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sábado, 16 de maio de 2015

Como a Petrobras quase produziu o barril de petróleo mais caro do mundo

Como a Petrobras quase produziu o barril de petróleo mais caro do mundo

Óleo processado pela Refinaria Abreu e Lima sairia por US$ 80 mil, afirmou Graça

O superfaturamento na refinaria Abreu e Lima, o maior desfalque entre as falcatruas reveladas pela Operação Lava-jato, colocou a Petrobras em rota de produzir um único barril de petróleo a quase US$ 80 mil. O cálculo feito pela então presidente da estatal, Maria das Graças Foster, e revelado em áudio de reunião obtido pelo GLOBO, levou em conta o montante investido no empreendimento (US$ 18 bilhões) e a capacidade de produção (230 mil barris) que teria a refinaria. O enredo que levou aos números inflados começou assim...

Os custos do projeto antes orçados em US$ 2 bilhões saltaram para cerca de US$ 18 bilhões após uma enxurrada de aditivos indevidos aos contratos.

Para efeito de comparação, se a obra da refinaria fosse concluída pelo valor inicialmente previsto, o custo inicial de cada barril seria bem menor, de US$ 8.695.
 
Com os US$ 80 mil do barril de petróleo mais caro do planeta daria para comprar, por exemplo, 145 relógios inteligentes da Apple
 
Consumidor testa Apple Watch em Palo Alto - REUTERS
Mas nem os US$ 80 mil, nem os US$ 8.695 correspondem ao preço de venda do barril. Os valores ajudam a dar a dimensão se o investimento inicial na construção da refinaria foi feito com cuidado e eficiência, gerando retorno no longo prazo. Diferentemente do preço do barril de petróleo cru cotado em Bolsa, que serve de referência para a negociação da commodity no mercado. O barril do tipo Brent foi cotado na quinta-feira a US$ 66,75.
 
Por exemplo, uma reforma numa casa pode usar um piso mais caro ou mais barato; a mão de obra contratada pode realizar os serviços por um tempo mais longo, e mais custoso, ou mais curto; e um bom conhecimento da planta pode evitar gastos extras, como um cano quebrado. Essa combinação de fatores vai influenciar no valor por m² e indicar se a obra foi eficiente, assim como na refinaria.
 
Para Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, uma refinaria como a Abreu e Lima, dado à tecnologia empregada, deveria produzir a um custo inicial de investimento um barril refinado a no máximo US$ 35 mil, menos da metade dos US$ 80 mil.  O alto custo desse investimento inicial, demonstrado num barril de US$ 80 mil, está relacionado diretamente às perdas de ativos de Abreu e Lima, orçadas em R$ 9,143 pela Petrobras. — É um investimento que não se recupera mais. Não se dá para vender 1 litro de gasolina a um valor exorbitante. Não funciona repassar ao mercado o mau gerenciamento — ressalta Pires.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Doutora, ouça o Carvalhosa



Dilma admitiu corrigir erros, se ler o livro do advogado, verá que sua lei anticorrupção é ‘para inglês ver’
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que a Lei Anticorrupção sancionada pela doutora Dilma há 19 meses ainda não foi regulamentada porque exige delicadas compatibilizações. Tudo bem, isso dá trabalho, mas a Constituição de 1988 fez seu serviço em 20 meses. Durante a Constituinte os parlamentares fizeram 19 mil intervenções. É difícil acreditar que regulamentar uma lei pega-ladrão dê mais trabalho que redigir uma Constituição.

O comissário Miguel Rossetto certamente achará que cabe ao povo esperar que os guias geniais de sua vanguarda trabalhem em paz pela construção de uma nova sociedade mais justa (se ele der um trato no cabelo antes de ir a uma entrevista coletiva, a aliança operário-camponesa agradecerá).

