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sábado, 20 de fevereiro de 2021

364 deputados entregaram os dedos para preservar os anéis - Percival Puggina

Depois da sexta-feira negra, da Black Friday da Câmara dos Deputados, quando a dignidade do Poder Legislativo foi negociada no baratilho do oportunismo de uns e da covardia de outros, não me peçam devoção às nossas “instituições”. A irracionalidade de nosso modelo institucional faz do país um sanatório.

Elas impõem frustrações aos cidadãos, à normalidade da vida e à estabilidade política. Elas criam obstáculos à liberdade, à ordem, ao progresso, à justiça e à segurança. Querem mais?  Elas vivem no fausto, desprezam a razão e manipulam as leis. Não me peçam devoção. Não me peçam fé e esperança. Nem me peçam caridade ante os abusos e absurdos que cotidianamente exercitam.

Enquanto transcorria a sessão que entrará para as páginas sombrias da história de nossa mal nascida República, percebi quanto os oradores fugiam do tema principal, para fazer aquilo que chamam de “política”, de “enfrentamento”, quando não simplesmente de “luta”. O real assunto da sessão era a absoluta ilegalidade praticada pelo Supremo Tribunal Federal ao homologar a ato arbitrário com que o ministro Alexandre de Moraes realizou sua vendeta pessoal contra o deputado Daniel Silveira. Flagrante, se  houve, foi este: o desafio do STF à Câmara dos Deputados.

Os que, em plenário, invocavam o fantasma do quase sexagenário AI-5 para atacar seus opositores homologaram o AI-5 do STF. Como registrou de modo brilhante o deputado Marcel Van Hattem, a Câmara dos Deputados não herdou a dignidade dos seus pares de 1967 que recusaram o pedido de autorização para prisão do deputado Márcio Moreira Alves. Ali nascia o AI-5. E se poderia ainda acrescentar: o STF, na composição legada à pátria pelos governos petistas, fez o que nem os generais de então ousaram fazer. Prenderam na marra aquele cujo falar os incomodava.

Daniel Silveira é um desrespeitador, atrabiliário. Um subproduto das liberdades democráticas. Mas é um membro do Congresso e a Câmara dos Deputados foi desrespeitada com sua prisão.  
O STF, por seu turno, desrespeitou o parlamento e o devido processo
Vendeu por lebre uma ninhada de gatos jurídicos para criar um flagrante impossível. 
Ao aprovar por unanimidade a absurda decisão, tomada no contexto de um inquérito intimidador que é outra ninhada que mia, o Supremo trocou por corporativismo o direito de exigir mesuras.

Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o presidente da República, assiste. Num cenário em que a loucura se impõe em nome da sanidade das instituições é acusado de ser o que outros efetivamente são e de fazer o que outros efetivamente fazem. É acusado de conspirar quando os demais conspiram. Imputam-lhe aspirar por um AI-5 que já está vigorando e veste toga.

O nível da sessão de ontem vinha ao rés do chão quando as mais veementes defesas da democracia saíam aos gritos da boca de parlamentares que se têm como compañeros de Maduro, dos Castro e de qualquer ditador comunista com prisões repletas de presos políticos.

Escrevo este artigo na manhã de sábado, dia 20 de fevereiro em estado de náusea cívica. Nunca pensei que os ministros do STF, que tantas vezes já foram longe demais, que convivem com colegas tão boquirrotos e valentões quanto o deputado preso, que a toda hora “constitucionalizam” o seu querer, fossem capazes de fazer contra um congressista, unanimemente, algo que nem os generais de 1967 fizeram. Nunca pensei que o Congresso fosse entregar os dedos para conservar os anéis. Nossos dedos foram junto. Que dia triste!

Publicado originalmente em Conservadores e Liberais, o site de Puggina.org

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

A patética nota da CNBB sobre Aa CF ecumênica 2021 - Percival Puggina

A meu ver, as Campanhas da Fraternidade (CFs) desvirtuam a Quaresma. Já a CF Ecumênica 2021 é uma coletânea de erros. Aprendi na catequese que, ao reconhecimento do mal feito devem sobrevir, às consciências bem formadas, o arrependimento, a correção e o pedido de perdão. Não é, porém, o que faz a nota oficial (1) com que a CNBB, por seu presidente, pretendeu explicar o inexplicável. Ao reconhecer que algumas das afirmações do texto-base “têm causado insegurança e perplexidade”, ela sinaliza a percepção de haver convalidado algo equivocado. Essa consciência do erro cometido fica bem nítida, pouco adiante, quando reassegura a validade da doutrina católica sobre temas que o documento contradiz.

