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segunda-feira, 26 de julho de 2021

Terroristas urbanos e a direita dividida - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino


Ganhou as redes sociais este fim de semana a cena da estátua de Borba Gato em chamas. O ato terrorista foi realizado por um grupo que se chama Revolução Periférica, que assumiu a autoria. A faixa estendida em frente ao ato dizia: "A favela vai descer e não vai ser carnaval". Leandro Ruschel, ao publicar imagens do ato criminoso, comentou: "Isso aqui se chama guerrilha urbana. Ontem foi uma estátua. Amanhã pode ser a casa de um opositor, um banco, uma ponte, uma delegacia de polícia... Esse pessoal é treinado e organizado para promover terrorismo. Quem banca? Quem está por trás?"


No mais, Ruschel apontou para a gritante diferença de tratamento que se recebe no Brasil quando se assume de direita ou de esquerda: "Daniel Silveira está preso, por crime de opinião, mesmo sendo deputado federal. Vagabundo esquerdista que destruiu patrimônio público em ato terrorista foi solto em menos de 24 horas".

A discrepância não passou despercebida. Então ficamos assim: queimar estátuas é democrático e contagem pública de votos é golpe. Soltar fogos de artifício perto do STF é atentado contra a democracia, mas derrubar estátuas é manifestação. E influenciadores como o imitador de focas ainda jogaram mais lenha na fogueira: E não ficou restrito a youtubers bobocas que jornalistas militantes levam a sério. Parlamentares socialistas também incentivaram o ato terrorista, como no caso de Ivan Valente do PSOL, que o chamou de "ação simbólica importante": O sujeito que se sente um revolucionário libertador por atear fogo na estátua do Borba Gato tem duas grandes carências: a falta de leitura; e a falta de uns bons cascudos e beliscões na infância. Normalmente são de uma elite mimada ou então massa de manobra de oportunistas poderosos que sabem o que estão fazendo, e exploram o niilismo dos desocupados.

Nem é necessário falar em incoerência, pois ela salta aos olhos. Qual o critério? Racismo? Fascismo?  
Borba Gato é do século XVII, viveu entre índios, e o fascismo é uma ideologia parida no século XX, por ex-marxistas. 
Se racismo for o critério, por que eles mantêm estátuas de Che Guevara, um notório racista homofóbico assassino? Nada disso vem ao caso, pois o lance é só destruir e espalhar o caos.

Julgar antepassados com a lente da modernidade é um ato injusto e imaturo, mas vem sendo cada vez mais colocado em prática por quem quer reescrever a história e cuspir no legado de nossa civilização. E tem método! Vemos cenas semelhantes nos Estados Unidos e a na Europa. Por trás dessa aparente rebeldia há grupos de olho naquilo que Roberto Campos já tinha alertado: E antes o problema fosse apenas com esses comunistas mais radicais! Vejam que comparação mais absurda, sem nexo, desvairada feita pelo "moderado" Xico Graziano. Tucanos "isentões se esforçam muito pra criar falsa equivalência entre petistas e bolsonaristas, e eis o problema. E eles no fundo ainda escolhem a extrema esquerda que queima estátuas…

A direita luta contra uma esquerda que se diz democrata, tolerante e plural, mas que passa pano para vandalismo e até terrorismo urbano quando vem da extrema esquerda, ao mesmo tempo em que demoniza qualquer coisa mais à direita ou condena até a defesa do direito inalienável de ter armas para legítima defesa ou contra abusos totalitários estatais. Esses tucanos chamariam os "pais fundadores" da América de fascistas, enquanto diriam uma ou outra coisa positiva sobre leninistas.

Enquanto isso, a liberdade ainda respira no Ocidente... indivíduos saem às ruas não para derrubar estátuas sobre o passado, mas para defender seus direitos individuais no presidente, condenando o tal passaporte sanitário:
Isso sim, deveria unir todos aqueles com apreço pelas liberdades! Mas cada um tem suas prioridades, e às vezes elas parecem bem estranhas.

