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quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Os 51 milhões de Guedes não roubados “versus” os 10 trilhões do pt, roubados- Sérgio Alves de Oliveira

Os 51 milhões de Guedes não roubados “versus” os 10 trilhões do pt, roubados

O enorme destaque dado pela grande mídia à aplicação financeira de Paulo Guedes,  ministro da Economia, numa “offshore”do paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas,no valor em dólares americanos correspondente à quantia de 51 milhões de reais, sem que haja qualquer indício, acusação, ou mesmo suspeita de origem ilícita, já que não é nada raro um banqueiro, como Guedes, como também qualquer jogador de futebol famoso, mesmo que “reserva” dos grandes times, possuir quantia desse porte, sem dúvida foi muito além do destaque dado por essa mesma grande mídia aos 10 trilhões de reais roubados do erário pela esquerda enquanto governou.

A eventual irregularidade para fins éticos ou tributários da aplicação dos 51 milhões de Guedes, num paraíso fiscal, significa mais ou menos um valor que corresponde a duas milhões (2.000.000) de vezes MENOS do que a quantia roubada do erário pela esquerda de 2003 a 2016. Mas as páginas dos jornais e o tempo de rádio e televisão dedicados à pretensa irregularidade de Guedes tem sido imensamente superior à cobertura que (não) deram aos 10 trilhões roubados pelo PT, enquanto governo.

A “Lenda dos Nove Desconhecidos” remontaria à época do Imperador Ashoka (304 a.C - 232 a.C),das Antigas Índias. Seriam eles nove sábios, cada qual deles dominando determinada ciência, que eram mantidas secretas pelo fato dos povos não estarem ainda preparadas pera dominá-las. O primeiro desses livros, considerado o mais importante de todos, tratava da “´propaganda” e da “guerra psicológica”,porque os sábios tinham plena consciência que aquele que dominasse essas ciências também poderia dominar o mundo.

Mas as versões dadas pela imprensa aos fatos podem configurar ,e de fato muitas vezes configuram,“propaganda”,ou “guerra psicológica”. Foi o que fizeram com os 51 milhões aplicados no paraíso fiscal por Guedes, conseguindo com isso abafar, inverter e corromper valores, fazendo cair no esquecimento os desvios de 10 trilhões durante os governos do PT. Transformaram os “10 trilhões” do PT,roubados, em “merreca”, e os “51 milhões” de Guedes,não roubados,quase batendo no PIB.

Os “camaradas”, íntimos e sócios da grande mídia,que roubaram “trilhões” do erário, usaram e abusaram da famosa frase de Lenin:”Acuse os adversários do que você faz,chame-os do que você é”. Tentaram sepultar os 10 trilhões que roubaram, substituindo-os pelo investimento de 51 milhões que Guedes fez no paraíso fiscal.

É por essa razão que os sábios da “Lenda dos Nove desconhecidos”,do tempo do Imperador Ashoka, que diziam que o mundo poderia ser dominado pela propaganda e pela guerra psicológica, estavam absolutamente certos. O que o PT roubou (10 trilhões) enquanto governou praticamente desapareceu, por força da grande mídia, frente aos 51 milhões aplicados por Guedes nas Ilhas Virgens Britânicas.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo 

 

terça-feira, 17 de março de 2020

O destino da fortuna de Maluf - Exame

Descobertas há 20 anos, empresas do ex-prefeito no exterior vão à falência e ações da Eucatex devem ir a leilão

Ações da Eucatex, dos Maluf, vão a leilão para pagar cofres públicos de SP

Uma ação de cobrança internacional da Prefeitura de São Paulo para recuperar cerca de US$ 230 milhões atribuídos a Paulo Maluf

Condenado por lavagem de dinheiro e preso em regime domiciliar, o ex-prefeito de São Paulo, ex-governador e ex-deputado federal Paulo Maluf viu, ao longo dos últimos 20 anos, promotores do Brasil, Europa e Estados Unidos rastrearem recursos que saíram de obras públicas, percorrerem paraísos fiscais e irem parar em ações da empresa de sua família, a Eucatex, empresa de papel e celulose fundada em 1951. Agora, no processo para devolução dessa verba para os cofres públicos, seus herdeiros podem ficar sem a firma.