Felizmente, tendo ouvido o ronco da rua, a doutora Dilma disse que está pronta para reconhecer erros cometidos pelo governo e fez isso numa entrevista em que mostrou inédito desembaraço. Poderia fazer mais. O advogado Modesto Carvalhosa acaba de publicar um livro (“Considerações sobre a Lei Anticorrupção de Pessoas Jurídicas”) com uma triste conclusão: ela é produto da “malfadada cultura de legislar para dissimular, ‘para inglês ver’”. 

Carvalhosa diz e prova: o artigo 8º da lei diz que, havendo uma denúncia, caberá à “autoridade máxima de cada órgão” tratar do assunto, nomeando uma comissão formada por dois servidores. Tudo o que eles precisam é ser “estáveis”. Em suma: surgida a denúncia de roubos na Refinaria Abreu e Lima, o comissário Sérgio Gabrielli nomeia os doutores Pedro Barusco e Renato Duque para cuidar do caso. Seria muito mais lógico e eficaz colocar a Controladoria-Geral da União no lance desde a primeira hora (em São Paulo, numa construção radical desse mesmo ralo, vigora um decreto pelo qual pode-se recorrer da decisão dos Baruscos e Duques. Recorrer a quem? Ao prefeito que os nomeou). 

Como a lei é para inglês ver, o seu artigo 9º diz que competirá à CGU a “apuração, o processo e o julgamento” quando as ladroagens forem praticadas “contra a administração pública estrangeira”. Ou seja, se estiverem roubando dinheiro da Petrobras, Barusco e Duque investigarão, cabendo à CGU apenas “competência concorrente”. Se estiverem roubando do companheiro Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial, a CGU entrará logo em cena, apurando, processando e julgando, sem Baruscos nem Duques.

Se a doutora Dilma der uma lida no final do livro de Carvalhosa, poderá achar pelo menos mais dez aberrações na lei que sancionou. Algumas são espertas, outras são produto da inépcia, até da preguiça. Quando trata dos cartéis, a lei praticamente copia dispositivos da legislação do Conselho Administrativo de  Defesa Economica. Coisas semelhantes não são iguais. O Cade mira na proteção do mercado; uma lei contra a corrupção deveria mirar na defesa da bolsa da Viúva. Num caso, (inciso III do artigo 16) a simples cópia de um dispositivo de leis americanas chega a ser constrangedora. Diz que a empresa acusada deve comparecer “sob suas expensas, sempre que solicitada, a todos os atos processuais”. Isso é coisa de americano. No Brasil ninguém cuidou do táxi de alguém que é chamado a depor num processo.

Por: Elio Gaspari,  jornalista – O Globo

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Operador ligado a Renato Duque assina acordo de delação premiada

Shinko Nakandakari é apontado como um dos intermediadores da Galvão Engenharia que pagavam propina ao ex-diretor da Petrobras 

O consultor Shinko Nakandakari fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal na manhã desta quarta-feira. Ele é um dos onze operadores investigados na 9ª fase da Operação Lava-Jato, que desvendou o esquema de desvio de recursos e propinas pagas a políticos, diretores e gerentes da Petrobras. 
 
Segundo o delator Pedro Barusco, ex-gerente de Petrobras e subordinado a Renato Duque, diretor da área de Serviços na cota do PT, o valor das obras da Petrobras intermediadas por Nakandakari chegaria a R$ 4,36 bilhões. No total, pelo menos 87 obras foram prejudicadas pela corrupção que, segundo delatores, "fazia parte da relação" com fornecedores da estatal. 

Nakandakari trabalhou durante 16 anos na construtora Odebrecht, onde foi diretor até 1992, e é considerado peça importante na montagem do quebra-cabeça do esquema comandado por Duque, diretor da área responsável por licitação, execução e fiscalização de obras. 

