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domingo, 4 de julho de 2021

Deixem os Jogos Olímpicos em paz - @AnaPaulaVolei - Revista Oeste

Gwen Berry, esportista norte-americana
Gwen Berry, esportista norte-americana [o consenso é que ela deveria ser proibida de representar os Estados Unidos da América nos Jogos Olímpicos]
 
Desde os meus 8 anos, idade da primeira experiência com o sentimento olímpico, quando assisti à Olimpíada de 1980, pus na cabeça que um dia eu representaria o Brasil nos Jogos Olímpicos. A cerimônia de despedida em Moscou, com o inesquecível ursinho Misha chorando numa coreografia feita pelo próprio público nas arquibancadas, foi apenas o começo de um longo namoro e casamento com o esporte.

Décadas se passaram, a Olimpíada de Los Angeles, em 1984, nos deu a geração de prata no vôlei masculino num jogo inesquecível, exatamente contra os donos da casa. Veio Seul, em 1988, e nossa seleção feminina começou a ganhar traços de protagonismo. Barcelona, em 1992, foi a minha primeira Olimpíada e até hoje não sei explicar o que senti no desfile de abertura no maravilhoso estádio olímpico em Montjuïc, onde vimos a pira olímpica ser acendida com uma flecha de fogo. Então chegou 1996, e Atlanta nos colocou na história com a primeira medalha olímpica para o vôlei feminino. Ali, na encruzilhada entre aposentar e continuar, ainda consegui esticar até Atenas, em 2004, e Pequim, em 2008.

E por que essa volta olímpica (com o trocadilho mesmo)? Porque, por mais que um atleta olímpico apaixonado pelo seu esporte e pelo seu país enumere quantas vezes participou de uma Olimpíada, todas são únicas. A idade pode trazer certa maturidade técnica, mas o frio na barriga, o dia que aquela mala de uniformes com a bandeira do Brasil chega à sua casa, o orgulho que é andar pela Vila Olímpica com a nossa bandeira estampada… ouvir nosso hino… tudo isso, por mais experiente que você seja, é único e traz — sempre — a sensação de “primeira vez”. Depois do nascimento do meu filho, ainda não encontrei nenhum sentimento parecido com o de estar no pódio e ouvir nosso hino.

Nessas andanças pelo mundo durante quase 25 anos no esporte, conheci muita gente, fiz bons amigos e mergulhei em outras culturas. Cada uma com sua característica. Mas ali, nos Jogos, por mais apaixonado que você seja pela Itália, pela Grécia ou pelos Estados Unidos, o sentimento de amor profundo pelo seu país — com todos os defeitos que ele tem — é insuperável. E isso não é só do brasileiro, é geral. É como se estivéssemos numa guerra sem violência, sem armas, sem animosidade, mas todos de prontidão em seus exércitos para defender seu país.

Um dos pontos marcantes nesses anos de estrada no esporte sempre foi o orgulho que os norte-americanos tinham por sua pátria, sua bandeira, seu hino. Vê-los orgulhosos de seus símbolos me fez mais brasileira, acredite. Também queria que todos, e principalmente eles, vissem o meu orgulho pelo Brasil. O orgulho mostrado por aqueles ianques era incômodo, bonito, irritante, hipnotizador. Mas foi apenas quando me mudei para os Estados Unidos que pude entender o que era aquilo. Estudei profundamente a história norte-americana e ficou claro. Nada veio fácil para os norte-americanos. Tudo foi construído com trabalho, vidas, guerras, lutas, conflitos e muito sangue derramado. Até uma guerra civil houve, quando uma parte do país disse não à imoralidade da escravidão. É, até hoje, a guerra que mais tirou vidas norte-americanas.

