaro Antonio, assiste de camarote à tragédia no Ministério da Educação e fecha olhos e ouvidos para as peripécias do seu homem da Comunicação. [o Ministério da Educação - que esperamos logo absorva a Secretaria de Cultura - tem sido vítima de uma sistemática campanha de sabotagem;
convenhamos que o cargo de ministro da Educação envolve a gestão, a coordenação de um Ministério, sendo corrigir provas tarefa a ser executada por especialistas no assunto.
Um lembrete:
-  ministro de Estado da Saúde sequer precisa ser médico;
-  ministro do STF não precisa ser bacharel em Direito.]


Autodeterminado exterminador das esquerdas, Bolsonaro é todo aplausos para Ernesto Araújo, Ricardo Salles e Damares Alves – como era com Roberto Goebbels Alvim – e já tem o culpado n.º 1 por todas as mazelas do governo: a mídia. Bolsonaristas tupiniquins estimulam, mas o mundo, e não só o mundo de Davos, está de olho. Huck, Doria e Moro, também. [enquanto os dois primeiros cuidam de Blsonaro e por tabela do próprio Moro, Bolsonaro e Moro cuidam de governar - ou tentar, já que o Governo do presidente Bolsonaro tem sido boicotado de todas as formas.
Graças a Deus, resta um consolo: só se chuta, quem incomoda.]

Eliane Cantanhêde,  jornalista - O Estado de S. Paulo