Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Ficará para a história que a revogação da Lei de Segurança
Nacional foi sancionada por Jair Bolsonaro, o presidente admirador dos governos
comandados por generais (1964-1985), e cujos seguidores até outro dia saíam às
ruas pedindo a volta do Ato Institucional número 5. Desde a redemocratização, passaram pelo Planalto Sarney,
Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer. Mas quem revogou a LSN foi Bolsonaro.
Assim é a vida. Nenhum dos antecessores teve a vontade, a coragem ou as
condições políticas para fazer. Bolsonaro fez.
É provável ter influído na decisão do presidente os
correligionários e admiradores dele andarem acossados pela Justiça com
base no
texto agora revogado. Vale aqui Ortega y Gasset: cada um é ele mesmo e
suas
circunstâncias. Mas o que fica é o que se faz.
Quanto as circunstâncias
influíram? Os historiadores debaterão até o fim dos tempos.
Cada um ser ele mesmo e suas circunstâncias ajuda a explicar
também por que boa parte das vítimas da censura no período militar carreguem
agora a bandeira do “combate às fake news”. Ou seja, criminalizar a mentira.Outro acerto de Bolsonaro: vetar na legislação que substitui a LSN dispositivos
que poderiam abrir (mais) espaço para a censura.
Segundo o “dicionário nacional do oportunismo político”
(atenção: isso foi uma ironia),“fake news” é a mentira que nosso adversário
político conta, enquanto “liberdade de expressão” é o nosso direito inalienável
de mentir, neste caso para a sociedade evitar o risco de ser tragada por
ditaduras brutais.
Entre o propósito alardeado de viver num país fundado em
concepções liberais e a intenção de proteger a sociedade da desinformação mora
um problema insolúvel: criar uma regra justa sobre quem vai deter o poder
de estabelecer o que é verdade e o que é mentira. Um exemplo singelo: se a Teoria da Evolução for definida
como a verdade oficial, a que tipo de punição estarão sujeitos religiosos e
religiões que defendem o universo ter sido criado por Deus em seis dias (consta
que Ele descansou no sétimo)? [NENHUMA PUNIÇÃO - a teoria da evolução teve um ponto inicial e quem criou tal ponto?]
Contra esse exemplo, poder-se-á argumentar que a legislação
afinal vetada pretendia punir não exatamente quem mentisse na eleição, mas quem
divulgasse maciçamente informação sabidamente falsa.
Aí piora. Segundo a Constituição brasileira, que ainda está
formalmente em vigor, só é considerado culpado quem tem sentença transitada em
julgado. Detalhe facilmente verificável em cada caso, bastando consultar os
anais da Justiça. Inclusive pela Internet.
Ora, mas se é assim, chamar o candidato Fulano de “corrupto”
sem ele ter condenação por corrupção transitada em julgado é fake news com
registro em cartório e firma reconhecida. O mesmo se dará quando alguém,
inadvertidamente, acusar o candidato Beltrano de “genocida” sem ele ter sido
condenado definitivamente por genocídio.
Exemplos abundam.
Deveríamos ter punido quem garantiu que a
revogação da CPMF baratearia os produtos e serviços?
Ou punir quem assegura que a
cada “reforma trabalhista” milhões de empregos serão criados por causa da
redução do custo de contratar?
Para proteger o próprio filho, Bolsonaro semeou intervenções nos órgãos de combate à corrupção e ameaçou atropelar o ministro Sergio Moro. Agora, está colhendo tempestade: servidores públicos vão às ruas em protesto contra a ingerência presidencial e até o PSL cogita contrariar as recomendações do Planalto
[se deixar ao gosto de parte da imprensa, de alguns órgãos públicos e dos adversários do presidente da República, até o 'serviço de copa' do Palácio da Alvorada terá autonomia.
O ruim de muitos com muita autonomia é que bagunça, não se sabe mais quem manda em quem e se torna necessário um choque de ordem cassando o excesso de autonomia. Uma regra de ouro é quem pode o mais, pode o menos; se o Presidente da República pode demitir um ministro de Estado, resta óbvio que ele pode demitir qualquer uma autoridade abaixo do ministro.
O presidente da República chefia o Poder Executivo e tem que ter controle sobre todos os órgãos daquele Poder. Tanto que a CF 88 ao dar autonomia ao Ministério Público, sem o tornar o quarto poder, teve o cuidado de não deixá-lo subordinado a nenhum poder.