Foi assim que pude entender que o respeito que tinham por mim, ou por qualquer um que chega a este país e trabalha duro, conectava-se com o orgulho que sinto pelo meu país de origem, minha medalha olímpica e minha trajetória de anos de muito trabalho até ela. Mesmo nesse clima de alta competição, o esporte — em especial durante os Jogos Olímpicos — sempre foi um campo no qual diferenças são abandonadas. Qualquer desavença política ou religiosa era tratada como um figurante, que mal aparece num filme bom. Roteiro que, de quatro em quatro anos, deixa histórias de superação e enredos dramáticos de derrotas e vitórias espetaculares. Inimigos geopolíticos dão ao mundo esperança de paz durante aquelas duas semanas de “trégua”. Mas o que mudou? Infelizmente, algo vem atingindo a alma olímpica, o espírito de que o orgulho que pode levar a tantas guerras também pode semear a paz. E isso vem sendo demonstrado da maneira mais estúpida possível.

Com todos os ingredientes de uma nação próspera próspera porque é livre —, vivendo no país mais democrático do mundo e com riquezas em abundância, é difícil entender o ódio que muitos desta geração afetada têm aos Estados Unidos. A América não é perfeita, nenhuma nação é, mas é livre, é democrática, é viva, é rica em recursos para o real progresso do indivíduo.

Depois de um ciclo político que trouxe a banalização da história e suas palavras, a ressaca desse movimento é a politização de tudo. O esporte já dava sinais de que não iria escapar à “idiotização” política, com frases repetidas como as de papagaios e atletas de importantes campeonatos como a NBA ajoelhando-se literalmente — para a palhaçada do politicamente correto, e para os sequestradores de almas que precisam entrar em algum balaio coletivista. Agora, essa nova repulsa parece chegar à esfera olímpica.

Depois de vermos atletas da NBA e NFL ajoelhando-se durante o hino nacional norte-americano (e testemunharmos as respectivas audiências despencarem), e empurrando a ideia desmiolada a outros países, atletas que participarão da Olimpíada de Tóquio, que se inicia em 23 de julho, começam a mostrar que os protestos políticos podem chegar aos campos e arenas no Japão. O Comitê Olímpico Internacional atualizou suas diretrizes para os Jogos, e as recomendações sobre a Regra 50 do COI, totalmente endossadas pelo Conselho Executivo da instituição juntamente com a Comissão de Atletas, afirmam que “nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial será permitida em quaisquer locais ou outras áreas olímpicas”. O COI promete punição a quem infringir essa regra. A ver.

Gwen Berry entrou para a equipe olímpica norte-americana no arremesso de martelo. Depois de terminar em terceiro no último fim de semana, atrás de DeAnna Price e Brooke Anderson, ela atraiu a atenção de todos ao virar de costas para a bandeira norte-americana durante a execução do hino nacional. Ela então colocou sobre a cabeça uma camiseta com os dizeres “atleta ativista” enquanto era tocado The Star-Spangled Banner. Em meio ao escrutínio público e comentários de que Gwen não deveria representar os EUA nos Jogos, ela declarou: “O hino não me representa. Nunca representou. Meu propósito e minha missão são maiores do que o esporte. Estou aqui para representar aqueles que morreram devido ao racismo sistêmico”. O racismo é uma pauta justa na sociedade. Mas o racismo real, não o “racismo sistêmico” que atletas negros milionários acham que existe, “enraizado” em todo homem branco na América. América esta tão racista que colocou um presidente negro na Casa Branca por oito anos.

Gwen Berry atraiu a atenção de todos após virar as costas à bandeira norte-americana durante o hino nacional [ensinaram para a atleta alguns slogans,dizendo serem anti racistas, e a Gwen Berry, estupidamente ou por desconhecimento, deu as costas a um dos "Simbolos" de sua Pátria = o que tornou indigna de representar os Estados Unidos.]