Barusco listou 10 contratos que Nakandakari teria intermediado, fechados entre 2007 e 2010, a maioria para a Galvão Engenharia, sozinha ou em consórcio com outras empresas. Entre as obras estão edificações na Refinaria Abreu e Lima, unidades da carteira de diesel da Refinaria de Paulínia (Replan) e o gasoduto Cabiúnas, no Norte fluminense. A Galvão Engenharia nega que houvesse qualquer vínculo ou percentual de propina relacionado diretamente a contratos firmados com a estatal. 

O delator disse que, além da Galvão Engenharia, o Nakandakari teria intermediado o pagamento de propinas em obras executadas pela EIT Engenharia e Contreras. Segundo Barusco, Nakandakari lhe entregava a propina em dinheiro vivo em jantares ou drinks marcados em hotéis como Sofitel, Everest e Ceasar Park.

A delação de Shinko ainda precisa ser homologada no Supremo Tribunal Federal (STF). A colaboração do operador com os investigadores pode garantir benefícios, como redução de pena. O MPF comunicou a negociação e o início dos depoimentos à Justiça Federal de Curitiba.

Galvão Engenharia diz que foi extorquida
O executivo Erton Fonseca, da Galvão Engenharia, que está preso desde novembro passado na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, afirmou que foi extorquido por Nakandakari, que se apresentou como emissário de Duque. Ele teria sido orientado a fazer depósitos de propina na conta da empresa de Nakandakari, a LFSN Consultoria. Em depoimento à Justiça, Fonseca afirmou que cedeu à corrupção porque a Galvão Engenharia vinha sendo sucessivamente preterida, e o nome da empresa havia sido excluído da lista das “convidadas” a participar da licitação. 

Fonseca entregou notas de pagamentos feitos à LFSN num total de R$ 8,8 milhões da Galvão Engenharia entre 2010 e 2014. O último pagamento foi feito em junho passado, cerca de dois meses depois de a Operação Lava-Jato ter sido deflagrada. As notas têm valores entre R$ 115 mil e R$ 750 mil e o valor líquido da propina, descontados impostos, foi de R$ 8,3 milhões.
 
A assessoria de imprensa da Galvão Engenharia reiteirou que os pagamentos foram resultado de "extorsão e concussão", e que não houve pagamento para obtenção de contratos. Havia apenas ameaça de retaliação contra a empresa nos contratos em vigor.

Nakandakari: problemas também em obra em Viracopos
Shinko Nakandakari é ainda um dos denunciados num processo de improbidade administrativa envolvendo a construtora Talude, contratada pela Infraero para obras no aeroporto de Viracopos, em Campinas. O valor inicial do contrato, assinado em 2000, foi de R$ 13,892 milhões. Seis meses depois da assinatura, foi feito um aditivo de R$ 1,904 milhão. O segundo aditivo, de R$ 1.540.352,97, ocorreu em 2011. Para o Ministério Público Federal, não havia razões para firmar os aditivos, que tornaram a obra mais cara. O caso está na Justiça.

Em nota, a Odebrecht contestou a ligação de Shinko com a empresa. A empresa informa que o engenheiro deixou a empresa há 23 anos, em 1992, tendo ocupado o cargo de gerente . E que em nenhum momento “o engenheiro é citado por qualquer depoente ou testemunha como alguém que tivesse atuado em algum momento em nome da Odebrecht no contexto dos fatos investigados”.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Lula e Dilma são covardes


Dilma e Lula têm de deixar de lado a covardia e defender a roubalheira de peito aberto. Ou: Coragem, petistas! 

Ganhem as ruas em defesa do assalto à Petrobras. Não se esqueçam de pedir o apoio de Marcola, do PCC!


Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva são dois covardes. Deveriam ter a coragem de defender, de peito aberto, a roubalheira na Petrobras. Deveriam deixar claro que os “nossos (deles) ladrões” são diferentes dos ladrões dos outros. Deveriam ser didáticos e explicar ao povo brasileiro que, quando o PT assalta os cofres públicos, está fazendo um bem ao país e à humanidade. Mas não! Preferem sair atacando inimigos imaginários. Nesta sexta, o partido fez em Belo Horizonte a festa dos seus 35 anos. Estava todo mundo lá, incluindo João Vaccari Neto. Um mínimo de bom senso, só um pouquinho, recomendaria que, durante o discurso da presidente ao menos, o tesoureiro do partido se retirasse do salão. Mas ele ficou. Todos al, inclusive Dilma, conhecem o trabalho de Vaccari…

Comento primeiro a fala da presidente. Segundo ela, os que erraram têm de pagar. Não me diga! Mas, em seguida, engatou a ladainha habitual: haveria um movimento golpista no país. É mesmo? Onde ele está? Quais são as forças de que dispõe? A que instrumentos recorreria? A quais armas? Não há golpismo nenhum! A presidente está é com medo.

Dilma sabe que a Lei 1.079, que define os crimes de responsabilidade também chamada de Lei do Impeachment —, está à espreita. A esta altura, se ainda faltam, se é que faltam, evidências da atuação dolosa da presidente no escândalo da Petrobras, a atuação culposa está escancarada. Nesta sexta, publiquei um vídeo de 2009, em que Dilma ataca a criação de uma CPI para investigar a Petrobras e assegura a excelência do sistema contábil da empresa. Como chefe da Casa Civil, ministra do PACo e presidente do Conselho da Petrobras, a sua obrigação funcional era mandar investigar as denúncias, parte delas nascida de relatórios do TCU que apontavam, por exemplo, superfaturamento na refinaria Abreu e Lima.




Não é que Dilma apenas tenha deixado de atuar. Não! Já na Presidência da República, recontratou Nestor Cerveró, que havia deixado a Petrobras. Golpe, minha senhora, foi ter esmagado a CPI em 2009 e, mais duas vezes, em 2014. Para que nada fosse investigado. Golpe é dilapidar o patrimônio do povo brasileiro. Aplicar uma lei democrática é só exercício do estado de direito.

Lula O falastrão, que andava sumido, deu as caras na festança. Contou, como de hábito, uma mentira clamorosa: disse que o PT está ficando igual aos outros partidos. Errado! Nunca houve nada igual na República. Exercitando um cinismo asqueroso, voltou seu dedo acusador contra a oposição e a imprensa. Disparou: “Não se incomodam com o prejuízo que causaram à Petrobras e ao Brasil. Eles vão prestar contas à história”.

Uau! Viram só? Não é seu amigo “Paulinho” (Paulo Roberto Costa) quem causa prejuízo à Petrobras. Não é José Sérgio Gabrielli. Não é Renato Duque. Não é a quadrilha que se instalou na estatal em sua gestão. Segundo o Babalorixá de Banânia, prejudicam a Petrobras os que pretendem que os ladrões sejam enviados à cadeia.

E, ora, ora… Ele expressou a sua indignação com a forma como Vaccari foi levado para depor. Lula continua fiel a esta máxima: “Aos amigos tudo, menos a lei; aos inimigos, nada; nem a lei”. E conclamou que os “companheiros” saiam às ruas. É???

Coragem, petistas! Organizem uma manifestação na Avenida Paulista em defesa dos assaltantes. Convoquem uma passeata em apoio aos bandidos. Não se esqueçam de pedir apoio ao PCC. Se é que o partido do crime aceita se misturar com o partido do crime.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O Brasil tem quatro anos para virar a Argentina



Ou levamos a investigação do petrolão até o fim – ou então já pode ir fazendo as malas
Uma grande empreiteira pagou R$ 886 mil a uma empresa de José Dirceu e obteve, em seguida, um contrato com a Petrobras no valor de R$ 4,7 bilhões, para realização de serviços na Refinaria Abreu e Lima. Para quem não lembra, essa é a famosa obra que multiplicou seu valor original pelo menos três vezes e passou dos R$ 40 bilhões. A reportagem de ÉPOCA que mostra a triangulação camuflada sob uma “consultoria” de Dirceu ajuda a entender por que essa refinaria ficou 200% mais cara que ela mesma. Há um outro sócio fundamental dessa transação: o eleitor de Dilma Rousseff.
 
