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quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Ataque hacker ao sistema do CNJ faz Moraes determinar a sua própria prisão

No documento, Alexandre de Moraes pede, supostamente, sua própria prisão, para que ele seja punido 'exemplarmente'; texto ainda consta a frase 'Faz o L' 

No sistema oficial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) consta que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, pediu a sua própria prisão.
 

O Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) recebeu o documento fraudulento que, supostamente, teria sido expedido pelo magistrado. As informações são do jornal O Globo, que ressaltou que o texto contém uma série de ironias em relação à atuação de Moraes frente ao Judiciário brasileiro, o que deixou mais evidente que se trata de uma invasão de hackers.

O CNJ, então, solicitou à Polícia Federal (PF) que investigasse o possível ataque hacker no sistema do Conselho. O pedido foi atendido e o suposto pedido de prisão contra Moraes já foi retirado do BNMP. 
Um trecho da decisão falsa, além de pontuar a prisão do magistrado, consta a frase “Faz o L”, que é utilizada por bolsonaristas para criticar os feitos de Lula e do seu novo governo.

DETERMINO, por fim, a extração integral de cópias e sua imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF e de todos os inquéritos de censura e perseguição política, em curso no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL para o CNJ, a fim de que me punam exemplarmente. Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L., diz trecho do documento.

Política - Correio Braziliense 

 

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Ataque hacker: empresa dos EUA perde R$ 1 bilhão

O sistema de software foi invadido durante horas e em pequenos lotes por várias contas 

A empresa de criptomoedas norte-americana Nomad sofreu um ataque hacker. Os envolvidos furtaram cerca de US$ 190 milhões (quase R$ 1 bilhão), segundo a empresa de análise de criptos PeckShield.

O sistema de software foi atacado durante horas e em pequenos lotes por várias contas, mostram os dados da análise de segurança, divulgados na segunda-feira 1º. “Uma investigação está em andamento e as principais empresas de inteligência foram acionadas”, informou a Nomad em comunicado. “O objetivo é identificar as contas envolvidas, rastrear e recuperar os fundos.”

No Twitter, um pesquisador da empresa de investimento em criptomoedas Paradigm explicou que uma atualização recente de um dos contratos inteligentes da Nomad facilitou a falsificação de transações. Isso significa que os usuários podiam retirar dinheiro da Nomad que, na verdade, não pertencia a eles.

Diferentemente de alguns ataques, onde um único culpado está por trás de toda a exploração, o ataque à Nomad pode ter sido feito por várias pessoas.

Revista Oeste

 

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Bolsonaro volta a dizer, sem apresentar evidências, que tem como provar fraude na eleição de 2018 - O Estado de S. Paulo

Sem oferecer evidências, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira, 12, que pode provar que venceu as eleições de 2018 no primeiro turno. Naquele ano, Bolsonaro foi eleito presidente da República no segundo turno com 55,13% dos votos válidos, ao derrotar Fernando Haddad (PT), com 44,87%.

“Vamos mostrar 2014… Eleição de 2018, onde eu ganhei no primeiro turno. Eu falo isso não dá boca para fora, tenho como provar”, afirmou o chefe do Executivo a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. No primeiro turno, Bolsonaro obteve 46,03%, ante 29,28% de Haddad.

O presidente já disse reiteradas vezes que irá provar que ganhou a disputa em 2018 no primeiro turno. Mas jamais apresentou evidências disso.
O presidente já disse reiteradas vezes que irá provar que ganhou a disputa em 2018 no primeiro turno. Mas jamais apresentou evidências disso. Foto: Adriano Machado/Reuters
 

No ano passado, Bolsonaro chegou a fazer uma live nas redes sociais para supostamente apresentar provas de fraudes nas eleições. Ele exibiu vídeos que circulam nas redes sociais com supostas irregularidades rejeitadas pela Justiça, mas não exibiu as provas prometidas.