Vários legisladores democratas e republicanos, assim como veteranos militares, pediram que Gwen fosse removida da equipe olímpica, citando que o único propósito de um atleta olímpico é representar seu país. A alegação dos veteranos de guerra é que, se Berry está tão envergonhada da América, então não há motivo para ela competir pelo país. Apesar de alguns confetes da mídia militante, a atleta também recebeu fortes críticas de atletas negros, como o ex-jogador da NFL Jack Brewer: “Só penso como é crescer como uma criança na escola, quando você ouve o hino nacional, o sentimento que ele dá em você e o respeito que você tem. A bandeira não deve representar a perfeição, mas a bandeira é a família — a família norte-americana —, o país que compartilhamos. Todos estão tentando trabalhar pelo mesmo objetivo. Isso é que seu país representa. É como entrar em sua casa e dar um tapa na sua mãe. Isso não faz sentido. Eu não entendo”. [nos tempos em que o Patriotismo era incentivado, todas as escolas colocavam seus alunos em formas para o hasteamento da BANDEIRA NACIONAL e a execução do HINO NACIONAL.

Tais valores precisam voltar a ser cultuados e se reparar os males que a maldita esquerda fez ao Brasil quando governava, Seus adeptos e fantoches querem voltar, imaginam que o desamor que ensinaram aos nossos jovens prevaleceram e que agora não perderão, perderam em 35, em 64, 68 e voltarão a perder, tão logo tentem dominar o Brasil.

O amor a Pátria, ainda que dos brasileiros mal ensinados por professores que cultuam a traição a Pátria como uma virtude, ressurge e sufoca os que querem nos dominar.

DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E LIBERDADE;

BRASIL, ACIMA DE TODOS; 

DEUS, ACIMA DE TUDO.]

Faço uma distinção óbvia entre o direito de qualquer esportista de se manifestar politicamente, o que todos podem (sou a primeira a apoiar), e a invasão de agendas político-partidárias em competições esportivas, dividindo um espaço reservado para a união de atletas, torcedores, culturas, povos e nações. Tenho certeza de que o saudoso Barão de Coubertin, pai dos Jogos Olímpicos da era moderna, se revira no túmulo toda vez que o espírito olímpico e esportivo é sequestrado por políticos oportunistas, dirigentes esportivos e atletas desmioladosmuitas vezes podres de ricos , induzidos ou mal informados, que usam as competições, um território pacificador, como arma puramente política.

Pela imensa força e capacidade do esporte de propagar mensagens, competições e atletas não ficam imunes de ser usados como veículos para pautas políticas e ideológicas. Tem lá sua ironia uma ex-esportista que agora estuda e escreve sobre ciência ser contrária à politização do esporte. Mas acredite: separar esporte e política é tão importante quanto separar Estado e igreja ou governo e economia. Preservar um dos últimos territórios de real e profunda congregação — sem politização — é preservar as boas sementes para um futuro que germinará o diálogo. Deixem os Jogos Olímpicos em paz.

Leia também “A fraqueza explícita diante dos adversários”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Nova Zelândia entra em 2021 sem restrições; veja celebrações pelo mundo

País na Oceania conteve a pandemia e festejou a entrada no Ano Novo com certa normalidade

Exemplo na luta contra a pandemia do novo coronavírus, a Nova Zelândia entrou em 2021 com sua tradicional queima de fogos na torre do edifício SkyCity e luzes comemorativas na Ponte do Porto, ambos em Auckland, maior cidade do país na Oceania. Ao contrário de boa parte do mundo, por lá pessoas comemoraram nas ruas e sem máscaras de forma autorizada.

Outras nações do Sul do Pacífico foram os primeiros a saudar a chegada de 2021. A Austrália, ao contrário da vizinha Nova Zelândia, não liberou a presença do público na queima de fogos no Porto de Sydney, próximo à famosa casa de ópera da cidade. Cidades como Melbourne, porém, registraram aglomerações e pessoas nas ruas.

