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quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Lula ficou entre o zero e o zero absoluto neste ano e terá mesmo desempenho em 2024 - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

A única ideia que orientou o governo nos últimos doze meses, e que parece resumir a soma total de suas capacidades, foi gastar com a máquina estatal

Ao completar o primeiro ano de um governo que esteve entre o zero e o zero absoluto em matéria de produzir alguma coisa útil para o País e para os brasileiros, o presidente Lula se despede de 2023 mostrando a intenção de fazer mais do mesmo em 2024. 
A única ideia que orientou o governo nos últimos doze meses, e que parece resumir a soma total de suas capacidades, foi gastar com a máquina estatal, seus beneficiários e seus clientes. 
 “Gastar”, aí, significa consumir tudo o que o Estado arrecada dos brasileiros – e mais ainda. É a religião da era Lula-3
“Gasto é vida”, sobretudo gasto com nós mesmos e os nossos lençóis de linho egípcio. Não se produz nada; só se consome
Quem tem de produzir é a população. 
Tem de trabalhar, pagar imposto – foram 3 trilhões de reais em 2023 – e encher o nosso bucho. É a ideologia do parasita-raiz.
 
Lula passou o ano inteiro fazendo uma coisa só: distribuir o dinheiro do Orçamento Federal para as “emendas parlamentares”
É o que eles chamam de “governabilidade”
Entrega-se o Erário público para a compra do apoio de deputados e senadores – que umas vezes vem e outras não vem, o que leva a pagar de novo e cada vez mais. É isso. 
O resto da ação presidencial este ano foi passar 72 dias viajando para o exterior, através de 24 países diferentes, hotéis “padrão Dubai” e uma coleção sem precedentes de declarações cretinas. 
O tempo que sobrou ficou para comícios em circuito fechado (o presidente da República não pode sair à rua neste país), na presença e sob o aplauso das ministras e ministros que se especializam em não produzir nada, nunca – dos “indígenas”, das “mulheres”, dos “direitos humanos” e por aí afora.
 
Lula, na sua versão atual, tem um pensamento só, e ele está errado
Diz todos os dias que o crescimento do Brasil depende do gasto público – acha que isso é “investimento”, e que quanto mais o governo gasta mais o País cresce
Déficit, segundo este tipo de entendimento, é uma exigência do progresso. É objetivamente falso. Como diz o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad: “De dez anos para cá, a gente fez 1 trilhão e 700 bilhões de reais de déficit e a economia não cresceu”. Xeque-mate, mas e daí? Lula não está ligando a mínima para os fatos; não se dá sequer ao trabalho de acreditar naquilo que ele mesmo diz.  
Não lhe interessa que o déficit é só déficit, e que o “investimento” real não existe. 
O que conta para ele é a caneta que autoriza gasto do governo, e só isso.
 
Não poderia haver uma maneira pior para o Brasil encerrar ano, em termos de lógica e de intenções na economia, do que o acesso de neurastenia que Lula teve diante do último relatório bianual da OCDE sobre a economia brasileira.
A organização, que reúne os países mais prósperos do mundo e é reconhecida pela competência técnica de suas análises econômicas, disse que a dívida pública do Brasil neste momento pode levar à uma situação “claramente insustentável”.
Lula se declarou “irritado” com as realidades expostas pela OCDE e chamou a análise de “palpite” como se ele tivesse alguma ideia do que está falando. 
É uma grosseria e, de novo, uma estupidez. 
O Brasil poderia começar a pensar em si mesmo como um país desenvolvido se conseguisse, um dia, ser admitido na OCDE. 
Lula acha ruim. Não abre mão de continuar no Terceiro Mundo.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 
 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

O conto do vigário - Revista Oeste

Ex-presidente Lula abraçando o ex-governador Geraldo Alckmin | Foto: Reprodução Instagram 
 
Acertos políticos, de um modo geral e segundo ensina a experiência, são tramoias entre quadrilhas e entre quadrilheiros para encher o próprio bucho; 
O perdedor, invariavelmente, é o povo extorquido o tempo todo por eles. Mas, desta vez, em termos de desastre moral em estado puro, estão dando um capricho poucas vezes visto neste país, num ambiente político onde já se viu de tudo. Não existe um átomo de sinceridade em nenhuma das preces que Alckmin está dirigindo a Lula. Até outro dia, ele dizia os piores horrores em relação ao seu possível futuro chefe — e de lá para cá não aconteceu absolutamente nada capaz de apagar nenhuma das realidades que provocaram cada um desses horrores. 
 