O presidente já disse reiteradas vezes que irá provar que ganhou a disputa em 2018 no primeiro turno. Mas jamais apresentou evidências disso. O discurso de Bolsonaro reacende a estratégia de colocar em xeque o sistema eleitoral brasileiro a menos de três meses da eleição. O TSE, por diversas vezes, defendeu a lisura do processo eleitoral. Desde 1996, não foi encontrada evidências de fraudes desde que a urna eletrônica foi adotada.

A Polícia Federal chegou a apurar se o presidente cometeu crime ao comentar, durante a live, investigação de ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que corria sob sigilo, mas decidiu pela inocência do presidente.

Na semana passada, Bolsonaro afirmou que vai apresentar a embaixadores supostas irregularidades no sistema eleitoral brasileiro. Até o momento, segundo apurou o Estadão/Broadcast nesta manhã junto a fontes do Ministério de Relações Exteriores, não há data para o encontro.

A oposição acusa Bolsonaro de, ao insistir sem provas na tese de falta de lisura do sistema eleitoral, preparar o terreno para tentar “melar” as eleições em caso de derrota para o ex-presidente Lula, arquirrival do governo e hoje líder nas pesquisas de intenção de voto.
 
Eduardo Gayer, colunista - O Estado de S. Paulo

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Judiciário pode agir contra o Telegram, se o Congresso não o fizer, diz Fachin

Novo presidente do TSE revelou que o presidente da Câmara dos Deputados vai dar prioridade à lei das fake news

[Para o Poder Judiciário possa agir contra o Telegram, é necessário uma lei estabelecendo parâmetros que, só após serem estabelecidos, poderão ter seu cumprimento cobrado.
A regra constitucional é clara: "os poderes da República são harmônicos e independentes", só que tem, um pós vírgula, não escrito, mas que vale mais e estabelece ", caso o Legislativo não legisle conforme a pauta que interessa ao Judiciário, este assume funções legislativas e legisla sobre o que entender conveniente".] 

O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Edson Fachin, declarou que o Judiciário pode agir contra o Telegram, caso o Parlamento não tome providências para evitar a disseminação de “fake news” nas eleições. O aplicativo de mensagens russo está na mira da Justiça.  “Não havendo decisão do Legislativo, pode ser que o Judiciário seja provocado a se manifestar”, disse Fachin, nesta quarta-feira, 23, na primeira entrevista coletiva depois de empossado como chefe do TSE. “Nenhum mecanismo de comunicação está imune ao Estado Democrático de Direito”, afirmou.

Segundo Fachin, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou que o projeto de lei das fake news, que exige que todas as plataformas tenham representação no Brasil, vai ter prioridade na tramitação na pauta da Casa. O texto vai na contramão do que defende o governo federal. “Se a lei for aprovada, teremos um marco legal que definirá a necessidade de plataformas digitais terem representantes no Brasil”, observou Fachin. “Se não avançar no Congresso, o Brasil pode impor limites para garantir a democracia.”


Negociações malsucedidas com o Telegram
Conforme noticioOeste no início do mês, a carta do então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, endereçada ao Telegram voltou. O ministro tentava contato com a plataforma com a finalidade de a empresa colaborar no enfrentamento da “desinformação”.

Revista Oeste  

 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Investigado no STF, Bolsonaro, enfim, tem uma notícia positiva e entre Randolfe e Bolsonaro, PGR vai a favor de Bolsonaro no STF

Robson Bonin

Delegada que comanda as apurações contra o presidente vai deixar o posto

Jair Bolsonaro tem algo a comemorar: Denisse Ribeiro, a implacável delegada da Polícia Federal que investiga as tramoias presidenciais no STF, vai sair de cena nesta semana. Motivo: licença maternidade.

Denisse, por exemplo, liberou recentemente ao Supremo um relatório que aponta potenciais crimes de Bolsonaro na divulgação de dados sigilosos de uma investigação sobre um ataque hacker ao TSE. [nada contra a delegada; no pouco tempo que esteve em evidencia,agiu corretamente, cumpriu seu dever e nos parece que cometeu uma única falha: se empolgou com a condição de escolhida a dedo pelo ministro Moraes e passou a se considerar "dona do pedaço" - esquecendo de seguir o que o jornalista J. R. Guzzo escreveu: "... O que ele poderia fazer?  