Uma ação de cobrança internacional da Prefeitura de São Paulo para recuperar cerca de US$ 230 milhões atribuídos a Paulo Maluf resultará no leilão de quase metade das ações da Eucatex, a empresa de pisos e laminados da família do ex-prefeito. O dinheiro, segundo o Ministério Público de São Paulo e a Procuradoria Geral do Município, é fruto do superfaturamento de obras entre 1993 e 1996.

Se tiver sucesso, a ação resolverá um entrave ao processo iniciado há mais de 20 anos para recuperar o dinheiro: o fato de que a maior parte dos recursos identificados como fruto de crimes se convertera em ações e não estava disponível para saques ou transferências. Embora muito do que foi desviado ainda esteja bloqueado, a Prefeitura de São Paulo já recebeu de volta parte da verba. Até ano passado, cerca de US$ 35 milhões atribuídos a Maluf e descobertos nas contas de duas empresas suas voltaram à cidade. Em fevereiro, outros US 8,4 milhões, relacionados a uma terceira firma, também foram repatriados. Além disso, quatro bancos que participaram das movimentações dos recursos fizeram acordos com São Paulo para evitar indiciamentos – e concordaram com o pagamento de multas que somaram outros US$ 55 milhões, também devolvidos à cidade entre 2014 e 2017.

Maluf por anos negou que tivesse contas no exterior. Viraram bordões as frases em que ele dizia que, caso alguém achasse contas dele no exterior, poderia ficar com o dinheiro. O ex-prefeito foi condenado, em 2017, por lavagem de dinheiro. Ano passado, foi para prisão domiciliar por apresentar problemas de saúde. Sua defesa não quis comentar o leilão. A Eucatex também foi procurada, e não se manifestou sobre a liquidação de parte das ações.

Cobrança

O leilão das ações da empresa de Maluf tem origem em ação de falência nas Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe. Entre setembro e dezembro do ano passado, a Prefeitura de São Paulo obteve da Justiça do país estrangeiro o direito de se inscrever na lista de credores das empresas Kildare e Durant, registradas nas Ilhas Virgens. Essas companhias, segundo o Ministério Público, foram usadas por Maluf e seus familiares para ocultar recursos que teriam sido desviados de obras, como a construção da Avenida das Águas Espraiadas (atual Jornalista Roberto Marinho) e do Túnel Ayrton Senna.

(........)

“MP e Prefeitura estão atuando em diversas frentes para recuperar pelo menos US$ 344 milhões”, diz o promotor Silvio Marques.

Na Revista Exame, MATÉRIA COMPLETA




domingo, 22 de julho de 2018

Prenda-me se for capaz: 17 investigados na Lava-Jato estão foragidos


Empresários e doleiros sumiram de cena e provocaram até crise diplomática


Um pequeno grupo de empresários e doleiros lançou um desafio à força-tarefa da Operação Calicute (versão da Lava-Jato no Rio): prenda-me se for capaz. São 17 investigados que desapareceram de cena, passando à condição de foragidos desde que o juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, assinou os seus pedidos de prisão.  Da relação, só há certeza sobre o paradeiro de três deles: Arthur Soares, o Rei Arthur, empresário que o governo americano reconheceu estar em seu território, e Felipe Paiva e José Carlos Lavouras, ambos refugiados em Portugal por terem cidadania lusitana. Paiva e Lavouras, inclusive, são pivôs de uma crise entre as autoridades brasileiras e portuguesas porque, até o momento, o país europeu não tomou providências contra eles com base nas provas remetidas pela força-tarefa.