Genocida e escravizador de indígenas? A verdade sobre Borba Gato, alvo da esquerda radical

Afinal, estamos sendo massacrados por um sistema que faz de tudo para expelir qualquer indício de guinada à direita, e que controla também o processo eleitoral.  
Toda a direita - no fundo toda pessoa decente - deveria estar unida neste momento para exigir um voto auditável. 
Uma grande passeata está marcada para o primeiro dia de agosto, e essa deveria ser a prioridade agora. 
Foco! Mas as vaidades falam mais alto, pelo visto. E o mecanismo nada de braçada contra indivíduos divididos, dispersos e brigando entre si.

Isso sem falar da CPI, em recesso esses dias, mas pautando a mídia nesse grande esquema contra a direita. Esses são os “juízes” da CPI circense, fazendo de tudo para blindar a turma do Covidão enquanto fabricam uma narrativa nova por semana contra Bolsonaro… O jogo é bruto, companheiro. E se a direita não fizer sua parte na resistência contra a verdadeira ameaça fascista, então o prognóstico do nosso futuro não será dos melhores. Hoje eles queimam estátuas; amanhã poderão queimar pessoas.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo 


domingo, 28 de junho de 2020

‘Caráter inusitado’ - Eliane Catanhêde

O Estado de S.Paulo

PGR em chamas, MP, PF, Receita e ex-Coaf são peças do quebra-cabeças lançado por Moro

A Procuradoria-Geral da República está em chamas e a força-tarefa da Lava Jato reclama do “caráter inusitado” da ação da subprocuradora geral Lindôra Araújo, braço direito de Augusto Aras e ligada à família Bolsonaro, que desembarcou em Curitiba exigindo arquivos e dados sigilosos das investigações e criando a impressão de uma devassa na Lava Jato que pode atingir até o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro. Esse, porém, é apenas mais um fato “inusitado” num país com quase 60 mil mortos de covid-19.

[Os livros de autoajuda costumam ensinar que quanto mais se concentra em algo, mais fácil fica obter o desejado - nos livros talvez funcione, mas na vida real vale o 'morte desejada, vida alcançada', que adaptado para a política vale dizer que quanto mais os arautos do mal apregoarem derrotas do presidente Bolsonaro e do Brasil - situação advinda de uma impossível vitória dos inimigos do Brasil, da democracia e da liberdade - mais o presidente será vencedor.
Quanto ao quebra-cabeças do ex-juiz, será devidamente montado e a única peça que ficará de fora, por  política e irremediavelmente quebrada, será a correspondente ao ex-juiz.] 
A audácia de Lindôra corresponde à sucessão de mentiras ridículas do advogado Frederick Wassef, capaz de inventar até “forças ocultas” que queriam matar Fabrício Queiroz para atingir o presidente Jair Bolsonaro. E lembra o pedido inusual da delegada da PF Denisse Ribeiro para o Supremo suspender as investigações sobre bolsonaristas golpistas e, assim, evitar “risco desnecessário para a estabilidade das instituições”. Tudo muito inusitado.

O mais grave, porém, é que a ida da procuradora a Curitiba ocorre quando o presidente Jair Bolsonaro é investigado pelo Supremo justamente pela acusação, feita por Moro, de intervir politicamente na Polícia Federal. E tudo num contexto maior de controle dos órgãos de investigação do País, não só para proteger filhos e amigos, como admite o presidente, mas também para perseguir adversários, como suspeitam governadores, ministros do STF, cúpula do Congresso e o próprio Moro. Ou seja, os alvos.


Lindôra, aliás, também exigiu os arquivos da Lava Jato em São Paulo e Rio e já tinha requisitado de todos os Estados e DF as investigações contra governadores. Ela alega que é coordenadora da Lava Jato na PGR e isso faz parte do trabalho, mas seus próprios pares desconfiam dessa “justificativa técnica”, convencidos de uma ação política coordenada. Tanto que três procuradores pediram demissão do grupo de trabalho e uma quarta já tinha saído por divergências.

Assim como Bolsonaro é investigado por intervir na PF e Lindôra invade investigações do MP em Curitiba, Rio e São Paulo, vale lembrar que, depois de revelar ao mundo a existência de um tal de Queiroz, o Coaf saiu do Ministério da Justiça, pulou de galho em galho e foi parar no Banco Central com o nome de UIF. E Bolsonaro, segundo o Estadão em 30/4, já pressionou a Receita Federal para perdoar dívidas milionárias de igrejas evangélicas.