Mandar a delegada de polícia que convocou para o seu serviço pessoal, e que tem o direito de andar de revólver na cinta para cima e para baixo, ir até o Palácio e prender o presidente da República? " 
Já que ele não vai à polícia, que tal mandar a polícia atrás dele? Não daria certo: a delegada de Moraes não passaria do porteiro do Planalto...."]

Entre Randolfe e Bolsonaro, PGR vai a favor de Bolsonaro no STF

Número dois da PGR entendeu que não procede a acusação do senador contra o presidente por difamação

Manifestação da PGR enviada ao STF recomenda a rejeição de uma queixa-crime apresentada por Randolfe Rodrigues contra Jair Bolsonaro. O senador acusou Bolsonaro de difamação por causa de postagens do presidente em que ele indica negociações pela compra da vacina indiana Covaxin atribuídas a Rodrigues. “Ao contrário do noticiado, tem-se que a conduta não se amolda ao delito de difamação, de modo que o não recebimento da presente ação penal privada, com o seu consequente arquivamento, é medida que se impõe”, escreve o vice-procurador-geral Humberto Jacques.

“Expressões do presidente não constituíram ofensas à honorabilidade do congressista… Se espera de todos um debate livre de ideias políticas, para a condução da coisa pública e a disputa por espaços de poder com a fidelização do eleitorado, o que vai em direção à construção da Democracia”, segue o dois da PGR. [o senador encrenqueiro e/ou estridente, já tinha credibilidade próxima de     ZERO,  com suas denúncias espalhafatosas e agora com o sepultamento (pelo Tribunal Internacional de Haia)  do mentiroso relatório da Covidão,sua credibilidade ficou negativa.]

Radar - Robson Bonin - VEJA


domingo, 15 de agosto de 2021

Sistema do Tesouro Nacional sofre ataque hacker, diz Ministério da Economia - O Globo

Segundo o órgão, trata-se de um ataque ransomware, em que os invasores geralmente pedem dinheiro em troca de dados sequestrados de um computador

- A rede interna da Secretaria do Tesouro Nacional sofreu um ataque hacker na noite desta sexta-feira, informou o Ministério da Economia.
[IMPORTANTE: o único sistema de computadores totalmente seguro, no qual ainda que o hacker invada e lá permaneça, nada faz de prejudicial é o do TSE. 
Todos os outros sistemas estão sujeito a invasões. Leia com atenção a matéria e acesse os links. ]

Em nota, a pasta disse que "as medidas de contenção foram imediatamente aplicadas e a Polícia Federal, acionada", mas não detalhou o grau de dano provocado pela invasão ao sistema.

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Segundo o órgão, trata-se de um ataque de ransomware. Nesse tipo de ação, invasores pedem algo, geralmente dinheiro, em troca de dados "sequestrados" de um computador.

Há um bloqueio para que o usuário invadido não consiga acessar parte de seus próprios arquivos enquanto não pagar o resgate. Isso é problemático principalmente quando não se tem um backup.

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"Os efeitos da ação criminosa estão sendo avaliados, neste primeiro momento, pelos especialistas em segurança da Secretaria do Tesouro Nacional e da Secretaria de Governo Digital", informou o Ministério da Economia.

"Nesta primeira etapa, avaliou-se que a ação não gerou danos aos sistemas estruturantes da Secretaria do Tesouro Nacional, como o Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) e os relacionados à Dívida Pública. As medidas saneadoras estão sendo tomadas."

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Não e a primeira vez
Esta não é a primeira vez que um sistema do governo federal sofre um ataque hacker. Em fevereiro, foi a vez do Ministério da Saúde. Os invasores deixaram a mensagem “Este site está um lixo!", escrita no FormSUS, um serviço do DataSUS para a criação de formulários.

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Segundo a pasta, não houve vazamento de informações e a situação  foi controlada pela equipe de segurança da informação. Eles disseram que tratou-se de uma técnica conhecida como "defacement”, comparada a uma pichação, que “consiste na realização de modificações de conteúdo e estética de uma página da internet”.