No esforço de levar o grupo para trás das grades, a Lava-Jato incluiu os 17 nomes na difusão vermelha da Interpol (alerta internacional para fins de extradição) e busca acordos de cooperação internacional. Os casos mais frustrantes são justamente os que envolvem foragidos com paradeiro conhecido, mas que seguem a vida sem incômodos. Os procuradores da República no Rio cobram dos colegas portugueses o cumprimento da Convenção de Palermo (IT) sobre o crime organizado transnacional, que estabelece como dever dos estados colaborar amplamente, em especial sobre extradições, ou, não sendo possível, a deflagração da investigação no país onde a pessoa está refugiada.

Com cidadania portuguesa, José Carlos Lavouras estava no país europeu quando a operação aconteceu. Foi preso pela Interpol, mas solto pela Justiça local sob o compromisso de se apresentar diariamente. Lavouras, empresário do setor de transportes, e Paiva, dono de um badalado restaurante carioca, dividem com Rei Arthur, o empreiteiro que fez fortuna no governo Cabral, e o doleiro Dario Messer, apontado como o “doleiro dos doleiros”, a condição de nomes mais expressivos da lista de foragidos. Outro personagem que chama a atenção é o doleiro Chaaya Moghrabi, o Monza, ex-funcionário do Banco Safra delatado pelo doleiro-colaborador Cláudio Barbosa, o Tony, que, em parceria com Vinícius Claret, o Juca Bala, lavava do Uruguai o dinheiro de Cabral.

O APELIDO MONZA
A investigação, sustentada por provas fornecidas pelo colaborador, já demonstrou que Moghrabi é o campeão da movimentação de dólares no sistema de contabilidade paralelo gerenciado por Juca e Tony. Pelos dados apreendidos pelo Ministério Público Federal (MPF), estão atribuídos a seu nome cerca de US$ 240 milhões. No sistema, Moghrabi é apelidado pelos doleiros de Monza porque, em 1997, envolveu-se numa operação suspeita de compra de um carro desse modelo do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

No caso de Arthur Soares, dono da Facility e amigo de Cabral, as autoridades dos Estados Unidos já admitiram a presença do empresário em território americano. Porém, não houve avanço em acordo de cooperação. Na força-tarefa brasileira, também não há certeza sobre quem, em Portugal, estaria cuidando do paradeiro de Lavouras e Paiva. Até agora, o país europeu não informou se designou uma equipe responsável pela atuação, não bloqueou ativos ou abriu investigação. O GLOBO entrou em contato com o Ministério Público português, que não quis se manifestar sobre o assunto.  A localização dos demais foragidos, a maioria doleiros, está a cargo da Polícia Federal (PF). A demora em agir aumenta a tensão entre os procuradores da República, delegados e agentes.

Foragido desde 6 de setembro de 2017, alvo da Operação Unfair Play, Rei Arthur é suspeito de integrar o esquema criminoso de Cabral e teria ajudado o ex-governador a corromper autoridades internacionais na escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Arthur Soares ganhou notoriedade durante os dois mandatos do ex-governador (2007-2014) à frente do grupo Facility, posteriormente rebatizado de Prol, formado por empresas que fecharam R$ 3 bilhões em contratos para fornecer serviços de limpeza, segurança, alimentação e na área da saúde.

Arthur Soares tem contra ele e sua sócia, Eliane Pereira Cavalcante, mandados de prisão preventiva. Os dois são acusados de lavar parte do dinheiro do esquema a partir de uma sofisticada operação envolvendo offshores nas Ilhas Virgens Britânicas e contas nos Estados Unidos e Antígua e Barbuda. Já Dario Messer, foragido desde abril, é o principal alvo da Operação Câmbio, Desligo — que mandou prender 44 doleiros e empresários acusados de participar de uma rede que movimentou ilegalmente US$ 1,6 bilhão por meio de 3 mil offshores sediadas em 52 países. A suspeita é que ele esteja no Paraguai, onde tem cidadania. O presidente paraguaio, Horacio Cartes, é amigo de Messer e já o chamou de “irmão de alma”. O nome do doleiro foi incluído na lista da Interpol. José Carlos Lavouras, ex-conselheiro da Fetranspor e considerado o foragido mais longevo da força-tarefa desde a deflagração da Operação Ponto Final, em julho de 2017, chegou a ser preso em Portugal, mas logo em seguida foi beneficiado por ser cidadão português.