Seria inútil continuar calcando no já foi repisado em tantas manifestações havidas nos últimos dias nos ambientes católicos de todo o país. A CNBB sabe que errou, mas orgulhosamente sustenta o erro e, com a nota oficial, dá por explicado o inexplicável. 
O que me faz considerar patética a manifestação da entidade é o fato de ela adotar, como epígrafe, uma citação da 1ª Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses: “Não apagueis o Espírito, não desprezais (sic) as profecias, mas examinai tudo e guardai o que for bom” (1 Ts 5,21). Apesar de o texto do Apóstolo ter sido maltratado com conjugação verbal errada, entende-se o sentido da frase. E também se entende o motivo da supressão do versículo que a segue: “Guardai-vos de toda espécie de mal”.
Estará cumprindo seu dever pastoral uma conferência episcopal que aprova, imprime e vende aos fieis dos mais variados níveis de formação e compreensão um texto que ela mesma reconhece conter erros?  
O que isso tem a ver com guardar os fieis de toda espécie de mal?  
Que tipo de argumento é esse que pretende assemelhar equívocos do texto-base a “profecias” que não devem ser desprezadas, mas “examinadas”? Isso é patético!

A simples correção fraterna que não corrige, como vem sendo feita há tanto tempo em Assembleias Gerais da CNBB, recomenda outras providências, que não me cabe sequer sugerir. No entanto, a caridade entre os irmãos não pode fechar olhos aos danos causados à missão da Igreja como “mãe e mestra, perita em humanidade” num país que tanto necessita da ação de seu clero. A imprudência pastoral tem um custo espiritual muito elevado para ser negligenciado.

Que esta Quaresma em tempos de quarentena nos conduza para a revisão de vida, a penitência e a oração, na companhia amorosa de Maria Santíssima, Mater Dolorosa de todas as Quaresmas.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Testes de virgindade e kits de 'reparo de hímen' são vendidos no Reino Unido

BBC
Rachel Stonehouse - BBC Newsbeat

Os exames intrusivos são considerados uma violação dos direitos humanos pela OMS e pela ONU, que querem sua proibição

[Aconteceu e continua acontecendo na democrática Inglaterra.]

Polêmicos "testes de virgindade" estão sendo feito em mulheres em clínicas médicas privadas britânicas, mostra uma investigação do programa de rádio Newsbeat e do projeto 100 Women (100 Mulheres), ambos da BBC. Os exames intrusivos são considerados uma violação dos direitos humanos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas (ONU), que querem sua proibição.

Os testes — que envolvem um exame vaginal para verificar se o hímen está intacto — não têm base científica, não podem provar se alguém é virgem e podem ser uma forma de abuso. A investigação da BBC encontrou também várias clínicas privadas anunciando procedimento de "reconstituição da virgindade" que, quando contatadas, também ofereciam o chamado teste de virgindade por valores entre 150 libras (R$ 1.063) e 300 libras (R$ 2.126).

A BBC identificou 21 clínicas e conseguiu fazer perguntas a 16 delas. Sete confirmaram que oferecem "teste de virgindade" e várias outras não quiseram prestar esclarecimento. Todos disseram que oferecem cirurgia de reparo do hímen, que custa entre 1,5 mil libras (cerca de R$ 10 mil reais) e 3 mil libras (cerca de R$ 21 mil). Dados do NHS (o serviço de saúde pública britânico) mostram que 69 procedimentos de reparo de hímen foram realizados na Inglaterra nos últimos cinco anos.

 A BBC ouviu a história de uma mulher que teve ajuda da instituição de caridade Karma Nirvana, que apoia vítimas de um tipo de abuso emocional praticado por famílias, baseado "na honra" e casamento forçado. "Eu tinha um relacionamento emocionalmente abusivo com meus pais, que queriam que eu tivesse um casamento arranjado", diz ela. "Um dia, um ancião da comunidade me viu sair com meus amigos e disse à minha mãe que um dos meninos era meu namorado. Havia muitos rumores na comunidade sobre isso."

Ela foi então ameaçada com um "teste de virgindade" pelos pais. "Meus pais e a família do homem com quem eles queriam que eu me casasse disseram que eu precisava fazer um teste de virgindade para provar que ainda era virgem para que o casamento pudesse prosseguir. Eu estava com medo e não entendi o que isso realmente significava. Senti que fugir era minha única opção — então foi o que fiz", conta ela, que pediu para não ter seu nome divulgado.

"Recebemos ligações de meninas preocupadas com isso. Pode ser que estejam preocupadas que suas famílias tenham descoberto que talvez tenham tido um relacionamento ou não sejam virgens. Pode ser que a família esteja pressionando as jovens a fazer os testes e elas estão preocupadas com o resultado', diz Priya Manota, que a gerencia a linha telefônica de apoio do Karma Nirvana.

