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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

O Irã está se apoderando da América Latina



Graças ao legado do falecido Hugo Chávez e seus contemporâneos como Nicolás Maduro, Rafael Correa, Evo Morales, Daniel Ortega, Cristina Fernández de Kirchner, Salvador Sánchez Cerén e outros, o Irã goza de um poder jamais visto na América Latina.
Mahmoud Ahmadinejad: "É um assunto de vida ou morte. Preciso que intermedeie junto à Argentina uma ajuda para o programa nuclear de meu país. Precisamos que a Argentina compartilhe conosco a tecnologia nuclear. Sem a colaboração do país, será impossível avançar em nosso programa".
Faz dois meses que o Irã e a Arábia Saudita estão brincando de cabo-de-guerra para ver quem fica com a América Latina. Em 10 de novembro de 2015 o Vice-Ministro das Relações Exteriores do Irã se reuniu, a portas fechadas, com os embaixadores de nove países da América Latina para reiterar o desejo da República do Irã de "expandir e aprofundar os laços" com aquela região. No final daquele mês outras declarações no mesmo sentido foram proferidas pelo Presidente do Irã Hassan Rouhani e pelo Líder Supremo Aiatolá Ali Khamenei no Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF em inglês) em Teerã.

Naquele mesmo dia o Ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita Adel al-Jubeir presidiu uma reunião de cúpula sul-americana/árabe em Riad. O Ministro das Relações Exteriores al-Jubeir que já foi Embaixador nos Estados Unidos em 2011, foi alvo de uma conspiração de assassinato iraniana/latino americana. A mensagem da reunião de cúpula saudita foi inequívoca: uma reaproximação árabe com os países sul-americanos irá aumentar o isolamento do Irã no mundo.

Lamentavelmente para a Casa de Saud, no caso da América do Sul, ela (Casa de Saud) está mais de trinta anos atrás de seus rivais persas. Após a revolução de 1979, os líderes da recente estabelecida República Islâmica do Irã procuraram não só mudar seu país como também o mundo. Em 1982 o Irã sediou uma conferência internacional da Organização de Movimentos Islâmicos, reunindo mais de 380 clérigos de cerca de 70 países dos quatro cantos do planeta incluindo muitos da América Latina. [1] O propósito da conferência era exportar para o mundo a revolução iraniana.

No ano seguinte, em 1983, o Corpo de Elite da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC em inglês) desfechou sua primeira operação terrorista internacional de grande vulto: o atentado a bomba contra os alojamentos dos Marines em Beirute. Essa ação levou à retirada das forças multinacionais do Líbano. Naquele mesmo ano o Irã começou a financiar e treinar o Hisbolá no Líbano. 1983 também foi o ano que a República Islâmica iniciou as operações secretas na América Latina.

Por: Joseph M. Humire é o diretor executivo do Center for a Secure Free Society (Centro para uma Sociedade Livre e Segura - SFS) e co-editor do livro Iran's Strategic Penetration of Latin America (Lexington Books, 2014).


Tradução:
Joseph Skilnik
Publicado no site do The Gatestone Institute.


terça-feira, 14 de julho de 2015

Acordo impossibilita Irã de construir bomba por pelo menos 25 anos - Israel não quer que o Irã tenha tecnologia nuclear nem para fins medicinais



Exigências ao Irã são bastante específicas, mas potências se comprometem a retirar as sanções econômicas à medida que o país cumpra os acordos
O acordo nuclear entre Irã e as potências mundiais do P5+1 (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, mais a Alemanha) impossibilita que Teerã tenha uma bomba atômica em pelo menos uma geração. O país terá o direito de enriquecer urânio a apenas 3,67% por quinze anos e apenas na usina de Natanz. Ainda assim, tudo será monitorado pelas agências da ONU. Cerca de 5 mil centrífugas poderão funcionar por dez anos em Natanz e, progressivamente, o Irã poderá aumentar sua produção. Até lá, porém, os aparelhos em excesso serão estocados e selados pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Qualquer volume acima de 3,67% terá de ser diluído ou enviado para fora do país.

Durante quinze anos, o Irã também não poderá estocar mais de 300 quilos de urânio enriquecido.  Um dos pontos principais do acordo se refere à usina de Fordow, que será transformada em um centro de tecnologia nuclear e de física. Nenhum enriquecimento será autorizado neste local, apesar de a usina manter mil centrífugas - cerca de 350 delas serão usadas para a produção de isótopos, em cooperação com Moscou.