Em acordo de delação premiada, o doleiro Álvaro José Novis contou que, em 1990 ou 1991, foi procurado por Lavouras para ajudar no recolhimento dos valores. Ele seria o responsável por organizar a arrecadação dos recursos, pagos pelos empresários ligados à Fetranspor. Um dos alvos da operação Pai Nosso, deflagrada em março deste ano, Carlos Felipe Paiva, dono do Esch Café, é apontado pelos investigadores como coordenador dos pagamentos de propina em troca de contratos para o fornecimento de alimentação aos presídios do estado.

UMA LONGA LISTA:
Outros 14 foragidos da Lava-Jato no Rio: Carlos Felipe da Costa Almeida de Paiva, dono da rede de cafés Esch; Bruno Farina, doleiro que está foragido no Paraguai e mora no mesmo condomínio de Dario Messer; Claudine Spiero, que já foi condenada por operação ilegal de moeda; doleiro René Maurício Loeb, que deixou o Brasil em abril em um cruzeiro rumo à Alemanha; além dos doleiros Ernesto Matalon, Patricia Matalon,Bella Kayreh Skinazi, Chaaya Moghrabi (Monza), Diego Renzo Candolo (Zorro), Wu Yu Cheng (Molleja), Richard Oterloo (Xou), Carlos Alberto Braga de Castro (Algodão), Alberto Cesar Lisnovetzky (Telê) e Wander Bergman Vianna.


sábado, 25 de julho de 2015

Pegaram o Romário - autointitulado honesto, foi flagrado com conta milionária na Suíça

Romário tem conta milionária na Suíça - e não a declarou ao Fisco

[Romário nunca enganou aos que tem um mínimo de inteligência - sua honestidade é tão falsa quanto nota de R$ 3.
Agora foi flagrado e diz que não sabia se tinha encerrado as contas.
Romário é tão boçal, tão estulto, tão sem noção que não conseguiu sequer ser original da desculpa, a esfarrapada desculpa de outro 'honesto' - o estrupício Lula da Silva.
Quanto ao seu sucesso na carreira política não podemos olvidar que estamos no Brasil, país que elege e reelege um Lula e uma Dilma.]
Quem o vê na tribuna do Senado, fustigando os cartolas do futebol com acusações de irregularidades e à frente de uma CPI sobre falcatruas na Confederação Brasileira de Futebol, se impressiona: Romário de Souza Faria, 49 anos, ídolo da seleção, firma-se cada vez mais na política com um vigoroso discurso em defesa da ética e da lisura. A postura, apimentada por seus comentários afiados, é tão bem-sucedida entre os eleitores que o levou a ganhar com folga a disputa pelo Senado no Rio de Janeiro, na eleição do ano passado, e o coloca agora no topo das pesquisas sobre os mais cotados para a prefeitura do Rio em 2016. 
Romário no Senado: da tribuna, o ex-craque dispara lições de ética e denuncia falcatruas. Conta não declarada à Receita pode tisnar esse discurso(Pedro Ladeira/Folhapress)

Tamanha popularidade acaba por deixar na sombra uma flagrante incongruência entre o Romário senador e o Romário cidadão: na vida pessoal, o ex-jogador é notório por suas pendências financeiras. Uma delas está nas mãos do Ministério Público Federal: um extrato de uma conta bancária em nome de Romário no banco suíço BSI, com sede em Lugano, no valor de 2,1 milhões de francos suíços, o equivalente a 7,5 milhões de reais. A pequena fortuna não aparece na declaração oficial de bens encaminhada por Romário à Justiça Eleitoral em 2014. Romário disse a VEJA que nunca ouviu falar da conta: "Até agradeço por me informarem. Se for dinheiro meu, vou buscar".