"O abuso por causa da 'honra' e do casamento forçado acontece muitas vezes quando a mulher entra em um relacionamento, escolhe seu próprio parceiro e tem um relacionamento íntimo ou sexual. Sabemos que muitas vítimas em casos extremos chegaram a ser mortas", afirma. "Outras vítimas são repudiadas pela família e não têm para onde ir."

No ano passado, o rapper americano T.I. provocou indignação após admitir durante um podcast que leva sua filha todos os anos para um teste para verificar se o seu hímen ainda está intacto.

Pinças e sangue falso
A BBC também descobriu 'kits de reparação de hímen', que afirmam 'restaurar a virgindade', sendo vendidos na internet por 50 libras (R$ 354).

Um kit comprado na internet e exportado da Alemanha continha 60 ml de gel que tensiona a vagina, pinças de plástico, uma cápsula de sangue e três sachês que pareciam conter sangue falso. Não havia instruções sobre como usar o kit.

O ginecologista Ashfaq Khan recebe regularmente pedidos de pacientes para fazer testes de virgindade e reparo do hímen. "Não entendo por que isso não é ilegal no Reino Unido, deveria ser ilegal", diz ele. "Toda a ideia de que a ausência de parte do hímen significa que você não é virgem está errada desde o princípio. Ele pode ser rasgado por vários motivos."

'Educar as comunidades'

Continue lendo no Correio Braziliense

 

terça-feira, 12 de maio de 2020

Covid 19 - Tragédia dupla - Alexandre Garcia

Nosso país passa por duas tragédias: uma presente, que se dissemina e já causou mais de 11 mil mortes. Num único dia já matou 751 pessoas, bem mais que todos os mortos e desaparecidos em 20 anos de luta política entre governo e esquerda armada. A outra tragédia ainda está sendo preparada e pode ser mais duradoura que a primeira.


Ambas atingem nossas vidas de forma violenta. Ambas desafiam soluções de cientistas: os da Saúde e os da Economia. Os da Saúde ainda não conhecem bem o corona e sua Covid-19, e todas as consequências nefastas para o corpo de quem não teve resistência suficiente para conviver com ele. Os que acompanham o coronavírus na economia estão na mesma emergência para resolver a outra doença que acaba com quem não tem resistência para viver sem renda.

Cuidar de uma tragédia não é descuidar da outra. Nem pode ser assim. A preocupação com a vida está nas duas faces dessa epidemia sanitária e econômica. A vida é a parte mais importante. A economia, com a qual os laboratórios recebem recursos para pesquisar e as UTIs para funcionar, está a serviço de salvar vidas, de alimentar vidas.

Não há alternativa.  O que há é uma única opção: cuidar dos mais fracos.  Dos que adoecem diante do vírus e dos que não resistem à falta de renda. São os informais, os que já estavam desempregados, e os desempregados pela pandemia. Representam a imensa maioria da população brasileira. Não estão entre os bem-aventurados que chamam e pagam comida pelo celular.

Quantos você conhece que já fecharam as portas da empresa e dispensaram seus empregados? 
Quantos você conhece que já têm seus salários reduzidos pela metade? 
Quantos você conhece que não estão tendo renda alguma para sustentar a família? 
Quantos você conhece que foram internados por causa do vírus? Quantos conhecidos seus morreram pela Covid-19? Não dá para fazer um balanço de perdas e ganhos. São só perdas. E está comprovada a relação entre o desemprego, a falência e doença e morte. 

Os dois lados da crise matam: coronavírus na economia e na saúde.
Milhões de brasileiros estão nas UTIs dos hospitais e nas UTIs dos programas assistenciais do governo e da caridade. Assim como é preciso encontrar uma vacina para novo corona, é preciso urgente vacinar o país contra o caos econômico e a tragédia social, que pode contaminar quem hoje está no conforto dos pagamentos via celular.
Nem os chineses nem marcianos vão nos salvar; nem os países que estão tratando de se recuperar. A ciência médica e a ciência econômica precisam se associar e gerar anticorpos que nos protejam dessa dupla tragédia.


Alexandre Garcia, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo


domingo, 9 de fevereiro de 2020

Guerra Santa - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Católicos e evangélicos são sugados para a polarização entre Bolsonaro e Lula

O ex-presidente Lula adiou seu depoimento à Justiça no dia 11 para se encontrar com o papa Francisco no Vaticano. [qual a fundamentação legal para um conhecido criminoso, com duas condenações confirmadas, adiar um depoimento? 
a iniciativa do adiamento foi dele?] O presidente Jair Bolsonaro deu lugar de destaque no palanque e na foto do 7 de Setembro ao bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. E é assim que as religiões vão sendo sugadas para o centro da polarização política no Brasil. A Igreja Católica (ou parcela expressiva dela) se aliou a Lula e aos movimentos sociais na resistência à ditadura militar e esteve por trás da fundação do PT em 1980, ao lado de sindicatos, universidades e escolas. A aliança atravessou a Lava Jato sob silêncio e constrangimento.