Essa triangulação, descoberta pela Polícia Federal na blitz conhecida como “Dia do Juízo Final”, se deu entre 2010 e 2011. Exatamente quando Dilma ascendia à Presidência. E Dirceu já era réu no processo do mensalão. As cartas já estavam na mesa, e os anos seguintes apenas as revelaram: Dirceu condenado, e o petrolão descoberto. Quando foi às urnas em outubro passado, o eleitor brasileiro já sabia de tudo: que cardeais petistas haviam plantado uma diretoria na Petrobras para roubar a empresa em benefício da sustentação de seu projeto de poder. Exatamente a mesma tecnologia do mensalão, também tramado de dentro do Palácio do Planalto. Quem votou pela reeleição de Dilma, mesmo que alegue esquerdismo, progressismo, coitadismo ou cinismo, é sócio político do esquema. 

A pergunta é: o que será do Brasil nos próximos quatro anos? Algumas vozes respeitáveis têm oferecido um ombro amigo ao governo popular – não para que ele chore suas lágrimas de crocodilo, mas para que não caia de podre. É a tese de que o impeachment é pior para o país do que carregar por quatro anos um governo na UTI. Tudo bem. Só falta combinar com os russos. O segundo mandato de Dilma Rousseff nascerá desmoralizado no país e no exterior. Nesse cenário, como investir no Brasil? Como respeitar as instituições? Como concordar e se submeter às regras do jogo, se o juiz se vendeu na cara de todo mundo?

 O mais ortodoxo dos contribuintes, aquele que jamais cogitou sonegar impostos, está revoltado com cada centavo que paga ao Fisco. Caiu a máscara social do PT – e agora todos já sabem que a trilionária arrecadação da União está a serviço de uma indústria de privatização da política. Daí os níveis de investimentos irrisórios, a estagnação da infraestrutura, o desperdício de uma década de bons ventos econômicos sem avançar um milímetro nos sistemas de saúde e educação – enquanto o sistema de corrupção cresceu admiravelmente (o mensalão é troco diante do petrolão), e o bom pagador de impostos não tem mais dúvidas: estão me fazendo de otário. 

Traduzindo: o contrato republicano foi rasgado. Se o brasileiro não fosse essa doçura, o primeiro governista que falasse na volta da CPMF seria crucificado em praça pública. Por meio de um dublê de bobo da corte e ministro da Fazenda, o governo assegurou que estava tudo bem com as contas públicas – até avisar, passada a eleição, que daria o golpe na Lei de Responsabilidade Fiscal. A tropa companheira marchou sobre o Congresso e incinerou, ao vivo, o principal compromisso com a saúde financeira nacional. É isso aí: torramos o dinheiro do contribuinte e mudaremos a meta na marra, para legalizar o rombo. 

O projeto parasitário do PT está empobrecendo democraticamente ricos e pobres. É sempre indesejável a metáfora do câncer, mas não há descrição mais precisa dessa autópsia: um projeto de poder que plantou células degenerativas a cada movimento no organismo estatal. Como será o embate do respeitável Joaquim Levy com toda a teia de artifícios montada para gerar a famosa contabilidade criativa? Haja quimioterapia. 
Seria até esperançoso imaginar que, agora, haverá 100% de esforço e sacrifício em prol do tratamento rigoroso. Só que não... O ponto a que chegou o plano petista não tem volta. A única chance de Dilma, Lula & Cia. é ajeitar as aparências e dobrar a aposta. Do contrário, a mitologia acaba e, aí sim, todos eles pagarão muito caro pelo que fizeram ao Brasil. 

Ou o país leva às últimas consequências a investigação do petrolão – se for séria, ela levará a uma inevitável faxina no Palácio – ou pode ir fazendo as malas para a Argentina.

