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segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Queda de homicídios é relevante, mas há que se reduzir a letalidade policial - Editorial - O Globo

Editorial

Em 2019, Rio teve o menor número de assassinatos desde 1991, porém nunca a PM fluminense matou tanto

Para um estado que nos anos 1990 chegou a registrar 8.438 homicídios dolosos (intencionais) por ano, as estatísticas divulgadas pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), na última terça-feira, não deixam de ser um alento. Segundo o órgão, no ano passado foram contabilizados 3.995 assassinatos no Rio de Janeiro, uma queda de 19,3% em relação ao ano anterior (4.950), e menor patamar desde o inicio da série histórica, em 1991, embora os números ainda sejam excessivamente altos. Não é fenômeno exclusivo do Rio, já que os índices têm caído nesse mesmo ritmo em quase todo o país, mas inegavelmente trata-se de um dado positivo. [um dado positivo e que a muitos pode parecer dificil reconhecer que se trata do EFEITO BOLSONARO - imagine quando desistirem de boicotar o Governo Bolsonaro e  o presidente possa se embrenhar de forma exitosa no cumprimento de suas promessas de campanha.]
 
A redução do número de assassinatos, porém, não deve ocultar um outro dado que salta aos olhos na mesma estatística: nunca a polícia fluminense matou tanto quanto no ano passado. De acordo com o ISP, em 2019 o estado registrou 1.810 mortes decorrentes de intervenções policiais, o maior número desde 1998, quando se passou a contabilizar esse tipo de crime. Evidentemente, o recorde reflete a política de confronto adotada pelo governador Wilson Witzel na segurança — estratégia que, por vezes, tem vitimado inocentes. No dia 16, uma operação da PM contra o tráfico de drogas no Vidigal deixou quatro mortos. Todos suspeitos, segundo a polícia. Mas moradores disseram que pelo menos duas das vítimas eram trabalhadores. [importante destacar que 'mortes decorrentes de intervenções policiais' é um conceito vago,exatamente para ser amplo, permitindo incluir tudo em um saco só: inclui policiais mortos por bandidos em confrontos, inclui inocentes mortos por balas perdidas - que podem ser tanto da polícia, quanto dos bandidos; 

quanto ao padrão de  sempre que os que tombam em tiroteios, são classificados por moradores como 'trabalhadores' é fácil entender tal classificação: 
imagine se um morador de um favela, que vive sob o tacão do tráfico, vai ter coragem para declarar de público que aquele morto, um 'trabalhador', na realidade era um traficante.

Quem falar isto, alguns minutos depois estará morto. Aos traficantes interessa 'queimar' a imagem da polícia.]
 
Não se deve fazer correlação entre um dado e outro. Os homicídios não caem porque a polícia mata mais. Dentro do próprio Rio há exemplos de que não se combate a violência gerando mais violência. Na Ilha do Governador, as mortes decorrentes de intervenção policial quase dobraram (90%) ano passado, e os homicídios não diminuíram — ao contrário, cresceram 63,6%. [a matemática, a estatística está sendo agredida, se a mortalidade "decorrente" de intervenção policial alcançou 90% e a mortalidade no geral cresceu 63,6 %, indiscutivelmente, em uma ponta diminuiu = a mortalidade dos cidadãos, de pessoas de bem, que mesmo morando em favelas são trabalhadores e também a de policiais.
Convenhamos que sendo inexatos, dados os critérios de contagem, o número das mortes   atribuídas a intervenção policial, fica evidente que morreu mais bandido, morrendo menos policiais e menor número de pessoas de bem o que não é a situação ideal, mas é menos danosa à sociedade  do que em 2018, suando só no Rio, morreram quase 200 PMs.]
Além disso, dados do Fórum Brasileiro de Segurança mostram que há unidades da Federação, como Distrito Federal, Acre e Maranhão, que têm conseguido reduzir tanto os homicídios dolosos quanto as mortes em confronto. [o DF sempre apresentou baixíssimo índice de mortes em confronto bandidos x polícia; 
já quanto aos homicídios, envolvendo paisanos - especialmente o latrocínio contra motoristas de aplicativos continua crescendo.]

Especialistas em segurança pública suspeitam que a queda de homicídios, ['especialistas', sempre assustam, por ter como principal especialidade adaptar suas interpretações às conveniência de seus entrevistadores. Além de que, suspeitas nem sempre se tornam realidades.] Principalmente na Zona Oeste, pode estar ligada à hegemonia das milícias, que reduziria a guerra entre facções e, consequentemente, o número de mortes. O uso de cemitérios clandestinos, prática comum desses grupos paramilitares, também poderia mascarar os números. De qualquer forma, há nas estatísticas do ano passado outros dados relevantes. Por exemplo: o número de roubos de carga caiu 19%, e o de roubo de veículos, 24%. Continuar baixando os índices de crimes, rumo a patamares mais aceitáveis, é meta a ser perseguida pelo governo. Tanto quanto a redução da letalidade policial. O combate à violência não pode ser seletivo.

Editorial - O Globo

 

sábado, 2 de junho de 2018

Cesário de Melo, com BRT fechado, atravessa QGs da milícia e do tráfico

Uma das principais vias da Zona Oeste está sitiada pelo crime

Entre Santa Cruz e Campo Grande, cerca de 240 mil pessoas moram nos sub-bairros, loteamentos, vilas, conjuntos habitacionais e favelas às margens da Avenida Cesário de Melo. É mais gente do que em 98% dos municípios brasileiros, algo próximo da população da cidade de Macaé. E a maioria vive em territórios dominados pelos grupos criminosos que aterrorizam o Rio. Esta semana, a denúncia do secretário da Casa Civil do município, Paulo Messina, de que estações do BRT Transoeste ao longo da via tinham virado pontos de venda de drogas, chamou a atenção para a região. Mas não é de hoje que esse entorno está subjugado aos desmandos de milicianos e traficantes, enfrentando as consequências das disputas e, às vezes, das associações entre essas quadrilhas. Em mais uma “Faixa de Gaza” carioca, atualmente quase não há transversal à avenida em que não se esteja sob a vigilância dos bandidos.

As cerca de 20 estações do Transoeste nesse trecho permaneciam fechadas, segundo o consórcio que administra o sistema, devido à falta de condições de segurança. Viaturas da Polícia Militar ficaram baseadas perto das paradas mais críticas, enquanto milhares de pessoas que dependem dos ônibus seguiam enfrentando a instabilidade na região não dá trégua, ora com guerra entre os bandos, ora com aproximações entre eles, como fontes da polícia dizem ter ocorrido recentemente. Essa oscilação repousa no próprio perfil de Ecko, que é oriundo do tráfico e, em 2017, sucedeu a Carlos Alexandre Braga, o Carlinhos Três Pontes, morto numa operação da Delegacia de Homicídios (DH), no comando da maior milícia da Zona Oeste. Como O GLOBO revelou em abril, Ecko deixou de enxergar o tráfico como inimigo, e passou a tratá-lo como parceiro na ampliação de territórios.

Nesse jogo de cartas, em abril a Polícia Civil estourou, na comunidade do Cesarão, uma central de monitoramento por câmeras, de onde três comunidades eram vigiadas pelos milicianos: o próprio Cesarão e Três Pontes, dominadas por paramilitares, e Antares, controlada pelo tráfico de drogas.  Os traficantes que se uniram à milícia têm até apelido: são os “pulá”. No entanto, nos últimos anos, e mais intensamente em 2017, travaram-se batalhas pelo controle das favelas do Rola, com invasões da milícia à área do tráfico. A região acabou se tornando uma espécie de híbrido, com momentos em que o tráfico tem influência da milícia, e esta tenta também tomar Antares.

Escolas e clínicas afetadas
No meio dos confrontos, no trecho de Santa Cruz à beira da Cesário de Melo, clínicas da família e escolas como a Eduardo Rabelo, da prefeitura, são frequentemente afetadas. De Paciência em diante, passando por Cosmos, Inhoaíba e Campo Grande, onde a milícia dá as cartas, engana-se quem imagina haver tranquilidade em áreas comerciais às margens da via ou em ruas residenciais aparentemente pacatas. Em localidades como Vilar Carioca, Vila São Jorge e Vila do Céu, ou mesmo nos condomínios do Minha Casa Minha Vida em Cosmos, desobedecer as regras dos paramilitares pode ser fatal.

Ao mesmo tempo, muitas vezes a própria Cesário de Melo parece uma terra sem lei, ao menos as formais, às quais a cidade inteira está submetida. Com as estações do BRT fechadas, um carro particular circulava nas pistas exclusivas do corredor de ônibus (esburacadas e com asfalto irregular, por sinal). Em Cosmos, apesar do policiamento reforçado, um motorista, para encurtar o caminho, não hesitou em entrar pela contramão na pista da Cesário de Melo e, depois, circular com as quatro rodas na calçada, por cerca de 50 metros, até o portão de um condomínio. Poucos ônibus de linhas normais circulavam na região. Numa ida e volta completa pela avenida, das 13h25m às 14h, uma equipe do GLOBO cruzou com apenas quatro coletivos, num dia em que a circulação já começava a normalizar após a greve dos caminhoneiros. Enquanto isso, dezenas de vans trafegavam lotadas. Muitas delas tinham cobradores que se arriscavam com meio corpo para fora das janelas. Em outras, os assentos dos veículos tinham sido trocados por bancos de ônibus, e passageiros viajavam em pé. No entanto, ao longo de toda a tarde, O GLOBO não avistou um único guarda municipal ou fiscal de transportes.  — O que acontece é que, na Zona Oeste, em várias áreas dominadas pelas milícias, os ônibus são proibidos de embarcar passageiros. Nessas áreas, os usuários são obrigados a recorrer a vans ligadas à milícia — diz um empresário do setor.

Acordo sobre nova tarifa será assinado hoje
Na estação Cesarão I, uma viatura da PM fazia a guarda. Na Cesarão II, um blindado e quatro PMs estavam de prontidão. E as paradas Cesarão III, Cesarinho e 31 de Outubro eram guarnecidas por duplas de policiais. O restante do trecho, até Campo Grande, seguia fechado e sem policiamento. Funcionários do consórcio BRT avisavam aos passageiros sobre o fechamento.  — A condição de trabalho por aqui é muito complicada. Não sei como será daqui para frente — disse um funcionário do BRT, que preferiu não se identificar.

Enquanto isso, o prefeito Marcelo Crivella prevê assinar no Palácio da Cidade, um acordo com o Rio Ônibus sobre uma nova tarifa para os ônibus municipais e o BRT. Nesta quarta-feira, ele já tinha informado que, como contrapartida ao reajuste, negociava com o consórcio que administra o sistema um projeto de segurança, nos moldes do Segurança Presente.
No entanto, não havia previsão para o restabelecimento do funcionamento do trecho entre Santa Cruz e Campo Grande do Transoeste. Em Campo Grande, próximo da Estação Parque Esperança, ciclistas usavam a via interditada como ciclovia. Já a Estação Cândido Magalhães servia de abrigo para pessoas em situação de rua. Moradora do bairro, Priscila Aparecida disse que usa o BRT para procurar emprego na Barra. Com a greve, passou a ter um sofrimento extra.  — Agora, meu deslocamento está levando uma hora além do que costumava ser. Mas não dá para desistir — dizia ela.

O Globo
 

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Policiais levam 5 horas em reconstituição da morte de vereadora Marielle - Simulação teve isolamento da área, testemunhas e rajadas de tiros


Policiais civis, militares e homens do Exército terminaram por volta das 4h desta sexta-feira (11) a reconstituição da morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), no centro do Rio. O crime completa dois meses na próxima segunda-feira (14). A vereadora e o motorista Anderson Gomes foram mortos quando voltavam de um debate na Lapa, no centro do Rio, e iam em direção à Tijuca, zona norte. No caminho, no bairro do Estácio (centro), um carro emparelhou com o de Marielle e disparou. Ela morreu na hora com quatro tiros na cabeça. 


Por volta das 2h, sacos de areia utilizados para aparar as balas foram colocados e um boneco levado para a cena do crime. Os primeiros disparos que simularam o assassinato de Marielle e Anderson foram efetuados após o toque de uma sirene às 2h49. Foram duas rajadas seguidas, de cerca de quatro tiros cada uma, parecendo uma pistola com repetidor.  A sirene foi novamente acionada às 3h14. Desta vez, foi efetuado apenas um disparo. Nova rajada única de tiros, parecida com a de uma metralhadora, foi disparada às 3h32.


PREPARATIVOS

Os preparativos para a reconstituição do crime começaram por volta das 23h dessa quinta. Para realizar a simulação, duas ruas foram bloqueadas para veículos e pedestres em um perímetro de cerca de 1 km. O espaço aéreo foi restringido a aeronaves e drones também foram proibidos no local.  ​No entroncamento das ruas Joaquim Palhares e João Paulo I, local exato onde a vereadora foi morta, imensas lonas de plástico preto foram estendidas por militares para preservar testemunhas e evitar que imagens fossem capturadas pela imprensa e curiosos. Dois caminhões das Forças Armadas com imensos refletores iluminaram as vias. A imprensa não pode acompanhar a simulação.

Na esquina onde o carro da vereadora foi atingido, policiais colocaram sacos de areia para conter as balas que foram disparadas na madrugada. Um carro do tipo Gol, diferente do da vereadora, serviu de modelo para a simulação.

Em cartaescrita de dentro do presídio, obtida pelo jornal O Dia, o ex-policial também negou participação no crime. Ele também desacreditou o depoimento da testemunha, que seria um ex-colaborador de um outro grupo miliciano. Orlando Araújo chega a citar nominalmente o delator, apesar de sua identidade ter sido preservada na reportagem do diário carioca.  A testemunha que ligou os dois ao homicídio da vereadora alegou ter trabalhado para o grupo e em três depoimentos deu detalhes sobre encontros onde o assassinato supostamente teria sido decidido.  Pelo menos três homens teriam sido mortos depois do assassinato de Marielle, como queima de arquivo. Carlos Alexandre Pereira Maria, 37, o Alexandre Cabeça, e Anderson Claudio da Silva, 48, foram mortos pelos milicianos, segundo a acusação divulgada pelo jornal.


Passava de 1h quando dois carros, um onix branco e um sedan prata, foram usados na reconstituição. Eles manobraram várias vezes, em vários pontos das ruas. Policiais civis fotografavam tudo.   Para manter o sigilo, policiais civis que participaram da reconstituição receberam uma pulseira que dava acesso ao local. Do alto de uma cobertura de um prédio próximo, a reportagem da Folha conseguiu acompanhar a reconstituição.  Além dos investigadores, também estavam presentes o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) e a mulher de Marielle, a arquiteta Mônica Tereza Benício. Um homem, vestindo balaclava preta para não ser identificado, acompanhava os policiais em vários pontos das ruas. 

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sábado, 19 de agosto de 2017

O nazismo, a esquerda e o procurador Benedito

Vem sendo notado o fenômeno da multiplicação cavalar de promotores sem qualquer noção histórica

Prezado procurador da República Ailton Benedito: primeiramente, o “prezado” é só fórmula de cortesia. Vou me privar de adjetivos cabeludos como os que o senhor vem usando para desqualificar quem exerce o dever de contestar os equívocos que o senhor profere por aí. Como a postagem que reproduzo a seguir, publicada em sua conta do Twitter, domingo passado. Eis os 125 toques de sua sentença: “Partido Nacional SOCIALISTA dos Trabalhadores Alemães, conhecido como NAZISTA. Os próprios nazistas se declaravam SOCIALISTAS”.

O post passa a impressão de que, após rápida pesquisa no Google, o senhor acaba de descobrir, em idade madura, a designação formal do partido nazista, e impulsivamente, cria um desses silogismos fáceis e perigosos, sem contexto, que estão na moda. Francamente. 

Um homem escolarizado, com grau superior, que, paralelamente à sua atuação na PGR, reza pela direita, deveria, em respeito à História, à inteligência e à própria direita responsável, saber que, já em sua origem, nos anos 1920, tal partido, de cunho racista e populista, era formado por paramilitares que se dedicavam a combater, sobretudo, os levantes marxistas.  O movimento prosseguiu no esquadro da extrema-direita nacionalista que levaria à ascensão de Adolf Hitler. Em seus escritos, o ditador fazia questão, inclusive, de associar o judaísmo internacional às doutrinas sociais que levaram à revolução soviética, irmanando antissemitismo e antiesquerdismo. Assim, inversamente ao ímpeto universalista dos regimes marxistas (antes de Stálin), destinado a unir trabalhadores de todo o mundo sem distinção de origem, o “socialismo” nazista era destinado a unir o povo alemão em torno de uma fantasia de pureza racial.

A falência posterior do comunismo, a inviabilidade da aplicação do marxismo como sistema de governo, os crimes monstruosos de Stálin etc. O cunho antiburguês e anticapitalista do nazismo (abandonado em prol da cooptação das indústrias germânicas à sua máquina de genocídio de hebreus, ciganos, negros, gays... e comunistas) era associado a teorias de conspiração na linha do Tratado dos Sábios de Sião, de que o capital judaico estaria na base da decadência da sociedade.

Seu tweet, apesar de tudo, enseja algumas lições. Vem sendo notado o fenômeno da multiplicação cavalar de promotores sem qualquer noção histórica, sem base em humanidades, sem leitura de filosofia, sem literatura. Em março de 2016, em documento conjunto, os promotores José Carlos Blat, Cássio Conserino e Fernando Henrique Araújo, do MP de São Paulo, citavam a doutrina de “Marx e Hegel” na fundamentação de processo contra Lula, caindo num ridículo colossal, independentemente do mérito do processo em si. Não estaria na hora de rever os critérios nos concursos para a magistratura e a procuradoria?

Outra lição é que se deve questionar, em plena era da pós-verdade, um sistema educacional que privilegia a ultraespecialização sem cuidar do conhecimento mais abrangente. Por conta disso, vemos, cada vez mais, médicos que não sabem nem mesmo quem foi Hipócrates, engenheiros iletrados, advogados apedeutas, arquitetos de anedota, pseudopensadores direitopatas, idealistas de esquerda com nível pré-natal e analfabetos funcionais com grau de doutor.

A última lição, prezado procurador da República, vou ilustrar com um diálogo que travei com um desses cidadãos furiosos que gostam de rotular todo pensamento voltado para o social de “esquerdopata”, reservando a uma ideia difusa de direita o status de sanidade suprema. O sujeito me lançou um desafio: “Cite um país com regime de esquerda com alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)”. Respondi que, embora a Escandinávia, campeã em IDH, por exemplo, adote muitos procedimentos francamente socialistas, além de inovações distributivas, ou que a presença do estado em políticas públicas de países como o Canadá seja notória, a tal pesquisa era desnecessária: estava claro que regimes estritamente de esquerda, fechados, planificados, totalitários, não funcionaram nem funcionarão

(...) 

ARTIGO COMPLETO em O GLOBO

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