Em Seul, na Coreia do Sul, o governo cancelou, pela primeira vez desde 1953, a tradicional festa de Réveillon na região de Jongno, que costumava receber em torno de 100.000 pessoas por ano. Restrições e pedidos de que as pessoas evitem aglomerações também pautaram a chegada do novo ano no Japão. Oficiais foram fotografados nas ruas de Tóquio com placas dizendo que a contagem regressiva para o Ano Novo nas ruas estava cancelada.

Cidades com tradicionais queimas de fogos nas festas de Ano Novo tiveram de se adaptar. O Arco do Triunfo, em Paris, e a iluminada Las Vegas, este ano, não vão soltar fogos. Já a festa na Times Square, em Nova York, será sem plateia, apenas transmitida pela TV e internet.

Mundo - Revista VEJA

 

domingo, 22 de março de 2020

Malafaia, o pastor coreano, o coronavírus e Deus - Gazeta do Povo

Madeleine Lacsko - Reflexões sobre princípios e cidadania

Na Coreia do Sul não adiantou o pedido de desculpas: pastor que fez culto com infectados pode enfrentar julgamento por homicídio.

Autoridades de Saúde Pública conhecem bem a novela dos fanáticos religiosos que se colocam contra vacinas, tratamentos, transfusões de sangue e confinamentos. Cada país lida de um jeito com decisões individuais e coletivas. Sem dúvida, os casos mais dramáticos são aqueles em que a atitude de uma pessoa pode invalidar todos os esforços de saúde pública da coletividade, como ocorreu recentemente na Coreia do Sul.  Ao contrário do que virou fala corrente nas redes sociais, os líderes religiosos, em sua maioria, são grandes aliados nas campanhas de Saúde Pública em todo o mundo. Como exercem autoridade e têm confiança, conseguem resultados mais rápidos que o convencimento científico teria entre seus fiéis.

Quando trabalhei com comunicação no time que erradicou a pólio em Angola, nos anos de 2010 e 2011, líderes religiosos de todos os credos eram nossos grandes aliados sobretudo entre a população menos instruída e mais desconfiada de instruções dos estrangeiros e de agências da ONU. Nós, do Unicef, escrevíamos "comunicados de púlpito", que eram lidos nos mais diferentes cultos. Pastores, padres, imans, babalorixás, líderes de cultos animistas e sobas, líderes tradicionais tribais, conseguiam que as pessoas cumprissem as instruções de Saúde Pública.

Os resistentes eram pouquíssimo e, obviamente, acabam se tornando um desafio monumental até mesmo nas ditaduras, como era o caso. Ali se conseguia impor pela força algumas coisas, mas não era possível conseguir que alguém se comportasse de determinada maneira no cotidiano caso seu líder religioso fosse contra. Prender o líder, fechar a igreja e impedir cultos era possível. Seria excelente para vingança, mas também não resolveria o problema e, provavelmente, aumentaria. As pessoas ficariam ainda mais revoltadas com os agentes de Saúde Pública. Agora vivemos uma situação semelhante aqui no Brasil mas, infelizmente, as soluções dependem de quem não tem nenhuma experiência no combate a epidemias e pandemias. Não tem a menor chance de dar certo na rapidez que o povo necessita.

Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, está ganhando um espaço gigantesco na mídia ao entrar em embate com as autoridades do Estado que queriam proibir seus cultos. Ele sabe que isso não é possível, que o Estado não pode controlar religiões e isso historicamente serve para garantir direitos.  Um ótimo exemplo é a pequena igreja Bethel, em Haia, na Holanda, que promoveu um culto ininterrupto durante 3 meses para impedir que 3 fiéis, armênios fugidos do país por perseguição política, fossem repatriados à Armênia por imigração ilegal. A polícia ficou os 3 meses na porta com a ordem de prisão, mas não pôde interromper o culto, que só acabou com a reversão da decisão judicial.