Economia - O Globo


segunda-feira, 24 de junho de 2019

Caso Lula volta ao STF em ambiente político de Lava Jato em xeque

Após divulgação de conversas de Moro, pedido da defesa para anular condenação deve ser julgado ainda neste ano

A defesa do ex-presidente Lula chega a um julgamento decisivo no STF (Supremo Tribunal Federal) em momento político favorável por causa da revelação de conversas de autoridades da Lava Jato feita pelo site The Intercept Brasil. A Segunda Turma da corte deve julgar ainda neste ano se as ações penais contra o ex-presidente devem ser anuladas a partir da interpretação de que o ex-juiz Sergio Moro, que condenou o petista, não teve a imparcialidade necessária para comandar os casos.[destaque importante: a própria defesa do presidiário Lula insiste em destacar que o recurso a ser julgado no próximo dia 25 - o clima político deve provocar o adiamento  para agosto - foi impetrado BEM ANTES da divulgação das supostas conversas entre Moro e Dallagnol
ou seja, nem a defesa do condenado Lula - que,  na tentativa de libertar seu cliente,  já apelou até para um comitê de boteco da ONU - acredita no valor das conversas, produto de furto e sem autenticidade comprovada, divulgadas pelo IntercePT.]

Se essa tese da defesa for bem-sucedida, o ex-presidente será solto e, a depender do teor da decisão dos ministros, os processos da Lava Jato contra Lula podem retroceder até mesmo para a fase de investigação. A ação está na pauta do STF desta terça-feira, mas, conforme informou a coluna de Mônica Bergamo, na Folha, o julgamento será adiado para o segundo semestre deste ano. Na última sexta-feira (21), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou ao STF parecer que questiona o uso das mensagens entre Moro e Deltan como elemento para anular o caso de Lula.

Segundo ela, o material publicado "ainda não foi apresentado às autoridades públicas para que sua integridade seja aferida". Já Moro, em audiência no Senado, afirmou ainda ser alvo de um ataque hacker que mira as instituições e que tem como objetivo anular condenações por corrupção. O ex-juiz diz ainda não ter como garantir a veracidade das mensagens (mas também não as nega), refuta a possibilidade de ter feito conluio com o Ministério Público, chama a divulgação das mensagens de sensacionalista e desqualifica os que apontaram irregularidades na sua atuação quando juiz da Lava Jato.

A solicitação dos advogados foi feita no ano passado, após o anúncio da ida de Moro para o ministério no governo de Jair Bolsonaro (PSL),opositor político do petista. Ficou suspensa por seis meses devido a pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, mas ganhou força a partir do último dia 9, quando o The Intercept Brasil começou a divulgar os diálogos de Moro e do procurador Deltan Dallagnol. Na troca de mensagens, o à época juiz dá orientações aos procuradores, sugere a inversão de ordem de fases da Lava Jato e até indica uma testemunha de acusação ao Ministério Público Federal.

O caso abalou a credibilidade da operação e reabriu a discussão sobre a anulação de decisões tomadas em Curitiba. A defesa de Lula protocolou no pedido de suspeição um anexo com esses diálogos como forma de reforçar seus argumentos. O julgamento foi iniciado ainda no ano passado e o placar parcial é de 2 a 0 contra o pedido —votos dos ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia. Gilmar, um dos que ainda não apresentaram voto, já declarou publicamente que "não necessariamente" as conversas vazadas não podem ser usadas na Justiça como prova por terem origem possivelmente ilícita. Nessa linha de raciocínio, o fato de o material ter sido provavelmente obtido por meio de um crime faz com que ele não tenha como ser utilizado para acusar um suspeito, mas possa servir para absolver um acusado.