Os fatos que tornaram Lula o ex-presidiário que ele é hoje não sumiram; continuam todos aí, do mesmo tamanho, mas Alckmin decidiu que eles não existem mais. Lula não acredita em nenhum agrado que recebe do parceiro, mas aceita todos; para quem já foi pedir a obtenção de Paulo Maluf, esses poemas ao fingimento são a coisa mais natural do mundo. Eis aí, à vista de todos, o maior conto do vigário que está sendo aplicado no eleitor brasileiro na presente campanha eleitoral.

Alckmin, que já disse em público que Lula é ladrão, deixou 15 milhões de desempregados e quebrou o Brasil, está disposto agora, para ganhar uma vice, a se ajoelhar na frente de um criminoso condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em terceira e última instâncias. Está dizendo que aceita a volta das gangues que, segundo ele próprio, quebraram a Petrobras. Está dando o seu aval às invasões de terra do MST, que prega a destruição do agronegócio e já se vê governando o Brasil ao lado de Lula a partir de outubro de 2022. Está chamando de volta os empreiteiros de obras que confessaram crimes e devolveram dinheiro roubado — e que estão desesperados para poder roubar de novo. Está se colocando a favor da censura, que Lula promete implantar com o seu “controle social dos meios de comunicação.Está aceitando que a população pague os seus jatinhos de campanha, com os R$ 6 bilhões que a bandidagem política nacional acaba de roubar do Erário através do seu “Fundo Eleitoral”. Está fazendo de conta que é um devoto das causas femininas, negras, índias, homossexuais ou da “linguagem neutra” — em suma, está disposto a qualquer coisa. Desse jeito ainda acaba aparecendo na parada gay.

Na última vez que se candidatou a alguma coisa, nas eleições presidenciais de 2018, Alckmin ficou com 4% dos votos

Lula, nessa trapaça, não precisa dar nada, nem mudar nada — com Alckmin de vice, ou com qualquer outro, vai fazer exatamente o que quer. Se Alckmin (com o incentivo de sua turma) imagina a si mesmo como alguma espécie de contrapeso para o esquerdismo, a irresponsabilidade e o estilo Lula de lidar com o dinheiro público, está cometendo um ato aberto de megalomania. Lula, na verdade, anuncia em plena luz do sol, o tempo todo, que pretende piorar em relação ao que foi. 
Quer mais gasto do governo — para “os pobres”, é claro, mas quem vai se dar bem, como sempre, não tem nada de pobre. Quer mais estatal, mais obra tipo estádio-para-copa-do-mundo, mais Venezuela. Quer vender as reservas internacionais do país, para fazer, segundo diz, “distribuição de renda”. Quer uma economia parecida com a da Argentina, um dos governos que mais contam com a sua admiração no presente momento. Quer entupir o serviço público, mais uma vez, com empregos para a companheirada do PT e dos seus subúrbios. 
Quer mais invasão de terra. Quer voltar a distribuir diretorias da Petrobras — e por aí afora. Alckmin vai ter de querer tudo isso, também. Aliás, ao formar uma chapa com Lula e o PT, estará aceitando formalmente cada uma dessas coisas, e quantas mais vierem.
 
O ex-governador já teve voto em São Paulo, principalmente no interior — sempre surrando o PT, por sinal. 
Hoje seu verdadeiro patrimônio eleitoral é um mistério. 
Na última vez que se candidatou a alguma coisa, nas eleições presidenciais de 2018, ficou com 4% dos votos. 
Quantos eleitores vai trazer para Lula, se for agora o seu vice? 
Os analistas políticos garantem que sua posição terá, para a candidatura de Lula, a mesma importância do movimento de rotação da Terra. 
Vamos ver. Ele precisa entrar na chapa, primeiro, e depois mostrar serviço. De qualquer forma, sendo ou não sendo o candidato a vice, o que vai sobrar dessa salada é a espetacular farsa que ele, Lula, e as forças que o apoiam montaram para bater a carteira de votos do eleitor brasileiro.