Como a imprensa comprou a briga que Silas Malafaia já sabia haver ganhado com o governo do Estado, juvenil no enfrentamento do fanatismo religioso em epidemias, dobrou a aposta e pediu que a questão fosse ao Judiciário. O Ministério Público, também sem experiência no tema, mordeu a isca e obviamente perdeu. O Judiciário não pode mandar interromper cultos religiosos nem fechar igrejas, ainda que o líder religioso tenha a postura mais irracional do planeta. Se, para alguns, está na cara que só pode ser enganação achar que está enfrentando a doença com espiritualidade, para outros não é assim - e falo dos fiéis, não dos pastores. NÃO É BÍBLICO levar o rebanho ao matadouro. A difícil decisão de fechar um templo para duas mil pessoas foi explicada de forma bíblica pelo pastor da IBAB, teólogo e mestre em Ciências da Religião Ed René Kivitz.

 Nesses momentos, muitos governos do mundo optam por escolher seus notáveis, aqueles que têm experiência e capacidade técnica comprovadas no combate a epidemias e pandemias e montar um gabinete de crise. Não falo em mudar ministros ou funções de governo, mas em embasar tecnicamente decisões que precisam ser rápidas. Pouco adianta querer entrar em embate com Silas Malafaia neste momento. Aliás, ele sabe muito bem que até serve para lotar mais os cultos. Você pode ter revolta e não gostar dele, mas trata-se de um homem inteligente. Ele tem a seu favor o fato de não se importar com as consequências e brigar contra quem está apavorado com a tragédia que está por vir. Pouco adianta tentar fechar a igreja dele na marra, há soluções bem mais criativas, totalmente dentro do escopo de atuação do Poder Público, que podem diminuir significativamente a frequência.

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Muitos pastores da Assembleia de Deus, a mais antiga denominação pentecostal do Brasil, devem estar morrendo de vergonha. Diferentemente da Igreja Católica, não há ordem hierárquica nas igrejas evangélicas, nem nas denominações mais antigas e tradicionais. Um pastor não recebe ordens superiores nem é removido de sua congregação quando faz algo de que os demais discordam, tudo é resolvido localmente, com uma espécie de "conselho" interno dos fiéis.

Talvez Silas Malafaia julgue que o destino reservado a ele é o que, ingenuamente, se diz nas redes sociais que foi o de Lee Man-hee, líder da seita Shincheonji Church of Jesus, origem da maioria dos casos de coronavírus da Coreia do Sul: pedir desculpas. Está mal informado, ninguém aceitou as desculpas. Talvez Deus.  Lee Man-hee tem 88 anos de idade e acredita que é a reencarnação de Jesus Cristo e vai levar 144 mil pessoas para o céu com ele. Para os membros da Shincheonji Church of Jesus, a Bíblia é toda escrita em metáforas que só ele sabe decifrar, então as instruções que ele deu durante o início da pandemia, como fugir da testagem obrigatória, foram seguidas porque estavam na Bíblia. Já se rastreou quem é a fiel da igreja dele que iniciou a transmissão para os demais 9 mil que foram infectados. No momento, parece mais provável que, em vez de levar gente para o céu, Lee Man-hee vá levar para a cadeia mesmo, já que a Coreia do Sul rastreou toda a infestação, testou o país inteiro e sabe que as 21 mortes vieram do foco na seita.

Todos os 230 mil membros da seita já foram entrevistados por autoridades locais. O prefeito de Seul, Park Won-soon já iniciou o processo contra o líder da seita e diversos outros religiosos do grupo. A intenção dele é processar por assassinato, mas a promotoria ainda precisa analisar a viabilidade. Outra hipótese é pedir o fechamento definitivo da igreja, revogando a legitimidade do grupo religioso, o que já tem o apoio de 1,2 milhão de sul-coreanos.

Eu sou cristã, tenho fé. Acompanho os esforços de pastores de rebanhos enormes como Ed René Kivitz aqui em São Paulo ou o padre Reginaldo Manzano, em Curitiba, que me emocionou ao ter a ideia de rezar a missa para a igreja vazia transmitindo pelo YouTube e teve a delicadeza de colocar nos bancos as fotos dos fiéis que lotam suas cerimônias.