Os mesmos controles serão implementados na usina de Arak e o Irã não poderá construir nenhum novo reator durante quinze anos. Pelo acordo, o Irã ratificará tratados internacionais que permitirão que os inspetores da AIEA tenham acesso a instalações militares, algo que Teerã rejeitava - essas vistorias, porém, não serão automaticamente autorizadas. A AIEA também terá acesso a todas as instalações do país e verificará a produção por 25 anos.

Sanções
Se por um lado as exigências ao Irã são bastante específicas, por outro as potências se comprometem a retirar as sanções econômicas à medida que o país cumpra os acordos. Os embargos impostos de forma unilateral pela União Europeia e pelos Estados Unidos aos setores de finanças, energia e transporte do Irã serão retirados de acordo se os relatórios da AIEA indicarem que o plano está sendo seguido por Teerã.

Já as sanções da ONU serão "progressivamente retiradas" e "condicionadas ao respeito" das obrigações nucleares do Irã. Os embargos sobre armas convencionais serão mantidos por um período de cinco a oito anos "para garantir a estabilidade regional", mas o tratado também prevê que, em caso de violação do entendimento, as sanções seriam restabelecidas contra o país em dois meses.
O acordo histórico sobre o programa nuclear iraniano, assinado hoje (14) assinado em Viena após 21 meses de negociações, está incluído num documento com aproximadamente 100 páginas, um texto principal e cinco anexos. Segundo a delegação francesa, citada pelo diário Le Monde, as principais linhas do acordo entre Teerã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia, e Alemanha) – num processo que se arrastava há 12 anos, preveem:
Limitar o enriquecimento de urânio
O objetivo principal consiste em pôr em prática severas restrições para garantir que o break-out, o tempo necessário para produzir urânio enriquecido que permita fabricar uma bomba atômica, seja de pelo menos um ano e durante uma duração de dez anos.

Limitar a produção de plutônio
O plutônio é, com o urânio, a outra matéria fóssil que pode ser usada na fabricação de uma bomba atômica. O acordo de Viena estipula que o reator da central de água pesada de Arak será modificado para não produzir plutônio com poder militar.

Reforçar as inspeções
Era um dos pontos mais delicados das negociações. Será aplicado um regime reforçado de inspeções durante toda a duração do acordo, e mesmo para além em relação a certas atividades. A Agência internacional de energia atômica (AIEA) poderá assim verificar durante 20 anos o parque de centrifugadoras e durante 25 anos a produção de concentrado de urânio ('yellow cake'). O Irã,  compromete-se em aplicar, e depois ratificar, o protocolo adicional da Aiea, que permite inspeções intrusivas.


Terminar com as sanções
O principal objetivo dos iranianos consistia em obter o fim das múltiplas sanções (da Organização das Nações Unidas, Estados Unidos e Europa) que prejudicam o desenvolvimento do país. As sanções adotadas pela União Europeia e EUA dirigidas aos setores financeiros, energia e do transporte iranianos seriam levantadas a partir da aplicação pelos iranianos dos seus compromissos, atestados por um relatório da Aiea. O mesmo procedimento será aplicado para anular as seis resoluções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU contra o Irã desde 2006.

Manter o embargo de armas
Mantêm-se as sanções relativas aos mísseis balísticos e às importações de armas ofensivas. A transferência de materiais sensíveis que possam contribuir parra o programa balístico iraniano também será proibida durante oito anos, salvo autorização explícita do Conselho de Segurança da ONU.

O texto não prevê o fim do programa iraniano, como admitido no início das primeiras negociações entre 2003 e 2005, conduzidas pelos europeus.  As infraestruturas iranianas também passam a ser vigiadas mais de perto para impedir Teerã de iniciar uma corrida clandestina à bomba atômica.

Fonte: Agência Brasil

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Doutrina Obama = maldita queda livre



Decifrando a Doutrina Obama
James Jeffrey, ex-embaixador extraordinário e plenipotenciário de Barack Obama no Iraque, diz o seguinte sobre o atual desempenho da administração no Oriente Médio: "estamos em uma maldita queda livre".