Leia também “Lula está sem promessas”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Fundo Eleitoral, o caminho para roubar como nunca e com total impunidade - O Estado de S. Paulo

J .R. Guzzo

Poucas vezes se roubou com tanta desfaçatez dinheiro dos impostos como no caso do 'fundo eleitoral'

Dá para entender perfeitamente porque o Brasil tem mais de 30 partidos e tanto candidato sem a menor chance de ganhar nada

O Brasil democrático, do estado de direito e das “instituições” criadas pela “Constituição Cidadã”, comete sistematicamente crimes à luz do dia para salvar a democracia – ou, pelo menos, é o que dizem os políticos que tiram proveito deles. Para não irem parar na cadeia, aprovam leis tornando legal, muito simplesmente, o crime que praticaram – e pronto, a situação está resolvida. Acontece o tempo inteiro, mas às vezes acontece mais. Está acontecendo agora.

Poucas vezes se roubou com tanta desfaçatez dinheiro dos impostos como no episódio desse “fundo eleitoral” uma transferência direta de recursos do público para o bolso dos políticos e das suas gangues partidárias, com a desculpa grosseira de que precisam de dinheiro para concorrer às eleições que são a alma da democracia, etc. etc. etc. É uma história de horror. O Congresso aprovou, como se sabe, a doação de quase R$ 6 bilhões para a politicalha gastar na “campanha eleitoral”, ou onde bem entender; o presidente da República vetou a lei, mas o veto foi rejeitado e os bilhões serão mesmo extorquidos da população. 

Agora tentam acertar as contas para construir a mentira de que estão gastando menos do que o previsto. A conversa começou na casa dos R$ 5 bi e tanto; daí fingiram cortar R$ 400 milhões e diminuíram para R$ 4,7 bi. Uma hora depois mudaram de novo – não, eles precisam daqueles 400 milhões todinhos, não podem dispensar nem um real - e voltaram, enfim, para perto dos R$ 5 bi do começo. É o triplo – o triplo - do que pegaram em 2018 e 2020.  
Dá para entender perfeitamente, nessas horas, porque o Brasil tem mais de 30 partidos e tanto candidato sem a menor chance de ganhar nada - mas com a certeza de encher o bucho com dinheiro roubado, por força de lei, ao Tesouro Nacional.[A Rede tem um deputado federal (o partido para aquela ex-senadora - Marina Silva a sempre candidata a ser derrotada nas eleições para presidente da República chamar de seu; o PSC e a Rede tem um senador, cada um - sendo que o da Rede é o sempre estridente senador Rodrigues, conhecido por ser o portador de notícia crime acusando alguém e que nunca dá em nada.]

O “fundo eleitoral” é 100% de bandidagem, salvo por parte da minoria de parlamentares que votou contra a sua aprovação. Os outros são todos eles réus, por igual, do delito que foi cometido. Uma parte não está minimamente interessada em disfarçar o que fez; querem o dinheiro, e dane-se o resto. Outros são piores. Vão meter a mão nas verbas, igualzinho, e fazer de conta que não têm nada a ver com isso.

A culpa, segundo o PT e as suas piores vizinhanças, seria do Centrão, da “direita”, do “baixo clero”, das bancadas disso e daquilo, do “sistema” e por aí afora. Conversa. A esquerda é cúmplice integral dessa ladroagemé por ser cúmplice, justamente, que votou a favor do fundo. 
Se acha que a coisa é um escândalo, por que não votou contra? Porque quer o dinheiro com tanta indecência quanto todos os demais. Não vão abrir mão de 1 centavo para os jatinhos de Lula – e para todo o maravilhoso mundo de oportunidades que essa montanha de dinheiro abre para políticos empenhados em morrer por “eleições democráticas”.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
 
 

quarta-feira, 14 de julho de 2021

Fiquem tristes, chorem! Ainda que se descabelem o presidente Bolsonaro vai sobreviver aos inimigos do Brasil

Bolsonaro faz exames em hospital para investigar soluços e dores abdominais; reunião entre chefes de Poderes é cancelada [para maior clareza: reunião entre o chefe do Poder Executivo, o chefe do Poder Judiciário, e o chefe do Poder Legislativo, foi cancelada.]

Segundo auxiliares, presidente está bem e passa por exames no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília 

O presidente Jair Bolsonaro deu entrada nesta madrugada no Hospital das Forças Armadas (HFA),  em Brasília, após sentir dores abdominais. Segundo auxiliares, o presidente passa por exames e está bem. Há dez dias, Bolsonaro vinha reclamando de soluço persistente. Em nota, o Palácio do Planalto informou que Bolsonaro, por orientação de sua equipe médica, deu entrada no HFA para a realização de exames com o objetivo de investigar a causa dos soluços. "Por orientação médica, o presidente ficará sob observação, no período de 24 a 48 horas, não necessariamente no hospital. Ele está animado e passa bem", diz a nota.  