Tenho acompanhado aqui, na pequena cidade da grande São Paulo em que vivo, Cotia, o esforço dos pastores de igrejas muito pequenas e simples para entender o que é o coronavírus, explicar ao seu rebanho e manter o atendimento espiritual sem promover reuniões. Estão todos lutando bravamente.  Creio que um dia Deus me fará entender por que há gente que, falando em Seu nome, atenta contra sua criação mais perfeita, a vida humana, feita à Sua imagem e semelhança. Dizem que há uma explicação na 2a carta de Paulo aos Coríntios e teria relação com o curioso destino do anjo mais belo que já existiu. Um dia compreenderei.


Madeleine Lacsko - Vozes - Gazeta do Povo



segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Dinastia Kim não perdoa traidores nem desafetos na Coreia do Norte



Família governa país desde sua fundação em 1948 e até parentes são executados



Seul - A dinastia Kim, governante da Coreia do Norte desde sua fundação, é tão onipotente no país como misteriosa e cheia dos vazios deixados por familiares executados ou caídos em desgraça.  O atual líder supremo, Kim Jong-un, o terceiro governante e de 34 anos, já está há seis no poder. Mas neste tempo demonstrou ser tão implacável com como seus antecessores: para fortalecer-se no poder, não duvidou em ordenar a execução do marido da tia, Jang Song-thaek. Seu meio-irmão mais velho Kim Jong-nam foi assassinado em fevereiro de 2017 na Malásia, entre rumores de que o ditador o percebia como uma potencial ameaça.


Seu avô, Kim Il-sung, com quem se assemelha fisicamente e com quem tenta parecer-se cada vez mais em comportamento e aspecto para acrescentar popularidade, foi o líder escolhido pela União Soviética para fundar o Estado há 70 anos.  Até sua morte em 1994, o Eterno Líder assentou as bases de um país de linhas stalinistas, quase isolado do resto do mundo e onde o culto à personalidade se transformou numa religião.

Ao fundador da dinastia sucedeu seu filho Kim Jong-il, que logo demonstrou que seria um governante tão impiedoso como o pai, e muito mais excêntrico. Durante sua época ocorreria uma das grandes catástrofes da curta História deste país: a fome, em que morreram centenas de milhares de pessoas. Da vida deste amante do cinema e diretor frustrado se desconhecem com exatidão muitos detalhes, como o número de suas consortes. Mas foi Ko Young-hui, uma atriz nascida no Japão de pai coreano e mãe japonesa que foi a primeira-dama “de fato”. A mãe de Kim Jong-un e Kim Yo-jong deu ao Querido Líder outro filho, Kim Jong-chol. O primogênito, e herdeiro aparente durante anos, foi descartado pelo pai, que o considerava “demasiado afeminado”. Jong-chol é, segundo contaram desertores, um bom guitarrista e gosta de Eric Clapton.

Kim Kyong-hui, a irmã do Querido Líder, teve enorme influência em seu governo e apoiou a ascensão do sobrinho Kim Jong-un ao poder. Mas a execução de seu marido, Jang Song-thaek entre rumores de que planejava um golpe de Estado a mantém retirada da política desde 2013.

Uma sorte parecida teve Kim Jong-nam, morto no aeroporto de Kuala Lumpur depois que duas jovens jogaram em seu rosto um produto que os médicos identificaram como agente V, uma arma química. Esta “ovelha negra” do regime foi, a seu momento, o herdeiro presuntivo do pai, antes de cair em desgraça por causa de uma viagem ao Japão e ser enviado ao exílio.
Muito menos perigo corre Kim Yo-jong, a primeira-irmã do regime e grande confidente de seu irmão, junto ao qual apareceu em numerosas ocasiões.

O Globo