No extrato consta um crédito de rendimentos em aplicações no período de um ano a partir de 31 de dezembro de 2013, o que fez elevar o saldo aos mais de 7 milhões de reais atuais. A data do documento é 30 de junho de 2015. Ter dinheiro no exterior não é proibido. No caso de Romário, isso não necessariamente levanta suspeitas sobre sua origem, pois ele jogou em grandes clubes europeus, recebendo em moeda forte. "Abri contas na Holanda e na Espanha e, para ser sincero, não sei se fechei. Mas nunca mais movimentei", diz Romário. Brasileiros com conta em bancos estrangeiros e saldo acima do equivalente a 100 000 dólares devem informar à Receita Federal, que cobrará o imposto devido. Em 1997, quando jogava no Valencia, da Espanha, Romário foi autuado pelo Fisco por ter aberto empresas nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal, e para lá transferido aplicações e propriedades. O objetivo era escapar dos impostos. Só o valor que consta no extrato do BSI em nome de Romário supera em quase seis vezes o patrimônio total declarado por ele à Receita Federal, como é exigido de candidatos a cargos eletivos. Romário informou à Receita que seu patrimônio total era de 1,3 milhão de reais, entre imóveis, terrenos, cotas de empresas e aplicações financeiras.

A conta não declarada na Suíça passa a ocupar o topo da lista de enroscos financeiros de Romário em tempos recentes. Quando se examina o comportamento dele nessa área, não naquela em que reinou, fica evidente que o Baixinho é mau pagador. A lista de faturas em aberto no Rio de Janeiro vai de condomínios a pensão de filhos, passando pelo Fisco e pelo INSS. Só em impostos federais, Romário acumula pendências em torno de 2 milhões de reais. O senador já foi citado em 28 processos por dívidas e chegou a ser condenado em várias instâncias por sonegação fiscal. Parte dos processos subiu ao Supremo Tribunal Federal. O craque estava a um passo de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e só escapou por ter, finalmente, desembolsado 1,4 milhão de reais, renegociando o restante.

Um apartamento de Romário, avaliado em 4 milhões de reais, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste carioca, quase foi a leilão há poucos meses por falta de pagamento de 600 000 reais em taxas de condomínio. Na última hora houve acordo, e a dívida está sendo renegociada. Se Romário o perdesse, seria reincidência: em 2009, ele foi obrigado a entregar uma cobertura de 8 milhões de reais no luxuoso condomínio Golden Green, também na Barra. O imóvel foi leiloado por falta de pagamento de taxas. Quando o empresário Edson Bueno, então dono da Amil e comprador do imóvel, pegou as chaves, ficou impressionado com o estado de depredação. Romário diz que arrancou um aparelho de ar condicionado. Outras duas propriedades dele foram tomadas pela Justiça para quitar dívidas.

Romário não leva uma vida modesta. Ele circula pelo Rio de Janeiro em uma Ferrari vermelha, que, por via das dúvidas, registrou no nome de uma ex-­mulher. Seus bens são condizentes com os ganhos de quem já foi o jogador mais bem pago do Brasil - no Flamengo, recebia 320 000 reais por mês, em valores atuais. Da experiência, aprendeu que ganhar dinheiro é bom; gastar, nem tanto. Vitorioso na política - na qual entrou como deputado federal e, na eleição seguinte, já se transferiu para o Senado com votação recorde -, em 2013 amea­çou deixar seu partido, o PSB, e viu-se alvo de intensa disputa por seu passe. Quatro caciques de diferentes siglas envolvidos nas negociações disseram a VEJA que Romário é pragmático e a medida do seu interesse passava sempre por alguma recompensa. Acabou ficando no PSB. Expoentes de seu círculo contam que a recompensa nesse caso seria o pagamento do aluguel da mansão de 10 milhões de reais onde ele mora em Brasília. Tanto o partido como o senador negam o arranjo. Saldar o que deve, tudo indica, ele pode. Calcula-se que Romário tenha rendimentos anuais de 5 milhões de reais, entre campanhas publicitárias e pagamentos atrasados. Só do Flamengo, ele ainda recebe 159 000 reais por mês. O salário de senador é de 33 700 reais. Quando se esclarecerem as circunstâncias de sua conta no BSI, o Baixinho vai ter mais alguns milhões de razões para driblar seus credores.

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