A propósito do MP: O juiz federal do Paraná, Nivaldo Brunoni, acaba de suspender o processo administrativo no CNMP contra Deltan Dallagnol, por críticas feitas pelo procurador ministros do STF.]
No brilhante ensaio filosófico “A Rebelião das Massas”, Ortega y Gasset não distingue elite e massas pelo sentido socioeconômico. Pelo contrário, como na doutrina hindu das castas e dharmas, atesta que há homens da elite entre os proletários e homens-massa na chamada classe dominante. Pois os nossos homens-massa estão embebidos em fúria. O autoritarismo de Jair Bolsonaro, ao perseguir e substituir funcionários públicos que de uma forma ou de outra investigaram malfeitos de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, deu vazão a uma verdadeira rebelião nos órgãos de combate ao crime organizado e lavagem de dinheiro.
A ação do presidente foi interpretada como um claro boicote à Lava Jato. Por isso, protestos contra a interferência do presidente na direção dessas instituições deixaram os ambientes herméticos dos gabinetes e ganharam as ruas nesta quarta-feira 21, sob um lema sintomático: “Dia Nacional de Luto”. Centenas de servidores dos órgãos atingidos pela sanha persecutória do presidente manifestaram-se contra o governo, promovendo atos em todo o País e até defronte o Ministério da Economia. Alguns funcionários com cargos de chefia ameaçam deixar as funções. Já há rumores, inclusive, que esses órgãos, sobretudo Receita Federal e Polícia Federal, podem paralisar serviços essenciais, como emissão de CPFs e de passaportes, em retaliação às represálias do Planalto. O presidente mexeu em uma caixa de marimbondos e pode sobrar ferroadas até para o ministro da Justiça, Sergio Moro, que indicou a maior parte dos atingidos pelo garrote de Bolsonaro. Para aliados de Moro, está cada vez mais claro que a “carta branca” dada pelo presidente ao ministro não era tão branca assim. No final da semana, o caldo que já estava fervendo, entornou de vez.
Ao reafirmar seu espírito de manda-chuva, Bolsonaro foi explícito. Em tom por vezes irônico, disse que trocaria os servidores que bem entendesse e de novo lançou mão do seu espantalho predileto, o PT, ao dizer que assumiu “um estado todo aparelhado”. “Eu sou presidente para interferir mesmo. Se for para ser um poste, um banana, estou fora”, resumiu o soberano presidente. “Se eu trocar (o diretor-geral da PF) hoje qual o problema? está na lei que eu que indico e não o Sergio Moro. e ponto final” Bolsonaro, presidente da República
(...)
Na verdade, ao transpor escalas hierárquicas e intervir com mão pesada em movimentações de cargos de direção na PF, na Receita e no Coaf, Bolsonaro deixa claro o propósito de punir servidores cuja ação, por dever de ofício, causou constrangimentos a familiares seus. Em especial, o filho Flávio. Ao reagirem com contundência, as corporações não apenas defendem o futuro da Lava Jato. Elas acertadamente resolvem não dobrar a espinha aos arroubos do mandatário do País, o que nos faria retroceder a tempos em que as organizações políticas eram fundadas em regras rudimentares.
A mão pesada do presidente em corporações que compõem hoje a quintessência do combate à corrupção vai na direção oposta àquela que fundamentou sua campanha presidencial. Se continuar a agir assim, corre o risco de colher tempestade – ou seja, o abandono do eleitorado que um dia acreditou no seu comprometimento contra os malfeitos. O próprio PSL já cogita começar a contrariar as recomendações do Palácio do Planalto. Principalmente, se o projeto de abuso de autoridade, que hoje já impacta em mais de 130 investigações, não for vetado em sua integralidade. Teimoso como os fatos que costumam desmenti-lo, Bolsonaro parece gostar de brincar perto do precipício. A perseguir o abismo, estará certo Ortega y Gasset, quando, no prefácio de “Rebelião das Massas”, disse que ser de esquerda é como ser de direita. Ambas são formas de hemiplegia moral.