Tudo somado, tem-se que Bolsonaro e seus seguidores têm uma visão muito particular e pouco republicana dos órgãos de investigação: PF, MP, Receita e Coaf, agora UIF. Essas peças vão montando o quebra-cabeças lançado por Moro a partir da demissão do competente delegado Maurício Valeixo da PF e das sucessivas mexidas na superintendência do Rio. Foram inusitadas, mas fazem todo o sentido.

Com Bolsonaro acuado e os militares passando a estabelecer (finalmente...) claros limites entre governo e Forças Armadas, veio à tona o personagem “Jairzinho Paz e Amor”, que dialoga com Judiciário e Legislativo, baixa o tom, ameniza a expressão, para de incendiar o País a cada manhã e de atiçar golpismos a cada domingo. Paz e amor, porém, implicam também órgãos de Estado e de governo independentes, apartidários, sem ações de “caráter inusitado” para salvar filhos e amigos e massacrar “inimigos”. Paz é paz, guerra é guerra.

Saúde
Reunido na quinta-feira para definir as promoções, o Alto Comando do Exército manteve em aberto e não indicou ninguém para a vaga de general de Divisão de Eduardo Pazuello, que foi cuidar da logística na Saúde e acabou ministro. Ele avisou que volta à Força em três meses. É a previsão para o fim da pandemia?

Eliane Cantanhêde, jornalista  - O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Salvem a ciência - J R Guzzo

Blog dos Fatos - Veja

Vivemos um momento riquíssimo em opiniões automáticas e desinformadas. É o que há, em matéria de escuridão


Há diversas guerras sendo travadas ao mesmo tempo no Brasil de hoje – tantas, na verdade, que o indivíduo precisa prestar um bocado de atenção para não confundir uma com outra e acabar tomando partido a favor de algo que é contra, ou ficando contra algo de que é a favor. Temos neste momento guerras contra e a favor do governo, contra e a favor da Operação Lava Jato, contra e a favor da comida orgânica e por aí afora, numa irada paleta de conflitos que vão do zero ao infinito, e dali seguem em frente. Uma das mais perversas que se pode encontrar hoje é a guerra contra a ciência. Não é coisa só brasileira, infelizmente – o que aumenta em 50 tons, ou sabe Deus quantos, o tamanho da complicação. É certo, em todo caso, que qualquer cidadão consciente deveria estar na linha de frente neste combate – pois o ataque à ciência, sejam quais forem as suas formas, é um dos mais conhecidos atalhos para o ataque às liberdades individuais. Ir contra os preceitos científicos, e em consequência contra o conhecimento obtido pelo homem com base na observação dos fatos, é ir contra um dos direitos humanos mais básicos e evidentes por si mesmos: o direito que as pessoas têm de pensar livremente, e chegar às conclusões que a sua razão recomenda. O contrário disso é obedecer a aquilo em que os mais fortes, ou a maioria, querem que você acredite. Em suma: sem o respeito à ciência não pode haver democracia.

Parece bem simples, e realmente é simples – mas está dado um trabalho danado, nos dias em que vivemos, explicar a coisa às organizações e pessoas que têm opiniões diferentes das suas. Cada vez mais, a regra vigente parece ser: ou você concorda, ou você está errado. Quando o Estado age com base em tal princípio, e impõe seu ponto de vista porque tem a força, chamamos a isso de despotismo. Quando são às pessoas à sua volta que agem assim, a proibição ao ato de pensar se transforma em “causa”. É o que estamos vendo hoje em dia. E se a lógica, ou os fatos, estiverem do seu lado? Danem-se a lógica e os fatos. Nas regiões escuras da mente de onde sai essa visão do mundo, o que importa não é a busca da verdade, e nem a liberdade que só ela pode dar ao homem – o que interessa é a “virtude”, e virtude é tudo aquilo que os defensores das “causas” dizem hoje que é virtude. A observação da realidade, nesse universo, importa cada vez menos. Vivemos um momento riquíssimo em opiniões automáticas e desinformadas. É o que há, em matéria de escuridão.