Veja os equívocos: ajudar a derrubar Muamar Kadafi na Líbia, resultando em anarquia e guerra-civil. pressionar Hosni Mubarak do Egito a renunciar, depois apoiar a Irmandade Muçulmana, fazendo com que o atual presidente Sisi se volte para Moscou,  alienar o mais leal e resoluto aliado de Washington na região, o Governo de Israel,  desprezar o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS) como uma "equipe desportiva do terceiro ano do ensino médio" pouco antes dele capturar cidades importantes,  fazer apologias ao Iêmen como um sucesso do contraterrorismo, pouco antes de seu governo ser derrubado,  alarmar as autoridades sauditas ao ponto delas formarem uma aliança militar contra o Irã,  mimar Recep Tayyip Erdoğan da Turquia, estimulando suas tendências ditatoriais,  sair prematuramente do Iraque e do Afeganistão, arruinando o gigantesco investimento americano nesses dois países.

E acima de tudo: fazer acordos equivocados além de perigosos com os mulás do Irã, ambiciosos para obterem armas nucleares. Trata-se de uma série de ou será que há uma erros aleatórios de uma liderança incompetente intenção grandiosa, mal concebida por detrás desse hábito? Até certo ponto é incompetência, como quando Obama se curvou ao rei saudita, ameaçou o governo da Síria na questão das armas químicas antes de mudar de ideia e agora envia ajuda militar a Teerã no Iraque e enfrenta o Irã no Iêmen.

Mas também há uma hipótese de uma ideia grandiosa que necessita de explicação
Como alguém de esquerda, Obama vê os Estados Unidos como tendo, historicamente, exercido uma influência maligna pelo mundo afora. Corporações gananciosas, um complexo industrial-militar  excessivamente poderoso, um nacionalismo grosseiro, racismo enraizado e imperialismo cultural combinados para desenhar os Estados Unidos, no cômputo geral, como uma força para o mal.

Sendo um estudante do organizador de comunidade Saul Alinsky, Obama não proclamou abertamente essa forma de pensar se passando como patriota, embora ele (e sua encantadora esposa) tenham dado a entender, de passagem, suas concepções radicais sobre "transformar, de maneira fundamental, os Estados Unidos". Ao chegar à presidência, Obama trabalhou vagarosamente, sem disseminar alarme, objetivando ser reeleito. Agora contudo, depois de seis anos completos, tendo apenas seu legado com que se preocupar, o Obama em sua plenitude está emergindo.

A Doutrina Obama é simples e universal: calorosas relações com adversários, acomodando-os com amigos.

Diversas suposições sustentam essa abordagem:
- moralmente o governo dos EUA tem a obrigação de efetuar compensações pelos seus erros passados,

- sorrir para países hostis irá influenciá-los a sorrirem de volta,
- o uso da força ao invés de resolver problemas, cria mais problemas,  aliados históricos dos EUA, parceiros e assistentes são acessórios moralmente inferiores. No Oriente Médio, isso se traduz em aproximação com revisionistas (Erdoğan, Irmandade Muçulmana, República Islâmica do Irã) e afastamento de governos cooperadores como (Egito, Israel, Arábia Saudita).

Desses atores dois se sobressaem: Irã e Israel. Ao que tudo indica, estabelecer boas relações com Teerã é a preocupação maior de Obama. Conforme mostra Michael Doran do Hudson Institute, Obama, durante toda sua presidência tem trabalhado para apresentar o Irã, o que ele chama de "uma próspera potência regional, que respeita as normas internacionais e as leis internacionais". Contrariamente, suas amizades pré-presidenciais com antissemitas truculentos como Ali Abunimah, Rashid Khalidi e Edward Said apontam para a intensidade da sua hostilidade frente ao estado judeu.

A Doutrina Obama desmistifica o impenetrável. Por exemplo, ela explica porque o governo dos EUA despreocupadamente ignorou o ultrajante latido "Morte aos Estados Unidos" do líder supremo do Irã em março, desprezando-o como mera manipulação para consumo interno, ainda que Obama tenha se prendido ao comentário de campanha eleitoral do primeiro-ministro israelense, quase que simultaneamente, rejeitando a solução de dois estados com os palestinos enquanto durasse seu mandato dizendo: "nós o pegamos pela palavra". [Obama sempre se omitiu diante da matança de civis palestinos, desarmados e indefesos na Faixa de Gaza, efetuada pelo exército de Israel.]