O ministro, assim como outro magistrado com direito a voto no caso, Ricardo Lewandowski, possui trajetória de votos favoráveis a pleitos das defesas na Lava Jato. O último a votar, Celso de Mello, tem histórico de votos alinhados a teses de acusação na operação, mas seu posicionamento costuma variar. Em relação a prisões de condenados em segunda instância, por exemplo, bandeira de investigadores e magistrados da Lava Jato, ele é irredutivelmente contrário. "Tudo isso depende de um subjetivismo probatório muito complicado. Para reconhecer uma suspeição, os fatos vão ter que ser nítidos, como uma prova concreta dos efeitos daquela situação ligada a outra no processo", diz o professor de direito processual penal da PUC-SP Claudio Langroiva.

Das três ações penais abertas por Moro contra Lula no Paraná, uma já teve sentença confirmada por dois tribunais o caso tríplex—, outra já foi sentenciada em primeira instância pela juíza Gabriela Hardt, o processo sobre um sítio em Atibaia (SP), e uma terceira está pendente de sentença. Se a tese da defesa for bem-sucedida, esses três casos podem ter que ser totalmente reavaliados por um outro juiz, já que Moro participou do trâmite dessas ações em algum grau, chegando, por exemplo, a interrogar Lula como réu. O Supremo determinaria que um outro magistrado avaliasse novamente se as acusações apresentadas pelo Ministério Público devem ou não se transformar em ação penal.

Em uma outra hipótese menos provável, o STF poderia até determinar a anulação de provas produzidas sob autorização de Moro, como as obtidas por meio de busca e apreensão em endereços de Lula em 2016, na 24ª fase da Lava Jato. "Se ficar demonstrado que houve ilegalidade desde a fase inicial da persecução penal, que houve a figura do juiz-acusador desde aquele primeiro momento, aí temos que aplicar a teoria do 'fruto da árvore envenenada'. Ou seja, se a árvore [investigação] está envenenada, tudo que vem dela está contaminado", afirma o advogado criminalista e professor Leonardo Pantaleão.

O pedido de suspeição abrange apenas os casos de Lula, e não a Lava Jato como um todo. Independentemente da extensão da decisão, sem a condenação do tríplex Lula teria de volta seus plenos direitos políticos e estaria novamente habilitado, por exemplo, para disputas eleitorais. Suas chances de voltar à cadeia no médio prazo também seriam muito reduzidas. Ele é réu em outras seis ações no Distrito Federal e em São Paulo, mas até agora não prestou depoimento em nenhuma delas e não deve haver sentença em breve nesses casos.

Não é a primeira vez que a defesa de Lula tenta romper o vínculo de seus processos com Sergio Moro. Antes de o atual ministro da Justiça deixar a magistratura, pleitos parecidos foram rejeitados em cortes como o Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O ex-juiz sempre negou que tenha agido parcialmente à frente de ações penais da Lava Jato. O professor de direito da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Antonio Santoro diz que uma possibilidade é o STF declarar Moro suspeito de julgar Lula devido ao "conjunto da obra".

Ao longo dos processos do petista, vários episódios geraram debate sobre a atuação do magistrado, como a divulgação de conversas entre o ex-presidente e Dilma Rousseff, em 2016, uma intervenção para barrar uma ordem de habeas corpus, em 2018, e a liberação de um anexo da delação do ex-ministro Antonio Palocci durante a campanha eleitoral, também no ano passado. "O Supremo vai ter muita dificuldade de enfrentar essa questão sem um juízo político além do técnico. O Supremo vem julgando de forma dividida há muito tempo. E acho que também será o caso desse tema", diz Santoro. [a intervenção do ex-juiz  para impedir a soltura de Lula ocorreu bem após Moro condenar o ladrão petista e a sentença condenatória ter sido confirmada pelo TRF -4.
 
Se espera que o STF agindo de forma política adie o julgamento para após o recesso de julho.
Com o adiamento haverá tempo hábil para o condenado petista pleitear progressão de pena - devido cumprimento de 1/6 da pena - o que levará ao arquivamento do HC, por perda de objeto;
 
também há possibilidade de que a segunda condenação de Lula - sítio de Atibaia - seja confirmada pelo TRF - 4, o que adiará por mais tempo uma possível libertação do presidiário petista.]