Sergio Moro volta ao centro dos holofotes no momento em que é alvo de setores do Judiciário e do próprio governo. Em entrevista à ISTOÉ, ele mantém a serenidade que o consagrou, diz que não atua com viés partidário e garante foco no trabalho à frente do Ministério da Justiça
SOB ATAQUE Sergio Moro diz que, nas mensagens interceptadas ilegalmente, ninguém fala em fraudar provas ou incriminar inocentes: “queriam anular a Lava Jato” (Crédito: Wenderson Araujo)
Sergio Moro comemorou 47 anos no último dia 1, mas nem tudo são flores e festas na vida do ministro da Justiça e Segurança Pública. Hoje, como quando esteve à frente da Operação Lava Jato, ele está novamente no centro dos holofotes. É o homem da vez. Só que diferentemente do período em que tomou posse como o principal ministro de Jair Bolsonaro, Moro experimenta um dos momentos mais delicados da carreira. É alvo preferencial de grupos do Poder Judiciário — leia-se STF —, por ter contrariado poderosos e inconfessáveis interesses, e vítima de fogo-amigo até mesmo dentro do Palácio do Planalto, por razões que nem a nossa vã filosofia pode imaginar. No final da semana, a República parecia girar em torno dele.
Foi criticado por cometer deslizes semânticos, ao declarar que os homens recorriam à violência contra as mulheres por se sentirem intimidados por elas, virou manchete de todos os sites ao encaminhar um documento ao ministro Luiz Fux em que repetia o que disse em entrevista exclusiva à ISTOÉ, ou seja, que jamais houve qualquer determinação para destruição do material colhido com os hackers presos pela PF, e chegou a ser admoestado pelo próprio presidente da República, ao discorrer sobre o projeto anticrime em tramitação no Congresso. “O Moro está vindo de um meio onde ele decidia com uma caneta na mão. Vem da Justiça, mas não tem poder, não julga mais ninguém. Entendo a angústia de querer que o projeto vá à frente, mas temos que fazer o Brasil andar”, disse. O homem é ele e suas circunstâncias, já dizia o filósofo espanhol Ortega y Gasset. Por mais que ele tente manter a fleuma habitual, são as circunstâncias que fazem de Sergio Moro o personagem da semana. Para o bem e para o mal.
A contínua divulgação de mensagens trocadas entre Moro e os procuradores de Curitiba, obtidas ilegalmente a partir da violação de celulares, por mais que não tenham revelado nenhuma ilicitude até agora na atuação do ministro enquanto juiz da Lava Jato, causa-lhe ranhuras indiscutíveis. Nos corredores do Congresso, onde brotam toda espécie de artimanhas políticas, já se fala abertamente que Moro está cada vez mais distante da vaga de ministro do STF, o que lhe restaria engatar uma carreira político-partidária, aproveitando que sua imagem junto à sociedade permanece inabalável. As pesquisas de opinião pública mostram, inclusive, que a avaliação pessoal do ministro até melhorou depois que o site The Intercept, do jornalista americano Glenn Greenwald, deflagrou o vazamento dos diálogos.
Para Moro, a invasão de privacidade foi criminosa e a divulgação extremamente sensacionalista. Nem por isso ele defende punições ao jornalista. Na entrevista à ISTOÉ, ele assegura que Greenwald não será deportado. Muito menos planeja se aproveitar do episódio para entabular uma carreira política. Apesar de cultivar boa reputação perante à sociedade, Moro não se deixa seduzir pelo canto da sereia. Por ora, recusa a possibilidade de vir a ser candidato a presidente da República ou mesmo a participar do processo de reeleição de Bolsonaro, sendo seu vice, como se comenta nos bastidores. “Minha missão está no Ministério da Justiça, onde devo dar sequência no combate à corrupção e na intensificação de medidas contra o crime organizado”, resumiu.
A certeza de que não cometeu nenhuma infração ética mantém o ministro com foco no trabalho que elegeu como prioritário. Ele comemora o fato de que, no seu entender, a impunidade já não prevalece mais no País e que o trabalho à frente da pasta da Justiça, mesmo incipiente, já contribuiu de forma decisiva para a redução em 20% no índice de assassinatos. Mesmo sob fogo cruzado, o ex-juiz não perde a serenidade que o consagrou. O ministro garante que se seus detratores tivessem constatado alguma irregularidade contra ele, como a condenação de algum inocente ou a inclusão de uma única prova ilegal contra as centenas de pessoas que ele mandou para trás das grades, certamente deixaria o cargo. “Se fosse apresentado algo que eu tenha feito de ilegal, ilícito ou imoral, eu deixaria o cargo, mas o que eu vi foi um monte de bobagens”.
Sergio Moro está convencido de que o objetivo do vazamento de suas mensagens pessoais é soltar Lula, impactar a Lava Jato e anular condenações.O Brasil, de fato, parece reeditar fatos ocorridos naItália durante os anos 90, quando a Mãos Limpas teve sua confiança corroída, depois de as principais figuras da operação sofrerem acusações de abuso de poder. “Uma vez, um juiz julgou quem havia escrito a lei. Primeiro mudaram o juiz. Logo em seguida, a lei”. O verso foi escrito em 1973 pelo cantor italiano Fabrizio De André. O ministro da Justiça quer evitar que a história se repita como farsa.
Entrevista Sergio Moro – ministro da Justiça Há dois meses, o site “The Intercept” e outros veículos vêm divulgando trocas de mensagens que envolvem diálogos do senhor com os procuradores da Lava Jato. Qual é a sua convicção sobre o caso?
Existe uma investigação da Polícia Federal referente ao hackeamento criminoso. Há pessoas presas por isso. Viu-se uma grave violação de privacidade, não só minha, mas de diversas outras autoridades. O que eu tenho dito desde o começo da divulgação é que não há como reconhecer a autenticidade das mensagens, porque eu não as tenho mais. Usei esse aplicativo, o Telegram, até 2017, e é publicamente conhecido que depois de certo tempo de desuso elas são eliminadas. Agora, o que eu vi das mensagens divulgadas, tirando todo o sensacionalismo realizado, é que não há nenhuma ilegalidade ou postura antiética de minha parte. As mensagens podem ser usadas como prova em algum processo legal? Isso vai ser decidido pela Justiça. Em princípio, o que é obtido por meio de furto eletrônico, produto de crime, não pode ser utilizado, mas vai caber à Justiça dar essa resposta.
Se os criminosos hackearam não só o senhor, mas os ex-presidentes Lula e Dilma, ministros e o atual presidente da República, por que se concentraram em divulgar apenas as suas mensagens?
As investigações vão revelar o que estava por trás disso. Houve um movimento na divulgação com o sentido de atacar a Lava Jato e o esforço anticorrupção que fizemos nos últimos anos. Talvez o objetivo seja anular condenações, impedir novas investigações. Se verificarmos o grande sensacionalismo na divulgação dessas mensagens, muitas vezes com distorções no conteúdo, de contexto e que nem se pode dizer que sejam autênticas, é de supor que o objetivo principal era impactar a Lava Jato.
Eles foram bem-sucedidos? Claro que traz uma celeuma desnecessária sobre a Lava Jato. Mas se formos analisar de maneira objetiva o que foi feito, os diversos processos, os casos de corrupção identificados, as responsabilizações, veremos que foi algo inédito na história do País. Nós tínhamos uma tradição de impunidade no que se refere à grande corrupção e essa tradição foi alterada. Isso, em parte, graças ao mérito da Lava Jato. E esse mérito não foi impactado. Até porque, mesmo abstraindo a falta de demonstração de autenticidade dessas mensagens, ninguém fala em fraudar provas, em incriminar um inocente. O que existe ali são mensagens inócuas.
Qual é a intenção, no seu entender?
Está claro que um dos objetivos é anular condenações, entre elas a de Lula.
Entrevista Moro - Parte 1
(...)
Um deles disse que o Walter Delgatti iria vender o material para o PT. Há pistas que levem a isso?
Vamos ter que esperar o resultado das investigações. Embora muita gente não acredite, o meu papel nesse caso é o de dar estrutura para a PF trabalhar, autonomia aos investigadores. Não acompanho pari passu essas investigações.
Se fossem apenas os quatro envolvidos, o caso já estaria encerrado, mas a PF pediu mais 90 dias para concluir o inquérito. Qual o significado disso?
Existem fatos a ser esclarecidos: são só essas pessoas envolvidas? Qual o grau de envolvimento delas? Há outras pessoas? Ocorreu ou não pagamento? Quais eram as motivações que levaram à prática desses atos? Ou seja, ainda tem uma série de coisas a serem esclarecidas.
(...)
O presidente Bolsonaro chegou a dizer que Glenn Greenwald iria pegar “cana” por causa das interceptações ilegais. Do ponto de vista legal, ele pode ser deportado?
Temos de evitar o sensacionalismo do outro lado. Por exemplo, foi editada uma portaria pelo Ministério da Justiça, que estava sendo estudada faz tempo, de número 666, que tem por objetivo vedar o ingresso no País de estrangeiros considerados perigosos. Na portaria, detalhamos o que são estrangeiros considerados perigosos: terroristas, envolvidos com exploração sexual infantil, crime organizado armado, torcidas violentas. Pessoas suspeitas envolvidas nessas atividades não entram no Brasil. É deportação sumária. Brasileiro às vezes é barrado ao entrar em outros países até por motivos nem tão graves. Muitas vezes por uma falha documental ele é devolvido. O que fizemos: não podemos permitir que pessoas suspeitas dessas atividades ingressem no País. Uma pessoa suspeita não entra. Simples assim.
Então a medida não atinge Greenwald?
Quando divulgamos a portaria, algumas pessoas disseram: ah, mas é uma retaliação ao jornalista americano. Primeiro, ele já está no País. Segundo, não está enquadrado em nenhuma dessas condutas criminais. E, terceiro, pelo fato de ser casado com um brasileiro, e ter filhos brasileiros, ele sequer poderia ser deportado. Então, temos de ter cuidado com essas tentativas de gerar ainda mais sensacionalismo. A medida não tem nada a ver com o caso do jornalista do Intercept.
Sobre a crise dos presídios, sobretudo após a recente rebelião em Altamira, o senhor acha que o sistema carcerário não tem solução?
Estamos trabalhando para ter uma solução. Há um déficit de investimentos na criação de vagas no sistema carcerário, em parte porque até existem recursos, mas os Estados têm uma grande dificuldade na execução de projetos, até por falta de capacidade de engenharia. Desde que assumimos o ministério, o Departamento Penitenciário tem trabalhado para melhorar esse quadro. Uma das constatações aqui é que o ministério tem um corpo pequeno de engenheiros. Agora, foi apresentada uma Medida Provisória autorizando a contratação temporária de engenheiros. A previsão é a criação de mais 20 mil novas vagas prisionais ainda em 2019.
Qual é sua avaliação sobre os sete primeiros meses do governo Bolsonaro?
Ele assumiu com uma série de desafios e houve grandes realizações. Há a Reforma da Previdência, que é uma entrega significativa. E diversas iniciativas para desburocratizar e deixar a atividade econômica mais dinâmica. Na área da segurança pública, destacamos a redução percentual dos assassinatos em 20%. Fizemos a transferência dos líderes do PCC para presídios federais, obtivemos recordes na apreensão de cocaína e tudo isso impacta na redução da força do crime organizado.
As coisas podem mudar de repente, como diz o slogan, mas é visível a
dificuldade de consolidar na corrida presidencial candidatos novos e já
vitaminados. Sobra por enquanto João Amoêdo, que ainda não tem voto[nem terá] mas
sobrevive, também por ser de fato novo e não apenas no nome do partido.
Os demais carregam velhices no passivo, e isso cobra seu preço alguma
hora.
João Doria entrou na arena política pelas mãos de Geraldo Alckmin,
que governa São Paulo pela quarta vez. E o prefeito precisa mostrar
serviço na cidade. Mas as vacas estão magras. Doria não pode nem pensar
em brigar com Michel Temer. Sem um partido para chamar de seu, resta-lhe
negociar com donos dos cartórios tradicionais. Vai ficando com cara de
velho.
Luciano Huck é conhecido da TV. É um ativo, mas também embute um
passivo potencial. Huck é o novo com trajetória empresarial
aparentemente reta, mas construiu relações pessoais, de negócios e
políticas com alguns alvos do momento na fogueira que queima o país. Há o
risco de rápido envelhecimento quando exposto às labaredas de uma
campanha presidencial.
Os candidatos a novo enfrentam um obstáculo adicional: boa parte do
desejo de renovação vem sendo capturado por Jair Bolsonaro. Ele
representa melhor a rejeição aos políticos que comandam o Brasil desde a
redemocratização. Se Amoêdo é o cansaço com o Estado onipresente,
Bolsonaro é o cansaço com a metodologia da Nova República, desde
Tancredo-Sarney. [Bolsonaro além de representar o desejo de renovação da maioria do eleitorado, representa a solução para muitos problemas que agligem o Brasil e ainda não foram resolvidos por pusilanimidade dos políticos. Bolsonaro vai enfrentar os problemas e resolvê-los doa a quem doer - e o que o povo precisa é de SEGURANÇA PÚBLICA, SAÚDE, EDUCAÇÃO e TRANSPORTES e isso Bolsonaro tem condições de prometer - o que todos fazem - e CUMPRIR. Bandido morto ou na cadeia; cidadão podendo andar sem medo nas ruas e em condições de defender sua residência e aos seus; Saúde Pública que atenda com eficiência e rapidez; Educação que ensine aos jovens além das letras o respeito aos valores tradicionais; Transporte Público de qualidade - neste item não vamos exagerar, vamos destacar que não precisa ser igual ao oferecido no Japão.] Bolsonaro é o novo mais autêntico porque não tem compromissos ou
vínculos com as últimas três décadas da política nacional. E Amoêdo é o
novo mais ideológico porque, sem nunca ter governado nada, pode prometer
realizar o sonho do pedaço que detesta o Estado e enxerga na assim
chama livre-iniciativa o vetor de libertação da sociedade.
Os demais, velhos ou novos-velhos, têm os ônus da sua trajetória e
suas circunstâncias, diria Ortega y Gasset. E, por enquanto, vão sendo
descartados. Também porque o ambiente não anda mais tão propício assim
para a agitação pura e a raiva. Como já disse em análise anterior, é
possível que o cansaço com a confusão já esteja maior que o cansaço com
os políticos.
Mas também pode ser que não. Enquanto os candidatos a novo vão
deixando a cena e a política tradicional corre atrás da feitiçaria do
momento, o tal centro, abre-se um espaço potencial para o crescimento de
Bolsonaro e para que Amoêdo ganhe o mínimo de musculatura. Ou mesmo
para que Marina Silva volte a abocanhar alguma fatia relevante no
debate.[Marina Silva só arranca, logo falta gás e morre na praia - além de ser falsa, se declara cristão mas defende o aborto.] O ideal dos buscadores do novo é um nome que junte o novo e o centro.
Mas não está fácil achar. Não há nada mais velho na política brasileira
do que a esquerda ou a direita autoplugando-se a palavra “centro” para
vestir um figurino palatável na eleição. E se há mesmo um desejo difuso
de renovação, o sonho centrista está restrito por enquanto só aos
alquimistas. Michel Temer saiu da intervenção cardíaca mais animado para tentar a
reeleição. Os movimentos são claros. Promove um expurgo no
tradicionalmente flácido PMDB, não deixa desgarrar o PSDB aecista,
insiste na reforma da previdência, sem o que seu brand reformista ficará
baqueado. Aliás nem precisa fazer a reforma, basta que trabalhe por
ela. [o que complica eventual candidatura Temer é que só vai em frente se não houver reforma da Previdência e não vai haver; mas, não havendo e sendo Temer reeleito, já no discurso de posso ele precisa engatar o tema reformar a Previdência - a reforma é necessária e a margem para adiamentos a cada dia que passa fica menor. Por razões que ninguém sabe, Temer finge não saber que um combate rigoroso às fraudes da Previdência, resolveria mais da metade do déficit.]
As previsões para o crescimento da economia brasileira em 2018 já
oscilam em torno de 3%. Lula continuará com forte mercado eleitoral
porque a recuperação do emprego não será igualmente brilhante e a
memória de seu governo é forte, em emprego, renda e crédito. Mas, um
ambiente de alívio depois da longa e brutal recessão vai ajudar o
governismo. [Lula já era; politicamente está morto e enterrado; e fisicamente, vai assistir as eleições 2018 enjaulado em um presídio federal.] Temer não precisaria ser candidato se houvesse um amplo acordo no
bloco governista em torno de um nome que oferecesse e garantisse
conforto político futuro às forças hoje no poder. A instabilidade do
PSDB dificulta essa convergência. E se o governo estiver algo melhor em
2018 por que deveria oferecer gratuitamente o doce aos tucanos?