Por: Daniel Pipes

quarta-feira, 4 de março de 2015

Netanyahu, primeiro ministro de Israel, não quer dar uma chance PAZ, desafia Obama e prega a ‘IRANOFOBIA’




Sem medo do perigo
Bibi não está disposto a dar uma chance à paz. Nunca antes um chefe de Estado ousou discursar no Congresso dos EUA para bombardear a política externa de um presidente americano. No coração de Washington, o primeiro-ministro de Israel detonou o acordo nuclear em negociação entre as potências mundiais e o Irã, no qual Barack Obama aposta suas fichas para acabar com décadas de tensão e mudar a cena no Oriente Médio.  

A imagem do primeiro-ministro apertando mãos e aplaudido de pé no Capitólio certamente terá um impacto no resultado das eleições em Israel daqui a duas semanas, mas pode virar um desastre diplomático para um país cada vez mais isolado no cenário internacional.

Convidado pelos adversários políticos de Obama para discursar numa sessão conjunta de Senado e Câmara, o primeiro-ministro de Israel desafiou o presidente do país mais poderoso do mundo em seu próprio território e deixou enfurecido o aliado histórico. Simplificando, Bibi disse que Obama era ingênuo em acreditar no regime dos aiatolás, classificou o acordo com o Irã de uma ameaça à existência de Israel, à paz mundial e à segurança dos EUA.  “É um insulto à Inteligência dos EUA”, disse Nancy Pelosi, líder dos democratas no Senado. “É uma peça de iranofobia”, reagiram em Teerã. “Foi uma cena de teatro”, criticou o deputado Steve Cohen. 


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Na Argentina “suicidam” acusador da presidente Kirchner – No Brasil, executam Celso Daniel e Toninho do PT, cadáveres que tiram o sono da petralhada



Morte de procurador que denunciou Cristina Kirchner causa comoção política na Argentina
Alberto Nisman foi encontrado morto com tiro na cabeça um dia antes de depor no Congresso sobre o caso Amia
O procurador argentino Natalio Alberto Nisman, que denunciou a presidente Cristina Kirchner na investigação do caso contra o atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), foi encontrado morto no domingo à noite em seu apartamento em Buenos Aires, causando comoção política no país. Nisman, de 51 anos, apresentaria na manhã desta segunda-feira no Congresso a conclusão de sua denúncia contra a presidente. Segundo ele, Cristina teria encoberto o envolvimento de terroristas iranianos no ataque contra a Amia, num crime que permanece impune depois de 20 anos.

As primeiras informações davam conta de que o corpo de Nisman foi encontrado com perfuração na têmpora — segundo um relatório preliminar de autópsia —, compatível com uma arma de pequeno calibre, no banheiro de seu apartamento no bairro de Puerto Madero. O local estava trancado por dentro. Por volta das 5h10m, o Ministério da Segurança emitiu um comunicado confirmando as circunstâncias da morte, e afirmando que ele tinha dez policiais federais à disposição para segurança pessoal. Israel, que lamentou a morte de Nisman "em circunstâncias trágicas", pediu à Argentina que dê continuidade ao trabalho do procurador.

Fontes judiciais revelaram ao jornal “La Nación” que no domingo à tarde a família tentou entrar em contato com Nisman, mas não conseguiu. Sua mãe foi até seu apartamento e bateu na porta. Não obtendo resposta, decidiu chamar um chaveiro. O corpo do procurador foi encontrado no banheiro, com uma pistola ao lado, que seria de sua propriedade. A investigação ficou sob responsabilidade dos promotores Manuel Arturo de Campos e de Viviana Fein. Falando a repórteres no local, Viviana disse que, no momento, não irá levantar hipótese. — Não posso dizer se foi suicídio ou não. Peço-lhes prudência — afirmou ela, que posteriormente revelou não haver carta de suicídio e que o estado do corpo indicava que Nisman morrera antes da noite de domingo.

REAÇÕES
O secretário-geral da presidência, Aníbal Fernández, disse lamentar a morte de Nisman e afirmou que todo o trabalho feito por ele deve ser investigado. — É possível acostumar-se com qualquer coisa, mas não a morte. A notícia me deu um estrépito enorme.

Sergio Berni, secretário de Segurança do país, disse que os indícios naturalmente apontavam para suicídio. Em entrevista à rádio América, ele afirmou que é necessário "esperar para que a Justiça corrobore". Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires e um dos potenciais candidatos à presidência este ano, pediu que a investigação da morte de Nisman e do caso Amia sejam julgados até as últimas instâncias. — O que aconteceu hoje deve ser um divisor. Precisa haver um antes e um depois. Que não deixemos o medo e a resignação nos vencerem. Vamos combater esta violência — disse, ainda sem haver um laudo preliminar sobre a morte do promotor.

O chanceler israelense, Avigdor Lieberman, escreveu em comunicado que Nisman era um "jurista valente e destacado que lutou incessantemente pela justiça", buscando explicitar os responsáveis pelo atentado à Amia. "O Estado de Israel manifesta sua esperança de que as autoridades argentinas continuem com as atividades de Nisman e façam todos os esforços a exigir justiça aos responsáveis pelo ataque."

Um comunicado enviado em conjunto pela Amia e pela Daia (Delegação de Associações Israelitas Argentinas) diz que as organizações ficaram estupefatas. "A repentina morte de Nisman representa, sem dúvidas, um golpe de alto impacto para a causa", afirmam. "Redobraremos os questionamentos e o compromisso para que o atentado de 1994 seja esclarecido em sua totalidade."  Pelo Twitter, líderes da oposição expressaram consternação.

ACUSAÇÕES
Nisman, que tinha duas filhas com a juíza Sandra Arroyo Salgado, iria aparecer nesta segunda-feira perante uma comissão da Câmara dos Deputados para apresentar o caso contra a presidente e vários de seus aliados. Ele chegou a solicitar um embargo de cerca de 19 milhões de euros para Cristina e os outros investigados.

Na quinta-feira, o governo argentino pôs sob suspeita o promotor, um dia após ele denunciar a presidente. Em 1994, uma explosão contra a Amia por um carro-bomba deixou 85 mortos e provocou danos estruturais em outros nove edifícios no bairro Once, no distrito de Balvanera. O Hezbollah havia sido acusado do crime, mas em 2006 revelou-se que o Irã seria um possível mandante.

O chanceler Héctor Timerman, que também foi denunciado por Nisman, acusara o promotor de “investigar clandestinamente a presidente” em vez de se concentrar em investigar os suspeitos pelo atentado e de agir contrariado pelo afastamento de aliados seus da Secretaria de Inteligência argentina.

Timerman não foi o único do governo a voltar a artilharia verbal contra Nisman. O ministro do Interior, Florencio Randazzo, disse que “só um pervertido” pode imaginar que a presidente tenha fechado um “pacto de impunidade” para ocultar a responsabilidade do Irã.
O chefe de Gabinete de Cristina, Jorge Capitanich, disse que o promotor faz parte de uma conspiração de “membros do Poder Judiciário, grupos de mídia, corporações econômicas, setores de Inteligência nacionais e internacionais que buscam desestabilizar o governo permanentemente com sua atitude golpista”.

A denúncia do envolvimento de membros do governo argentino conta com 300 páginas. Além de Cristina e Timerman, o promotor Nisman denunciou também o deputado Andrés Larroque, o líder sindical Luis D’Elia e o ativista Fernando Esteche. Eles teriam negociado com o Irã o fim das investigações em troca da venda de petróleo para diminuir o déficit energético argentino.

Em maio de 2008, Nisman pediu a detenção do ex-presidente Carlos Menem e do ex-juiz Juan José Galeano. À época, ele mantinha uma relação considerada bastante amistosa com Cristina e seu marido, o então presidente Néstor Kirchner, quem acusou o Irã formalmente na ONU com as investigações preliminares de Nisman.

Cristina sugeriu uma investigação conjunta com o Irã, em 2013. Na época ela declarou que o pacto iria reabrir o inquérito, mas Israel e grupos judeus disseram que a medida ameaçava o andamento do processo criminal do caso. A comissão da verdade foi desautorizada por um tribunal argentino, e Teerã jamais a ratificou.  Após a morte de Nisman, o juiz federal Ariel Lijo declarou que um processo judicial para apurar o caso Amia será aberto.

Fonte: Reuters