Por conta disso, o Brasil e o mundo assistem no momento ao rápido crescimento de uma Disneylândia mental onde é proibida a entrada de fatos. Voltou-se a sustentar que a Terra é plana, e há cada vez mais gente exigindo novas provas de que a Terra gira em volta do sol. As ideias “criacionistas” alegam, com apoio crescente, que o homem, o mundo e o universo são o resultado da ação de algum agente sobrenatural – e não da transformação da matéria e da evolução das espécies. O presidente francês Emmanuel Macron insiste que a Amazônia “está em chamas” e diz que tem no bolso, inclusive, um plano para resolver o problema. A biologia não existe mais como fator relevante na determinação do sexo, ou “do gênero”, dos seres humanos. Hospitais exigem que os seus pacientes assinem declarações atestando qual a religião que seguem, para se livrarem de possíveis processos na justiça pela aplicação de transfusões de sangue e outros procedimentos da medicina. Aumenta, a partir dos Estados Unidos, o número de gente que se opõe à vacinação. É cada vez mais espalhada a crença de que os animais têm “alma”, ou que os vegetais, e até as pedras, são capazes de sentimentos. Autoridades tentam impor censura à manifestação de pontos de vista que porventura se choquem com suas convicções.

(...)

Combatem a ciência, em nossa era, os espécimes mais diversos: magnata com jatinho, doutor em ciência social ou executivo liberal, moderno e descolado, que se imagina mais inteligente por ter deixado de usar gravata e aprendido a dizer palavras como “sustentabilidade”, etc. Políticos de todos os naipes estão entre os grandes generais desse exército das trevas – à esquerda e à direita, no centro, no centrão e no centrinho. Mais que tudo, a atual resistência ao conhecimento científico parece ter suas principais bases de operação dentro das universidades, onde é proibido estudar, pesquisar ou sequer indagar qualquer coisa que incomode a fé política dos professores, diretores, reitores. Todos eles trabalham com crenças, e não com realidades.
“Salvem as baleias”, dizem a você quase todo dia. Muito justo. Mas bem que alguém poderia começar a dizer: “Salvem a ciência”.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Ele não está sozinho - Bernardo Mello Franco

O Globo
 

Maioria dos governadores da Amazônia está se lixando para floresta

 
A reunião com governadores da Amazônia serviu para Bolsonaro mostrar que não está só. A maioria dos convidados endossou seu discurso contra a proteção ambiental

A Amazônia continua em chamas, mas Jair Bolsonaro conseguiu mostrar que não está sozinho. Na reunião de ontem, a maioria dos governadores da região deixou claro que também está se lixando para a floresta. O encontro reuniu representantes de nove Estados. Sete deles apoiaram a eleição do presidente e agora endossam o seu discurso antiambiental. “Hoje o Ibama chega e multa todo mundo, sem nenhum direito de defesa. A Polícia Federal chega no porto e apreende todas as cargas de madeira”, reclamou o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), dublê de político e porta-voz dos grileiros.

“As queimadas sempre existiram”, emendou o governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL). Coronel da PM, ele buscou apresentar os ruralistas como vítimas, e não responsáveis pelas queimadas. “O que eu vi foram agricultores apagando incêndio. Existe uma distorção do que é falado no exterior”, alegou.

Empenhados em bajular o capitão, alguns convidados repetiram seus ataques ao presidente da França. “O seu Macron está surfando nas cinzas da Amazônia”, discursou o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM). Ele também endossou o lobby presidencial para liberar o garimpo em terras indígenas. “Nós não queremos tirar terra de índio, não. Nós queremos tirar as riquezas que lá estão!”, esclareceu.

Sob críticas de líderes do G7 e da imprensa internacional, Bolsonaro não escondeu a alegria com os afagos. “Vamos sair todo mundo para tomar um refrigerante aí fora, numa boa. Todo mundo amigo!”, empolgou-se, depois que o aliado Denarium atacou as demarcações. O clima de camaradagem só foi quebrado por dois governadores. Helder Barbalho (MDB), do Pará, argumentou que a crise diplomática pode prejudicar as exportações brasileiras. Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, lembrou que as verbas do Fundo Amazônia estão fazendo falta no combate às queimadas. Até aqui, Bolsonaro já esnobou R$ 288 milhões em doações. “Nós não podemos rasgar dinheiro, porque rasgar dinheiro não é algo sensato”, afirmou Dino. O problema é que a sensatez anda em falta no Planalto.
Bernardo Mello Franco, jornalista - O Globo


sexta-feira, 4 de maio de 2018

Tem que investigar todas as quadrilhas de invasores, o que inclui o MLSM, MSTS, MTST do Boulos, MST e outros movimentos, todas os grupos que estão a serviço dos interesses dos líderes e do crime organizado