As igrejas evangélicas, tradicionais e neopentecostais, estão há muitas eleições na base de Bolsonaro, seus filhos e ex-mulheres no Rio e compõem a “bancada da Bíblia”, mais forte e organizada no Congresso do que partidos. O resultado é que o embate direto entre Lula e Bolsonaro e entre esquerda e direita ameaça se transformar num teste de forças também entre a estagnada Igreja Católica e as emergentes igrejas evangélicas. A tentativa de articular uma fusão desses grupos numa frente única no Congresso até existe, mas é duvidosa.


O que falar de uma foto de Lula com Francisco? Terá uma força política considerável, fazendo o link entre a imagem do papa mais popular e mais humanista em décadas com o discurso histórico do PT (atenção: sem entrar no mérito do que é real e do que não é). O uso político e partidário no Brasil será inevitável, em ano eleitoral. Já a foto de Bolsonaro com Macedo causou espanto, pelo hábito da Universal de recolher o “dízimo” de seus fiéis e de, não raramente, estimular ingênuos, ignorantes e/ou desesperados a entregarem casas, carros e bens para a igreja, em troca do “reino de Deus”.

[uma foto do Papa Francisco com o multicondenado petista não terá nenhuma força política, exceto entre idiotas que se tornaram devotos de uma encarnação do diabo em Lula,que está morto politicamente.
Apenas como lembrete confirmatório, vejam o vídeo abaixo, no qual Cid Gomes - que não é nenhum modelo de correção, mas, disse uma verdade: - "O Lula tá preso, babaca".
É só adaptar esta frase, substituindo o preso por 'morto' - politicamente, para se expor a verdade  cristalina que Lula acabou, já era.
Ele está sendo recebido pelo Papa Francisco em um ato de Caridade cristã do Sumo Pontífice. 
E tentar criar um conflito entre a Igreja Católica Apostólica Romana e os evangélicos, é tão inútil quanto criar inimizada entre o Presidente Bolsonaro e seu ministro Sérgio Moro.
Os católicos tem alguns desencontros contra os evangélicos, mas, nada que leva a uma polarização. Afinal, antes de entrar em conflito com os católicos romanos os evangélicos precisam resolver qual das diversas denominações de igrejas evangélicas é a certa.]
Essa prática, sob as nossas barbas e com a leniência dos poderes constituídos, começa a chegar à Justiça, com devolução de valores e indenização de vítimas. Mas é tão consolidada que é difícil combater e já extrapolou fronteiras para diferentes continentes. E Lula já age para disputar as graças (e os votos) dos evangélicos.

No Brasil, os governos não veem, ouvem nem falam sobre esse avanço que levou os “donos” de igrejas (uma filhote da outra, com sutis diferenças de designações) a figurar nas listas das grandes fortunas brasileiras. Nenhum político, ninguém que disputa eleições quer bater de frente com essa máquina de manipulação de almas, que pode trazer ou tirar votos. Com Lula já era assim e com Bolsonaro tornou-se mais audacioso. Já não há dúvida do uso de cultos evangélicos na coleta de assinaturas para o partido do presidente, que prestigia evangélicos na composição do Ministério e já acenou com um nome “terrivelmente evangélico” para o STF e integra uma tal Aliança pela Liberdade Religiosa com EUA, Polônia e Hungria.

Uma curiosidade: apesar dos vínculos de Bolsonaro e de sua mulher, Michelle, com evangélicos, os militares são tradicionalmente católicos – e praticantes. Uma exceção é o ministro e general da ativa Luiz Eduardo Ramos, da Igreja Batista. A disputa de Bolsonaro e Lula pelas igrejas tem efeito maléfico, inclusive para elas. Seus “podres” tendem a ganhar visibilidade. Na Igreja Católica, os templos ricos, o gosto pelas elites, até a pedofilia. Nas neopentecostais, os espaços espartanos em centros estratégicos das cidades para atrair e lucrar com o corre-corre de trabalhadores.

O direito à liberdade e à manifestação religiosa é reconhecido em todas as democracias e não se trata aqui de discutir religião, teologia, crenças e dogmas e, sim, alertar para o uso político e eleitoral das igrejas e da fé. Pode ser considerado ilegítimo e, de certa forma, imoral.
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo