Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
É o tal do voto eletrônico, diz Bolsonaro ao ironizar suspensão das prévias do PSDB
Problemas no aplicativo de votação impediram a conclusão
do primeiro turno das prévias tucanas no domingo 21
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou a suspensão das prévias do PSDB entre os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS), além de Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus (AM), causada por causa das falhas do aplicativo de votação destinado aos filiados."Viu a confusão ontem? Não vou falar nisso porque não tenho nada a ver com outro partido, mas deu uma confusão em São Paulo ontem. É o tal do voto eletrônico, aí", disse o presidente a apoiadores nesta segunda-feira (22), em frente ao Palácio da Alvorada.
Publicidade
A decisão de adiar a votação, porém, ocorreu após reuniões em Brasília. O presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse no domingo (21) que aretomada da votação acontecerá assim que osproblemas do aplicativo forem corrigidos. Bolsonaro não mencionou o PSDB ou o nome dos candidatos ao ironizar a "confusão". O presidente estava ao lado do jogador de vôlei Maurício Souza, demitido do Minas Tênis Clube após publicar mensagens homofóbicas em seus perfis nas redes sociais.
A votação do PSDB ocorreria das 7h às 15h de domingo (21), foi ampliada até as 18h e terminou suspensa. A avaliação geral é de que as dificuldades no aplicativo prejudicaram a imagem do PSDB-as prévias, antes uma iniciativa inovadora, se tornaram um vexame colocado na conta da direção nacional, que bancou a ferramenta.
O aplicativo custou mais de R$ 2 milhões ao PSDB, mas os gastos das prévias são maiores, chegando a R$ 9 milhões -incluem a realização de evento em Brasília, neste domingo, e a verba para cada campanha, que foi de mais de R$ 1 milhão. Há ainda as passagens e hospedagens para que prefeitos de todo o Brasil fossem à capital federal. Bolsonaro chegou a promover atos de raiz golpista no feriado de Sete de Setembro para defender, entre outras pautas, a adoção do voto impresso.
Segundo o senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE), ex-presidente da legenda, a legitimidade das prévias tucanas
estará em risco caso a instabilidade do aplicativo não seja corrigida.“O aplicativo está dando problema e as pessoas não estão querendo
votar. Estou constantemente recebendo notícias nesse sentido, essa é uma
preocupação”, afirmou Tasso.
Na mesma fala aos apoiadores, Bolsonaro voltou a defender a candidatura do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao governo de São Paulo em 2022. Também elogiou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Bolsonaro ainda criticou a proposta de adoção do semipresidencialismo, bandeira do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)."Tem certas coisas que são tão idiotas que não dá nem para discutir", disse o presidente. "Se for levar ao pé da letra o semipresidencialimo ou outro regime parecido, eu teria poder de dissolver o Congresso", afirmou Bolsonaro.
Acusar alguém de homofóbico é pouco. Você precisa ir além
A polêmica em torno do jogador de vôlei Maurício
Souza acendeu um alerta importante na vida moderna. Você não tem mais a
menor chance de ascensão social se não jogar alguém na guilhotina — ou
não contribuir de forma significativa e verificável para que isso
aconteça. Se você é, portanto, um dedicado e irretocável carreirista,
desses que jamais perderam uma oportunidade de galgar um degrau a
qualquer preço, fique atento: a boa e velha demagogia politicamente
correta já não te garante nada.
Ilustração: Montagem/Shutterstock
Acusar alguém de homofóbico é
pouco. Você precisa ir além. Pode continuar catando pretextos para
afetar preocupações raciais, sexuais, ambientais, etc, mas cuidado para
não terminar o serviço antes da hora. Hoje em dia, frases lindas contra o
preconceito e a favor das minorias podem até soar como gafe — se você
não conseguir prejudicar alguém com isso.
Para facilitar a
atualização da sua conduta inclusiva (que inclui você nas panelas
certas), segue aqui uma lista de cinco princípios éticos fundamentais ao
alpinista moderno:
Vigie
seus vizinhos obsessivamente. Assim você aumentará suas chances de
flagrá-lo indo do carro até o elevador sem máscara, ou jogando um papel
fora da cesta de lixo, ou comendo carne vermelha na segunda-feira. Colha
sua munição para denunciá-lo. Se você conseguir expulsá-lo do
condomínio por motivos idiotas pode até virar herói do bairro;
Fique
atento ao que dizem os seus colegas de trabalho nos momentos de
descontração. Você pode dar a sorte de flagrar um deles contando como
foi sua dieta de emagrecimento e denunciá-lo por gordofobia. Não se
esqueça de gravar a conversa. Aí você expõe na sua rede social e diz que
a empresa não pode manter no quadro de funcionários uma pessoa horrível
como aquela. Uma horda de linchadores educadíssimos com certeza vai
aderir ao seu chamadoe com certeza algum diretor covarde da empresa
demitirá o seu colega, te transformando no herói do mês;
Vasculhe
o passado dos seus amigos. Você haverá de encontrar algum registro —
nem que seja um bilhete — com algum tipo de manifestação gravíssima para
os dias de hoje, tipo “virei a noite e fui para o trabalho que nem um
zumbi” (você pode transformar isso em declaração racista) ou então
“cheguei em casa bêbado que nem um gambá” (você pode denunciar seu amigo
por preconceito contra os gambás, desafiando-o a provar que esse animal
gracioso e inofensivo para as mudanças climáticas tenha hábitos
alcoólicos). Só descanse quando tiver espalhado geral que esse amigo
querido por tanta gente era na verdade um ser abjeto, ou seja, só
considere a sua missão cumprida quando ele não tiver mais ninguém na
vida. Yes!
Reserve
pelo menos meia hora diária antes de dormir para bisbilhotar pessoas
públicas e o que elas andaram dizendo (bisbilhotar relaxa). Nesse
território está a sua Mega-Sena. E lembre-se: quem procura acha. Você
pode alegar que há uma multidão nesse garimpo e não é muito provável que
você, logo você, vá encontrar a pepita de ouro. Engano seu. Hoje em dia
tem ouro pra todo mundo. Basta ter paciência — e não desanimar na
primeira esquina do Facebook. “Fulana está linda.” Pronto!
Se essa frase
tiver sido postada, por exemplo, por um companheiro de time do Maurício
Souza, você já sabe o caminho: avisa correndo à Fiat e à Gerdau que o
meliante misógino foi pego em flagrante de assédio sexual e moral,
portanto não merece mais viver em sociedade.
Se for da seleção, conta
logo ao Renan também, que ele desconvoca na hora.
Fim de papo. Mais um
CPF cancelado. Ai, que delícia de linchamento!
Por
questão de ética, não vamos te esconder a verdade: um dia o linchado
pode ser você. Quando isso acontecer, não hesite: bata o pé, esperneie e
chore bem alto. Com um pouco de sorte, mamãe te escuta e te salva desse
mundo mau.
Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) criminalizou a homofobia, ou seja, este delito não foi criado pelo Poder Legislativo — deputados federais e senadores — sendo esta a instância competente para definir novos ilícitos penais. De acordo com o artigo 1º do Código Penal,“não há crime sem lei anterior que o defina; não há pena sem prévia cominação legal”;o que significa que só existirá crime quando houver uma lei que estabeleça esse delito, e, do mesmo modo, que fixe a respectiva pena; esomente o Poder Legislativo é o órgão competente para emitir uma lei.
Contudo, o Supremo inovou e criou o delito de homofobia, e justificou essa decisão ao afirmar que o Brasil é signatário de tratados internacionais de combate à homofobia, onde se obrigou a criminalizar essa conduta. Contudo, como o Poder Legislativo não criou esse crime, oCongresso estaria em mora, ou seja, estaria atrasado, e, por conta disso, a nossa Suprema Corte criou o ilícito penal de homofobia, e inseriu essa conduta na Lei 7.716/89, que define os crimes de preconceito. Assim,o crime de homofobia estaria equiparado, após a decisão do STF, aos crimes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Na minha opinião as condutas homofóbicas, ou seja, as que discriminam homossexuais deveriam sim ser criminalizadas, contudo, a forma correta de isso ocorrer seria através da edição de uma lei elaborada pelo Congresso Nacional, e não por meio de decisão do STF, pois além de violar o artigo 1º do Código Penal, o Supremo interferiu indevidamente, a meu ver, em outro poder.
- Jornalista sofre censura no YouTube e juiz define quem ele pode
entrevistar Entrevista em vídeo com o jornalista Fernando Beteti,
especializado em saúde, que tem canal no YouTube com mais de 300
entrevistas com médicos, mas que vem sofrendo censura, tendo vídeos
apagados pelo YouTube e não conseguiu garantir sua liberdade de
expressão nem na Justiça. Um juiz de São Paulo deu sentença favorável ao
YouTube, impedindo de entrevistar determinados médicos e de abordar
certos assuntos que, eventualmente, a OMS não tenha como diretriz. - O que faz e para que serve o Ministério Público
Pois bem, sobre a conduta do jogador de vôlei Maurício Souza, ela se insere no crime de homofobia?No meu entendimento não. O aludido jogador postou em sua rede social Instagram uma foto de um personagem em quadrinhos — o novo superman — beijando um outro homem, onde haveria sinalização, por parte da imagem, que este personagem seria bi ou homossexual.
Ao postar a referida foto, Maurício Souza escreveu a seguinte frase em sua rede social: “Ah, é só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”. Logo após esse post, o jogador foi taxado como homofóbico, e vítima de um cancelamento nas redes sociais, o que culminou em sua demissão do Minas Tênis Clube.
Contudo, na minha avaliação técnica e jurídica a “fala” do jogador não se caracteriza como crime de homofobia, pois ele não induziu ou incitou a discriminação ou preconceito aos homossexuais;
- bem como não incentivou qualquer tipo de violência contra eles e nem praticou nenhuma das outras condutas previstas na lei de racismo, quais sejam: impedir acesso a qualquer cargo na administração direta ou indireta; em estabelecimento comercial; em escola; restaurante ou hotel; obstar promoção funcional; negar ou obstar emprego em empresa privada, dentre outras.
Assim, a fala do jogador se enquadra plenamente na liberdade de opinião, e na liberdade de expressão, que são direitos constitucionais assegurados a qualquer pessoa. [ops..... conforme decisões públicas e notórias tais direitos constitucionais, quando exercidos por apoiadores do presidente Bolsonaro, estão sujeitos a interpretações supressivas e Mauricio Souza é apoiador do capitão... desculpem a ressalva.]Na opinião de Maurício, pode-se extrair que não seria adequado divulgar referidas imagens em quadrinhos infantis, e muitos pais pensam da mesma forma, não se caracterizando, em hipótese alguma, o abominável crime de homofobia.
Este delito, como os de racismo e nazismo, deve ser fortemente combatido, mas jamais banalizado, pois se tudo é homofobia, nada é homofobia.Se tudo é racismo, nada é racismo.
Condutas preconceituosas e discriminatórias devem ser severamente punidas, mas antes da realização desta punição, e de tentativa de cancelamentos, deve-se analisar de forma fria e técnica se de fato aquela fala, ou aquela frase se insere na lei dos crimes de preconceito, para que não hajam perseguições indevidas e injustificáveis contra pessoas que apenas estão dando sua opinião, sem discriminar ou ofender ninguém.
Thaméa Danelon, procuradora da República (MPF), colunista Gazeta do Povo - VOZES
“Leonardo Santos, travesti
linchada e executada a tiros em 2017. Kelly da Silva, travesti negra,
teve o coração arrancado; o assassino confesso falou que um dos motivos
‘foi que ele era um demônio’. Uma travesti, recentemente em Colatina, teve sua cabeça
decapitada e seus olhos arrancados. São três mortes severinas, as três mortes
matadas e tantas outras em vida que parecem não importar para o nosso
Congresso Nacional.”
"Gostaria de falar sobre Dandara dos Santos,
torturada por oito homens e levada por uma carrinho de mão. [Ela foi]
torturada até a morte, e morta com diversos tiros. Filmada e exposta na
internet, esse caso foi qualificado pelo Tribunal de Justiça, Tribunal
do Júri do Ceará, como motivação homofóbica. Houve um erro no caso,
porque deveria ter sido [qualificado] por motivação transfóbica. Mesmo
assim o Tribunal do Júri entendeu a motivação por homofobia.”
Homofobia se tornou termo tão elástico que, por homofobia, você pode criminalizar tanto a fúria odiosa do psicopata que decapita alguémcomo, por homofobia, você também pode condenar o jogador de vôlei que comenta um gibi com beijo gay
Os casos acima foram relatados por duas sustentações, na qualidade de amicus curiae, quando, em 2019, o Supremo Tribunal Federal discutia a criminalização da homofobia. Para ser mais preciso, quando julgavam a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26 e o Mandado de Injunção (MI) 4733, por suposta omissão do Congresso Nacional em editar lei que efetive a criminalização para atos de homofobia e transfobia.
Na época, escrevi o seguinte: “as sustentações a favor da criminalização da homofobia apelam para casos de extremo requinte de crueldade, coisas que a gente só vê em séries como Mindhunter.
Mas sabe quem acabará sendo criminalizado caso passe?
Tia Lurdes, que vai à igreja aos domingos”. Não deu outra.
Homofobia se tornou termo tão elástico que, por homofobia, você pode criminalizar tanto a fúria odiosa do psicopata que decapita alguém como, por homofobia, você também pode condenar o jogador de vôlei que fez o seguinte comentário a respeito de um gibi do Super-Homem com beijo gay: “Ah, é só um desenho, não é nada de mais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”.
Qual o parâmetro para decidir o que é homofobia? Se homofobia é crime, e Mauricio Souza foi homofóbico, então Mauricio deve ser condenado como criminoso por um tribunal de Justiça e não simplesmente perder o emprego por causa da pressão do tribunal de exceção instaurado pelos proponentes das políticas identitárias.
Para ser condenado por um tribunal de Justiça, Mauricio precisa ser julgado.
Para ser julgado, precisa ser processado... sim, a espada da justiça é lenta.
Porém, boa parte da imprensa e toda a comunidade LGBT se apressaram no justiçamento e já sentenciaram: “Mauricio fez comentários homofóbicos”. Mauricio é, portanto, homofóbico. Obviamente o clube em que ele jogava e os patrocinadores são livres para não querer em seu portfólio de atletas um representante condenado por homofóbico pelo tribunal de exceção. De fato, nenhuma marca é obrigada a estar associada com alguém que amanhã poderá figurar como personagem em uma série policial sobre psicopatas que trituram suas vítimas por ódio e dão opinião sobre gibis de super-heróis.
Encerro com a reflexão que um amigo cristão. Não sou capaz de escrever melhor. O pastor e escritor Yago Martins escreveu: “Já que homossexualidade é pecado, o normal é ser heterossexual. A Bíblia é heteronormativa, e a sociedade se afasta da influência cristã quando trata como algo normal a imagem de dois homens se beijando. Nisso, não há nada errado na fala do jogador."
Dito isto, algo incomoda: Não gosto do tipo de seletividade que se incomoda com homossexualidade nas mídias como se fosse pior que adultério, divórcio, violência, orgulho, ganância, ira, exibicionismo etc. O que leva alguém a lamentar homossexualidade em revistinha, mas não o sexo antes do casamento? Essa ênfase na homossexualidade como marca do fim da civilização ocidental é boba, infantil e contraproducente.
Esse é só mais um assunto, no meio de um mundo totalmente oposto à fé. Só mais um, no meio de tantos. Não vale o incômodo. No entanto, algo chama atenção nisso tudo: grupos LGBT se tornaram poderosos e mimados. Guiam decisões sociais e financeiras com base em pressão pública, e se ofendem com tudo, o mínimo que seja. Perdoa-se tudo, de roubo à assassinato. O pecado imperdoável é não os aprovar.
Agora que tudo é homofobia e até questionar beijo gay em quadrinho virou motivo para demissão, caminhamos para tornar insustentável a existência em sociedade. Não existe mais diálogo e opiniões, apenas poder. Hoje, o poder é deles. Será triste quando a roda girar.
Conservadores querem calar os gays e trans.Estes militam pela demissão e exclusão da vida social de quem acredita em família tradicional. Cristãos, por outro lado, deveriam estar fora deste cabo de guerra: lembrando que o mundo está podre, e que a solução está fora do mundo. Ainda assim, estamos aqui para defender as liberdades mais profundas. Que gays não percam seus empregos por isso, que conservadores não percam seus empregos por isso. E que todos possamos nos permitir em sociedade – pelo bem da civilização, contra o estabelecimento da barbárie. Quer criminalizar homofobia? Então que seja qualificado: homofobia é um discurso de incentivo à violência, e ponto.
Questionar se homossexualidade é desviante ou não, se suas uniões são equivalentes à família nuclear, se deveria estar em material infanto-juvenil NÃO É HOMOFOBIA.
Você pode discordar, pode achar retrógrado, pode não gostar do discurso.No entanto, criminalizar o que te ofende é tomar o mundo de arrasto pela força.
É quase como um ministro do STF terrivelmente evangélico tentar criminalizar discursos contra a crença em Deus.”
Maurício Souza, campeão olímpico de vôlei | Foto: Reprodução Instagram
O rei Luís XVI, condenado à morte por alta traição e crimes contra o Estado,foi enviado à guilhotina. Sua esposa, Maria Antonieta, teve o mesmo destino nove meses depois. Após a execução do rei, a guerra com várias potências europeias e intensas divisões ideológicas conduziram a Revolução Francesa à sua fase mais violenta e turbulenta. Em junho de 1793, os jacobinos tomaram o controle da Convenção Nacional dos girondinos mais moderados e instituíram uma série de medidas radicais, incluindo o estabelecimento de um novo calendário e a erradicação do cristianismo. Aqui, foi desencadeado o sangrento Reino do Terror, um período de dez meses em que os inimigos suspeitos da revolução foram guilhotinados aos milhares.
Eu não poderia deixar de visitar esse período bárbaro da história mundial e, guardadas as devidas proporções, abordar o assunto da semana envolvendo o jogador de vôlei Maurício Souza. Ele foi “cancelado” pela turma da tolerância e do amor por expor sua opinião sobre um desenho em quadrinhos.
O campeão olímpico teve o contrato rescindido unilateralmente pelo Minas Tênis Clube depois que os patrocinadores do time sofreram pressões dos atuais jacobinos virtuais que tentam de todas as maneiras tirar de circulação aqueles que não rezam a cartilha progressista da turba do Beautiful People. Em tempos em que questionar virou crime inafiançável,opinar contra o politicamente correto virou crime hediondo, com pena de prisão perpétua nos calabouços dos revolucionários de butique. E opinar, sem ofensas, foi o que Maurício fez.
Em seu Instagram pessoal, Maurício já havia criticado o uso da chamada “linguagem neutra”,mais uma página rasa da agenda de identidade de gênero que cancela sem dó nossa linda língua portuguesa. Nessa postagem, Maurício colocou na legenda: “O céu é o limite se deixarmos! Está chegando a hora de os silenciosos gritarem”. Na semana passada, alguns dias depois da repercussão do lançamento da história da DC Comics em que o filho do personagem Super-Homem se assume bissexual, o jogador postou: “É só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar…”.Mesmo sendo duramente criticado pelo terrível crime de opinião sobre um desenho — um de-se-nho, vale frisar —, Maurício voltou ao seu perfil e comentou mais um capítulo da agenda nefasta da esquerda radical: a exclusão de mulheres com a inclusão de homens biológicos em esportes femininos. Para isso, Maurício publicou uma foto de Gabrielle Ludwig, atleta transexual que faz parte de uma equipe feminina de basquete universitário. A foto, uma afronta às mulheres, já foi usada por mim em palestras sobre o assunto para mostrar — em claras e gritantes imagens — o absurdo que as mulheres estão sendo obrigadas a suportar caladas para não serem guilhotinadas. Homens biológicos, visivelmente formados com todos os resultados de anos de testosterona, competindo com meninas.
Diante de tamanha atrocidade protegida por essa política injusta e cruel com as mulheres, Maurício comentou: “Se você achar algum homem nessa foto você é preconceituoso, transfóbico e homofóbico. Mais uma conquista do feminismo para as mulheres!”. Não deu outra. Não foram apenas os jacobinos virtuais que chegaram aos montes à praça das redes sociais, as guilhotinas, compartilhadas por jornalistas e até atletas, formaram um corredor revolucionário “do bem”.Não bastava apenas silenciar o rapaz que pecou contra a agenda jacobina, era preciso mostrar às multidões o que acontece com os transgressores.
É preciso tirar o sustento de um pai de família, encerrar a carreira de um atleta e destruir seu nome e sua reputação. Mas, claro, tudo em nome do amor ao próximo.
Inicialmente, antes de decidir pela rescisão do contrato do jogador, o Minas Tênis Clube, pressionado por seus dois principais patrocinadores, Fiat e Gerdau, havia apenas afastado e multado Maurício, além de exigir que ele publicasse uma retratação. E assim ele o fez. Publicou um pedido de desculpas àqueles que porventura se sentiram ofendidos, mantendo a defesa sobre a liberdade que todos têm para opinar. Não surtiu efeito. Maurício, campeão olímpico em 2016 e ainda rendendo como atleta de alta performance, teve a cabeça cortada em uma ação injusta, orquestrada milimetricamente.
O mais preocupante de tudo é que esse não é um caso isolado. É a nova regra, o novo normal que não pode — em hipótese alguma — ser aceito por nós. Em texto publicado no dia 28 de outubro em sua coluna na Gazeta do Povo, J.R. Guzzo foi no coração da questão: “A perseguição desencadeada contra o atleta Maurício Luiz de Souza, jogador da seleção brasileira de vôlei, é um escândalo destes tempos em que o totalitarismo, a intolerância e o rancor são impostos à sociedade com violência cada vez maior pelos movimentos ‘politicamente corretos’. Foi um linchamento, puro e simples, da reputação e da carreira esportiva de um cidadão brasileiro que não fez absolutamente nada de errado, e nem outra coisa além de exercer o direito constitucional à expressão do seu próprio pensamento”.
Ainda dentro desse contexto que agitou o noticiário, minha grande decepção foi com o técnico da seleção brasileira masculina, Renan Dal Zotto, exímio ex-atleta que também defendeu o Brasil nas quadras durante anos, e uma pessoa por quem tenho respeito.
Infelizmente, Renan não aguentou a pressão das guilhotinas chegando à praça pública. Paralisado com a virulência da movimentação jacobina, ajoelhou-se e beijou os anéis dos supostos novos reis do pedaço e suas cartilhas politicamente corretas. Em entrevista ao jornal O Globo, Dal Zotto afirmou: “É inadmissível esse tipo de conduta do Maurício. Sou radicalmente contra qualquer tipo de preconceito, homofobia, racismo. Em se tratando de seleção brasileira, não há espaço para profissionais homofóbicos. Não posso ter esse tipo de polêmica no grupo”. O técnico marcou pontos gloriosos com a audiência jacobina, o aplauso fácil veio instantaneamente. No entanto, Dal Zotto não mencionou a atrocidade, o crime nem a injúria cometidos por Maurício.
Esse cancelamento faz parte de uma pandemia intelectual de proporções bíblicas
Tive a sorte de ter bons técnicos na minha carreira como atleta profissional. Alguns me marcaram e deixaram lições que carrego até hoje. Além de técnicos, eles eram líderes. Nos erros, nos acertos, na escolha das palavras e nas lições plantadas que, uma vez proferidas e semeadas, não podem mais ser guardadas. Homens firmes, com prudência, zelo, sem menosprezar nem descartar a contribuição que podem deixar na construção do ser humano. Renan não foi capaz de pairar acima das agendas políticas e mostrar a mão de um líder nato. Seitas ideológicas cobram pedágio, e Renan pagou o seu para ser poupado.
Mas não se enganem, esse cancelamento acompanhado de linchamento e perseguição faz parte de uma pandemia intelectual de proporções bíblicas. Os atuais jacobinos, que prometem lutar contra a opressão às minorias, estão, curiosamente, apenas militando em países “opressores”onde há liberdade suficiente para que tanta bobagem seja dita e colocada em prática, como aqui nos Estados Unidos.
Há três semanas, o comediante Dave Chappelle cometeu um crime tão hediondo quanto o do jogador do Minas. Chappelle, em seu novo show na Netflix, disse que “gênero é um fato” e que “cada ser humano nesta sala, cada ser humano na Terra teve de passar pelas pernas de uma mulher para estar na Terra. Isso é fato”. Depois ele condenou o ataque contra as mulheres que não obedecem à teoria de gênero da esquerda. Já escutaram as guilhotinas se aproximando? Sim, elas foram trazidas, e durante duas semanas o comediante negro que ousou desafiar o politburo foi amarrado em praça pública para a exposição que já conhecemos.
Imediatamente, a mesma onda jacobina que pediu a cabeça do Maurício e de tantos outros que não beijam o anel invadiu as redes sociais e um dos prédios da Netflix. O que eles pediam? Um pedido de desculpas? Não. Queriam a cabeça de Chappelle por ele ter dito — o horror! — que gênero é um fato com homens sendo homens e mulheres sendo mulheres. Grupos ativistas como o Glaad (Aliança de Gays e Lésbicas Contra a Difamação, em português) espalharam a falácia de que “o conteúdo anti-LGBTQ”viola a política da Netflix de rejeitar programas que incitam ódio ou violência. A Glaad pediu então aos executivos da Netflix que ouvissem os funcionários LGBTQ, líderes da indústria e o público e se comprometessem a “viver de acordo com os padrões”.
Quando o especial de Chappelle foi lançado em massa, o grupo disse que a “marca do comediante se tornou sinônimo de ridicularizar pessoas trans e outras comunidades marginalizadas”. Como outros artistas da Netflix, Jaclyn Moore, que foi roteirista e produtora do programa da Netflix Dear White People, foi até as redes sociais inflamar a militância com comentários do tipo: “Não vou trabalhar com eles (Netflix) enquanto eles continuarem a lançar e lucrar com conteúdo transfóbico descarada e perigosamente”.
Bem, praça cheia, guilhotina a postos, jacobinos babando por sangue. Vamos! O que estamos esperando? Faltou combinar com Chappelle, que não estava muito disposto a entregar sua cabeça. Quando perguntado sobre uma greve de funcionários transgêneros na Netflix depois de o conteúdo de seu show ter viralizado, ele disse: “Para a comunidade transgênero, estou mais do que disposto a lhe dar uma audiência, mas você não vai me convocar. Encontro com vocês nos meus termos, onde eu quiser e quando eu quiser. Não vou ceder às exigências de ninguém”.
Caitlyn Jenner, hoje transexual e que já foi campeão olímpico no decatlo masculino em 1976, está apoiando Dave Chappelle em meio à polêmica em torno dos comentários que ele fez sobre a comunidade transgênero em seu especial da Netflix, The Closer: “Dave Chappelle está 100% certo”, tuitou Jenner. “Não se trata do movimento LGBTQ. É sobre a cultura do politicamente correto, do cancelamento. Cultura enlouquecida que tenta silenciar a liberdade de expressão. Nunca devemos ceder ou nos curvar para aqueles que desejam nos impedir de falar o que pensamos.”
Diante da postura de Chappelle, o codiretor-executivo da Netflix, Ted Sarandos, acabou usando o bom senso e defendeu o especial de Chappelle em vários memorandos para funcionários da Netflix escrevendo: “Embora alguns funcionários discordem, temos uma forte convicção de que o conteúdo (do show) não se traduz diretamente em danos no mundo real”.
Quem me acompanha em outras plataformas sabe da minha admiração pelo psicólogo canadense e grande pensador contemporâneo Jordan Peterson. Peterson também já sofreu inúmeras tentativas de assassinato de sua reputação por parte dos jacobinos do bem. Para isso, ele tem o seguinte conselho: “Nunca peça desculpas a uma multidão sedenta de sangue. Você não está lidando com pessoas com quem pode restabelecer um relacionamento. Você está lidando com uma ideia sem alma que possui pessoas”.
Milhares das mortes na guilhotina que foram realizadas durante a Revolução Francesa aconteceram sob as ordens de Robespierre. No entanto, o francês revolucionário, que queria impor suas ideias com violência e brutalidade, jamais imaginou que seus métodos alcançariam exatamente o seu pescoço.
Robespierre, que dominou o draconiano Comitê de Segurança Pública, foi executado em 28 de julho de 1794.
A Revolução Francesa se tornou modelo para outras revoluções nos séculos seguintes, e, como ela, esse tipo revolução consome seus próprios filhos. O Comitê de Segurança foi levado ao seu fim vergonhoso tanto por aqueles que não achavam que Robespierre era radical o suficiente quanto pelos moderados que denunciaram a violência em primeiro lugar. No final, a guilhotina também foi seu destino.
Leia também: É desproporcional o que fizeram com Maurício Souza, afirma Janaina Paschoal
Deputada não aprovou a demissão do jogador de vôlei pelo Minas Tênis Clube