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sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Segurança pública - Ninguém no governo está interessado em combater os bandidos - Alexandre Garcia

VOZES - Gazeta do Povo

O Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, tem operado bem abaixo de sua capacidade há vários anos.| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Hoje eu começo com dois assuntos de segurança pública. O Conanda, que é o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, quer propor um programa nacional de combate à letalidade policial. Quer dizer: o órgão se propõe a combater quem combate a letalidade dos bandidos
Combater a polícia, e não o bandido. De que lado está esse conselho? [do lado do mal = resultado do PERDA TOTAL = pt = governando.]
 
O outro assunto tem a ver com a visita do presidente Lula ao Rio de Janeiro, acompanhado pelo ministro Márcio França, dos Portos e Aeroportos. O ministro assinou uma portaria estabelecendo que a partir de janeiro o aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, não pode mais receber voos de Brasília, de Guarulhos, de Belo Horizonte; só da ponte aérea e voos curtos por ali, 400 a 500 quilômetros de distância.  
Vai ser um transtorno na vida de passageiros habituais, de companhias aéreas, de lojistas que se estabeleceram atraídos pelo movimento do Santos Dumont.
 
Por que isso? O Galeão está às moscas, apenas 15%, 20% de sua capacidade está sendo usada. 
 É um aeroporto seguro, com excelente estrutura, uma pista sensacional, extensa, que permite pousos mesmo em caso de problemas, que não tem o Pão de Açúcar pela frente. 
Mas, se é assim, por que o Galeão está esvaziado? Pela falta de segurança pública nas vias de acesso, como a Avenida Brasil, a Linha Amarela e a Linha Vermelha.

Não seria melhor resolver o problema dos bandidos?  
Mas, como vimos ali no caso do Conanda, o pessoal prefere combater a polícia, e não os bandidos. 
Seria muito melhor eliminar os santuários da bandidagem, do narcotráfico no Rio de Janeiro, esses territórios alheios à jurisdição do Estado brasileiro. Seria tão mais simples, vantajoso para todos, e aí o Galeão estaria recuperado, as pessoas voltariam a usar o aeroporto. Porque hoje as pessoas que pousam no Galeão não sabem se chegarão em casa. 
Quem vai para o Galeão também não sabe se vai chegar lá. Esse é o verdadeiro problema.
 
O ministro Alexandre de Moraes soltou 100 homens e 62 mulheres, presos políticos que estavam detidos havia sete meses sem terem sido condenados. Terão de usar tornozeleira. 
Um grupo de mulheres apareceu no noticiário cantando, fizeram uma canção falando sobre prisão ilegal. 
Elas não têm nenhum motivo para cantar, ficaram privadas da liberdade durante sete meses, e a maioria não sabe sequer o porquê. 
A imprensa, sob rédeas, os chama de “terroristas”. Não são nem “supostos terroristas”, como costumam dizer quando falam de “suposto homicida”, “suposto assassino”, “suposto bandido”. Já são terroristas.
 
Gostei muito de uma manifestação de Arthur Virgílio no Twitter. Ele foi secretário-geral da Presidência da República no governo Fernando Henrique, é diplomata de carreira, foi governador do Amazonas e senador. Tem peso. Ele escreveu o seguinte: “Fiquei feliz, ministro Alexandre, com seu gesto de liberar tantas pessoas sofridas e sem o melhor e maior direito de todos, que é a liberdade. Complete o gesto justo e libere os demais. Vire essa página de dor que Lula poderia ter preventivamente evitado. Tinha informações da Abin e do GSI. Claro que tinha. 
Você sabe que trabalhei intimamente com esses dois órgãos e tudo chegava antecipadamente às mãos do presidente Fernando Henrique e às minhas. A viagem de Lula a Araraquara foi pura desfaçatez, queria ver o circo pegar fogo pra depois se fazer de atrasado e dizer o tradicional ‘eu não sabia’”.

Na quinta eu conversei com o ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, com ex-ministros do Supremo, e todos eles querem exatamente isso, que o próprio Supremo, em nome da história da instituição, tome providências e volte a respeitar a Constituição, o artigo 2.º da Carta Magna – como me disse um ex-presidente, respeitar os pesos e contrapesos dos três poderes de Montesquieu.


Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 



terça-feira, 11 de outubro de 2022

Carta de um cidadão mineiro ao povo de sua terra - Idico Luiz Pellegrinotti

Povo da nossa grande Minas Gerais, terra de grandes heróis como "Joaquim José da Silva Xavier, também conhecido pelo apelido de "Tiradentes", consagrou-se por sua participação ativa na Inconfidência Mineira."

Agora, neste momento de extrema sensibilidade eleitoral, vocês elegeram para governá-los o honesto e competente Romeu Zema, salvando mais uma vez o Estado das mãos dos obscurantistas e do atraso.

Neste 2º turno das eleições voltem a se posicionar votando no nosso Presidente Jair Bolsonaro, salvando-o das mãos dos difamadores e da velha e mentirosa grande mídia. 
Não deixem que eles façam com Bolsonaro o que fizerem com o grande Tiradentes.

Neste momento, os brasileiros necessitam do povo mineiro que conheceu de perto a desatenção dada aos prefeitos pelo PT, pois esteve nas mãos do partido e sabe das intenções obscuras e devastadora da administração petista.

A Pátria brasileira nunca precisou tanto dos mineiros. Os que faltaram no primeiro turno, compareçam no segundo turno, os que por algum motivo votaram no candidato do PT, votem em Bolsonaro no dia 30/10/22, para conquistar para sempre a liberdade de todos.

Povo das Minas Gerais, sua terra que além de Tiradentes, deu Juscelino Kubitschek de Oliveira e Tancredo Neves como excelentes políticos da liberdade; o Grande Rei Pelé que encantou o mundo com sua arte e Santos Dumont que venceu a gravidade e voou.

Agora chegou o momento de fazer eclodir a valentia desse povo de grandes heróis, votando no Bolsonaro com a glória do dístico de sua bandeira: "Liberta Quae Sera Tamen" - Liberdade mesmo que tardia.

Os nomes dos quatro mineiros citados, realça com o Rei Pelé que veio do município mineiro denominado Três Corações.

Neste momento de sensibilidade política, os patriotas deste imenso Brasil pedem a junção de todos os corações mineiros para levar o Presidente Bolsonaro a dirigir nosso país rumo a felicidade de milhões de corações livres.

Não esmoreçam desse compromisso, O Brasil pede em nome dos mineiros heróis, a votação de todos ao nosso presidente Bolsonaro, que teve sua vida salva nesse chão abençoado por Deus.

Idico Luiz Pellegrinotti - amante da liberdade.


sábado, 2 de fevereiro de 2019

Vai tu mesmo

Hoje, dependendo da sua imagem nas classes intelectuais e progressistas, ser herói é bem fácil: basta obter uma certidão de "pessoa de esquerda"

Publicado na edição impressa de VEJA

Houve um tempo em que pouquíssimas coisas eram tão difíceis no Brasil quanto ser um herói. Faça as contas: quantos heróis, mas heróis de verdade, você conseguiria colocar na sua lista? É duro de admitir, mas o fato é que nunca deu para encher nem o espaço de um guardanapo de papel, tamanho pequeno, com os nomes de brasileiros que poderiam reivindicar para si, por força das ações concretas que praticaram em vida, a condição de “glória nacional”. O fato é que o sujeito precisava ser um Tiradentes, no mínimo, para ser considerado um herói com padrão de qualidade garantido. [com o devido respeito a Tiradentes, corroboro o entendimento de que um HERÓI é dificil no Brasil - Tiradentes, se analisar bem sua história, se conclui que ele era um grande sonegador de impostos;