Fonte: Revista Época – Guilherme Fiúza

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Entre vaias e segredos



Alguns segredos da Petrobras sob Gabrielli começaram a ser desvendados. As vaias no avião sugerem a torcida para que seja tudo revelado.
Ele se surpreendeu ao voltar de uma viagem a Portugal, dias atrás. Primeiro, com ocasionais zombarias dentro do avião, audíveis o suficiente para incomodá-lo durante toda a travessia do Atlântico. Na chegada, sob um coro de vaias a bordo, o baiano José Sérgio Gabrielli de Azevedo, 65 anos, achou melhor desembarcar e procurar outro voo rumo a Salvador.
Um dos personagens mais influentes da era Lula, Gabrielli trocou o circuito acadêmico dos economistas em 2003 pela cadeira de diretor financeiro da Petrobras. Embarcado na presidência em 2005, ali ficou por sete anos. Tornou-se o mais longevo entre os 34 que comandaram a estatal nas últimas seis décadas.

Saiu há dois anos e nove meses, com a fantasia da candidatura ao governo da Bahia pelo PT. O sonho se perdeu na poeira da confusão crescente nas últimas 132 semanas sobre a sua gestão na Petrobras: num breve passeio pela sede da empresa, na Avenida Chile, no Centro do Rio, percebe-se como a maior estatal brasileira virou um conglomerado de advocacia e contabilidade, que também produz petróleo e derivados.

Metade da diretoria comandada por Gabrielli, até fevereiro de 2012, é alvo de investigações por corrupção e lavagem de dinheiro no Brasil, nos EUA, na Holanda e na Suíça. Dos seis ex-diretores, dois estão presos. Balanços estão em revisão, e auditores ainda relutam em subscrever a contabilidade de novos ativos, entre eles os da refinaria Abreu e Lima (US$ 20 bilhões), do Comperj (US$ 15 bilhões), de plataformas e sondas (US$ 17 bilhões). Os gastos nessas três áreas equivalem à soma do Produto Interno Bruto do Uruguai, do Paraguai e da Bolívia.

Gabrielli, claro, não pode ser culpado pelo roubo alheio. Mas sua administração, caracterizada pela aversão à crítica pública e pela intolerância à fiscalização externa, produziu coisas como um gerente que confessa ter amealhado US$ 90 milhões em propinas. Ele legitimou o regime de partilha dos negócios da estatal entre o condomínio partidário de apoio ao governo Lula. Exacerbou na emulação de projetos reconhecidamente deficientes, todos com orçamentos sigilosos.

O Tribunal de Contas, por exemplo, atravessou anos cobrando a apresentação dos estudos de viabilidade das refinarias Abreu e Lima (PE), Premium 1 (MA) e Premium 2 (CE) e do Comperj (RJ). Gabrielli jamais entregou. Fazia do segredo uma rotina administrativa. Em 2009 o TCU insistiu no envio, por meio eletrônico, das estimativas de custos da Petrobras para construção de duas plataformas. Gabrielli respondeu ao tribunal com uma irônica montanha de papel planilhas  Excel impressas. Sem a memória de cálculo, exclusiva do formato eletrônico, a auditoria era inviável. “A conduta é culpável”, concluiu a corte.

Na época, o Congresso acenou com uma CPI. Gabrielli respondeu com a apresentação de um blog, em torno do qual perfilou uma tropa de 1,1 mil empregados e contratados, para “defesa” da Petrobras. Um dos diretores presos, Paulo Roberto Costa, contou à Justiça sobre “providências” para subornar opositores e impedir a CPI, extinta cinco meses depois. Se a história for comprovada, tem-se um risco de prisão para toda a cadeia de comando. Alguns segredos da Petrobras sob Gabrielli começaram a ser desvendados. As vaias no avião sugerem a torcida para que seja tudo revelado.

Por: José Casado – O Globo