Polícia vai investigar ligação do PCC com ocupações em SP

Equipes que atuam no combate ao crime organizado afirmam ter indícios de que facção usa prédios como esconderijo de traficantes, drogas e armas [o apelido de 'social' usado na denominação de tais movimentos, deixa amplo espaço para utilização dos mesmos pelo crime organizado, como cobertura ou prática de outros crimes.
A quadrilha MLSM já foi convocada pela Polícia, ou Ministério Público, para explicar o destino dado ao produto da extorsão pratica sob o nome de 'aluguel'?]


A polícia de São Paulo vai investigar movimentos de moradia que cobram aluguel de sem-teto em ocupações. Equipes que atuam no combate ao crime organizado dizem ter indícios de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) usa algumas dessas ocupações como fachada para esconder drogas, armas e traficantes. Moradores do prédio que desabou no Largo do Paissandu na última terça-feira relataram que pagavam até R$ 400 por mês para o Movimento da Luta Social por Moradia (MLSM), responsável pela ocupação que pegou fogo e ruiu.

Nesta quinta-feira, os investigadores concluíram que o incêndio começou por causa de um curto-circuito em uma tomada usada por uma família que vivia no quinto andar.
Embora digam que o MLSM ainda não foi alvo de inquérito, policiais que apuram ações do crime organizado veem semelhanças entre a atuação deste grupo e o antigo Movimento Sem Teto de São Paulo (MSTS), que liderou a ocupação do Cine Marrocos. Em 2016, o Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) encontrou fuzis, carabinas e drogas escondidos num poço de elevador do edifício invadido.

Segundo a investigação, o MSTS servia como fachada para o PCC. A facção usava o prédio como uma espécie de quartel-general e se aproveitava dos sem-teto para manter a polícia distante. Policiais demoraram cerca de cinco meses para entrar no edifício, com receio de que o confronto acabasse envolvendo moradores que não tinham ligação com o tráfico.  O MSTS faturava mais de R$ 60 mil por mês com aluguel cobrado dos ocupantes de três invasões que tinha no Centro, segundo estimativa da polícia, e ainda ganhava com cobrança de taxas de adesão, luz e água. Até o caminhão que fazia a mudança das famílias pertencia aos traficantes.

A operação levou à condenação de 28 pessoas, acusadas de envolvimento no esquema, entre elas o líder do movimento, Wladimir Ribeiro Brito, apontado como chefe da facção no Centro de São Paulo. A suspeita da polícia é que, como o MSTS foi desmontado e o déficit habitacional continua alto, outras ocupações possam estar sendo comandadas pela facção paulista.

SUSPEITA DE MAIS DESAPARECIDOS
Em outra investigação, que apura a causa do incêndio que derrubou o edifício Wilton Paes de Almeida, a polícia concluiu que um curto-circuito provocou a tragédia e negou que as chamas tenham começado após uma briga de casal. Os policiais fizeram essa afirmação após ouvir depoimentos de Walquíria Camargo do Nascimento, moradora do andar onde o fogo começou.

O marido dela, Pedro Lucas Ribeiro, e uma das filhas do casal, Maria Cecilia, estão internados. A mulher contou que acordou com o barulho do curto-circuito em uma tomada onde estavam ligados um micro-ondas, uma TV e uma geladeira. No terceiro dia de buscas por vítimas da tragédia, os bombeiros começaram nesta quinta-feira a usar equipamentos pesados para limpar os destroços. 

Oficialmente, para os bombeiros, há quatro desaparecidos que podem estar sob os escombros: Ricardo Amorim, o Tatuagem, que era resgatado no momento em que a construção veio abaixo, Selma Almeida da Silva e os dois filhos gêmeos dela. Ao longo do dia, mais três famílias comunicaram que não conseguem falar, desde terça-feira, com parentes que viviam na ocupação. Zenaide Melo Souza, de 38 anos, por exemplo, procura informações do ex-marido, o confeiteiro Francisco Lemos Dantas, de 56 anos, o Nilson. Segundo ela, Nilson não atende o celular desde o dia do desabamento.

O Globo