O Brasil não valoriza seus heróis - raridades em nossa Pátria -  basta ver alguns exemplos dos que estão com os nomes lançados no tal livro de aço do Panteão na Praça dos Três Poderes (o nome do monumento me foge no momento), tem entre eles o Brizola, o Tancredo (o que ele fez realmente pelo Brasil? - ainda que involuntariamente facilitou a vida do Sarney e fundou a tal Nova República = a MÃE de todas as corrupções), porcos traidores tipo Lamarca viraram nome de cidades pelo heroísmo (?) (de trair a Pátria? trair o Exército de Caxias?) um assassino como o porco do Marighella,( por recomendar o assassinato de inocentes, seu lema - em livro escrito por ele e de fácil consulta - era: não importa o morto, não importa quem foi assassinado, o que interessa é o cadáver;)

Tem mais, é a generosidade em conceder condecorações: o Genoíno recebeu a 'Medalha do Pacificador' , o Zé Dirceu, idem - quando se tornou público sed tratar de criminosos, ladrões, corruptos, depois de muita relutância as comendas foram 'cassadas'.

Agora querem lapidar o filho do Bolsonaro por ter recomendado para receber uma medalha um cidadão que na época da recomendação atendia os requisitos para ser condecorado
hoje não atende, então é simples, cassa a comenda e mantém o individuo respondendo o processo e se condenado vá para a cadeia.

Alguém já parou para imaginar quantas dezenas de medalhas o presidiário Lula possui - grande parte das recomendações foram feitas por pessoas que entendiam que aquele criminoso merecia a distinção. (aliás, quando se fala em medalhas concedidas a pessoas tipo Lula, Dilma e outros da mesma laia tenha um tentação enorme de escrever medalhar acrescentando a letra R entre o 'e' e o 'd')
Já foram cassadas tais honrarias ou ornam uma das paredes da sala cela que o presidiário ocupa?]

Sempre se pode discutir as medidas exatas do heroísmo de Tiradentes ─ Getúlio Vargas, por exemplo, chegou a cassar o feriado de 21 de abril mas nos 227 anos que se passaram desde a sua morte na forca de dona Maria I, a Louca, quem apareceu com o mesmo tamanho? Ninguém.  É verdade que existe uma lista com 43 heróis e heroínas oficiais do Brasil, cujos nomes estão escritos em páginas de aço no Panteão da Pátria em Brasília; Tiradentes, aliás, é o primeiro. Mas muita gente não assinaria embaixo.

Os títulos de heróis oficiais são dados por decisão do Senado Federal e da Câmara dos Deputados e só isso já chega para avacalhar qualquer conversa a respeito de heroísmo. [e as condecorações concedidas pela operosa e desnecessária Câmara Legislativa do DF (campeã na arte de forjar leis inconstitucionais - aliás, neste quesito ela é hors-concours); 
pesquisa realizada mostra que elevado número de laureados , pela CLDF, tem envolvimento com a Justiça, alguns até cumprindo pena - ironicamente entre os muitos homenageados que cumprem pena, ou passaram algum tempo preso, estão ex-deputados daquela casa.] Além do mais, fazem parte da lista figuras como Zumbi, Chico Mendes ou o Marechal Deodoro, [o comportamento de Zumbi ou Chico Mendes, pode até ser louvável, mas, não justifica  a elevação à cate gorai de heróis da Pátria.] que traiu o seu Imperador com um golpe de Estado ─ o que mostra bem o tipo de qualidades requeridas para um cidadão receber o certificado de herói brasileiro. (Considerava-se, até há pouco, a inclusão de Ayrton Senna no Panteão da Pátria.)  [Ayrton Senna, o gênio da Fórmula 1, o melhor entre os melhores, mas, NADA justifica ser considerado herói.] Fazer o quê? Também não é razoável esperar que o nosso panteão de heróis e heroínas tenha um nome só; como ficaria a imagem do Brasil no exterior, especialmente agora que os eleitores colocaram a direita no governo? Não dá. Ficamos, assim, naquela situação de “se não tem tu, vai tu mesmo”, como se diz.

A verdade é que, depois de Tiradentes, conseguimos fazer uma guerra inteira contra o Paraguai, durante mais de cinco anos, sem que ao fim houvesse a produção de um único herói claro. Na Guerra da Independência contra Portugal, o comandante de maior destaque foi o almirante Grenfell mas ele era inglês, e embora tenha perdido um braço em combate lutando pelo Brasil, foi um tipo que hoje se chamaria de “polêmico”. (Entre outros feitos, chegou a trancar 256 simpatizantes da causa portuguesa no porão de um navio em Belém do Pará; morreram todos. Mais tarde, foi absolvido numa corte marcial do Rio de Janeiro, por falta de provas.)

Antes, no passado remoto, houve O Anhanguera, Fernão Dias ou Raposo Tavares, o Marco Polo brasileiro. Mas se você lembrar esses nomes a CNBB, o Papa Francisco e a Comissão de Direitos Humanos da ONU podem vir com acusações de genocídio contra os índios; melhor não mexer com isso. Santos Dumont, mais recentemente? Oswaldo Cruz? Gente fina, mas sem apoio entre os “influencers“. Agora, enfim, tudo isso mudou. Hoje, dependendo da sua imagem nas classes intelectuais, liberais, progressistas etc., ser herói é uma das coisas mais fáceis desta vida: basta obter uma certidão de “pessoa de esquerda”. Assassinos patológicos como um Carlos Marighella, por exemplo, têm direito a estrelar, no papel de salvador do Brasil, filmes pagos com o dinheiro dos seus impostos. Um psicopata homicida como Carlos Lamarca chegou a ganhar uma estátua num parque florestal de São Paulo.

A vereadora Marielle Franco jamais recebeu uma única citação por algo de útil que tenha feito em toda a sua vida política, mas depois de ser assassinada “pelo fascismo”, é tratada como um dos maiores colossos da história nacional.  O herói dos comunicadores, neste momento, é o ex-deputado j w. A soma total das realizações de sua existência se resume a ter ganhado, anos atrás, o prêmio de um programa de televisão que compete com o que existe de pior na luta pela audiência das classes Y e Z. Outra foi cuspir, no conforto de quem está cercado por um bolo de gente, num colega na Câmara dos Deputados ─ justamente o que acabaria se tornando o atual presidente da República, vejam só. Agora, alegando subitamente ameaças à própria vida na internet, abandonou o mandato, os eleitores e suas promessas de “resistência” ─ e fugiu para a Espanha. Pronto: virou herói instantâneo.  
 





Agredido mesmo nessa disputa, até agora, foi Bolsonaro, vítima de uma tentativa de homicídio que quase lhe tirou a vida e acaba de exigir uma terceira cirurgia, com sete horas de duração. Mas o mártir é a figura que cuspiu. É o Brasil 2018.


sábado, 26 de maio de 2018

Governo determina aplicação de multas de até R$ 100 mil para conter greve de caminhoneiros


Ministro Carlos Marun disse ainda que foram pedidas prisões de envolvidos na paralisação


 Depois de uma reunião do presidente Michel Temer com oito ministros neste sábado, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o governo está convencido de que há um locaute (greve das empresas) e que será aplicada multa de R$ 100 mil por hora aos donos de transportadoras que não voltarem ao trabalho. Afirmou ainda que foram pedidos mandados de prisão em alguns casos onde as investigações comprovaram esse tipo de comportamento dos empresários. 

[governo Temer está acovardado e sua covardia só fortalece os promotores do locaute;

Temer conseguiu todas autorizações necessárias, também as convenientes do ponto de vista político, para adotar as medidas necessárias ao desbloqueio das estradas.

Só que fica prestando declarações e mandando seus ministros conceder entrevistas em que se repetem, pois apenas dizem que o governo vai fazer isso e aquilo e nada faz de concreto.

Alguns exemplos: prender empresários - falar em prisões de empresários dos transportes antes que os promotores da greve de patrões sejam formalmente denunciados à Justiça, é conversa para boi dormir.

Não havendo flagrante - e não houve e dificilmente haverá  - prender empresário agora é só passar pelo constrangimento de horas depois o 'preso' estar na rua concedendo entrevista = é a mesma coisa da polícia quando prende os 'di menor' sendo a única diferença que o 'di menor' mesmo preso em flagrante, raramente fica apreendido. A prisão agora, ainda que feita por um estagiário do segundo ano do curso de Direito, apresentará argumentos suficientes para  a prisão ser revogada e seu autor muito provavelmente responsabilizado.

Assim, o máximo que pode ser feito com os empresários é que na próxima semana sejam intimados a comparecer a uma delegacia da PF para prestar esclarecimentos.

Multa:  uma multa de R$ 100.000,00 por hora não é para ser paga - e ninguém tem medo de multa que não vai ser obrigado a pagar  (em qualquer negociação um dos itens a ser discutido, e atendido, é anistiar os multados.)

Ainda sobre multa: R$ 10.000,00 de multa diária para um a um caminhoreiro é multa para não ser paga - anistia na certa. (a decisão do ministro Alexandre de Moraes é liminar e quando for a Plenário será  adequada a realidade.)

Carlos Marun disse Temer está muito preocupado com a situação dos hospitais e, por isso, os caminhoneiros de insumos para a área da Saúde que não voltarem às atividades também serão multados. Mas, o governo avaliou que a situação continua grave. Depois de três horas de reunião, o Palácio do Planalto não divulgou dados atualizados sobre os desbloqueios e nem sobre os aeroportos em funcionamento, num exemplo de que os dados ainda não são positivos como o governo previa que aconteceria desde a instituição da chamada Garantia da Lei de da Ordem (GLO), após quase 24 horas do anúncio do uso das Forças Armadas. - Em função da liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o governo começa a aplicar multas no valor de R$ 100 mil por hora parada para os donos de transportadores que não voltarem ao trabalho. Temos a convicção de que existe o locaute. Os empresários suspeitos serão intimados, segundo informou diretor-geral da Polícia Federal já existem pedidos de prisão  - disse Marun.

[ O que o Governo precisa urgentemente é arrumar coragem, determinação para proceder ao desbloqueio em quatro ou cinco pontos estratégicos, de visibilidade, com prisão de caminhoneiros,   remoção de caminhões (sob direção de motoristas habilitados, alguns disponíveis nas FF AA e outros podendo ser requisitados de órgãos públicos) de modo a que os milhares de caminhoreiros em outros pontos do Brasil vejam que o Governo está usando com seriedade, sem colher de chá, a autoridade que dispõe.

Vencendo o bloqueio em frente à Reduc, no rodo anel a de São Paulo, promovendo o abastecimento em todos os aeroportos que estão parados por falta de combustível, os caminhoneiro vão recuar.]

LOCAUTE

No locaute, os patrões agem em razão dos próprios interesses e não das reivindicações dos trabalhadores e se recusam a ceder aos empregados os instrumentos para que eles desenvolvam seu trabalho, impedindo-os de exercer a atividade. Cobrado sobre os números da atuação das Forças Armadas, Marun disse apenas que um balanço será divulgado no final da tarde deste sábado. Num sinal de que a situação é grave, o ministro fez um apelo aos caminhoneiros para que voltem a trabalhar. - O acordo estabelece trégua, e renovamos o apelo aos donos de transportadores e caminhoneiros no sentido que retomem suas atividades - disse Marun, citando a palavra "apelo" várias vezes.


Marun afirmou ainda que o governo reconhece que havia justiça na pauta apresentada pelos caminhoneiros e, por isso, aprovou as reivindicações e fez o acordo. (Entenda o ponto a ponto do acordo entre governo e representantes do setor de transporte)

Segundo Marun, Temer está muito preocupado com a situação em hospitais e pediu providências especiais neste caso. Segundo o ministro, os caminhoneiros que estiverem transportando insumos da área da Saúde também serão responsabilizados se continuarem parados.  - O que preocupou sobremaneira o presidente Temer hoje é na situação da Saúde. Não obstante tenhamos os principais hospitais do país em funcionamento, os estoques são diminutos. Já foi determinada a aplicação de multa em caminhões que estejam transportando insumos na área da Saúde. O presidente está muito preocupado com a questão de vidas humanas - disse o ministro.


[ Um exemplo da omissão injustificada do governo em acabar com os desbloqueios.

A base da Petrobras em Brasília fica a uns 10 km do Aeroporto da Capital federal, sendo extremamente fácil formar um comboio de uns 30 caminhões - algo em torno de 1.200.000 litros de querosene de aviação - saindo da Petrobras no Setor de Inflamáveis de Brasília para o Aeroporto JK.
Cavalaria e choque da PM no terminal da Petrobras se incumbirão de limpar toda a área próxima de qualquer elemento que possa tentar ação hostil..

Dez viaturas e alguns batedores é efetivo mais que suficiente para fazer a escolta. 
Outras viaturas poderão se adiantar para controlar possível ação de algum grupo que tente barrar o comboio, nas vias que percorrerá.

Chegando no aeroporto, os caminhões se dirigem para os pontos de distribuição, locais em que sua passará para caminhões tanques com menor capacidade;
todo o perímetro será cercado por soldados da Infantaria da FAB com apoio da PE  do Exército e SP dos fuzileiros navais.
Essa mesma operação é de fácil realização em qualquer cidade que tenha aeroporto sem combustível  e seus efeitos, especialmente de dissuasão,  serão somados ao desbloqueio de alguns pontos estratégicos e segunda-feira os  caminhoneiros já estarão correndo atrás de carga.

Brasília, tem uma peculiaridade que está tornando a ação, melhor dizendo a inação, mais negativa: é governada por Rollemberg - o pior governador do qual a Capital foi vítima; 
a lerdeza com que o governo federal está se movendo se soma ao desinteresse do governador do DF e o povo que se f... .
Basta ter em conta que eles negociam horas e horas para conseguir a liberação de quatro caminhões tanque para abastecer o aeroporto JK, quando um simples aumento do efetivo da PM na área seria suficiente para decuplicar esse número.
Concluindo: os caminhoneiros confiam em que Temer não tem coragem para usar a força que tem e está autorizado (pela Constituição - na qualidade de comandante supremo das FF AA - e por liminar concedida por ministro do STF) e com isso apostam que a cada hora de manutenção do bloqueio, por omissão do governo, os 'grevistas' ficam mais fortes e o governo mais fraco.

Temer ordenando uso enérgico da força em alguns pontos, terá êxito  e os caminhoneiros (e seus mentores) terão a confirmação do que já sabem: havendo confronto os grevistas serão os perdedores e o Brasil o vencedor.]


Mas, o ministro não tratou do valor de multa para os caminhoneiros. Escalado para falar após a reunião, Marun deu dados genéricos sobre o que está ocorrendo. Segundo ele, as termoelétricas de Roraima e Rondônia já estão sendo abastecidas. No caso dos aeroportos, estão funcionando os de Congonhas, Guarulhos, Viracopos, Porto Alegre, Galeão, Santos Dumont. A situação é pior no Aeroporto de Brasília, que já cancelou mais de 40 voos por falta de combustível.

- Temos ainda situação graves na questão do abastecimento, que pretendemos normalizar no dia de hoje - admitiu ele.


O governo divulgou na tarde deste sábado um balanço indicando que há 596 pontos de bloqueio parciais em estradas federais no país. Os dados são da Polícia da Rodoviária Federal (PRF) é da movimentação até 11h30m. Segundo os dados, dos 1.140 pontos constatados nesta manhã, 596 pontos estão bloqueados e 544 foram liberados. Ontem, eram 519 pontos de bloqueio no final do dia.  O governo editou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em todo o território nacional, para auxiliar na liberação de rodovias ocupadas por caminhoneiros. A medida, que valerá até o dia 4 de junho, atende a um pedido feito pelo comando do Exército, conforme o GLOBO antecipou.


O Globo



quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Afinal, quem inventou o avião?

No domingo, completaram-se 110 anos do histórico voo de Dumont com o 14 Bis.  

Entenda por que o brasileiro seria o Usain Bolt da aviação, enquanto os Wright ganharam mérito apenas por um feito duvidoso, realizado às escondidas (como um atleta que diz superar Bolt, sem se exibir a ninguém)


Agora, ao se pensar em Dumont, a primeira questão que vem à cabeça é: foi ele mesmo quem criou o avião? Alguns (em especial, americanos e brasileiros com síndrome de vira-lata, que gostam de rejeitar os heróis nacionais) defendem que, na real, foram os irmãos americanos Wright. Há, ainda, os que apontam o francês Clément Ader, responsável por cunhar o termo “avião” e que afirmava que fazia, ainda no século XIX, experimentos secretos com máquinas do tipo para militares de seu país. E aí, como fica?

Defendo a tese defendida por dois biógrafos ouvidos por mim, o holandês Albert Chapin e o brasileiro Henrique Lins de Barros: não há um pai da aviação, ou do avião. Na indústria da tecnologia, são raros os momentos históricos nos quais se atribui uma invenção a somente um nome.

Exemplo: se perguntarem pelas ruas quem criou o smartphone, muitos indicarão, de pronto, Steve Jobs. O mesmo nome seria destacado em relação ao primeiro computador pessoal. Contudo, veja só, já se idealizavam misturas de telefones com computadores desde a década de 1900, em ideias capitaneadas por gente do calibre de Nikola Tesla. Nas lojas, existem smartphones desde os anos 90. Só que foi Jobs quem deu a cara que conhecemos ao aparelho e o tornou viável para o dia a dia, com seu iPhone.

O mesmo vale para o computador pessoal, esse que colocamos em nossas mesas de trabalho. Seria errado esquecer, por exemplo, da famosa The Mother of All Demos (A Mãe de Todas as Demonstrações), na qual, já em 1968, o americano Douglas Engelbart (muito antes de Jobs) exibiu como funcionaria um PC (com mouse e tudo). Acabou o mérito de Jobs? Claro que não, pelo contrário. Mais uma vez foi ele, ao lado de outro Steve, o Wozniak (Woz, pros íntimos), quem deu forma à invenção e à levou ao público.

O que isso tem a ver com o avião? “Há vários pais das aeronaves e da aviação, em geral”, simplificou Chapin, biógrafo de Dumont. “Um inventava uma coisa ali, outro acrescentava um novo elemento, até o negócio decolar”, acrescentou. No caso do 14 Bis, de Dumont, o brasileiro misturou invenções alemãs, francesas e americanas (incluindo dos Wright) para criar sua máquina voadora. Assim como ele emprestava seus inventos (em opção que hoje seria tido como bem contemporânea, mas vista como inocente no início do século XX), sem cobrar pelas patentes, a colegas aviadores. Todos esses, por exemplo, devem muito a outro brasileiro, Bartolomeu Lourenço de Gusmão – que, em 1709, demonstrou à corte portuguesa o funcionamento de seu invento, o balão.

Entretanto, o povo adora ter 1 inventor. Somente 1. Não 2, 3, 4… Cai bem para os livros de história, certo? Se for assim, Dumont é o nome. Não Clément Ader, muito menos os Wright. Na reportagem de VEJA, destacam-se infográficos que comprovam o ineditismo do brasileiro.

Primeiro, por que não Ader, que, em termos de datas, seria o pioneiro:
— não se sabe se as aeronaves dele eram dirigíveis (ou seja, se podiam ser guiadas ou se voavam sem controle);
— nem se podiam decolar e pousar sozinhas;
— muito menos se eram seguras;
— e, isso tudo, por ele não ter feito exibições públicas ou, ao menos, a comissões de especialistas em aviação (requisitos para qualquer experimento científico que se preze).


Aí, no início da década de 1900, criaram-se as regras claras para o que seria definido, afinal, como um avião (ninguém tinha visto um, logo era impossível saber ao certo)
Deveria decolar por meios próprios, sem o uso do impulso do vento ou de outros aparelhos; 
Precisaria voar ao menos 100 metros, sem acidentes; 
O pouso (e, também, a decolagem) tinha de ser em terreno plano e horizontal, novamente sem ajuda externa 
Caberia a uma comissão de especialistas observar e avaliar o feito.
“Funcionava como na Olimpíada”, pontuou o biógrafo Henrique Lins de Barros. “Se o Usain Bolt corre, mais rápido que qualquer um, 100 metros, na frente do público, em evento especial, acompanhado por pessoas que medem a performance, atesta-se a façanha e ela vira um recorde”, completou. “Agora, se um atleta diz, só diz, que foi bem mais veloz correndo 100 metros na frente de sua casa, sem testemunhas que valham, além de familiares, amigos e afins… isso não vale”.

Os Wright se encaixam na segunda categoria. A começar, a única prova de que eles voaram antes veio deles mesmo, num telegrama. De testemunha, só tinham familiares e funcionários contratados pela dupla. Nada de especialistas, a não ser os próprios Wright. Ainda assim, eles demoraram anos para avisar ao mundo que teriam cumprido com o objetivo.

Alguns defendem que o sigilo se devia a quererem vender o projeto. Pois bem, a maior organização francesa de aviação ofereceu uma fortuna (novamente, confira na reportagem de VEJA) para que eles o demonstrassem em público. Recusarem. Na sequência, contudo, aceitariam vender, por bem menos, o projeto, para a mesma instituição (que não quis). Só que havia um grande “porém”, no período: o avião deles só decolaria ou com um impulso externo (como uma catapulta), ou com a ajuda de um vento a 40 quilômetros por hora (a exemplo de um planador), como se fez na primeira viagem deles, em 1903.

Ou seja, o aparelho dos Wright não atendia aos critérios científicos estabelecidos. Indo além, dentro das especificações, não seria muito distinto dos que Clément Ader alegava (assim como alegavam os Wright) ter fabricado, bem antes. Os americanos, portanto, equivaleriam a um atleta que diz, só diz, ter superado Bolt, às escondidas, correndo em frente a amigos.
Em 2003, americanos tentaram reproduzir o voo dos Wright, no vídeo deste link. Note como o Flyer dos irmãos só sai do chão, por pouquíssimo tempo, com a ajuda de um vento a 30 quilômetros por hora (no caso de Dumont, essa não era uma necessidade, pois a máquina decolava com o torque do próprio motor) #

Mesmo assim, termino retomando a ideia inicial: na real, não existe um pai da inovação. Tratou-se de uma colaboração. Agora, se é para entrar nos livros de história, o mérito é de Dumont. Ponto. Assim como uma glória bem maior dele: a de, cinco anos antes, em 1901, ter sido o primeiro ser humano a realmente controlar um objeto voador, circundando a Torre Eiffel com seu dirigível nº 6.

Aceitem, brasileiros. Essa honra – e o polêmico herói que a fez – nos pertence.

Nesta semana, assino uma reportagem biográfica sobre o genial brasileiro Alberto Santos Dumont, em razão dos 110 anos de sua decolagem com o 14 Bis e dos 115 de seu voo de dirigível em torno da Torre Eiffel – no link, um gostinho da matéria; na íntegra, na revista que está nas bancas.  

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