O Supremo Tribunal Federal (STF) comunicou que foi cancelada a reunião entre os presidentes dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo que aconteceria nesta quarta-feira, às 11h. A  reunião do comitê de coordenação de combate à pandemia, que estava marcada para 8h, também foi cancelada, informou a presidência do Senado.

Bolsonaro demonstrou incômodo pela primeira vez no dia 5, quando, em sua tradicional conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, disse que estava falando pouco por ter feito dois implantes dentários no sábado anterior. Dias depois, durante uma entrevista na quarta-feira da semana passada, o presidente explicou que estava com soluço e afirmou que acreditava que a causa eram remédios:  — Estou com soluço há cinco dias. Fiz uma cirurgia para implante dentário no sábado. Talvez em função dos remédios que eu estou tomando, estou 24h por dia com soluço — disse, em entrevista à rádio Guaíba.

A situação se repetiu na quinta-feira, durante transmissão ao vivo em redes sociais, quando o presidente pediu desculpas e disse que talvez não conseguisse se “expressar adequadamente”.  O soluço virou até pauta da reunião de Bolsonaro com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, na segunda-feira. Fux, de acordo com um interlocutor, sugeriu um remédio para Bolsonaro.

Histórico de internações e cirurgias
Desde que levou a facada durante ato de campanha em 2018, Bolsonaro passou por seis cirurgias, embora nem todas relacionadas ao atentado. Em abril deste ano, o presidente, em conversa com apoiadores, disse que deveria passar por mais uma intervenção cirúrgica para corrigir uma hérnia abdominal. Talvez, neste ano, mais umazinha (cirurgia). Mas é tranquilo, de hérnia. Eu tenho uma tela aqui na frente. Está saindo o bucho pelo lado. Então, tenho que colocar uma tela do lado também — disse.

O presidente foi operado pela primeira vez no dia da facada, ainda em Juiz de Fora. Dias depois, passou por uma nova cirurgia para desobstrução do intestino no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.  Após assumir a presidência, fez um procedimento para retirar a bolsa de colostomia. Em setembro de 2019, passou por uma cirurgia para retirada de uma hérnia na cicatriz de uma das operações anteriores, o que é normal em operações no intestino. Além disso em 2020, Bolsonaro foi submetido a duas outras operações que não tinham relação com o ataque. Em janeiro, o presidente realizou uma vasectomia, procedimento realizado por homens que não desejam mais ter filhos. Em setembro do ano passado, o presidente retirou um cálculo renal.

Possíveis causas
O gastroenterologista Bernardo Martins, do Hospital Santa Lúcia Norte, em Brasília, explica que não é possível diagnosticar o paciente sem uma investigação médica. Entre as causas, há as mais variadas: a mais conhecida é a gastrointestinal, mas também pode ser estresse, ansiedade e alterações do sistema nervoso central, passando por diabetes, disfunção renal e chegando até mesmo a infarto e pneumonia.— O soluço não é uma doença, é um sinal de que há alguma alteração no organismo. Quando a gente tem mais de 48 horas (de sintomas), tem que investigar. (...) Quando passa de uma semana, é persistente. Passa a ser refratário, porque a gente não consegue controlar — afirma o médico.

Segundo o médico, é possível que os soluços sejam provocados pelo implante dentário, já que há relação com os nervos oral e frênico. Contudo, é pouco provável que haja relação com a facada que Bolsonaro sofreu em 6 de setembro de 2018, em Juiz de Fora, às vésperas das eleições presidenciais.

Na noite de segunda-feira, em nova conversa com apoiadores no Alvorada, o presidente disse que não estava “aguentando falar mais” e relatou que o soluço já durava 12 dias. Recentemente, Bolsonaro afirmou que terá que passar por uma cirurgia para corrigir uma hérnia. Será o sétimo procedimento do presidente desde o atentado que ele sofreu na campanha de 2018, embora nem todos tenham sido relacionados ao ataque.

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) foi procurada para comentar a situação médica do presidente, mas não respondeu. Na entrevista à rádio Guaíba, ao ouvir a sugestão de que precisaria tomar um susto para acabar com o soluço, Bolsonaro desconversou, rindo: — Por enquanto, não estou assustado com nada que acontece no governo.

Brasil - O Globo